Por que raramente vejo usarem capotraste em guitarra elétrica?

    Autor Mensagem
    Peter_MusicoIniciante
    Membro Novato
    # abr/16


    No violão é bem comum, mas na guitarra eu quase não vejo.

    Por que?

    Pergunta boba de iniciante rs

    Leonardo Braga
    Veterano
    # abr/16
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    Porque guitarristas usam muita pestana e em ritimos como rock não se usa muito cordas soltas, mas existe sim muitos guitarristas que usam capotraste só procurar

    Luis A.
    Membro Novato
    # abr/16
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    Peter_MusicoIniciante



    marcelosz
    Membro Novato
    # abr/16
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    Peter_MusicoIniciante
    Veja isso aqui:



    Nesse caso o cara afinou a guitarra em Bb, então pra subir meio tom ou mais (sem ter que afinar mais alto e transformar o braço da guitarra num berimbau), ele usa um capo.

    sebber
    Veterano
    # abr/16
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    Peter_MusicoIniciante

    Parceiro, acho que vai do estilo, então talvez os que você está observando não tenham tanto.

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    marcelosz

    Eu faço isso. Afino em Standart D, e uso um capo para oscilar entre Standart Eb, E, e alguns casos F, G, e G#.


    Peter_MusicoIniciante

    O sebber te deu a letra. O rock/metal de modo geral se construiu sobre acordes com pestana, e não acordes abertos, como o country e o folk americano.

    Na prática a única utilidade do capotraste, é para acordes abertos, e solos com cordas "soltas", o resto dá para se virar na pestana. Pois o um instrumento com o capo, ou sem, terá as notas/acordes com pestana no mesmo lugar ao longo do braço, e apenas as cordas soltas são afetadas, como se houvesse uma pestana permanente numa determinada casa, assim, acordes soltos, soam deslocados acima.

    No violão, onde os acordes abertos são mais comuns, a transposição rápida para cima, é útil.
    Por exemplo, a música "Ainda ontem chorei de saudade" é em C, um tom muito grave para eu (tentar) cantar a primeira voz, dentro da região de conforto. Para manter a sonoridade, não forçar a voz, um capo na primeira casa resolve (jogando a música para C#) ou na segunda casa (jogando a música para D).

    vintagentleman
    Veterano
    # abr/16
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    Peter_MusicoIniciante

    Tem músicas chatinhas para tirar porque os acordes são difíceis. A mecânica da mão formando o acorde. Às vezes, com capotraste dá para tocar o acorde de um jeito mais acessível, sem precisar se esticar tanto.
    Para mim é a maior utilidade.

    sebber
    Veterano
    # abr/16
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    É um acessório que eu gosto muito para estudo e execução.

    vintagentleman
    Às vezes, com capotraste dá para tocar o acorde de um jeito mais acessível

    Precisamente, facilita e dá uma visão diferente da lógica dos acordes.

    Um exemplo, o primeiro verso de Bohemian Rhapsody do Queen:

    Sem capo: Bb Gm Cm F
    Capo na 3ª: G Em Am D (as posições dos acordes, os sons continuam iguais aos originais)

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    sebber

    Não consigo ver assim... Pra mim ainda vai continuar sendo Bb, Gm, Cm e F.

    sandroguiraldo
    Veterano
    # abr/16
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    (as posições dos acordes, os sons continuam iguais aos originais)

    a tonalidade continua igual mas a sonoridade é diferente.

    Uma abertura de G (independente do tom) é (normalmente) mais agradável de se ouvir que uma abertura de A

    Procure por CAGED ou Sistema 5 no Goggle...

    salton
    Veterano
    # abr/16
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    Tem também muita gente que só tem capotraste pra violão, cuja mola tem uma tensão muito forte, desafinando a guitarra. É o meu caso, mas eu uso na guitarra igual, usando a "rosquinha" pra deixar na tensão certa. É uma das melhores invenções heheheh

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # abr/16
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    Pra quem usa open tuning, capo é absolutamente essencial. Seja na guitarra ou no violão.

    Del-Rei
    Veterano
    # abr/16
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    Pô, vocês precisam ir ao show da minha banda então... rsrs...

    Um aceno de longe!!!

    sandroguiraldo
    Veterano
    # abr/16
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    Não gosto de usar na guitarra, mas uso muito no violão.

