Menphis mg 32 - Impressões de um guitarrista experiente.

Autor Mensagem
Dsbguitar
Membro Novato
# abr/18 · Editado por: Dsbguitar


Fala galera, esse é meu primeiro post aqui no FCC, mas acompanho o fórum há um bom tempo, no entanto sem me cadastrar.

Vamos lá, porque mais um tópico sobre essa guitarra?

Resposta: Toco guitarra há trinta anos e dou aulas há pelo menos vinte, já tive de tudo o que se pode imaginar de guitarra, desde pau podre com cordas a guitarras top de linha. Vejo muita gente sem nenhuma experiência opinando sobre esse é vários outros instrumentos sem nenhum conhecimento de causa do assunto. Escolhi a Menphis mg 32 fabricada no ano de 2014 porque adquiri uma recentemente em um rolo e me impressionei com a qualidade do instrumento.

Não pretendo fazer um review no sentido técnico do termo, mas falar sobre minhas impressões da mesma em comparação às stratocasters que tive e conheci.

1- A guitarra é de madeira sólida e não de compensado como vi um monte de gente falar aqui. É basswood sim, porém certamente são partes coladas. Mas, vale ressaltar que várias guitarras top de linha são feitas assim também. Mas afirmo categoricamente que é madeira sólida (não sei quanto às fabricadas em anos anteriores, mas essa que peguei é).

2- A guitarra tem um braço um pouco grosso, mas mesmo assim muito confortável. Após lixar alguns trastes e ajustar o tensor, consegui uma ação extremamente baixa das cordas, o que pra mim é importante devido ao uso constante de ligados e sweeps.

3- Os captadores não são os melhores, merece um upgrade, mas mesmo assim dá pra tirar o timbre característico das stratocasters (já tive squier, fender mexicana e americana, tagima 635 e 530, cort G 110, Sx e outras stratos). Em geral diria que dá pra rolar numa boa, é aquilo, se um cara que sabe tocar e tirar bons timbres tocar com uma, a maioria não vai perceber a diferença entre ela uma fender, só quem tem ouvidos extremamente apurados, e esses são poucos.

3 - Estou com ela há um mês e não tive problemas com a afinação, mesmo usando sutilmente a alavanca. Mas, vamos ver até onde isso vai. Não dá pra tirar conclusões pelo tempo dela porque o antigo dono quase não usava essa guitarra.

Como disse acima, já possuí ótimas e péssimas guitarras, desde de fender americana até tonante, digo que pelo preço é um ótimo instrumento.

Sei que tem gente que vai discordar de mim, mas eu não vi nela nada de inferior às sx (e já tive uma de alder). Essa história de que alder é superior a basswood é mito, a questão é o tipo de sonoridade característica de cada madeira, uns gostam mais de alder, outros de basswood, outros de ash, e por aí vai.

Gostei mais dela do que das tagima que tive, a 530 e a 635 (e é a segunda linha da tagima), gostei mais do que a squier bullet, mas certamente é inferior à squier classic vibe (na questão do acabamento, captadores originais e ferragens). Óbvio que também é inferior em tudo à fender american standard, mas digo que muitos não perceberiam a diferença vendo alguém que sabe tocar usando as duas. Eu a colocaria no mesmo nível das sx.

Eu não chamaria de "guitarra pra iniciante ", chamaria "guitarra pra quem quer um som bacana e não tem grana pra comprar uma fender top de linha".

Vale a pena trocar os captadores, fazer blindagem e até trocar as tarraxas (caso dê problemas, se não, trocar pra quê? ). É um bom instrumento, uma guitarra decente por um bom preço.

Pode ser que eu tenha tido sorte, pode ser também que as mais antigas sejam de compensado, não sei. Mas eu gostei muito da guitarra, gostei tanto que pretendo colocar uns captadores melhores e ficar com ela. Os iniciantes e menos experientes, que às vezes tem medo por causa do que ouvem, podem comprar sem medo, é um bom instrumento e com um ótimo preço , e os mais experientes que não tem preconceito com marcas também se serviriam muito bem com uma dessas!

