Técnicas para formação de acordes

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    Regadas
    Veterano
    # nov/10


    Inicialmente, perdoem-me por não conseguir me expressar de forma mais adequada à linguagem musical. Meus estudo é basicamente fruto de esforço auto-didata e me falta conhecimento tanto prático quanto teórico, para discernir e expor ( com a necessária precisão de palavras) as minhas dificuldades.
    Há 18 anos atrás fiz alguns poucos meses de aula de teclado. E depois desse período, por problemas diversos, abandonei o aprendizado e nunca mais havia voltado a tentar aprender. Isso até meados de maio deste ano quando decidi voltar a tentar. Essa volta está sendo da maneira como me é possível, ou seja, auto didata. Desenvolvo esse estudo baseado em apostilas e na prática no exercício de leitura de partituras como era feito no passado quando eu tinha aulas particulares.
    A mão direita faz a melodia e a treino buscando sempre o melhor posicionamento dos dedos em relação às notas executadas a fim de evitar grandes saltos quando possível.
    A mão esquerda executa a harmonia na região de acompanhamento do teclado, compondo os acordes com, no mínimo, três notas musicais pressionadas simultâneamente. Assim, para formar um acorde de Dó Maior, utilizo o Dó + Mi + Sol numa inversão que possibilta concatenar acordes com o mínimo possível de mudança nos dedos utilizados.
    Tenho conseguido tirar algumas músicas e venho aumentando o grau de dificuldade gradativamente. Nesta semana estou tentando tirar a música Dying Young (tema do filme Tudo por Amor) e logo no primeiro acorde me deparei com a dificuldade em reproduzir a harmonia desta música. A sequência inicial de acordes é Bb, Eb e F7.
    Tenho formado os acordes com a seguinte disposição: (entre parenteses a sequência da oitava utilizada e ao final, os dedos utilizados da mão esquerda.
    Bb – Fá(1), Sib(1) e Ré(2) - utilizando 5,3 e 1.
    Eb – Sol(1),Sib(1) e Mib(2) - utilizando 5,3 e 1.
    F7 – Lá(1), Dó(2), Mi(b) e Fá – e este estou encontrando muita dificuldade para conseguir formar. Segundo meu dicionário de acordes, eu deveria formá-lo com os dedos 5, 3, 2 e 1.
    Aqui começam as minhas dúvidas: não sei se isso só existe nos PSR Yamaha (nunca utilizei outro que não fosse essa linha) mas ele permite formar acordes de maneira simplificada utilizando até mesmo um único dedo. Apesar de saber a teoria da formação dos acordes, nunca optei por aprender dessa forma e sempre me pautei por utilizar os acordes com todas as notas que o compõe. Mas nesta música comecei a ponderar até onde isso é uma técnica válida para ser utilizada. Por exemplo, estes mesmo acordes acima podem ser formados assim:
    Bb – apenas Sib(1)
    Eb – apenas Mib(2)
    F7 – apenas Mib(2) e Fá(2)
    Ou seja, muito mais fácil.
    Minha primeira dúvida: Outros teclados também apresentam essa facilidade na formação de acordes ou isso é coisa apenas da Yamaha? Se positivo, eu me vejo com sérios problemas quando - e se no futuro - utilizar teclados de outro fabricante.
    Minha segunda dúvida: Supondo que essa técnica de formação de acordes seja comum a todos os fabricantes de teclados, é válido tocar acordes dessa maneira ou esse "atalho" acaba por prejudicar em algum ponto futuro do aprendizado?

    Agradeço desde já qualquer colaboração recebida!

    Artref
    Veterano
    # nov/10
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    Olha, eu vou ser bem sincero e já peço desculpas de antemão se for um pouco insensível. Saiba que é para o seu bem, rs.

    Eu sou um pouco contra esse estilo de tocar com ritmos automáticos, seguindo partituras simplificadas, muitas vezes erradas. Você fica viciado e limitado no estilo, e se pegar um sintetizador ou um piano, não vai conseguir tocar.

    Inclusive na música que você falou, a harmonia pra mim está errada. Os acordes no primeiro verso não são Bb, Eb e F7; são Bb, Eb/Bb e F7/Bb (Aqui às vezes o baixo faz F mesmo). Esse baixos invertidos pra mim fazem toda a diferença, da mesma forma que não é sempre que tem sétima no F - não é porque é dominante que TEM que colocar sétima toda vez, como muitas dessas apostilas fazem sem o menor critério. A sétima causa uma boa tensão no acorde, muda bastante coisa e não pode ser usada "só porque resolve na tônica".

    Pelo amor de Deus, fuja desse recurso ABSURDO de montar acordes com um único dedo. Esse "atalho" é uma merda, vai prejudicar sim o seu aprendizado, você vai estar fugindo de algo que tem que resolver, que é a montagem dos acordes, fundamental para qualquer tecladista e pianista.

