Sobre marcas, grifes, logos, política e custo-brasil

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Drinho
Veterano
# nov/13 · Editado por: Drinho
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Será que abandonaríamos o sonho de ter o logo original Gibson ou Fender no headstock?

Eu meio que abandonei este sonho depois que vi algumas com o logo do zé da esquina dando porrada nessas daí....

já fui materialista um dia na vida, hoje só preciso de um negócio que faça o que tem que ser feito....
A loirona que tá te vendo tocar (quando tem alguma né) nem sabe o que é Gibson, provavelmente ela saiba o que é mercedes, mas se não tenho uma gibson, não é uma mercedes que eu vou ter kkkkkkk então dane-se ....

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# nov/13
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rcorts
Entendi, para alguns só é bom strado da Fender, é isso é errado mesmo, mas conforme a gente vai aprendendo vai deixando essa bobagens.
Tenho certeza que instrumentos nacionais para estudantes seriam largamente consumidos se houve-se uma fabrica no Brasil. Mas acho que todo mundo quer uma strato da Fender e uma Les pal da Gibson devido ao fetiche da marca.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# nov/13
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Drinho
Acho que pra alguns isso é importante porque estão tocando pra outros guitarristas uheuheuheue. eu ainda sou um pouco materialista, o dia que eu ganahar na mega sena vou deixar de ser o rei do camarote e de comprar p PS4 pra ter as guitarras que tenho fetiche. A Jazz master mesmo eu quero mesmo não sendo muito boa, só pela historia.

Luis A.
Membro Novato
# nov/13
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rcorts

E quanto a esses caras (Clapton, Scofield, Johnson, Kotzen, Govan e etc...) usarem marcas de instrumentos esquece

Cara eu concordo com vc, sei q isso é uma utopia, talvez eu peguei uma possibilidade demasiada surreal rsrsrsrsr..... Mas vamos olhar os antigos Di Giorgios, que Tom Jobim e João Gilberto usaram (e ate George Harrison quando esteve no brasil rsrsrsr), eram instrumentos de qualidade, que despertaram interesse a nível internacional...
O que acontece com as guitarras nacionais hoje é q elas são tão ruins q nem a gente q é amador (na maioria) quer usar....

MMI
Veterano
# nov/13
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Indústria nacional? Esquece...

1) Temos tradição em violão, sendo que nisso exportamos e muitos luthiers são recebidos com muito respeito fora, como o Sugiyama e até Del Vecchio, que foi um violão dos favoritos do Chet Atkins e hoje é um dos favoritos do Eric Johnson, mas não foi explorado ou pelo menos não foi possível uma expansão mundial. Mas guitarra não, o mais alto em termos de banda foi a galera do Sepultura e mesmo assim é difícil carregar a bandeira e levantar internacionalmente instrumentos brasileiros.

2) Não é barato produzir no Brasil guitarras. Não temos tradição, escola de luthieria respeitável tem apenas a B&H, é restrito. Temos leis trabalhistas retrógradas que encarecem muito a mão de obra, que no caso não é especializada. O maquinário, tipo CNC, também sofre dos custos de importação e ficam bem caros para a produção almejada.

3) Entrar nesse mercado e competir com as potências neste caso é muito difícil, se não beirar o impossível. Já estão muito bem estabelecidas, conquistar mercado internacional teria que ter uma qualidade que os outros não tem, mas de novo, não temos tradição, escolas, mão de obra e competitividade de investimento. E o mercado de guitarras e violões resiste muito a inovações, é bem conservador.

4) A China e países asiáticos tem maior facilidade com mão de obra especializada, capacidade de investimento, leis mais incentivadoras. O custo cai muito. México, em menor escala, também. Grandes fábricas norte-americanas estão trilhando este caminho por uma questão de sobrevivência. A Fender começou este caminho, indo para o México, passando pelo Japão e hoje chegando à China. Os violões Martin e Taylor já tem fábricas no México. A Gretsch deslocou sua produção para a Asia, coisa que a Gibson fez com a Epiphone, a PRS fez o mesmo. A Ibanez nasceu na Asia e está espalhada por lá, assim como a Takamine. Mês passado conversei com o pessoal do Jean Larrivée (fábrica de violões de boa qualidade, para quem não conhece porque não vem para o Brasil) em Vancouver, Canadá. Eles são de lá, cresceram ali e ali fazem os melhores instrumentos da marca que fizeram a fama. Há algum tempo tiveram que expandir para uma fábrica na California, para baratear e ter boa mão de obra (EUA é mais barato que Canadá). Só que agora em breve precisarão fechar as portas no Canadá, desempregando vários mestres luthiers, e abrir uma nova fábrica no México para manterem a competitividade mundial, ou pelo menos nos EUA.

