Luthier que aplica logomarcas famosas em seus instrumentos: Réplicas ou falsificações?

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Leomju
Veterano
# abr/13
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Mauricio Luiz Bertola
Os modelos Fender e Gibson tradicionais, se não me falha a memória, já tiveram seus designs (mas não as marcas "FENDER" e "GIBSON") tornados de "domínio público".
Sim, antigamente, hoje em dia não são mais.
Basta ver no headstock das stratos que não são Fender.

Lelo Mig
Design é uma coisa Marca é outra!
Hum, mas há patente sobre as marcas também né?
Porque um luthier não pode simplesmente fabricar um modelo novo de guitarra em série e sair imprimindo Gibson nele, ainda que não tenha nada a ver com um modelo Gibson.

Acho que há patente sobre marca e modelo hoje em dia.

Alessandro Camargo
Membro
# abr/13
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renatocaster
tem um monte de gente pedindo réplica de Les Paul Standard
Esse é o ponto, a réplica de algum produto só tem sentido se ele é fora de série, não tem sentido em se fazer replica de algum produto que é comercializado normalmente.
Um réplica, normalmente, custa caro. A réplica deve ser utilizada para reproduzir fielmente (tanto no processo como no resultado final) algo que não é mais produzido. A réplica não pode ser considerada uma forma de ter algo de forma mais barata.
O problema é que o pessoal vai em luthiers com o objetivo de ter uma "Gibson barata". É o "ouro de tolo".

edalko
Veterano
# abr/13 · Editado por: edalko
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Curto e grosso:

Pode usar o argumento que for, mas se vc coloca num produto uma marca que não é a original VC ESTÁ FALSIFICANDO, e como tal comete CRIME.

Não me venham com a história da carochinha de que é para uso particular... que é apenas por diversão... isso é papo furado. É crime e acho o fim da picada qualquer membro do fórum fazer isso.

E mais:

Se vc compra uma guitarra falsificada, vc é RECEPTADOR e tá contribuindo para o aumento da criminalidade.

O pessoal tem que entender que qualquer falsificação é crime!

Lelo Mig
Membro
# abr/13 · Editado por: Lelo Mig
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Leomju

De forma simplificada, ao patentear um design, fórmula, projeto e etc, há, para cada especificação e área, uma legislação à respeito, que dita regras de tempo e duração, mas de forma geral, após um prazo, a patente perde o efeito e pode ser reproduzida por outros.

Marca, não! Marca (logomarca e logotipo, nome próprio empresarial e etc), não tem "patente" tem registro. Esse registro é único (dentro do mesmo segmento) e pode ser renovado de tempos em tempos, ou seja, se torna permanente, enquanto a referida empresa existir e renovar o registro.

Isso vale para nomes industriais e comercias, nos seguimento em que a empresa fizer a proteção.

Exemplo, um nome como "Phillips" possui mais de 100 anos, e ninguém do ramo eletro/eletrônico poderá utiliza-lo.

Contudo, o CD, o DVD, os formatos JPEG e MPEG e mais 15 mil invenções foram inventadas/patenteadas pela Phillips, mas todo mundo pode fazer.

GuitarHouse
Veterano
# abr/13 · Editado por: GuitarHouse
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alv2707
Se a Fender custar o preço similar a réplica, porque eu compraria uma réplica e não uma original?????? É igual fazer réplica de qualquer outra coisa, quem compra é porquê não tem condições de bancar a original.
Poder de mercado. Ela poe o preço que quiser. Nada justifica a pirataria. O preço também não. Isso é desculpa de sociedade consumista.

Igual ao Windows. Pessoal pirateia e não tá nem aí! Há impunidade na prática, pois nem a Microsoft hoje tem interesse em ir atrás de usuário pirata.

O windows volta e meia tá em promoção. O Win8 estava outro dia a 50 reais numa promoção da Microsoft. Alguém comprou? Empresas...o usuário comum pirateia. O costume equivocado da sociedade não pode fazer com que a lei seja permissiva contra esse tipo de crime.