Espero ter colaborado postando minhas impressões sobre esse instrumento, abraço a todos!

Wade
Membro Novato
# abr/18
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Hoje em dia a fabricação de todas essas guitarras chinesas é padronizada. Se pá é o mesmo china que constroi e monta uma Memphis e uma Shelter/SX. O que muda é o acabamento.

O que mais sofre nessas guitarras é hardware, que é da pior espécie possível. Madeira, construção e acabamento é de boa hoje em dia. Foi-se o tempo em que guitarra barata era intocável. Mas as ferragens, captação e parte elétrica ainda são porcas e devem ser trocadas se o cidadão pretende ficar com a guitarra por muito tempo.

Minha primeira guitarra foi uma MG32, só que isso foi há uns 13 anos atrás e era uma bela de uma porcaria. Tudo era ruim. Hoje a situação tá bem melhor.

Troca a captação, as tarraxas, dá uma revisada na parte elétrica, uma boa regulagem e já dá pra brincar.

LeandroP
Moderador
# abr/18 · Editado por: LeandroP
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Os caras fazem um braço com uma dimensão, instalam ponte com outra dimensão. As cordas das extremidades escapam do braço. Pra se ter uma ideia, eu ganhei de presente de um amigo uma Tagima que o braço foi desenhado pra um espaçamento de 10,5mm entre cordas e a ponte instalada era com espaçamento de 11,2mm entre cordas.

Eu fui obrigado a confeccionar uma ponte com espaçamento de 10,5mm entre cordas e com espaçamento de fixação do corpo de 11,2mm, pra não ter que tampar os furos e fazer outros. Isso porque sou canhoto e não encontro ponte de nenhum jeito, a não ser que eu troque seis por meia-dúzia. Terei que refazer a pestana, subindo a mizinha em 1mm também :/

Até a parte elétrica veio errada, onde nenhum dos dois controles de tonalidade atuavam sobre o potenciômetro da ponte (absurdo!). Eu tive que refazer a ligação porca, e eu nem sou um especialista nisso. A minha sorte é que aprendi a me virar neste contexto. Do contrário, só em reparos a minha guitarra custaria o mesmo que uma custom, sem chegar perto da qualidade associada a este tipo de guitarra.

JulianoF.
Membro Novato
# abr/18
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LeandroP
Até a parte elétrica veio errada, onde nenhum dos dois controles de tonalidade atuavam sobre o potenciômetro da ponte (absurdo!).

Vou comentar apenas sobre isso, pois não tenho conhecimento de causa sobre o resto.
Mas a ligação clássica das Stratos (Fender originais) é assim.
Os controles de tone não atuam sobre o captador da ponte. É master volume, middle tone, neck tone.

Então, provavelmente isso não foi um "erro" e sim uma escolha se manter fiel as stratos vintage.

Dsbguitar
Membro Novato
# abr/18
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Dsbguitar
Realmente as primeiras tagimas eram muito melhores que as atuais.
Agora, em relação à menphis mg 32, pelo menos a que peguei nesse rolo (posso ter tido sorte, esses instrumentos da China são assim mesmo, você pode ter a sorte de pegar um instrumento bem feito, ou ter o azar de pegar um pau podre com cordas), se fizer um upgrade, dá pra ter um instrumento decente. Mas, repetindo, pode ter sido sorte minha.
O pessoal bota as sx lá em cima, no meu caso não vi diferença, as duas com um upgrade são instrumentos decentes.

O problema é que há pouco tempo atrás não saia caro fazer um upgrade numa guitarra, hoje sai muito caro, mesmo comprando captadores mais em conta (como Malagoli ou Sérgio Rosar p ex), e ainda tem os outros componentes.

