Como preencher o som de um power trio?

Autor Mensagem
Fernando
Veterano
# jan/14


To com o projeto de um trio instrumental de rock (não é solado, tá mais pra post-rock/math) e to pensando em alternativas para preencher e enriquecer o som. São elas:

1- Saber explorar efeitos na guitarra (isso já faço bastante, delays e reverbs são a base do meu som)
2- Saber explorar efeitos no baixo (um reverb e um fuzz ajudam muito a segurar e encorpar a base, por exemplo)
3- O baixo fazer harmonias também
4- Explorar a técnica de two hands na guitarra (fazendo acordes e melodias ao mesmo tempo)
5- Usar looper ao vivo

Acho que os itens 1, 2 e 3 são tranquilos pro meu caso. O item 4 é mais complexo, sempre usei tapping só em solos, mas pra esse lance de harmonia vou ter que praticar.

O item 5 é o que queria debater mesmo com vocês: alguém usa looper ao vivo com banda? Minha ideia era gravar linha de guitarras sobrepostas, sem a banda sair do beat. Esses caras fazem isso MUITO bem, saquem só:



Se tiverem mais sugestões, seria legal incluir no debate!

JJJ
Veterano
# jan/14
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Eu tive por muito tempo bandas do tipo power trio.

Na minha opinião, numa banda dessas, todo mundo tem que se "duplicar" pra coisa não ficar vazia.

Pega como exemplo um Rush.

O Alex Lifeson pode não ser o melhor guitarrista do mundo, mas sabe preencher os espaços das músicas como poucos e, de quebra, manda uns synths de vez em quando.

O Geddy Lee, além de baita baixista e vocalista, toca os teclados.

E o Neil Peart, além de ser um dos melhores bateristas do mundo, tem uma batera com um milhão de peças, várias delas com som melódico (vibrafones, marimbas, essas coisas).

Então, todo mundo joga junto pra preencher o som.

Se não for assim, vai parecer que falta alguma coisa. O som vai ficar "magro".

Shredder_De_Cavaquinho
Veterano
# jan/14
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Fernando
Porquê ao invés de incorporar o two hands você não investe em uma forma de chord melody? Vai ver esse caminho de repensar a forma como se faz os acordes, compreender as possibilidades e conseguir encaixar ali aquela notinha que dá um TCHÃ no momento é a forma que tu vai melhor preencher o som.

Lelo Mig
Membro
# jan/14 · Editado por: Lelo Mig
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Fernando

Cara, não creio que técnicas no instrumento, como Two Hands por exemplo, irão preencher nada.

A coisa esta nos arranjos e não na forma de execução. Os arranjos devem preencher os espaços e não a forma como algo será tocado.

Jimi Hendrix Experience, Cream, Blue Cheer, Triumph, Rush, EL&P, Primus, Violent Femmes, Green Day, Motorhead, Nirvana, ZZ Top, The Police...

Estes foram alguns dos trios que lembrei agora e mais da metade deles nem sabe o que é um "Two Hands" e 99,9% não usam looper.

Se você enriquecer seu som com estas técnicas e recursos, ótimo...

Mas tenha certeza, se sua música não funcionar sem eles, não irá funcionar com........

Bons arranjos e músicos capazes de executa-los, sejam simples ou complexos. Tentar "tapar buraco" de arranjo com efeitos ou firulas.........esquece!

Simples, reto e direto..........acordes e frases certeiras, peso e dinâmica na hora certa.....timbre matador!




Schenker
Veterano
# jan/14
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Fernando
JJJ


o Cream não tinha absolutamente nada disto e a única coisa que vc não pode falar do som deles é que era "vazio".

o Rush só começou a usar synth a partir do 2112. antes era raça pura e uma bateria relativamente simples, em termos de acessórios.

mas, já que vc quer exemplos de power trio com loopers, baixo cheio de efeitos etc. não tem nada melhor que isto atualmente:

http://www.youtube.com/watch?v=4vef-tMatGs


o Baterista tem que ser o melhor instrumentista de um power trio. disparado.

clebergf
Veterano
# jan/14
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Fernando

Cara, além dos já citados recomendo vc ouvir o Macaco Bong, excelente Power Trio nacional e que arrebenta ao vivo...o Bruno arrebenta na guita...

Não sei como anda a banda ultimamente, pois não tenho acompanhando, mas como é brasileira é mto mais fácil de vc conseguir eventualmente ver um show e trocar uma ideia co o Bruno sobre o som...

JJJ
Veterano
# jan/14
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Schenker
o Cream não tinha absolutamente nada disto e a única coisa que vc não pode falar do som deles é que era "vazio".