    Sei que estou sendo um pouco radical, mas pra mim você tinha que fugir até mesmo dos ritmos automáticos. Faça você o seu acompanhamento, desenvolva sua mão esquerda, aprenda a arpejar.

    Se você não consegue encadear os acordes de maneira fluida, treine. Você vai atrás de um recurso ou de um atalho para toda dificuldade que tiver no teclado? Assim você não progride, amigo. Outra coisa é que usando a "lei do mínimo esforço" você está ignorando as inversões de baixo, como existe nessa música que você está tocando. Acho-as belíssimas, enriquecem bastante a harmonia, seria interessante você usá-las, mesmo com os acompanhamentos aí. Não entendo de teclado PSR mas acho que eles têm opção de inverter o baixo, não? Se não tiver, venda e compre um que tem.

    Desculpe-me novamente pelo radicalismo, mas me causa uma certa tristeza quando vejo algum músico indo por esse caminho dos ritmos automáticos. Claro que conheço muitos que começaram assim e são ótimos tecladistas, mas pra mim estudar piano já no começo é muito mais vantajoso. Piano popular ou erudito. Se for pra estudar teclado, que seja sintetizador, sem ritmos automáticos, e em último caso de estudar nesse estilo, que seja com boas apostilas, com harmonias corretas, e sem apelar para recursos que prejudiquem o seu desevolvimento como esse que que você citou que eu tenho vontade de esmurrar quem inventou.

    Edson Caetano
    Veterano
    # nov/10
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    Olha amigo

    Não confunda técnica musical com recursos de teclados, uma coisa não tem nada haver com a outra, Ponto

    É claro que é muito mais facil para quem esta começando, abusar de alguns recursos disponíveis nos teclados de hoje, não é só completar o acorde simultaneamente, como voce constatou, mas executam tambem técnicas como Arpejos, Sequencias, Oitavas, intriduções, etc...

    Tudo isso pode ser até válido, mas para quem quer só brincar com o teclado, para quem quer levar a música a sério, isso é piada, tem que executar na raça, se é uma tríade, Bb, faça as 3 notas se é uma Tétrade F7, faça as 4 notas

    E detalhe, faça isso na montagem fundamental, se for para usar inversões, a partitura vai te indicar qual ela é, por exemplo C/E acorde de Dó maior com o Baixo (a nota mais grave) em Mi

    Parece que facilita, mas na harmonia muda muita coisa, e isso em banda inclusive chega a atraalhar e chocar com os outros músicos

    Para a sua pergunta, a única resposta viavel é : ESTUDE, PRATIQUE, mesmo não tendo aulas, não é motivo para querer cortar caminho, lá para frente, talvez se arrependa de não ter começado certo, e não ter dado espaço a adquirir vicios como querer tocar a harmonia com apenas um dedo ou dois

    ps. vários teclados alem do yamaha oferecem o recurso de completar acordes, mas não é porque tem que precisa ser usado hehe

    Boa sorte

    Regadas
    Veterano
    # nov/10
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    Artref e Edson Caetano,
    Primeiramente deixe-lhes dizer que me sinto muito honrado em receber, por parte de vocês, algum tempo dedicado a esclarecer a minha "ignorância musical". Só encontro as palavras "muito obrigado" para expressar minha gratidão, mas saibam que ela vai bem além disso.
    Agora, deixem-me esclarecer algo que eu percebo agora que não deixei absolutamente claro. Eu nunca pretendi praticar o aprendizado por por atalhos. Prá mim, acorde sempre teve, no mínimo, três notas musicais. É por isso que tenho instalado no notebook um dicionário de acordes que me permite ver as notas que compõem um acorde e quais os dedos da mão esquerda envolvidos na execução deste em mais de uma inversão possível. Depois disso é treino, treino e treino. Quanto mais eu treinar a mão, mais facilidade vou adquirindo. Mas isso só o tempo me trará...
    Apenas levantei a questão pois estou com dificuldade em montar o F7 da forma tradicional. E aí lembrei desse recurso de "completar acorde" que o teclado permite. Fiquei curioso em saber se isso era só coisa da Yamaha ou se outros fabricantes também adotam isso como um padrão de formação de acordes e qual o impacto que isso teria no aprendizado, digamos, tradicional.
    Mas, senhores, meu conhecimento ainda é muito limitado. Estou há muito pouco tempo nisso e ainda enxergo as coisas muito "preto ou branco", ou seja, prá mim mão direita faz solo e mão esquerda faz acorde. Meu horizonte tem um ângulo muito estreito. Prá mim, não é muito fácil me dedicar a esse aprendizado. Praticamente moro em um hotel e já procurei aulas particulares por aqui, mas não achei. Venho me virando sozinho e apenas uma ou duas horinhas por noite que é o que minha vida atual permite. Minha condição profissional não me dá muito fôlego e não tenho qualquer pretensão de formar uma banda ou coisa parecida. Meu aprendizado é única e exclusivamente voltado para hobbie. Sofro do que os especialistas chamam de "personalidade superativa", ou seja, só relaxo se a mente estiver ocupada. Até para dormir eu tenho que fazer a mente esteja trabalhando em alguma coisa. Então, esse aprendizado para mim é uma terapia. E, por mais estranho que isso pareça, quanto mais difícil, melhor...
    Artref e Edson, desculpem minha ignorância, mão faço idéia do que seja um baixo invertido! E nem como executar esse tal "Eb/Bb e F7/Bb". Imaginem aí: vocês estão conversando com alguém que tenta há menos de 6 meses e sozinho aprender a fazer alguma coisa melhor do que apertar botões (risos)! Mas, senti que é um negócio importante! Prometo a vocês que vou pesquisar sobre isso.

