Musica "83" John Mayer (analise harmonica)

    Autor Mensagem
    caiotfernandes
    Membro Novato
    # ago/14


    Tenho tentado fazer a analise harmonica de algumas músicas do inicio da carreira do John Mayer, e tenho me deparado com as mesmas situações em várias delas. Talvez por serem composições um pouco complexas.
    Peguei a música chamada "83" dele pra dar como exemplo.
    É o seguinte. Não consigo entender direito essa parada de empréstimo modal. Já li varios tópicos aqui e nada.
    Tipo, eu entendo modos gregos (escalas) mas não sei como passar isso pros acordes.
    Tipo, a música está em D, e a progressão é mais ou menos isso:
    Intro e Verso 1:
    A7M(9) - A9 - Em7(9) - Em6(9) - Em
    Pre-Refrao:
    D7M(9) - A7M(9)
    Refrão:
    Am7(11) - D7(9)
    Verso 2:
    C#m7 - F#7 (x2)
    B - Bm7 - E
    Ponte:
    C7M(9) - D7M(9) - A7M(9)
    Final:
    Am7(9) - D7(9)

    Minha dúvida é a seguinte:
    Am7(11) por exemplo não faz parte do campo harmonico de D
    Se temos uma passagem com Am7(11) e D7(9), podemos caracterizar isso como uma modulação para G? Ou apenas um empréstimo do Am de D Mixolídio (G)?
    Minha pergunta é pertinente? Ou seja, posso pegar qualquer acorde de qualquer modo do tom original da musica?

    No Verso 2 eu consigo ver que houve uma modulação para B.
    E na ponte houve mais uma modulação? Para A? Se sim, de onde vem o C7M(9)? A eólio?

    Sei que são varias perguntas, mas se alguém souber responde-las ficarei mto agradecido, pois ja estou ficando louco com esses acordes fora do campo. Afinal de contas Cada tom tem seu campo harmonico (jonio) e mais 6 modos. Deveria existir alguma regra pra pegar acorde desses modos, não? Se for aleatório fica dificil fazer uma análise harmonica. Mas enfim, quem puder me ajuda ae por favor.

    Abraços

    Filippo14
    Veterano
    # ago/14
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    caiotfernandes

    Essa música muda muito mesmo, para mim ela nem possui muito um tom central. Se fosse para colocar algum eu daria A maior, por causa dos D7M(9) e o A7M(9).

    Bom, Inicialmente ele já sai de um A7M(9) aproximando cromaticamente para um A9 mixolídio. Isso faz com que o resto da intro e verso 1 seja em D maior, pois ele usa um Em6 (dórico) e o A9 (mixo).

    No pré refrão, como para mim ele estava em D jônio, eu acredito que ele brincou com a ideia do D7M(9) poder ser lídio ou jônio, fazendo com que esses dois acordes do pré-refrão caibam em qualquer um dos tons.

    O refrão ele acontece justamente em G maior, modulou de novo.

    O verso 2 é em B maior, mas ele cai para um Bm7 e depois para um E justamente para entrar no tom de A maior, B seria dórico e o E seria mixolídio.

    A ponte ele tenta criar uma ligação usando o C7M(9) para voltar aqueles dois acordes que podem estar em A maior jônio ou D maior jônio.

    Por fim ele faz uma mudança tonal para um G maior de novo igual o refrão.

    A música não possui empréstimo modal na minha concepção, pois as partes parecem ser bem "independentes" e a música muda muito. Perceba contudo, que ele muda sempre para algum tom perto do último acorde, ele sempre tenta brincar com o Acorde maior - acorde menor.

    O verso 2 foi o local em que ele mais mudou, pois ele cromatizou um acorde no outro, não vejo nenhuma outra explicação para um D7(9) - C#m7 do que dizer que ele cromatizou. Esse lugar foi o que ele pensou em mudar mais, foi para mostrar que ele mudou, nos outros ele fez caminhos para dar uma "camuflada nas mudanças, diferente desse verso 2.

    A minha visão é essa, acho que até seja possível usar empréstimo modal para explicar isso aqui, mas muda tanto que seria muito complicado, acho mais fácil pensar em mudanças tonais mesmo.

    Abração

    caiotfernandes
    Membro Novato
    # ago/14
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    Cara brigadão.. me ajudou demais sua visão!

    eduardodff
    Veterano
    # ago/14 · Editado por: eduardodff
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    A análise da música na minha opinião é de AEM:
    O tom é A e no refrão ele entra com A eólio.
    Depois joga um C#m e um F#7, que pode ser entendido como preparação direta para B ou VI grau maior, em seguida B (II grau maior)
    Na ponte, o C7M9 é o bIII , III grau bemolizado.

    Resumindo:
    II grau maior vem do A Lídio
    bIII vem do próprio A eólio

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