Outono Portenho (Piazzolla) - guitarra e contrabaixo acústico

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TG Aoshi
Veterano
# abr/14 · Editado por: TG Aoshi
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makumbator
Você diz quando ele está com arco ou pizz? Eu sempre tenho medo de carregar no baixo (que era uma coisa que eu fazia muito no passado, por conta de gostar do grave). Acho que em algumas vezes eu peco pelo oposto (acabo limando muito dele justamente pelo medo de estar muito forte).

Tava me referindo mais àquelas ghost notes no começo, mas aí escutando hoje, com a devida atenção, percebi que é exatamente nessa parte que o contrabaixo fica mais evidente! =p ehuahsuahesua!
Mas também acabei percebendo que é nos acentos mais percussivos em pizz (onde o encordoamento bate na escala) que senti um pouco de falta do cb.

Mas enfim, hoje que escutei com mais calma, da parte interpretativa não tem nem o que comentar! =D
Quanto ao mix/equalização, tô longe de saber algo do assunto, mas acho que o contrabaixo realmente ficou meio escondido na mix. Ainda mais considerando que foi um dos grandes destaques aqui – afinal, foi um dos dois instrumentos que você tocou – queria ouvir ele com um pouco (pouco mesmo) mais de separação e clareza. Achei a mesma coisa da guitarra, mas em menor grau, visto o papel mais harmônico dela no arranjo.

Uma coisa que deve ter contribuído pra isso, é que senti que os instrumentos mais agudos (violino e bandoneón) com presença em excesso. O piano é o que tava mais equilibrado, embora o baixo/mão esquerda, em algumas poucas partes tenha ficado sumido.

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Valeu pela explicação, acho que deu pra ter uma boa ideia do que é retomada de arco! E o vídeo do Aslan nem deixa a desejar, a qualidade do áudio acaba não mascarando em nada a execução que ele faz!

Tenho muita vontade de estudar um instrumento de arco, sem grandes aspirações, só pra saber mesmo como é. Fico entre o cello e o contrabaixo. Se por um lado lembro da sonoridade de um bom walking bass em pizzicato feito num contrabaixo, por outro lado lembro da BWV 1007 (especialmente o prelúdio) e aí fode tudo! auheauhea!

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Die Kunst der Fuge
Em comum os dois também têm o fato de terem feito mais de mil.
Eu imagino o contrário: Como deve ser difícil para um apreciador de músicas como Bach, Dvorák e Piazzolla aturar essas tranqueiras de metal from hell que ele gosta =P

ahueahushausheaseu! =]

Fuga Y Misterio
Ta aí uma das poucas peças que conheço, mas que gosto muito mesmo!

makumbator
Moderador
# abr/14 · Editado por: makumbator
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TG Aoshi
Mas também acabei percebendo que é nos acentos mais percussivos em pizz (onde o encordoamento bate na escala) que senti um pouco de falta do cb.

Não sei se vocês está falando da parte que estou pensando, mas no começo, aquelas batidas (que você aparentemente chamou de ghost notes) são pancadas não tonais mesmo. Nesses pontos o efeito é totalmente rítmico, e por conta disso ele fica mesmo sem grave e sem peso (pois a ideia é ter o som cortante da batida).

Na verdade não são pizz, pois apesar de não aparecer na imagem, eu golpeio com o arco em uma ação de ricochete nas cordas, ao mesmo tempo em que bato com a palma da mão nas cordas.

Mas não tenho certeza se estamos falando da mesma parte...hsahsah!

. Ainda mais considerando que foi um dos grandes destaques aqui – afinal, foi um dos dois instrumentos que você tocou – queria ouvir ele com um pouco (pouco mesmo) mais de separação e clareza. Achei a mesma coisa da guitarra, mas em menor grau, visto o papel mais harmônico dela no arranjo.

É, no baixo é muito daquilo que comentei antes mesmo. O medo de pesar demais com ele na mix que gera o efeito oposto. E é algo que vou me policiar mais de agora em diante (mas preciso cuidar para não voltar à origem, e carregar demais no baixo na mix...hsahsaha).

A guitarra nesse arranjo é totalmente subordinada à mão direita do piano (completando-a e reforçando-a), com exceção da intro e final (em que ela toca uns acordes de maneira mais livre) de resto é muito em cima do piano (o que contribui para ela ficar mais escondida). Eu diria que ela em grande parte é mais um elemento para engrossar o timbre do piano do que ter uma voz separada na música. É como se ela e a mão direita do piano fossem um único instrumento.

Apesar disso, a parte da guitarra é bem divertida de se tocar, mesmo que ela fique em grande parte na cola do piano.

Na Milonga del Angel, que estou gravando, a guitarra já é bem mais independente (e guitarrística), e aparece naturalmente muito mais que nessa versão do Outono Portenho.

Valeu pela explicação, acho que deu pra ter uma boa ideia do que é retomada de arco! E o vídeo do Aslan nem deixa a desejar, a qualidade do áudio acaba não mascarando em nada a execução que ele faz!

Arco é um negócio que possui várias nuances e centenas de golpes. Não é á toa que há vários métodos e tradados só para lidar com as possibilidades técnicas do arco. De longe é a coisa mais difícil a se estudar na família do violino (muito mais que a afinação).

Tenho muita vontade de estudar um instrumento de arco, sem grandes aspirações, só pra saber mesmo como é. Fico entre o cello e o contrabaixo. Se por um lado lembro da sonoridade de um bom walking bass em pizzicato feito num contrabaixo, por outro lado lembro da BWV 1007 (especialmente o prelúdio) e aí fode tudo! auheauhea!

Sei como é...hsahsahsa! Mas lembre-se que o contrabaixo também tem seu lado mais clássico (aliás é um dos instrumentos mais versáteis que existem, vai da ópera ao rockabilly, passando pela salsa, jazz, tango...).