    Abraço do amigo,
    César

    marcusVinicius
    Veterano
    # nov/10
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    Regadas
    Cara, além de concordar com o que escreveram Artref e Edson Caetano, vou um pouco mais além. Você comentou:

    Sofro do que os especialistas chamam de "personalidade superativa", ou seja, só relaxo se a mente estiver ocupada. Até para dormir eu tenho que fazer a mente esteja trabalhando em alguma coisa. Então, esse aprendizado para mim é uma terapia. E, por mais estranho que isso pareça, quanto mais difícil, melhor...

    e antes:

    ...tenho instalado no notebook um dicionário de acordes...

    Esquece este dicionário e estude a formação de acordes. Existem vários sites com estas informações, com uma googliada rápida:

    http://www.walmirsilva.com.br/iniciante/formacao-dos-acordes-maiores/

    (existem vários)

    Depois vá para os menores, toque eles, sinta a diferença, inclua a sétima, entenda a nona (adoro acordes com nona!!!), treine diminuto, etc, etc...

    É aí que esta ignorância...

    Artref e Edson, desculpem minha ignorância, mão faço idéia do que seja um baixo invertido! E nem como executar esse tal "Eb/Bb e F7/Bb".

    ... vai sumir completamente. Vai tomar um tempo, mas funciona.

    Ao invés de dar o peixe, ensine a pescar!

    Regadas
    Veterano
    # nov/10
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    Olá Marcus Vinicius,
    Tudo bem contigo? Oxalá quem sim!
    Em primeiro lugar, obrigado pela colaboração.
    Tenho estudado a formação de acordes. Já tenho uma certa facilidade (não muita, mas bem melhor do que há algum tempo atrás) em conseguir identificá-los sem ajuda do tal dicionário.
    Mas esse recurso do dicionário tem me ajudado bastante. Não tenho professor prá dizer se aquilo que identifiquei está certo ou errado ou identificar quais seriam os dedos a utilizar para cada uma das variações apresentadas.
    Por isso não dá prá esquecer o bendito...


    Artref,
    Rapaz, pesquisei e cheguei a conclusão esse meu teclado (PSR-S550B) não tem essa facilidade de inverter o baixo. Parece que nessa nova safra de lançamentos, esse recurso ficou só para os top de linha dessa classe "middle user".
    Curioso que nas linhas antigas, essa possibilidade era comum mesmo para modelos mais "simples".
    Esse modelo que tenho só tem duas formas de montar o acorde: ou essa que identifica o acorde mesmo que seja pressionado apenas a tônica e isso só funciona na região do acompanhamento. Nesse modo, com o acompanhamento ligado (mesmo que o ritmo não esteja sendo tocado) pode teclar em qualquer inversão que o som produzido é sempre o mesmo. A outra forma permite montar acorde em qualquer parte do teclado sendo necessário teclar o acorde completo. Nesse modo, além de mudar o acorde do acompanhamento, o som das notas pressionadas também é ouvido mesmo que o acorde seja montado na região do acompanhamento.

    Edson Caetano,
    Pesquisei um pouco sobre baixo invertido e li novamente sua mensagem. Entendi que baixo invertido seria fazer com que o teclado entendesse que o baixo está na nota mais grave do acorde. E aí me surgiu uma dúvida: Pelo que entendi, vc propõe que inversão do acorde seja utilizada em função do baixo indicado na cifra. Ou seja, a inversão comanda qual a nota mais grave do acorde. Ou algo assim.
    Isso quer dizer que baixo invertido e inversão de acordes tem o mesmo fundamento? Num dos modos de formação de acordes que citei acima para o Artref, isso não funciona pois tanto faz a inversão que vc utilize que o som sai igual. Então isso só funcionaria se o teclado permitisse outras formas de formação de acordes ou então que o acorde fosse formado unicamente pelo som do timbre escolhido. É isso mesmo?

    Abraços aos amigos,
    César

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