Aos pseudo-virtuosos: Menos é mais!

    Autor Mensagem
    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06


    Só para deixar bem claro:

    Sou praticamente um "não-músico" e já desbanquei de uma banda de rock um tecladista firulento, cheio das teorias, tocando n notas por segundo, mas, sonoramente, igual a uma metralhadora de peidos.

    Acho que boa parte de virtuosos sofre desse mal de computador, domesticados como cãezinhos de Pavlov: Fazem um milhão de cálculos por segundo mas não são capazes de fazer um bom café.

    Quando fui ter aulas de piano (depois de velho e com vários anos de auto-didatismo), encontrei pela frente um professor que queria que eu tocasse Luar do Sertão com 1 zilhão de notas, acordes com sétimas, nonas e dácimas-primeiras...

    RIDÍCULO! Foi como esconder a beleza debaixo de toneladas de maquiagens sem sentido, a serviço (que ironia), pelo julgamento desse professor, do aprimoramento dessa beleza "rústica". RIDÍCULO!

    Por causa de caras como esse, acontece isso que vi dia desses:

    Um garoto tecladista, com talento, bastante promissor, gente fina mesmo, testando meu sintetizador:

    -Cara, coloca umas strings aí!

    Eu selecionava um Slow String e o guri começava a fazer escalas velozícimas, pra cima e pra baixo... Mas não dava tempo nem do som aparecer!

    -Cara, deixá eu ouvir os metais:

    Eu selecionava um trombone e o cabeção fazia acordes cheios, com a esquerda e a direita.

    Mas a gota dágua foi:

    - E o pitch, véio? Dá pra subir quantas oitavas? Tem pitch né? Porque eu gosto de pitch!

    Quando ele terminou, falei:

    -Sei exatamente qual o teclado pra tu usar, véio!

    -É mesmo, qual?

    -Esse! -apontei pra Stratocaster do guitarrista da banda.

    Menos é, e sempre será, muito mais!

    E pro inferno com Bach!

    ROTTA
    Veterano
    # out/06
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    Aos pseudo-virtuosos: Menos é mais!

    Uma discussão bem boa que rolou sobre a simplicidade, da qual sempre fui adepto.

    Abraços.

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    Marco Alan Rotta

    Mas este é sobre a técnica.

    Mr_Mojo_Rising
    Veterano
    # out/06
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    Não rola juntar esse topico la no meu sobre a simplicidade, ja que os assuntos sao relacionados??

    Akira TGC
    Veterano
    # out/06
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    AUTOBOT
    Clap! Clap! Clap!
    Parabens kra... pq a maiora dos "musicos" nao tem essa maturidade de entender q velocidade nao eh tudo, q pra fazer bunito nao tem q ter o maximo de notas possivel... ainda mais pra quem toca piano, "fritação" das teclas tem hra, tocar bem nao eh tocar rapido...

    Ricardo_Adorador
    Veterano
    # out/06
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    Geralmente numa banda o tecladista que quer "parecer" que toca alguma coisa tocando muito rapido fica sobrando. O importante não é o só, mas sim o conjunto, odeio tocar com gente que pra aparecer coloca o volume la em cima, tenta fazer uma coisa cabrera, erra, tenta disfarçar e faz a musica parar de andar, e acaba atrapalhando todo mundo.
    Não vou dizer que não gosto de fazer alguma coisa mais complexa, mas tudo tem hora. Toco na igreja, quase sempre faço base com strings, pads, exploro bastante arranjos com pianos elétricos e etc. Faço tudo bem simples, em beneficio de todo conjunto e as musicas sempre ficam muito legais.
    Meu professor toca pra caramba, ele arrasa tocando jazz no piano. Um dia fui ver o conjunto dele tocar.. Ele tava la, bem na dele, fazendo base, um outro arranjo com pianos e orgãos, e a musica ficava excelente. Isso mostra maturidade, mesmo tocando pra caramba ele sabe o momento certo de realizar alguma coisa mais complexa, mas sem deixar de lado a simplicidade.

    Abraços

    mano_a_mano
    Veterano
    # out/06
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    Música não é corrida de F1! Espero que isso fique bem claro.

    AUTOBOT
    Parabéns pelo tópico!

    Mr_Mojo_Rising
    Veterano
    # out/06
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    Mas veja só hein.

    mano_a_mano
    Veterano
    # out/06
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    Mr_Mojo_Rising
    É, eu fui obrigado a "ressuscitar das profundezas" para responder ao tópico do AUTOBOT... Ele falou tudo: música não é sinônimo de velocidade.

    Mr_Mojo_Rising
    Veterano
    # out/06
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    Sim, sim

    _BLACKMORE_
    Veterano
    # out/06
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    Menos é, e sempre será, muito mais!
    E pro inferno com Bach!



    hahahahahaha

    tolho
    Veterano
    # out/06
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    Depende. O problema não é a velocidade, e sim o que se faz com ela. Nos álbuns do Brand X, o Robin Lumley fazia arranjos maravilhosos, com grande velocidade, mas que tinham FRASEADOS COERENTES, coisa que o Wakeman por exemplo, fazia de cinco em cinco discos, eheheheheh...