Como eu peguei a guitarra mais uma volta, não vai sair tão cara fazer o upgrade, mas se fosse pra comprar a guitarra na loja e depois fazer, atualmente não sei se valeria a pena. A não ser no caso do cara que está sem grana e vai fazer as coisas aos poucos, uma de cada vez.

Lelo Mig
Membro
# abr/18 · Editado por: Lelo Mig
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LeandroP

"A Tagima foi boa nos anos 90. "

Até essa época a Tagima era praticamente uma guitarra de luthier, feitas pelo Seizi...depois fudeu!

Buja
Veterano
# abr/18 · Editado por: Buja
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Nunca tive uma menphis. Isso por que nunca antes havia visto uma que fosse boa. Todas ruins.

Mas a safra atual me surpreendeu demais da conta. Quase comprei uma.
Tirei até foto dela na loja.

http://williamdeveloper.com.br/imgshare/menphis/menphis1.jpg
http://williamdeveloper.com.br/imgshare/menphis/menphis2.jpg

Elas estão com uma bom madeiramento, o hardware achei razoavel. Nao desafinou na hora nao. Fez somd e strato e a pintura ta otima.
Tambem gostei desse red fiesta, escudo em mint green e capinhas aged (coisa rarissima de se achar em guitarras de 500 conto), o braço achei confirtavel (meio grosso mas eu gostei), e pegada boa.

A unica coisa mesmo que desafina é o headstockão escrito menphis. Fora isso é uma guitarra que recomendo. As safras novas.

Dsbguitar
Membro Novato
# abr/18
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Então Buja, o que você disse foi exatamente o que constatei, como eu disse, não sei sobre as antigas, mas as atuais são guitarras com excelente custo benefício.

Paulo Heineken
Veterano
# abr/18
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LeandroP
Tive uma 635T br

e realmente, achei uma droga...

LeandroP
Moderador
# abr/18
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Entendi, JulianoF.. Não sabia disso.

Eu gosto muito do timbre da ponte com o tone fechado e um bom drive. Achei muito estranho, mas não tinha conhecimento deste esquema antigo. Valeu ;)

Lelo Mig

Exatamente! Eram feitas por ele mesmo. Certa vez levei a minha guitarra na fábrica e encontrei com ele lá. Claro que não perderia a oportunidade de mostrar pra ele. Cara, apesar de quem ter o prejuízo ser eu, notei no rosto dele a frustração de ver um instrumento com falhas na construção. Fiquei com pena dele, de verdade!

Paulo Heineken

Só se for custom, e mesmo assim eu tenho as minhas reservas.

Ismah
Veterano
# abr/18
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Essa velha discussão...

Drinho
Veterano
# abr/18
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Dsbguitar

nunca toquei velho, mas deve funcionar mesmo.... eventualmente eu vejo o pessoal metendo o pau nessas guitarras baratas, mas de todas que eu toquei nos ultimos anos sem exceção independente da marca estavam bem satisfatorias....

não sei se foi sorte ou se de fato não se faz mais guitarra tosca....

JJJ
Veterano
# abr/18 · Editado por: JJJ
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Drinho
não se faz mais guitarra tosca...

Pelo menos não tão toscas como antigamente é fato. O corte é todo automatizado, então é mais difícil ter problema de alinhamento e medidas erradas (geralmente se der um pau qualquer na hora da fabricação e ninguém perceber no fim da linha...). A pintura e acabamento de corpo e braço, assim como colocação de trastes deve ser robotizado ou, no mínimo, bastante automatizado e padronizado, mesmo nas fabriquetas mais simples.

No fim, a diferença fica mais é na qualidade das madeiras, das ferragens, dos captadores, potenciômetros, partes plásticas... ou seja: no que pode ser trocado (exceto a madeira, claro). Por isso muita gente hoje pega uma guitarrinha mais ou menos, vai trocando tudo que pode, regula (ou manda regular) e pronto: acaba com uma guitarra bacana.