Vocês falam sério que fábricas aqui encaram de frente todas essas?

Drinho
Veterano
# nov/13 · Editado por: Drinho
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Vocês falam sério que fábricas aqui encaram de frente todas essas?

Não, fabricas grandes não pô aí fica difícil...., quando me refiro a produtos nacionais me refiro a amplificadores como o pedrone e guitarra como o ivan da music maker....
mas aí é o que eu digo uma guitarra convencional importada custa o mesmo de uma dessas aí, ai no mercado nacional se encontra, e amplificadores geralmente os importados são mais caros...
e em se tratando de coisa barata, não tem como brigar com a china.... os caras fazem coisas legais...
grandes fabricações os gringos pisam na gente

e nas pequenas também... kkk

to brincando... tem luthier bom hoje em dia aqui....

clguitar
Membro
# nov/13
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MMI
Até mesmo a Gibson e a Fender tiveram de se mudar dentro dos EUA. A Gibson saiu de Kalamazoo e foi pra Nashville e a Fender, de Fullerton para Corona.

No Brasil, acho que, com muito esforço, talvez desse certo montar guitarras na Zona Franca de Manaus, com componentes importados no regime especial de lá. Ferragens Wilkinson feitas na Ásia, caps americanos, madeira nacional. Taí uma ideia de negócio, haha!

Um pouco mais seriamente, acho que a única chance de instrumentos brasileiros brigarem no mercado internacional é usarmos nosso diferencial em madeiras. Até hoje, neguinho ainda pira e paga uma nota no jacarandá da Bahia ("Brazilian rosewood"). Como essa madeira está praticamente extinta, alguém teria de cultivar, o que demoraria 30 anos pra dar retorno.

Acho que há um mercado interessado em guitarras de alta qualidade feitas com madeiras "exóticas", que deveríamos explorar.

Aí entra a questão cultural: a maioria dos luthiers e marcas aqui fabrica cópias de modelos consagrados. Essas madeiras teriam de ser aproveitadas por meio de desenhos mais inovadores.

vintagentleman
Veterano
# nov/13
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clguitar


No Brasil, acho que, com muito esforço, talvez desse certo montar guitarras na Zona Franca de Manaus, com componentes importados no regime especial de lá. Ferragens Wilkinson feitas na Ásia, caps americanos, madeira nacional. Taí uma ideia de negócio, haha!

Esse seu pensamento é extremamente racional e coerente.

Irracionais, insanos e incoerentes são os custos trabalhistas, a falta de incentivos à produção, à inovação, à educação em geral e à formação técnica e a total ausência de uma cultura que beneficie os empreendedores e o ambiente dos negócios.

Só de pensar na burocracia para abrir e manter uma empresa por aqui... Nossa!

Então véio, mesmo com os incentivos da ZFM, vai ficar difícil competir com os chinas... Às vezes tenho a impressão de que o BR é pensado para NÃO funcionar...

Drinho
Veterano
# nov/13
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Irracionais, insanos e incoerentes são os custos trabalhistas, a falta de incentivos à produção, à inovação, à educação em geral e à formação técnica e a total ausência de uma cultura que beneficie os empreendedores e o ambiente dos negócios.

Só existem incentivos à arrecadação estatal....

Há uma matéria por aí do bossal do Fernando Haddad dizendo que paga o iptu com gosto e que todos deveriam pagar com gosto pelo bem da comunidade, pois é como se fosse uma taxa condominial...

Só de ver um infeliz desses abrindo a boca já revolta....

Luis A.
Membro Novato
# nov/13
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clguitar

Aí entra a questão cultural: a maioria dos luthiers e marcas aqui fabrica cópias de modelos consagrados. Essas madeiras teriam de ser aproveitadas por meio de desenhos mais inovadores.

Concordo demais cara, as vezes o fator inovação é oq mais pesa para a ascensão de uma marca.
Podemos ate fazer uma analogia com a musica, onde é comum um guitarrista prestigiado não ter uma grande destreza técnica , mas ter algum diferencial que lhe dá um status superior.