Bom... há músicas e músicas aí. Em algumas, a linha de baixo e batera, junto com a ambiência (super over usada na época) acabam preenchendo o espaço. Mas há momentos onde (pra mim) fica meio vazio, sim. Talvez o riff mais famoso do Cream seja o de Sunshine of Your Love, correto? Pois bem... eu acho meio vazio... Não me apedrejem! É ótimo! Mas é vazio para qualquer padrão mais atual de gravação, onde, principalmente, não haveria aquela ambiência toda... Só que você está falando do CREAM, né?! Os caras eram a NATA (literalmente!), então, mesmo que fique "vazio", será ótimo! rs

Talvez eu tenha usado um exemplo meio exagerado, porque o Rush tem toda aquela firula dos synths e tal. Mas o que eu quero dizer é que os 3 tem que colocar um "recheio" a mais em cada instrumento para a coisa ficar preenchida.

Exemplificando: um Ritchie Blackmore no Purple pode se dar ao luxo de passar um tempo da música sem tocar nada ou fazendo só uma coisinha, um solinho e tal. O Hendrix, no trio dele, não podia fazer isso, tinha que jogar muito mais "coisa" na guitarra. Ficou mais claro o meu ponto de vista?

Will Bejar
Veterano
# jan/14
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Schenker
o Baterista tem que ser o melhor instrumentista de um power trio. disparado.
DISPARADO, acho que não... mas o cara tem que ser bom. Todos tem que entender que o som que vão fazer vai depender de uma coisa que acho que é a mais importante nesse tipo de formação: dinâmica.

Fernando
Como disse acima, tem que trabalhar a dinâmica. Todos tem que trabalhar isso, mas o baterista principalmente. Inclusive, comentei isso ontem com o JJJ. O baixista tem que enriquecer a base na hora dos solos... no Black Sabbath (tá, não é trio, mas vc entendeu) o Geezer Butler solava junto com o Iommy!!!

Saca só essa música como na hora do solo a música vem com tudo e nas estrofes eles suavizam...



Insufferable Bear
Membro
# jan/14
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Não entendo essa de "preencher"... Você quer que seu trio soe como um quarteto? Por que ele não pode soar como um trio?

Lelo Mig
Membro
# jan/14
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Insufferable Bear

" Você quer que seu trio soe como um quarteto?"

Não havia pensado nisso quando fiz meu comentário.... Se é prá soar como + de 3, dê mais emprego!

Matou à pau!!

Shafik
Membro
# jan/14
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clebergf

Os cara anda rebentando manu! Conheci esses caras faz 4 dia, que som LOCO!!!!!
Recomendadíssimo! Top br pra min viu!

Schenker
Veterano
# jan/14
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JJJ

sim. tinha entendido.

foi para ampliar a discussão. que é um tópico bem interessante.

Will Bejar

disparado pode ter sido exagero, mas acho que ele não pode ser nunca o "pior".

e, vc falou sobre o Sabbath, sim, na verdade eu tb considero eles "power trio" que por acaso tem um maluco se esgoelando do lado, assim como The Who (com um cantor).

SRV e Double Trouble tb. só foram colocar o teclado lá pelo 3º-4º disco.

Luisfelp FR1
Membro
# jan/14 · Editado por: Luisfelp FR1
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Fernando

Olha minha opinião tem muito power trio por ai que deixa muita banda de 4 ou 5 no chinelo e o segredo deles? Entrosamento e pegada! Cara se os três tiverem isso bem desenvolvido já é boa parte do caminho andado.
Com sua banda é legal você deve ser bem rigoroso no tempo da música, pois Math Rock é um estilo de música que requer as coisas muito bem sincronizadas o que da aquele ar 'simétrico' no som característico do estilo.
Quanto a parte dos efeitos:
Esse tipo de música é bem legal você ter bons pedais de Chorus, aqueles delays digitais multiuso na linha do Line 6 DL4, Fuzz e um Overdrive. Outro coisa que é bem legal e não todo mundo que conhece é o pedal de shimmer, que quando bem usado da uma ultra ambiência no som (é um dos meus tipos pedais favoritos) para mais informações sobre ele:
http://www.pedalmaniacs.com.br/2013/08/shimmer-mania-10-opcoes-de-peda is-de-shimmer/
O pedal de loop, pra quem toca Math Rock é legal, pois ajuda pra caramba a criar aquele ar simétrico e misterioso, mas da pra se virar sem ele.
Como é power trio, o Baterista tem que ter uma batida muito bem marcada e tentando ficar dentro do tempo previamente combinado. Pro baixista é deixar o som bem ressaltado, se mandar um fuzz em certas músicas ajuda pra caramba. Escuta um pouco de Muse (um power trio muito bom), o baixista dele usa isso em muitas músicas
E lembre-se, o que é legal em power trio é que soa como power trio e não como banda de 4!

