Review: Fender Classic Series Baja Telecaster

    Autor Mensagem
    erico.ascencao
    Veterano
    # set/15


    Mais um reviewzinho, desta vez da tábua de bater carne com cordas.

    Equipamentos de referência para comparação:
    - Vintage V52
    - Fender American Standard Stratocaster
    - Fender GC-1 Stratocaster

    Recursos:
    Corpo em ash com pintura translúcida, braço em maple com formato soft V, escala em maple, captadores Fender Custom Shop Twisted Tele e Vintage-Style, tarraxas estilo vintage, circuito com opção de ligação dos captadores em série e defasados e bag Fender Deluxe Gig Bag.

    Som:
    Surpreendeu absurdamente as minhas expectativas. Eu enxergava a Telecaster como uma guitarra “reserva” para Stratocaster, com aplicações mais específicas. Minha principal expectativa era ter um som de captador da ponte bem estridente e estalado, mas me deparei com um som mais encorpado e sem perder a ponta de agudos, tornando o captador da ponte da minha strato chatíssimo de se ouvir. A combinação de ponte e braço soa muito bonita e, quando ativado o botão de defasagem (pressionando um botão dentro do potenciômetro de volume), chega-se ao timbre da posição ponte-meio das stratos. O captador do braço tem um brilho muito legal que o diferencia significativamente do captador do braço das Stratocaster. Por fim, a quarta opção da chave seletora é a combinação dos singles em série, dando um som muito próximo ao de um humbucker no braço. O som da posição 4 com o botão de defasagem ativado fica bem esquisitão, bem magrelo. No geral, os captadores não embolam com overdrives mais fortes, mas com distorção eles peidam um pouco (também né, não é a praia destes tipos de captadores). Sem pestanejar, timbre nota 10.
    Nota: 10.

    Ação, ajuste e acabamento:
    Comprei esta guitarra com um destes importadores do Mercado Livre. Não sei se o cara mexeu na guitarra, mas o fato é que ela estava pronta pra tocar: ação na medida certa e sem trastejamentos, oitavas reguladas. O acabamento das Telecaster são, via de regra, simples. Entretanto, a pintura translúcida deste modelo se destaca. O maple do braço é muito bonito e tem veios semelhantes ao da Fender American Standard Stratocaster. Via de regra, ao olhar para esta Telecaster você não diria que se trata de uma mexicana até ver o MX no número de série. O único estranhamento que tive foi, ao retirar os pinos da correia para instalar os pinos dos strap locks, constatar que a espessura da pintura e do verniz é de uns 2 mm – o que eu achei muito.
    Nota: 9,0.

    Confiabilidade e durabilidade:
    Por sua construção simples, a Telecaster me parece uma guitarra extremamente robusta. O que me chamou a atenção em especial foi a firmeza e precisão das tarraxas. O sistema de defasagem dos captadores é um botão que fica dentro do potenciômetro de volume, ou seja, um mecanismo um pouco exótico e que talvez tenha uma difícil reposição. No mais, é uma tábua de bater carne com cordas que deve durar uma eternidade.
    Nota: 9,5.

    Impressão geral:
    A compra desta guitarra foi um dos melhores negócios que eu já fiz. Querendo ter de volta um som de Telecaster no set, como quando tinha a Vintage V52, procurei por alguns modelos que remetiam à vibe das primeiras teles. Squier Classic Vibe 50’s Telecaster e Fender FSR Standard Telecaster eram as candidatas, mas aí descobri esta Fender Classic Series Baja Telecaster com captadores Fender por um pouco a mais que a FSR, aí não resisti. Como já comentei a cima, se você não olhar no número de série, a sensação é de estar com uma guitarra norte-americana, tanto pelo padrão construtivo quanto pela qualidade sonora. Devido aos recursos do botão de defasagem e da 4ª posição da chave seletora, esta guitarra é uma máquina de timbres vintage, o que me fez repensar na aplicabilidade desta guitarra em várias músicas do meu repertório. Enfim, tenho gostado mais de tocar com a tele do que com a strato. Se você está procurando uma teleaster na faixa dos R$4k, vá direto e reto nesta daqui que é um ótimo negócio.
    Nota: 9,5.

    E pra finalizar, a ibagem.

    Buja
    Veterano
    # set/15
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    erico.ascencao
    Linda tele amigao. Parabens. Estou pesquisando bastante sobre umnas teles, entre fenders american, a propria classic vibe (que ta me chamando muita atencao), a ovelha negra nash t52 e vi tambem essa fender baja. Ela nao me chamou tanto a atencao assim nos specs, mas seu review me ajudou a olhar com um senso mais favoravel pra ela.

    Nada como alguem que pegou na bicha e tocou e veio falar, do que um video no youtube que é sempre muito parcial nas comparações.


    desta vez da tábua de bater carne com cordas.
    kkkk talvez seja por isso que essas porcarias de guitarra vem me chamando tanto a atencao nessa fase da minha vida. É um pedaço de tabua reto, dura de tirar som, braco com raio pequeno, guitarra de macho. Ja que sempre toquei guitarrinhas maciinhas, 24 trastes, com humbuckers de saida alta, tudo uma manteiga, acho que perdi a graça da facilidade hehe.

    erico.ascencao
    Veterano
    # set/15
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    Buja
    É um pedaço de tabua reto, dura de tirar som

    Nesta parte eu discordo. Com esta guitarra, é facinho facinho tirar diversos sons legais.

    Jeferson.Gomes
    Membro Novato
    # set/15
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    erico.ascencao
    Parabéns velho, não conheci esta linha.

    Hammer
    Veterano
    # out/15
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    achei bem bacana este video comparativo.

    erico.ascencao
    Veterano
    # out/15
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    Hammer

    Putz, acho que este foi um dos que eu vi antes de decidir pela compra.

    erico.ascencao
    Veterano
    # fev/16
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    Pra complementar o review, um videozinho com o brinquedo:



    Gutoguit
    Membro Novato
    # fev/16
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    amigo, o recurso S-1 você tem nela? é bom?
    eu comprei o captador Fender N3 Noiseless, mas para ter essa funcionalidade precisaria trocar o Control Plate. Na verdade nem sei se posso colocar o pups sem esse S-1 em um Controlador da ponte antigo...

    erico.ascencao
    Veterano
    # fev/16
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    Gutoguit: amigo, o recurso S-1 você tem nela? é bom?

    Tem e é bom. Este controle inverte a polaridade de um dos captadores. Pra entender melhor como funciona este controle, basta lembrar que nas Fender Stratocaster geralmente o captador do meio é ligado no circuito com a polaridade invertida, de forma que, ao colocar nas posições ponte/meio e meio/braço, você tem um som "fluido" e "anasalado" bem característico. Neste esquema do S-1, quando ele está desligado (posição "para cima"), os dois captadores estão na mesma polaridade, então o timbre deles na posição ponte/braço é mais encorpado; e quando ele está ligado (posição "para baixo"), os dois captadores estão em polaridades opostas, dando um timbre parecido com as posições ponte/meio e meio/braço da Stratocaster.

    Trocando em miúdos, este recurso do S-1 trás timbres de Stratocaster que a Telecaster não tem, tornando-a mais versátil.

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