Entretanto provavelmente é mais difícil fazer algo inovador do que algo de qualidade. Para fazer uma guitarra boa basta vc reproduzir o projeto de uma Les Paul, ja para criar algo inovador, vai exigir mais pesquisas, inspiração, sorte etc etc srsrsrsrsr

Abraço.

clguitar
Membro
# nov/13
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vintagentleman
Só de pensar na burocracia para abrir e manter uma empresa por aqui... Nossa!
/i][i]

Nem precisa ir muito longe para ver que o Brasil está mal nesse quesito. Aqui na Colômbia e no Chile, por exemplo, é muitíssimo mais simples abrir e fechar uma empresa, e os sistemas tributário e trabalhista estão muito menos complicados que no Brasil.

Luis A.
Entretanto provavelmente é mais difícil fazer algo inovador do que algo de qualidade.
Pois é, é complicado mesmo. Por essas e outras, tenho achado mais legal montar as minhas próprias "versões" de guitarras clássicas do que tocar as "originais". Já estou com uma Tele e uma Les Paul (a Tele está com umas fotos no tópico de guitarras montadas, rsrsrs)
Abraço!

Luis A.
Membro Novato
# nov/13
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clguitar

Bacana a tele cara, a minha guitarra tmb é modificada, mas nao sou eu q modifico e sim luthiers rsrsrsrsr

Abraço.

rcorts
Veterano
# nov/13
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Luiz_RibeiroSP
Drinho
Acho que pra alguns isso é importante porque estão tocando pra outros guitarristas uheuheuheue. eu ainda sou um pouco materialista


Hum... faz um certo sentido sim.

Drinho
Eu meio que abandonei este sonho depois que vi algumas com o logo do zé da esquina dando porrada nessas daí....

já fui materialista um dia na vida, hoje só preciso de um negócio que faça o que tem que ser feito....
[2]

Não que eu já tenha possuído ou experimentado só guitarras de marcas consagradas, mas hoje em dia tem surgido fabricantes "menores" (em termos de imagem de marca) com instrumentos muito bons, sem entrar é lógico no segmento dos tops.


MMI
Vocês falam sério que fábricas aqui encaram de frente todas essas?

Não. É claro que não dá para encarar. O Brasil é afetado por vários problemas que travam a engrenagem do avanço industrial. Mas, esquecendo um pouco os modelos tradicionais Les Paul, Strato e Tele, com madeiras nacionais (cedro-rosa, pau-ferro, pau-marfim para citar alguns exemplos), um trabalho feito por especialistas, maquinário apropriado (como a CNC) e atendimento a normas ISO internacionais, acredito que seria plenamente possível fabricar instrumentos em série (veja, não quero nem entrar no âmbito dos TOP) com qualidade satisfatória e bom custo x benefício.

Mas para isso, pesam vários fatores, muitos deles já pautados nos posts anteriores de outros usuários do FCC:

1. custos para produzir no Brasil;
2. protecionismo industrial;
3. fetichismo de marca (onde entra bastante nossa responsabilidade)*;
4. jeitinho brasileiro e ganância tanto de importadores quanto de industriais;
5. A indústria precisaria mudar de mentalidade, deixando de traçar metas de lucro exorbitante por unidade vendida e passando a planejar seus lucros através de volume de venda.
6. logística no país, tanto em termos de burocracia quanto de serviços de transporte, comunicações e mão de obra precárias;

* apesar de eu ter mencionado o fetichismo de marca, no sistema como as coisas se enquadram hoje é difícil abandonar tão convictamente essa forma de pensar, porque infelizmente o que tem qualidade vem de fora. E nós músicos não podemos ficar indefinidamente esperando as regras do jogo mudarem para adquirirmos nossos equipamentos. Então, via de regra, equipamento bom vem de fora.

Quanto aos violões Sugiyama e Del Vechio, me desculpe se me falta informação, mas até onde eu sei eles são feitos para um mercado de lutheria e não em linha industrial, então não dá para ilustrar o nosso problema de falta de instrumentos de qualidade feitos em série. E nessa área, até que o mercado brasileiro está razoavelmente bem servido com bons luthiers, só que também não é barato. Mas se não fosse o problema de grana (preço de revenda, etc...), eu preferiria mandar fazer um instrumento com um luthier da minha confiança do que comprar pronto de alguma marca muito boa, porque o de luthier dá para obter um instrumento praticamente "perfeito" para atender suas necessidades e anseios pessoais.