Agora, dito tudo isso... ainda existem casos de erros estruturais... as cordas muito próximas à borda do braço (como o LeandroP falou), braços torcidos (por conta de madeira verde e/ou ruim), desalinhamentos, etc. Por isso que o ideal mesmo é testar a guitarra na loja antes de comprar. O problema é que isso está se tornando cada vez mais difícil, com o aumento das compras via web e o consequente esvaziamento das lojas físicas...

JulianoF.
Membro Novato
# abr/18
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Drinho
se de fato não se faz mais guitarra tosca....

Pra quem tocou em Jeniffer e Insbruck, Memphis é coisa fina.
A qualidade dos instrumentos de entrada melhorou absurdamente nos ultimos 30 anos. E vem melhorando. As Squier Bullet de hoje são bem melhores que as do inicio dos anos 2000, por exemplo.

Acho que cada vez menos, se faz guitarra tosca, ainda bem.

Buja
Veterano
# abr/18
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Pra quem tocou em Jeniffer e Insbruck, Memphis é coisa fina.
Disse tudo. Eu comecei com a Jennifer. Era um cabo de vassoura e uma pedaço de tabua, com cordas.

Felipe Stathopoulos
Membro Novato
# abr/18
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Kkkkkk, e pra quem começou de Tonante, o que é a Memphis? :)

Buja
Veterano
# abr/18
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Felipe Stathopoulos
o que é a Memphis? :)

Pra mim, a 15 anos atras, era uma stratocaster premium produzida nos estados unidos, no estado de Memphis.
O mesmo vale para instrumentos Austin.

Beto Guitar Player
Veterano
# abr/18
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Buja

Pra mim, a 15 anos atras, era uma stratocaster premium produzida nos estados unidos, no estado de Memphis.
O mesmo vale para instrumentos Austin.


Seguindo essa linha de raciocínio, minha primeira guitarra valia ouro (Golden)
kkkkkkkkkkkkk

maspn
Veterano
# abr/18
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eu hein,
várias lojas de músicas fechando, daqui um tempo ter uma memphis vai ser top.
faz tempo que não vejo as jacksons, de vez umas ibanez de lado....

Ismah
Veterano
# abr/18
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JJJ

Só que esses problemas, são do controle de qualidade... Talvez, o único que ainda seja humano na maioria das fábricas...

Wade
Membro Novato
# abr/18
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O engraçado era ver as discussões intermináveis há uns anos atrás de Dolphin x Shelter x SX x Strinberg. Nego quebrando o pau sendo que as guitarras eram basicamente clones umas das outras, provavelmente fabricadas na mesma mesa pelo mesmo china e a diferença era o formato do headstock haha.

Hoje parece que o pessoal caiu mais na real.

Um instrumento de entrada hoje em dia, depois de uma regulagem geral, fica absolutamente decente e com algumas trocas de hardware vão até pra nível profissional, ficando a cargo apenas de conforto/prestígio da marca, que são subjetivos.

Eu não peguei a era dos pau de corda. Quando comecei a tocar, Tonante já era lenda. Mas ainda peguei uma época em que guitarra de 400 conto em lojinha fuleira era uma verdadeira porcaria. Minha MG32 era quase intocável, tanto na questão de tocabilidade quanto de sonoridade.

renatocaster
Moderador
# abr/18
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Essas guitarras mais baratas da atualidade melhoraram muito, mas muito mesmo, em termos de construção. Some isso ao fato de termos simuladores e efeitos também assustadoramente bons e acessíveis. O resultado final é um timbre decente com um equipamento modesto.

Anos 90 quando comecei a tocar eram aquelas combinações podreiras de Jennifer, Golden e similares + Zoom 505 + amplificador multiuso. Hoje em dia tu arruma uma interface USB dessas mais simplonas mesmo, instala um Guitar Rig ou Amplitube da vida, pluga sua Memphins ou similar da vida, e voalá...tira um som maneiro. Ou, se não quiser ficar "preso" a uma guitarra plugada num computador, é só comprar um desses amps "X-tudo" que já vem com a porra toda embutida. Just plug and play...