Achei interessante o som dessa banda, que você citou!

clguitar
Membro
# jan/14 · Editado por: clguitar
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Fernando
Acho a ideia do looper fantástica! Acho que tem até bastante gente usando. Dá uma olhada nos shows antigos do Yeah Yeah Yeahs, o guitarrista se vale muito de loopers, delays e tal, inclusive porque, durante um tempo, não tinham baixista.

Outra ideia muito louca que eu já tive: uma banda com dois baixos-guitarras de dois braços, aí dava pra ir revezando. Às vezes, a banda teria duas guitarras, às vezes um baixo e uma guitarra, e por que não, 2 baixos?

Tipo este aqui: http://www.ebay.com/itm/Double-Neck-Guitar-and-Bass-4-and-6-string-New -/191027239730

Também seria legal considerar guitarras barítonas ou de 7 cordas.

Will Bejar
Veterano
# jan/14
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Schenker
É, então...

clguitar
Outra ideia muito louca que eu já tive: uma banda com dois baixos-guitarras de dois braços, aí dava pra ir revezando. Às vezes, a banda teria duas guitarras, às vezes um baixo e uma guitarra, e por que não, 2 baixos?
Já viu o The Presidents Of The United States of America???
http://watchoutfor.com.au/wp-content/uploads/2012/11/presidents.jpg

clguitar
Membro
# jan/14
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Will Bejar
Bacana!

Me lembro dessa banda quando estourou. Acho que, na época, o guitarrista tocava uma guitarra com 3 ou 4 cordas. Valeu!

Rednef2
Veterano
# jan/14 · Editado por: Rednef2
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Cara acho que ja foi respondido.

Mas adicionado: o lance é enriquecer a harmonia da musica.
Fazer igual aqueles musicos solo que colocam 500 acordes por compasso hehe

Will Bejar
Veterano
# jan/14
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clguitar
É o "bassitar" e o "guitbass"... heuheuheue... a guitarra tem 3 cordas e o baixo tem só 2.

Leomju
Veterano
# jan/14
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Pessoal
Não entendo isso de "o som ficar vazio".

Quando se toca em Power Trio, se busca essa sonoridade...
Creio que a maioria dessas bandas são trio por opção e não por falta de outro músico.

Power Trio é realmente legal, pela linha de baixo simples e os solos de guitarra "girando" em meio ao espaço.

Se um power Trio soar como quatro músicos, pra mim perde a essência e a característica desse tipo de som.

Obs: 90% da sonoridade das músicas do U2 são tocadas em Power Trio (se retirarmos o Bono, que raramente toca um violão), mas devido a linha continuada de baixo e o excesso de Delay e samplers, ninguém os considera assim, tanto que nem foram citados aqui...
Não é demérito pra banda, que é fantástica, mas corriqueiramente não soam como Power Trio, não fazem o gênero.

Filippo14
Veterano
# jan/14
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Lelo Mig
Mas o que eu acho que vc acabou esquecendo é que ele pensa em tocar instrumental. Nesses trios existe a voz, que no fim ajuda muito a preencher espaços. A ideia do chord melody que deram é ótima! Utilizar uma guitarra para fazer 2 coisas ao mesmo tempo fica muito bom, melodia e harmonia ao mesmo tempo, como se fosse um piano.

Alguns efeitos como oitavadores e whammys podem ajudar nisso ai. E na minha concepção chorus, delay e reverb se tornam importantíssimos. A dinâmica como já falaram vai influenciar bastante e todos vão ter que se mexer para tocar.

Abração

inExperienced
Veterano
# jan/14
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Cara, além dos já citados recomendo vc ouvir o Macaco Bong, excelente Power Trio nacional e que arrebenta ao vivo...o Bruno arrebenta na guita...

Da pra ouvir algumas do Macaco Bong aqui. SONZERA!

Will Bejar
Veterano
# jan/14
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Leomju
Isso é meio que um trauma... hehehehe

Quando eu formei o trio, procurava os caras que soubessem trabalhar a dinâmica, pra dar mais vida a um solo, uma música a outra... era um desafio!!!
Fora que é menos gente pra gerenciar e menos "guerra dos volumes"...

Eu acho muito foda!!!

Schenker
Veterano
# jan/14
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Fernando

carai . . .postei o link errado, tava escutando e na hora copiei e colei o errado... postei o do Winery Dogs

este é o trio instrumental que tava falando:

http://www.youtube.com/watch?v=S199EuZA2kc

Leomju
Veterano
# jan/14
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Will Bejar
Entendido camarada...