Luis A.
Mas vamos olhar os antigos Di Giorgios, que Tom Jobim e João Gilberto usaram (e ate George Harrison quando esteve no brasil rsrsrsr), eram instrumentos de qualidade, que despertaram interesse a nível internacional...

Tá bom, muito bem colocado. Inclusive, tem um modelo de Di Giorgio antiguinho que tem umas tarraxas amareladas e parece ser feito com jacarandá do bom, daquele bem escuro mesmo. Cara, muito bem lembrado. Mas aquela era outra época da Di Giorgio no Brasil. Não sou um profundo entendedor da história dessa marca não, mas até onde eu sei, no início era produzida pelo Di Giorgio pai, que era um luthier "dos fera" mesmo, e o cuidado na fabricação desses instrumentos eram semelhantes aos cuidados de uma mãe com um filho. Depois da morte do velho e por motivos econômicos a Di Giorgio começou a fazer instrumentos mais meia boca e a entrar no segmento das classes mais baixas. Bom, mas deve ter alguém aqui que entende mais a respeito para dar mais informações.

A questão é que, em se tratando de violão clássico, o Brasil teve o Di Giorgio como um grande nome, mas em se tratando de guitarras e até de violões (resonator ou convencionais), os states tem: Fender, Gibson, Jackson, Charvel, Dean, Gretsch, National, Martin, Guild, Taylor, Schecter (marca menos famosa e com preços mais módicos, mas que em breve deve começar a ficar mais cara), Danelectro, Reverend, Surh, ESP etc...

Bom, se eu tiver citado alguma acima que não seja americana, por favor me corrijam. Mas só pra ver os nomes acima, e o peso que cada um tem, em maior ou menor grau, já dá pra ter uma idéia do por quê seria muito difícil um guitarrista de renome americano deixar de escolher uma guitarra de uma dessas marcas para pegar um brasileiro. Ou seja, um instrumento brasileiro teria de conseguir superar um desses em muito para chamar a atenção e ser bem aceito por um desses caras. E hoje em dia, estamos sonhando apenas com instrumentos nacionais que pelo menos sejam de nível igual aos standards americanos. Sentiu o drama?

rcorts
Veterano
# nov/13
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clguitar

Um pouco mais seriamente, acho que a única chance de instrumentos brasileiros brigarem no mercado internacional é usarmos nosso diferencial em madeiras. Até hoje, neguinho ainda pira e paga uma nota no jacarandá da Bahia ("Brazilian rosewood"). Como essa madeira está praticamente extinta, alguém teria de cultivar, o que demoraria 30 anos pra dar retorno.

Pô cara! você apresenta um caminho e um obstáculo ao mesmo tempo, assim machuca! he, he, he!. Bricadeiras à parte, concordo plenamente com você.

Acho que há um mercado interessado em guitarras de alta qualidade feitas com madeiras "exóticas", que deveríamos explorar.

Aí entra a questão cultural: a maioria dos luthiers e marcas aqui fabrica cópias de modelos consagrados. Essas madeiras teriam de ser aproveitadas por meio de desenhos mais inovadores.


Concordo também. Mas aqui no Brasil uma das coisas que atrapalha a inovação é a ganância, o egoísmo, a falta de trabalho colaborativo e divisão nos lucros.

Ex.: muito luthier bom por aí não é um guitarrista tão bom assim, ou já estagnou, musicalmente falando. Então o cara tem o domínio da habilidade para fabricar instrumentos excelentes, mas não consegue ser criativo e imaginar as necessidades reais de um guitarrista de verdade.

Por isso aparecem muitas criações de oficinas de lutheria que são muito belas, com peças de altíssima qualidade, mas que talvez ainda não consiga agradar uma parcela significativa do público.

Aí, você chega lá no seu luthier de confiança com um projeto de uma guitarra inovadora ergonomicamente, descreve todas as especificações que tem em mente dos componentes eletrônicos, hardware e etc... e propõe para ele uma parceria, ou seja, você oferece a idéia, o projeto e se dispõe a ajudá-lo a testar os protótipos.

Como contrapartida, você sugere fazerem um contrato de parceria onde você teria digamos, direito a 5% dos lucros para ele produzir este modelo em linha pequena, digamos, umas 10 unidades por mês. É capaz do cara roubar seu projeto e já sair divulgando para os outros clientes como uma criação totalmente dele.

De uma outra perspectiva, é bem capaz dele torcer o nariz e "fechar" os ouvidos, e perder a chance de iniciar a produção de um instrumento inovador e, digamos, daqui a uma década estar produzindo este mesmo instrumento em série e atendendo uma demanda real do nosso mercado nacional.