Aqui um vídeo com uma peça tradicional do repertório clássico do contrabaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=sJLN43M-RGE

E essa é de longe minha gravação preferida dessa peça. Extremamente afinada, cantabile e expressiva, e com um timbre espetacular. Piano também muito bem executado.

TG Aoshi
Veterano
# abr/14
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makumbator
Até esqueci de dizer no post passado, mas desculpa minha chatice! auahuah!

não tenho certeza se estamos falando da mesma parte...hsahsah!

huahau! Um mea culpa aqui, não separei direito e ficou parecendo que juntei duas coisas na mesma ideia. Tinha separado os "tapas" na primeira parte, e o pizzicato em outra.

Sobre os tapas:
por conta disso ele fica mesmo sem grave e sem peso
Ah! Então, como você disse, pode até ser que não tenha muito peso por conta da falta de graves – particularmente, acho que teve peso, mas por outros motivos =] –, mas achei que nessa parte foi a que o som o contrabaixo ficou mais destacado, claro e fácil de ouvir/entender. (como tinha dito, mudei de ideia da primeira pra segunda vez que escutei)

Na verdade não são pizz, pois apesar de não aparecer na imagem, eu golpeio com o arco em uma ação de ricochete nas cordas, ao mesmo tempo em que bato com a palma da mão nas cordas.
Olha só! =O
Vi que não era pizz, mas nem reparei nos golpes de arco!

Sobre o pizz:
Não sei se tem nome específico, mas a parte que me referia (da falta de presença) era daqueles acentos que começam a partir de 0:51

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A guitarra nesse arranjo é totalmente subordinada à mão direita do piano (completando-a e reforçando-a), com exceção da intro e final (em que ela toca uns acordes de maneira mais livre) de resto é muito em cima do piano (o que contribui para ela ficar mais escondida). Eu diria que ela em grande parte é mais um elemento para engrossar o timbre do piano do que ter uma voz separada na música. É como se ela e a mão direita do piano fossem um único instrumento.

Concordo com você! Mas sei lá porque, contrariando o bom senso, ainda fiquei com uma vontade de que estivesse ligeiramente mais destacada =p

Arco é um negócio que possui várias nuances e centenas de golpes. Não é á toa que há vários métodos e tradados só para lidar com as possibilidades técnicas do arco. De longe é a coisa mais difícil a se estudar na família do violino (muito mais que a afinação).

Se no piano, que a primeira vista parece tão simples na maneira que interage com as cordas, já existe uma infinidade de nuances e timbres (sem contar com a técnica de pedal), nos instrumentos de arco então... nem imagino o quão difícil deve ser. Sempre fiquei pensando nisso, ainda mais quando lia o que Ken falava sobre arco no violino.

Sei como é...hsahsahsa! Mas lembre-se que o contrabaixo também tem seu lado mais clássico (aliás é um dos instrumentos mais versáteis que existem, vai da ópera ao rockabilly, passando pela salsa, jazz, tango...).

Pô, olha você me comprando aí, aehuaheuaehu!

Não conhecia Bottesini, gostei muito da peça! Aliás, previu meu pensamento, tava pra te perguntar sobre peças com mais enfoque no contrabaixo.

Na Milonga del Angel, que estou gravando, a guitarra já é bem mais independente (e guitarrística), e aparece naturalmente muito mais que nessa versão do Outono Portenho.
Só aguardando! =D

makumbator
Moderador
# abr/14 · Editado por: makumbator
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TG Aoshi
huahau! Um mea culpa aqui, não separei direito e ficou parecendo que juntei duas coisas na mesma ideia. Tinha separado os "tapas" na primeira parte, e o pizzicato em outra.

Saquei!

Olha só! =O
Vi que não era pizz, mas nem reparei nos golpes de arco!


O arco fica fora do enquadramento nessa parte, e como faço o ricochete com um movimento rápido (mas contido) do pulso, parece pelo braço que o arco está sem fazer nada.

Sobre o pizz:
Não sei se tem nome específico, mas a parte que me referia (da falta de presença) era daqueles acentos que começam a partir de 0:51


Ah! Essa parte é quase um pizz Bartók (e é corda dupla)

nem imagino o quão difícil deve ser. Sempre fiquei pensando nisso, ainda mais quando lia o que Ken falava sobre arco no violino.

Pois é, muita gente imagina que o mais difícil é manter uma boa afinação (e é difícil também), mas o mais complicado é o estudo do arco.

Pô, olha você me comprando aí, aehuaheuaehu!

Hsahsah! É que ninguém lembra desse lado "cantabile" do contrabaixo, que pode soar muito bonito, principalmente na região do médio e médio agudo. O agudíssimo do contrabaixo é muito nasal (tem quem goste, mas não é minha região favorita do instrumento).

Não conhecia Bottesini, gostei muito da peça! Aliás, previu meu pensamento, tava pra te perguntar sobre peças com mais enfoque no contrabaixo.

Ele é o Paganini do contrabaixo, mas em vida teve uma carreira até mais destacada como maestro de óperas (regeu a estréia da Aida, por exemplo). Por conta do lado operístico há toda uma importância com o cantabile nas composições dele (apesar de ter o lado virtuosístico de velocidade e estripulias também).

Aqui uma obra para violino, contrabaixo e orquestra que explora o lado "Paganini" dos dois instrumentos, mas sem deixar de ter partes extremamente cantabiles (o bizarro é que em alguns momentos o contrabaixo tem a nota mais aguda que o violino...hsahsahsa):

https://www.youtube.com/watch?v=9rGBil0JRa0




E aqui outra peça singela (que já toquei em audição de festival):

https://www.youtube.com/watch?v=1PaxJpV0Ztc



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