    Abraços..

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    Mr_Mojo_Rising

    Aquele teu tópico é excelente, dude, mas ataca, principalmente, um lado do problema, que é a neura encravada em nossos moogeurônios de que precisamos de um ônibus espacial para dar uma volta na quadra.

    Por isso eu criei este!

    Mas de fato, são unha e carne.

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    Ricardo_Adorador
    tolho

    Concordo! Velocidade não é o problema, assim como, tendo o conhecimento, tornar a música mais complexa com a técnica certa, quando, e tão somente, a serviço da peça.

    O problema é que não é pelo fato de você ter uma Ferrari, uma equipe coesa, suporte técnico, que será um pioloto como o Schumi, certo?!

    Só que o cara "sabe-tudo" vai lá, tem umas aulas, tem umas influências, e UAU... "vejam" os meus solos!! "Vejam" a minha técnica!! "Vejam" os meus dedos (o que, convenhamos, fica bem difícil)!

    É exatamente isso: "VER"!

    Não envolve ouvir, sentir, captar, até, por que não, cheirar o som!

    Trata-se de um número de circo, o qual, a platéia passou a entender que foi obtido pelo artista com um enorme sacrifício de estudos e mais estudos e mais estudos (o que até é verdade) e, por isso, aquilo que o cara toca adquiri uma aura de majestade. Afinal o cara tem que ser muito bom pra fazer isso, certo?

    ERRADO!

    Nego-me a aplaudir um macaco de laboratório como se ele fosse a oitava maravilha do mundo! Não é nem a milésima elevada ao expoente n!

    Entre essa "Ferrari" e um fuscão, fico com o fuscão:

    Te leva onde você quiser e ainda tem espaço para dar uns amassos numa garota.

    kevinmoore
    Veterano
    # out/06 · Editado por: kevinmoore
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    igual a uma metralhadora de peidos.

    Só que o cara "sabe-tudo" vai lá, tem umas aulas, tem umas influências, e UAU... "vejam" os meus solos!! "Vejam" a minha técnica!! "Vejam" os meus dedos (o que, convenhamos, fica bem difícil)!

    É exatamente isso: "VER"!

    Não envolve ouvir, sentir, captar, até, por que não, cheirar o som!


    explique-se

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    kevinmoore

    Ué...

    Você não sente o sabor, a cor, o cheiro do som (na alma)?

    Pusé por aí.

    Creia-me, uma metralhadora de peidos é algo terrível (sonoramente e olfativamente)!

    Eheheheeh

    tolho
    Veterano
    # out/06
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    Metralhadora de peidos deve ser deveras monstruoso, ahahahahahahahahahahaha...

    kevinmoore
    Veterano
    # out/06
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    AUTOBOT

    mas envolve "cheirar o som" :P...

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    kevinmoore

    Metáforas, cara! Metáforas!!

    Penta_Blues
    Moderador
    # out/06
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    AUTOBOT
    Achei que isso só acontecesse com guitarristas...
    Valeu!!!

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    Penta_Blues

    Procê vê...

    Ken Himura
    Veterano
    # out/06
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    Quando fui ter aulas de piano (depois de velho e com vários anos de auto-didatismo), encontrei pela frente um professor que queria que eu tocasse Luar do Sertão com 1 zilhão de notas, acordes com sétimas, nonas e dácimas-primeiras...

    RIDÍCULO! Foi como esconder a beleza debaixo de toneladas de maquiagens sem sentido, a serviço (que ironia), pelo julgamento desse professor, do aprimoramento dessa beleza "rústica". RIDÍCULO!

    Mas aí que está a graça do piano. Depois do Romantismo e do Modernismo, que desataram praticamente todas as amarras harmônicas, melódicas e rítmicas que existiam, começou a surgir uma grande riqueza instrumental de arranjos, explorando o ponto mais forte do piano: A infinita possibilidade de acordes e notas que se pode acrescentar à uma simples melodia, causando a sensações ou movimento que você quiser.

    Acordes de 10, 11, 12 e até 13 notas, Dissonâncias "estranhas" etc...

    Essa é a capacidade do piano, um instrumento tão harmônico quanto uma orquestra.

    Por isso que é de suma-importância o estudo de Harmonia.

    AUTOBOT
    Veterano
    # out/06
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    Ken Himura

    Tudo bem, concordo, mas desde que o cara saiba usar a técnica a serviço da música (e não por mero exibicionismo).

    Ken Himura
    Veterano
    # out/06
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    AUTOBOT
    Claro.

    Mas, geralmente quem quer se exibir não entende praticamente porra nenhuma.

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