Agora pense no caso dos amps valvulados hand-made. Só pra citar um exemplo, o Paulo Acedo é músico (não de formação) e fez a graduação em Engenharia Elétrica. Aí o cara resolveu unir o útil ao agradável e começou a produzir os amps ACEDO ÁUDIO e com preços bem convidativos. Os alto falantes que ele usa são nacionais, e até onde eu sei, até outros componentes do circuito devem ser nacionais também (exceto as válvulas, que ao que parece são importadas mesmo). Ou seja, é um músico pensando em produtos para músicos. Bem diferente o caso.

Lelo Mig
Membro
# nov/13 · Editado por: Lelo Mig
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Alguns viajam na maionese....

Vocês confundem muito as coisas....

Caiam na real, ninguém está "endeusando" Fenders e Gibsons.... Elas são as "Gianinnis" dos E.U.A. Guitarras populares e acessíveis.

Só que fazem instrumentos minimamente decentes para serem usados, inclusive, por profissionais.

Linhas mais caras, de elite, sempre existirão, e sempre haverá quem pode pagar.... Comparar Fenders e Gibsons com guitarras feitas por Terry McInturff, entre tantos outros, é coisa de que não têm muita informação.

O problema não é comparar guitarras de Luthiers com de séries.

O problema é o custo Brasil. E a tradição...

Um bom luthier aqui, faz uma guitarra igual ou pouca coisa melhor que uma guitarra de série como uma Gibson ou Fender.

Uma extraordinária, como Ian McInturff, Rick Kelly, Gene Baker, Ron Thorn e etc.... acho impossível.

Outra confusão é a questão do logo no headstock, que nada tem a ver com qualidade e sim "negócio".

Um Novo Uno é melhor que uma Ferrari? De forma geral não!

Mas você não vende uma Ferrari fácil e vai perder muito dinheiro na venda. Um Uno você vende no mesmo dia e se bobear ganha uma grana na venda.

Simples assim........se você quer só qualidade, o melhor do melhor, o top dos tops, esqueça os amigos, os fãs, faça uma escolha pessoal e mande fazer sua própria guitarra num Luthier do Texas!

Mas, se precisa unir qualidade a facilidade comercial, compre uma Fender ou Gibson!

O resto, generalizando, é merda!

Infelizmente, alguns poucos com MMI entenderão o que quero dizer aqui, sem se sentirem ofendidos...

rcorts
Veterano
# nov/13 · Editado por: rcorts
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Lelo Mig

Lelo, ninguém está endeusando Fender e Gibson. Eu sei disso que você está falando de serem guitarras populares nos EUA, inclusive o termo "standard' já demonstra nitidamente isso. Mas na comparação com as guitarras nacionais que temos, ou seja, considerando a realidade brasileira, nesse ponto são sim referência, e não sou eu que estou dizendo, é a grande penca de guitarristas existentes do Brasil que se penduraram no pé de feijão do João e agora não conseguem mais descer.

Linhas mais caras, de elite, sempre existirão, e sempre haverá quem pode pagar.... Comparar Fenders e Gibsons com guitarras feitas por Terry McInturff, entre tantos outros, é coisa de que não têm muita informação.

Isto é óbvio, agora, esses caras que você citou como Ian McInturff, Rick Kelly, Gene Baker, Ron Thorn e com certeza deve ter mais um rol de nomes que poderiam ser citados, estão fora, muito fora da realidade do músico comum brasileiro. Vou aproveitar a sua deixa para procurar conhecê-los. Obrigado nesse sentido. Mas acho também que não adianta de nada usá-los como referência, uma vez que nem com o "standard" americano o mercado brasileiro tem condição de competir.

O problema não é comparar guitarras de Luthiers com de séries.

O problema é o custo Brasil. E a tradição...


Concordo com você. O custo Brasil é o maior dos problemas. Mas não o único.

A todos

Apesar dessas discussões, vamos ficar mesmo só na discussão e reflexão, pois há todo um sistema difícil de ser quebrado por trás. As melhores alternativas, HOJE, na minha opinião, para adquirir um instrumento decente no Brasil são:

1. importar;
2. encomendar sua guitarra com um luthier;
3. montar sua guitarra peça a peça (com ajuda de um luthier, ou não, dependendo do caso a caso);
4. se contentar com uma guitarra "marrom menos". Afinal de contas, pra quem não é profissional de música isso é mais um gasto do que um investimento.
5. EDIT: tinha esquecido este também: pegar uma guitarra um pouco melhor, mas usada.