Espero não ter passado a idéia errada, porque na verdade creio que exista uma forma de tocar realmente mais intensa pro Power, porém a sonoridade sempre será esse "preto no branco", isso é o que realmente se deve buscar.

Você tem razão quanto a dinâmica, é isso mesmo.

Outra coisa é que os solos possuem pouca característica de improviso e soam bem mais melódicos, isso também é essencial pra se soar bem, ainda que às vezes seja um pouco previsível, como o Lelo disse, a coisa toda tá na criação das partes.

Will Bejar
Veterano
# jan/14
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Leomju
É isso aí, tâmo falando a mesma língua!!! hehehehe
o/

Fernando
Veterano
# jan/14 · Editado por: Fernando
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JJJ
Penso por aí também. Tem muitos trios cujo som acho vazio. Sei que às vezes é a proposta, mas não curto tanto.

Shredder_De_Cavaquinho
Chord Melody é uma ótima sugestão! Já toco algumas coisas assim, vou tentar compor algo usando a técnica, vamos ver.

Lelo Mig
Sim, cara, com certeza. A essência da banda já está definida, cada integrante toca há bastante tempo e tal. Essa lista são de alguns artifícios/recursos, saca?

Entendo seus exemplos, mas nosso trio não tem nada a ver com blues ou rock antigo, é outra praia, mais alternativo mesmo. O lance do two hands pode ajudar em momentos específicos, como em uma intro só com guitarra, saca? Mas lógico que não vai ser o two hands o responsável por um som cheio de uma banda hehe. Estão mais pra enriquecer como você disse!

Schenker
Russian Circles é demais! Nosso som está bem mais pra eles do que pra Cream mesmo... Experimentações são muito bem-vindas na nossa banda, por isso penso em usar loopers e outras coisas.

clebergf
Adoro Macaco Bong! O Bruno é um monstro, e é um ótimo exemplo de trio que manda muito bem.

Will Bejar
Concordo, dinâmica é essencial. Um som "reto" é horrível, ainda mais em trio. Duas músicas e já enche o saco de quem tá ouvindo haha.

Insufferable Bear
Então, o lance é que nosso som é experimental. É pra pirar mesmo. Não quero que soe como um quarteto, mas como um trio "gordo/criativo/surpreendente". =)

Luisfelp FR1
Ótimas dicas, cara! Eu uso MUITO delay e reverb (incluindo shimmer). Tenho uma Line 6 M13 e um Strymon Blue Sky, dá pra pirar muito haha

clguitar
Isso ae, cara! Você entendeu certinho a vibe. A gente quer fazer justamente umas coisas loucas pra chegar a resultados interessantes. Conheço Yeah Yeah Yeahs, mas nunca reparei no lance do looper. Vou pesquisar!

Rednef2
Harmonia é um quesito muito importante realmente.

Leomju
O U2 é um ótimo exemplo, pois os efeitos que uso estão bem na praia do The Edge. Talvez meu trio não vá soar como "trio convencional", mas é justamente isso que a gente quer hehe.

Tentei responder a todos, desculpem se esqueci de alguém. Valeu mesmo a todos!

Fernando
Veterano
# jan/14 · Editado por: Fernando
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Pra ilustrar mais o papo de trios de sons "não convencionais", além da Brontide (banda que mostrei no primeiro post), saquem essa outra:



Reparem como o guitarrista usa Two Hands nessa música (nem tanto pra preencher, mas dá uma sonoridade legal). O baixista usa um Jaguar modificado para Bass VI (baixo de 6 cordas, vai de E-E como uma guitarra - em muitas músicas ele faz acordes, fica bem legal).

Meu trio está mais pra vibe desses caras (alternativa/experimental) do que pra dos trios clássicos de blues/rock.

00H2
Veterano
# jan/14
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rock antigo é ótimo... kkkkkk
classic rock no caso.
Concordo com o Lelo Mig, mas como sua proposta musical é outra,
entendo sua opinião, apesar de não curtir nada, é questão de gosto.
Boa sorte com a banda, podia gravar um som de vcs e postar aqui.

guitarluiz
Veterano
# jan/14
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Macaco Bong
marcando pra ouvir

Fusion Novaes
Membro Novato
# jan/14
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Fernando

acho que o que Lelo Mig disse tem toda coerência ...

Um dos melhores power trio que já ouvi, foi o Vital Tech Tones, Tribal Tech e o HBC, todos tem como guitarrista o Scoth Henderson ...

a maior parte do tempo, é somente bateria e Bass que fazem a cama para os solos do Henderson, e realmente não há vazio ou falta de nada !

acho que os arranjos devem ser feitos para preencher o som, e não os efeitos ... como o Lelo disse, se os arranjos não estiverem bons sem os efeitos, não são eles que irão salvar toda a música ...

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