Enfim, hoje em dia os equipamentos mais baratos são mais honestos, mais acessíveis, e com muitos mais features, uma série de facilidades, já tem quase tudo presetado. Basicamente vc faz ajustes aqui e ali.

Wade
Membro Novato
# abr/18
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renatocaster
+ Zoom 505 + amplificador multiuso.

Ah, isso ainda vivi. E muito.

Meu pai é músico (voz e violão), então lá em casa já tinha umas parafernalha de som. Tinha um Ciclotron e uma 505II rondando por lá e peguei pra mim quando ganhei a primeira guitarra.

O som era simplesmente horrendo. A modulação da 505 ainda é aproveitável, mas as distorções eram de doer a alma. E pra um garoto juvenil aprendendo a tocar guitarra, distorção é só o que interessa.

Um belo dia, por preguiça de ligar o equipamento todo, pluguei a guitarra direto na entrada de mic de um toca discos que tinha na sala e colocava o volume no talo (mesmo, topado no máximo). As caixas já velhas não aguentavam o tranco e o que eu ganhei foi uma distorção foda pra caralho e orgânica. Do nada e sem querer eu consegui o som que eu ouvia nos meus discos preferidos. Quase gozei. Bons tempos...

Daí alguém me passou um CDcom o Guitar Rig 2 e aí fodeu. Já comecei a me meter a gravar música e não parei mais.

É muito bom aprender as coisas na marra e no tranco, mas melhor ainda é ter as facilidades que a tecnologia proporciona hoje por uma merreca. Começar a tocar hoje deve ser muito bom.

Drinho
Veterano
# abr/18
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é talvez seja isso ....

mnha referencia de guitarra tosca é tonante....


nesse sentido memphis é como se fosse um Audi R8

renatocaster
Moderador
# abr/18
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Wade

pluguei a guitarra direto na entrada de mic de um toca discos que tinha na sala e colocava o volume no talo (mesmo, topado no máximo). As caixas já velhas não aguentavam o tranco e o que eu ganhei foi uma distorção foda pra caralho e orgânica.

Hahaha, lembrei de um ampzinho tosco que eu tinha aqui. Tempos depois eu consegui comprar um amp um pouco melhor e passei esse para um amigo que tbm tocava. Ele perguntou: "essa caixa tem distorção?" Daí, eu respondi: "Tem sim, é só vc colocar o volume do 4 para cima que a distorção vem que é uma beleza."

JulianoF.
Membro Novato
# abr/18
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Tonante, Jeniffer, Insbruck, era tudo no mesmo nivel.
Golden já era bem melhor.

Tive um Jeniffer "strato", depois troquei por uma Golden Les Paul. A diferença foi brutal, a Golden até afinar, afinava.
Tudo ligado num Ciclotron com pedal Heavy Metal Chorus, obviamente.

Então, sim, Memphis é luxo. A guitarrinha é bacana e tem um preço acessivel. É perfeita? Não. Precisa ser? Não.

Dsbguitar
Membro Novato
# abr/18 · Editado por: Dsbguitar
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Eu peguei essa época aí das tonantes e jennifers da vida, minha primeira guitarra foi uma jennifer, um lixo...kkkkk...

Na minha cidade, quem tinha uma giannini stratosonic tinha uma fender, quem tinha golden les paul tinha uma gibson...

Eu ia sempre à casa de um amigo que tinha uma golden dessas só pra ficar admirando a guitarra do cara...

Sou do interior do Rio e na década de 80, quando comecei, havia duas lojas de instrumento apenas aqui e só se achava tonante, jennifer, giannini e golden, porém giannini e o golden custavam muito caro, só "rico" comprava delas...kkkkk, como sou filho de funcionário público e professora, sem chances... kkkk... minha mãe me deu a jennifer quando eu tinha uns doze anos depois de muita insistência minha, aí ela disse apontando pra uma golden les paul - "Uma daquelas só quando você trabalhar pra comprar, então toma vergonha na Cara e vê se estuda pra ter condições de ter uma dessas no futuro".