JJJ
Veterano
# nov/13 · Editado por: JJJ
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Aparentemente, a galera estava com coisas "engasgadas" para falar...

MauricioBahia

Sobre essa coisa do produto brasileiro custar menos lá fora. Já citei aqui que gostaria de ter uma Giannini Diamond (questão sentimental... tive uma numa época longínqua, quando mal sabia aproveitar uma semi e me desfiz) e uma Craviola (que acho um dos modelos mais emblemáticos e bonitos do mundo, tanto quanto uma Tele ou Les Paul). Mas cadê? Difícil de achar, caro para caramba, e, sim, mais uma vez: mais barato no ebay... Duro, né?

rcorts
Luis A.
Luiz_RibeiroSP
e outros...

(Quase) todo mundo aqui quer Fender ou Gibson. É verdade, sim. Mas acredito que boa parte desse "todo mundo" se contentaria, por exemplo, com uma Fender MIB... como se contentam hoje com uma Fender MIM (já que é pelo logo...). E o pior de tudo é saber que já tivemos uma Fender MIB!!! E perdemos, ao que tudo indica, por motivos bem... típicos...

Drinho

Bota o logo da mercedes no headstock... Quem sabe, a tal loirona se apaixona... rs

MMI
Vocês falam sério que fábricas aqui encaram de frente todas essas?

Não para exportação, mas acho que para o mercado interno, é possível, sim. Temos alguns exemplos, com todos os problemas que conhecemos e a parte "chinesa", que funcionam. Qualidade e "logo" à parte, a Tagima, a Condor, a Giannini (e até mesmo a Tonante! rs) não estariam aí há tanto tempo, se não tivessem conseguido uma fatia de mercado.

Lelo Mig
Infelizmente, alguns poucos com MMI entenderão o que quero dizer aqui, sem se sentirem ofendidos...

Por quê alguém se sentiria ofendido?

JJJ
Veterano
# nov/13 · Editado por: JJJ
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Mais uma lenhazinha na fogueira...

Alguém pode me explicar o papel de um "distribuidor exclusivo"?

Que bem faz a nós ou ao país (ou até mesmo à marca representada), um distribuidor exclusivo?

Na minha cabeça (e nos livros de economia mais básicos), monopólio é tudo de ruim. Se uma só empresa tem o direito de trazer a marca X pra cá e essa marca X é objeto de desejo "introcável" (como vários apontaram), é lógico que ela vai cobrar o que bem entender. Só ela pode comercializar! Então ela cobra o que quer...

Lelo Mig
Membro
# nov/13
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JJJ

"Por quê alguém se sentiria ofendido?"

Porque para economizar linhas, um monte de nomes e descritivo de exceções, apesar de ter frisado "generalizando", e estar dentro de um conceito geral "qualidade/comerciabilidade" eu escrevi:

O resto, generalizando, é merda!

Aí, neguinho que têm uma Ibanez, uma Kramer, uma PRS e etc., entende ao pé da letra e fica puto!..............hehheheh

Lelo Mig
Membro
# nov/13
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FBlues_rock

"O motivo pelo qual pagamos preços exorbitantes em carros e instrumentos não tem NADA a ver com impostos ou política partidária."

????????????????????????????????????????????????????????????????

Quase metade do valor de um carro (40%) vai para o governo na forma de tributos. Nos EUA são 20%. Na China também. Na Argentina, 24%. O padrão se repete com quase todos outros produtos.

Afora isso, enquanto o padrão global é ter um imposto específico para o consumo, aqui são 6 - IPI, ICMS, ISS, Cide, IOF, Cofins. O ICMS, por exemplo, incide sobre o Cofins e o PIS. Ou seja: você paga imposto sobre imposto que já tinha sido pago lá atrás.

Portanto, aplicar somente nos 40% iniciais é uma matemática errada!

Um Corolla zero custa R$ 28 mil Reais nos EUA. Aqui, sai por mais de R$ 60 mil. E ele é tão nacional nos EUA quanto no Brasil. A Toyota fabrica o carro nos dois países.

E você vêm dizer que nada têm a ver com impostos e/ou política?

rcorts
Veterano
# nov/13
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JJJ
(Quase) todo mundo aqui quer Fender ou Gibson. É verdade, sim. Mas acredito que boa parte desse "todo mundo" se contentaria, por exemplo, com uma Fender MIB... como se contentam hoje com uma Fender MIM (já que é pelo logo...). E o pior de tudo é saber que já tivemos uma Fender MIB!!! E perdemos, ao que tudo indica, por motivos bem... típicos...