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    sandroguiraldo
    Uma abertura de G (independente do tom) é (normalmente) mais agradável de se ouvir que uma abertura de A

    Porque é um power chord a dissonância da IIIM/IIIm não existe.

    salton
    Tem também muita gente que só tem capotraste pra violão, cuja mola tem uma tensão muito forte, desafinando a guitarra.

    É só usar bem sobre o traste que esse problema some, eu uso um NZaganin sem esse recurso, e a diferença é bem pouco - e por um erro no nut que eu construí, e só me toquei depois, aí não vale a pena mexer agora.

    Existe também a questão que ninguém quase observa: curvatura! Normalmente capos ditos "pra violão" são para a escala plana do violão de nylon, e não para os que seguem escala curva, como em guitarra.

    BrotherCrow

    Por causa de cordas soltas?

    vintagentleman
    Veterano
    # abr/16 · Editado por: vintagentleman
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    Galera,

    Sem contar a praticidade do capo para subir o tom. Pessoalmente gosto para subir até um tom e meio. A afinação ainda fica fidedigna à obtida esticando as cordas (um tom e meio já não dá para esticar uma mizinha por exemplo).

    Mais que isso com o capo, vai dar muita diferença na nota. Podem testar com o afinador digital...

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # abr/16
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    Ismah
    Porque é um power chord a dissonância da IIIM/IIIm não existe.
    Acho que ele se referiu ao fato de um acorde no formato de G soar melhor que o acorde no formato de A... em parte por ter a raiz na sexta corda ao invés da quinta. Não entendi o que você quis dizer com power chords!

    Por causa de cordas soltas?
    Bom, corda solta SEMPRE vai ser o motivo primordial pra usar capo, né? Mas no caso específico das afinações abertas, a tendência é você tocar no tom da afinação (open G pra tocar em G, open D pra tocar em D...). Se eu estou numa afinação em open G e a música é em A, vou colocar capo na segunda casa, porque numa afinação open G é bem difícil tocar qualquer coisa que não seja em G.

    Além disso, as afinações abertas mais comuns são aquelas em que você afrouxa as cordas pra chegar ao acorde. Apertar as cordas geraria um monte de problemas (intonação, cordas arrebentando, neck relief, etc). Alguns acordes são difíceis de atingir assim. Por isso, em vez de afinar a guitarra em, digamos, open A (que seria com os intervalos de open G, mas dois semitons acima, ou seja, EC#AEAE, forçando bastante a resistência do braço e das cordas), você afina em open G e coloca o capo.

    Inclusive o Albert Collins, que citaram ali em cima, usa uma afinação aberta bem incomum: open Fm!

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    BrotherCrow
    Não entendi o que você quis dizer com power chords!

    Temos a terça na 5ª corda, enquanto nas primas soa G D G = G5numa afinação open G é bem difícil tocar qualquer coisa que não seja em G

    numa afinação open G é bem difícil tocar qualquer coisa que não seja em G

    Bem, talvez seja numa visão primária.
    A viola em Cebolão é aberta, geralmente em D ou E, e se faz acordes fora desses tons normalmente. Keith Richards (Rolling Stones) afina em open G, com 5 cordas (G D G B D), e toca diversos tons... Óbvio, as posições são completamente diferentes de uma afinação standart em todos os casos, e pestanas são mais complexas.
    O lap steel, que realmente tem motivos para ser aberto no tom da música, pois os acordes serão sempre barra fixa.

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # abr/16 · Editado por: BrotherCrow
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    Ismah
    Temos a terça na 5ª corda, enquanto nas primas soa G D G = G5
    Ah, ok! É que quando eu faço o G eu normalmente deixo a segunda corda solta, aí eu tenho B na segunda corda. Mas do jeito que vc falou até faz sentido. Apesar de eu não achar que isso faria o acorde soar melhor.

    Bem, talvez seja numa visão primária.
    A viola em Cebolão é aberta, geralmente em D ou E, e se faz acordes fora desses tons normalmente. Keith Richards (Rolling Stones) afina em open G, com 5 cordas (G D G B D), e toca diversos tons...