Minha sorte foi que ela mudou de idéia, e quando tinha quinze anos ela me ajudou a comprar uma ibanez, tive que vender bicicleta, prancha, vídeo game e um monte coisas e o dinheiro não dava, aí ela inteirou e meu foi comigo até ao Rio de Janeiro pra comprar, já que na minha cidade não tínhamos acesso a instrumentos importados. Foi uma RG 450 coreana.

Era osso naquela época, não era fácil de se ter bons instrumentos e a informação não era de fácil acesso como hoje.

Buja
Veterano
# abr/18
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Essas historias de batalha sao muito legais.
Passei por isso tambem, de uma forma ou de outra.

Lembro até hoje de um baixo condor vermelho sangue que vi numa loja, a 450 reais na epoca...3 vezes o meu salario.
Era um baixo que nunca mais eu vi, corpo pequeno, arredondado, com apenas um cap humbucker, como se fosse uma copia de music man so que sem o escudo, estilop bongo. Lindo o baixo.
Eu babei, sonhei, chorei, e juro que nunca mais vi aquele baixo na vida.

Se hoje ele aparecesse na minha frente, eu venderia o que tivesse e comprava, so pra satisfazer o sonho que tive na epoca.

Sei que nao deve prestar nada hoje, mas aquela marca ficou encrustada em mim, uma gas insana que tive e por condicoes financeiras nao dei pra levar.
Eu era uma moleke de 15 anos!

JulianoF.
Membro Novato
# abr/18
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Buja
Essas historias de batalha sao muito legais.
Quem nunca fez gig com Golden ligada em pedal Chorus heavy metal e Ciclotron, com o amp apoiado em caixa de cerveja de plástico? (Normalmente brahma, antarctica era raro).
Isso sim é timbre!

Falando sério, acho que muito iniciante hoje não tem muita noção de como era antigamente. Comprar aquelas revistinhas de banca, com cifras erradas para tirar música forçava o cara a melhorar o ouvido, pq ou tocava errado ou aprendia na marra. E claro, rolava uma troca de informação bacana, sempre que eu via algum camarada tocando algo errado, eu tentava ajudar, e vice versa.

Hoje em dia, praticamente todas as músicas do mundo estão tablaturadas, e os timbres estão melhores, e mais baratos.

Dá vontade de tocar. Não tem mais desculpa, é só fazer música.

Buja
Veterano
# abr/18
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JulianoF.
Falando sério, acho que muito iniciante hoje não tem muita noção de como era antigamente. Comprar aquelas revistinhas de banca, com cifras erradas para tirar música forçava o cara a melhorar o ouvido, pq ou tocava errado ou aprendia na marra. E claro, rolava uma troca de informação bacana, sempre que eu via algum camarada tocando algo errado, eu tentava ajudar, e vice versa.

Acho que eu até sinto falta dessa epoca.
Aprendi Californication assim
Aprendi a tocar a intro de Stairway to heaven assim, nem nunca ter ouvido falar de led zepellin.
Aprendi Nothing else matters assim, achando que metallica era o rock do satanas.
Aprendi a tocar pra ser sincero do engenheiros assim, so pra conquistar a menina do primeiro ano que eu era doido com ela. Tambem aprendi garotos do lenny.
Aprendi a tocar a intro de Fear of the dark assim, com amigos me ensinando, e eu achando que iron maiden era banda do porão do rato de satanas. kkkkk
Epoca boa essa.

Sinto saudades.
Hoje nao acho mais graça em abrir app pra ficar tirando musica de guitar pro.
Continuo amando guitarra, mas nao amo tanto mais pra ela pra tirar musica nova.

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