Concordo, agora por exemplo, no caso da Fender MIM, não querendo advogar, até porque quem tem que fazer isso é a marca. Mas não é só pelo Logo. Na comparação com todas as outras stratos que tive ou experimentei (Squier Affinity, California e Deluxe, Jennifer, Eagle, Michael, Samick e Condor) a Fender MIM foi a mais decente. Não é uma Am Standard? não! não tem os captadores da Am Standard? também não. Mas é uma opção mais econômica e que não deixa tanto assim a desejar.

Hoje existem outras opções mais baratas que a Fender MIM como a Vintage V6m e a Squier Classic Vibe que pra mim daria pra fazer a festa da mesma forma. Agora, em se tratando de Les Paul, por exemplo, atualmente eu me contentaria com uma Gib. Studio, mas também me contentaria com uma Vintage V100 AFD por exemplo (com alguns upgrades). Mas eu não sou profissional e nem tenho nenhum projeto autoral. É claro que se eu tivesse um objetivo assim as minhas necessidades e expectativas seriam outras.

Agora, se fosse pra falar de "sonho" de verdade o meu hoje seria uma Surh.

rcorts
Veterano
# nov/13
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Lelo Mig
Quase metade do valor de um carro (40%) vai para o governo na forma de tributos. Nos EUA são 20%. Na China também. Na Argentina, 24%. O padrão se repete com quase todos outros produtos.

Afora isso, enquanto o padrão global é ter um imposto específico para o consumo, aqui são 6 - IPI, ICMS, ISS, Cide, IOF, Cofins. O ICMS, por exemplo, incide sobre o Cofins e o PIS. Ou seja: você paga imposto sobre imposto que já tinha sido pago lá atrás.


Nesse ponto concordo plenamente contigo.

JJJ
Veterano
# nov/13 · Editado por: JJJ
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Lelo Mig

Ah, tá... É... se você dissesse que PRS e Gretsch só fazem merda, eu ia ficar ofendido (mesmo não tendo nehuma delas)! uhauhauhauhau

***

Simples assim........se você quer só qualidade, o melhor do melhor, o top dos tops, esqueça os amigos, os fãs, faça uma escolha pessoal e mande fazer sua própria guitarra num Luthier do Texas!

Cara... eu entendo que um baita dum luthier possa fazer uma guitarra "top das tops". Claro... com todo o tempo do mundo, ferramental adequado, madeiras de qualidade e ferragens escolhidas a dedo... basta ter o talento para unir essas coisas e, voi là!, cria-se A guitarra. Não é "rocket science", não, como dizem por lá. Se EU, gastando relativamente pouco, sem escola de luthieria, só na orelhada, consigo montar umas guitarrinhas "marromeno", um cara com talento que viva disso e tendo acesso aos melhores materiais, é mole...

Mas eu fico um pouco intrigado com isso... Porque a grande maioria dos guitarristas "top" do mundo (nomes que eu, você e quase todo mundo aqui tem como "heróis") usaram (e usam) mesmo é Fender e Gibson (ok... eventualmente uma PRS... mas não sai muito disso). Vamos ver só alguns?

Eric Clapton, Jimmy Page, Ritchie Blackmore, Jimi Hendrix, Alex Lifeson, Carlos Santana, Toni Iommi, Yngwie Malmsteen, Steve Howe, James Hetfield, Keith Richards, Mark Knopfler, Richie Sambora, Zakk Wylde, Gary Moore, Robert Fripp, The Edge, Pete Townshend, Steve Ray Vaughan, Buddy Guy, Muddy Waters, Kurt Cobain e, claro, o queridinho do fórum, o Isláchi.

Será que é só "endorsement"? Será que eles não tem grana pra comprar e usar o que raios eles quiserem?

Então, meu caro, eu vejo assim: essas marcas são boas sim. Fazem algumas guitarras ruins, claro... Mas tem coisa muito boa com esses logos. Me recuso a acreditar que esses caras aí em cima (e muitos mais, que eu esqueci de listar) e que são, de longe, muito longe, melhores (musicalmente) do que eu, você e 99,9% do FCC, foram todos comprados ou burros.