    Bom, eu tenho uma experiência considerável com afinações abertas. Não toco viola, mas toco cavaquinho, que é basicamente open G. Realmente, você toca qualquer tom no cavaquinho sem mudar a afinação. Também uso ocasionalmente afinações abertas no ukulele e no cuatro venezolano.

    Mas se formos falar especificamente de guitarra, as técnicas que normalmente são mais associadas com a afinação aberta meio que te prendem ao tom da afinação sim. Vou colocar três das técnicas que eu mais vejo:
    1) slide: essa é bem óbvia. Acho que é o que a maioria dos guitarristas elétricos tem em mente quando pega uma afinação aberta. Para o slide, se aplica o que você mesmo disse sobre o lap steel: muitos acordes serão feitos com o slide, como uma "pestanona", e as cordas soltas são essenciais pra você ter um "chão" pra se guiar;

    2) segurar um acorde nas cordas soltas enquanto faz uma melodia em uma corda só: isso é bem comum em alguns psych-folk e indies moderninhos. Até dá pra fazer sem usar cordas soltas (o acorde com um dedo e a melodia com os outros três), mas limita bastante;

    3) bater o acorde nas cordas soltas enquanto adiciona extensões ao acorde mais adiante no braço: Nick Drake era mestre nisso. Assim como a anterior, dá pra fazer o acorde com um dedo e as extensões com os outros três... o que, por sinal, o Keith Richards faz o tempo todo! Ele faz uma pestana com o indicador, aí joga a quarta com o dedo médio e a sexta com o anelar. Sem exagero, isso deve aparecer em metade das músicas dos Stones. O riff de Start Me Up é basicamente isso.

    A propósito, você citou o Keith Richards como exemplo e provavelmente não se deu conta de que ele usa MUITO capo o tempo inteiro... justamente por esses motivos que eu citei.

    (P.S.: editei porque eu ia colocar links pra exemplos dessas técnicas, mas aí lembrei que o tópico é sobre capo e não sobre open tuning)

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    As três técnicas passam, um bom tanto longe do que eu escuto, e que usa essas afinações, inclusive Stones kkkk

    Mas mesmo mesmo, eu não sou grande fã da banda. Mas do pouco que vi ele só usa capo em algumas situações, tocando na pestana direto. Prometo buscar mais sobre.

    Ainda do Keith é um dos últimos selvagens pra mim... Inclusive ele usa o capo e não reafina, as vezes que vi (não sou muito fã) ele põe o capo e sai tocando. Dizem alguns que também não usa afinador, e afina no ouvido com o resto da banda, por isso algumas variações de A3 em 440, 438, 444, 442 ao longo da história...

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # abr/16
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    Ismah
    As três técnicas passam, um bom tanto longe do que eu escuto, e que usa essas afinações
    Você gosta de hard farofa, né? Ouve o Heartbreak Station do Cinderella, tem um pouco de tudo isso que eu falei.

    Mas mesmo mesmo, eu não sou grande fã da banda. Mas do pouco que vi ele só usa capo em algumas situações, tocando na pestana direto. Prometo buscar mais sobre.
    Claro que ele usa muita pestana. Não ia ficar só segurando um acorde, né? Hehe... mas sério, tem vezes que ele tá com dois capos na guitarra ao mesmo tempo! E esse shuffle com as extensões é marca registrada dele. Mesmo que você não entenda de Stones, é só lembrar dos riffs de Start Me Up e de Gimme Shelter pra saber do que eu estou falando.

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    Hard farofa foi novidade kkk Mas é por aí...
    Do Cinderella... se for a música abaixo, não identifiquei o que tu falou. Vou olhar de novo, mas parece que as técnicas ou são sútis a ponto de eu nem considerar uma "técnica"... Como o Em soando nas cordas soltas, e a passagem queda nos baixos, ou o Em ou G em cordas como ghost chord de passagem...

    https://www.youtube.com/watch?v=Uuegke22rdA

    é só lembrar dos riffs de Start Me Up e de Gimme Shelter pra saber do que eu estou falando

    Cara eu estudo o Keith, porque ele tem um jeito peculiar de tocar, e uma personalidade no instrumento. Fora isso, tive de ir procurar no u2b as músicas.

    Claro que ele usa muita pestana. Não ia ficar só segurando um acorde, né?

    Violeiros discordaram, já que acordes nem sempre exigem pestana, mesmo com afinação aberta...