JJJ
Veterano
# nov/13
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Lelo Mig
rcorts
FBlues_rock

Tem mais uma coisa sobre a "parte do leão": o exemplo.

Eu aprendi há muito tempo que o exemplo vem de cima. Eu já fui empresário. E todo mês o "sócio-governo" tirava mais do que eu! É duro pra quem tem empresa saber que tem um "sócio" parasita, que pouco ou nada faz pela empresa e tira todo mês, mais do que o dono... Aí o que acontece? Simples: o cara pensa "Pô, pelo menos quero tirar igual a esse sócio-parasita...". E dá-lhe lucro exorbitante...

rcorts
Veterano
# nov/13
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JJJ
Tem mais uma coisa sobre a "parte do leão": o exemplo.

Eu aprendi há muito tempo que o exemplo vem de cima. Eu já fui empresário. E todo mês o "sócio-governo" tirava mais do que eu! É duro pra quem tem empresa saber que tem um "sócio" parasita, que pouco ou nada faz pela empresa e tira todo mês, mais do que o dono... Aí o que acontece? Simples: o cara pensa "Pô, pelo menos quero tirar igual a esse sócio-parasita...". E dá-lhe lucro exorbitante...


Cara, gostei do seu comentário. Acho interessante ter a "visão do outro lado" também. E isso que você falou não é nada mais nada menos do que resquícios de Portugal.

Por isso temos um ciclo-vicioso difícil de quebrar e tanto a legislação tributária quanto a política têm tudo a ver com essa nossa discussão. Se engana quem acha que não tem. Apesar de que eu tenho de concordar que como consumidores (e não só em se tratando de instrumentos) temos nossa parcela de culpa também. Ex.: o preço do tomate sobe de um dia para o outro de 2 para 6 reais e a galera continua comprando. Eu não entendo isso. Se fosse água até que eu entendia, porque não dá pra ficar sem.

JJJ
Veterano
# nov/13
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rcorts

Cara... estive recentemente em Portugal e... sei lá... acho que nossos problemas são nossos mesmo... rs
120 e tantos anos de república deveriam ser suficientes pra gente se livrar de qualquer sequela deixada pelos primeiros mandatários, ou de qualquer problema com nativos, escravos e imigrantes.
O Brasil tem uma identidade, para o bem ou para o mal. O problema é nosso. Só nosso.

rcorts
Veterano
# nov/13
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JJJ
Cara... estive recentemente em Portugal e... sei lá... acho que nossos problemas são nossos mesmo... rs
120 e tantos anos de república deveriam ser suficientes pra gente se livrar de qualquer sequela deixada pelos primeiros mandatários, ou de qualquer problema com nativos, escravos e imigrantes.
O Brasil tem uma identidade, para o bem ou para o mal. O problema é nosso. Só nosso.


Tá certo. E não são eles que vão mudar nada por aqui. Se não formos nós mesmos, aos poucos, esquece.

Abraço.

Drinho
Veterano
# nov/13
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meu hoje seria uma Surh

essa guitarra é bacana cara...nao seria uma má compra...

Lelo Mig
Membro
# nov/13
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JJJ

"Mas eu fico um pouco intrigado com isso... Porque a grande maioria dos guitarristas "top" do mundo (nomes que eu, você e quase todo mundo aqui tem como "heróis") usaram (e usam) mesmo é Fender e Gibson (ok... eventualmente uma PRS... mas não sai muito disso)."

- Porque os instrumentos são bons. Os caras são endorses, são pagos para usarem, mas os instrumentos são realmente bons.

- Porque os instrumentos atendem o que a música Popular em geral pede. Porque esses caras tocam, têm pegada, tiram som e sabem usar equipos.

- Porque esse conceito de verniz X, madeira Y, mimis e frescuras em geral, influi muito menos do que acham no som e tá mais prá viadagem do que coisa de bluesman ou rocker de verdade!

- B.B. King dá uma nota e quem escuta diz: É B.B King!! Enquanto um monte de Zé Ruela metido a especialista, já gravou 20 CDs sem identidade alguma.

Isso, não é o instrumento que faz... isso se chama pegada! E ou o cabra têm, ou não!

MauricioBahia
Moderador
# nov/13 · Editado por: MauricioBahia
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No Brasil, o que acontece é que no final das contas, somos roubados com impostos e outras "desculpas legais". O desrespeito é evidente. No final das contas , comemos o resto da sobra e achamos que tá gostoso. Tem uma reportagem na Super Interessante ótima: Por que tudo custa tão caro no Brasil

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