    Um pouco off...

    Isso é uma visão de blues e rock (setentista principalmente), que parte geralmente do shape de E ou de A em Standart E - nem certo nem errado, apenas é uma caraterística... Mas no geral, sem dúvida dá mais peso, ou opções pensar acordes (power chords) de 4 cordas em Standart E, e acordes (power chords) de 5 cordas em Drop D, partindo do shape de D... Ou em casos de

    Por exemplo Edge of a broken heart da Vixen e/ou Richard Marks (não tenho certeza), o refrão é Bb5 F/A (A F A) Eb, e Depois do solo, sobe um tom, se executar da primeira ou segunda forma, já que fica na mesma oitava. A diferença está que tenho mais sustain com cordas longas, e mais graves, e um timbre... Sem falar que está mais próximo para a execução dos riff's...


    Bb5 F/A Eb5 OU Bb5 F/A Eb5
    e----------------------------------
    B------------------------------4---
    G-----------8--------3----2----3---
    D-9----7----6--------1----3----3---
    A-8----8----6--------1----0--------
    E-6----5---(6)-----------(1)-------


    BrotherCrow
    Membro Novato
    # abr/16
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    Ismah
    Do Cinderella... se for a música abaixo, não identifiquei o que tu falou.
    Eu estava falando do álbum Heartbreak Station como um todo, e não só da faixa título. A primeira música já abre com um riffzão de slide! Melhor disco deles disparado.

    Violeiros discordaram, já que acordes nem sempre exigem pestana, mesmo com afinação aberta...
    Como eu disse antes: estou falando de guitarra, não de viola. E claro, nem todos os acordes serão pestana. Aliás, dos acordes menores, a tendência é não ser mesmo. Mas o que você parece não estar entendendo é que, se você usa uma afinação aberta, é muito mais fácil botar um capo pra mudar de tom do que desperdiçar as cordas soltas. Claro que dá pra tocar sem capo... mas pra quê ter todo esse trabalho? Só por teimosia mesmo?

    Cara eu estudo o Keith, porque ele tem um jeito peculiar de tocar, e uma personalidade no instrumento. Fora isso, tive de ir procurar no u2b as músicas.
    Você estuda ele sem ouvir as músicas? Como faz isso?

    Ismah
    Veterano
    # abr/16
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    BrotherCrow
    Você estuda ele sem ouvir as músicas? Como faz isso?

    Lembro-lhe que eu sou técnico, eu preciso entender de equipamento, e se arranhar uns acordes e riff's já basta.

    estou falando de guitarra, não de viola

    Mas e qual a diferença, acordes são formados igualmente, e a viola é mais comum com afinação aberta.

    Peter_MusicoIniciante
    Membro Novato
    # abr/16
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    Eu gosto de usar o Capo pela som bonito que fica, e por exemplo confesso que já aconteceu de pedirem para eu tocar uma música que era em Cm, usei o capo para facilitar, usando as formas do tom de Am.

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # abr/16
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    Ismah
    Mas e qual a diferença, acordes são formados igualmente, e a viola é mais comum com afinação aberta.
    Os acordes são formados igualmente em todos os instrumentos. Isso não quer dizer nada. A diferença é que cada instrumento tem um approach diferente. Por exemplo, baixo é EADG, e nem por isso você toca ele como se fosse uma guitarra com duas cordas a menos. Você até pode fazer isso, mas vai ficar uma merda.

    Pô, quando eu estava trabalhando na Venezuela fui passear numa praça em Caracas e tinha uma galera tocando cuatro (o instrumento típico de lá). Perguntei pra eles o que era aquilo, qual a afinação e tal... como a afinação era reentrante e tinha os mesmos intervalos do ukulele, peguei o cuatro e toquei como se fosse uke. O pessoal até achou legal, mas me explicou que não é assim que se toca cuatro. Um tiozão começou a tocar uma música folclórica deles e SENTOU A MÃO. A diferença no som era brutal, e no mesmo instante você percebia que aquele era o jeito certo de tirar o máximo do instrumento.

    Aí tu vai me perguntar qual é a diferença entre viola na afinação cebolão e um violão de afinação aberta? Cara, isso devia ser óbvio. Mas também não é o tema do tópico.

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