A pirataria é forte no mundo inteiro, principalmente nos lugares onde a disparidade econômica e social é grande. Não é questão de impunidade, a lei não tá ai pra punir a sociedade, ela tá pra defender os interesses sociais. E a sociedade pende mais pro lado da pirataria. A lei tem que se adaptar a isso, ver que tipo de pirataria é nociva e a que não é. A lei não é absoluta, ela tem que ser questionável pra ser justa. E pirataria é uma das coisas que mais gera debate legais hoje em dia. Assumir posições extremistas tanto a favor quanto contra não é o caminho correto pra um acordo.
Exemplifique tais debates, por favor.

A lei não tá aí para punir? Como não? A lei penal tem vários elementos e, dentre elas, a "prevenção" e "repressão".

O problema é que o crime contra MARCA (falsificados) é de ação penal PRIVADA, e não pública. Logo, a polícia não pode agir sem queixa do detentor da marca. Mesmo que veja algo falsificado, ela não pode prosseguir em um inquérito policial sem o pedido exepesso da Fender, por exemplo.

O que geralmente se faz é atuação contra o contrabando de originais, já que o crime tributário tem atuação de ofício. No mais, rola é vista grossa contra os crimes contra as marcas.

GuitarHouse
Veterano
# abr/13
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Alessandro Camargo
tem um monte de gente pedindo réplica de Les Paul Standard
Esse é o ponto, a réplica de algum produto só tem sentido se ele é fora de série, não tem sentido em se fazer replica de algum produto que é comercializado normalmente.
Um réplica, normalmente, custa caro. A réplica deve ser utilizada para reproduzir fielmente (tanto no processo como no resultado final) algo que não é mais produzido. A réplica não pode ser considerada uma forma de ter algo de forma mais barata.
O problema é que o pessoal vai em luthiers com o objetivo de ter uma "Gibson barata". É o "ouro de tolo".


Pois é. Na verdade, o pessoal quer é tirar onda e aparecer. "Olha, eu tenho uma Gibson".

tchedovollosky
Veterano
# abr/13
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Pois é. Na verdade, o pessoal quer é tirar onda e aparecer. "Olha, eu tenho uma Gibson".

= lixo.

alv2707
Veterano
# abr/13
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GuitarHouse
O windows volta e meia tá em promoção. O Win8 estava outro dia a 50 reais numa promoção da Microsoft. Alguém comprou? Empresas...o usuário comum pirateia. O costume equivocado da sociedade não pode fazer com que a lei seja permissiva contra esse tipo de crime.

Você acabou de dizer que 50 reais é um valor irrisório certo? Esse mesmo valor é irrisório pra mim? É irrisório pro cara que senta do seu lado no ônibus?

Digo mais, se punissem quem usa software pirata você acha que 99% dos usuários de windows usariam ele?? Tem um monte de sistema de graça por ai. Por isso a própria Microsoft faz vista grossa pra isso também. Mas, diga se de passagem, a vigilância e punição são exemplares pro "público alvo" deles. Já vi empresa fechar por causa de software pirata.


Exemplifique tais debates, por favor.
Um que me afetou diretamente foi a do reprodução de livros, até poucos meses só era permitida a reprodução parcial de uma obra. Agora eu já posso tirar legalmente o xerox total de um livro na faculdade desde que eu não vise lucro. Em muitos países vem rolando a descriminalização tanto de quem consome quanto de quem compartilha material pirata, em contrapartida as punições pra quem lucra com material pirata tem sido cada vez mais pesadas. É claro que não tá nem perto de um cenário ideal, mas já é uma evolução.


A lei não tá aí para punir? Como não? A lei penal tem vários elementos e, dentre elas, a "prevenção" e "repressão".
O que eu quis dizer é que a lei não é maior que a sociedade, ela não é um mandamento divino que castiga as pessoas. A sociedade cria a lei pra atender seus anseios. A lei se adequa a sociedade não o contrário. Como a sociedade mudou a lei tem que mudar junto e tentar chegar em um meio termo que vai ser o mais adequado.

GuitarHouse
Veterano
# abr/13
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alv2707
Você acabou de dizer que 50 reais é um valor irrisório certo? Esse mesmo valor é irrisório pra mim? É irrisório pro cara que senta do seu lado no ônibus?

Pois então. Use os gratuitos. o preço que não pode pagar não pode justificar a pirataria. É o mesmo que legitimar o roubo de quem não tem como comprar jm telefone.

Digo mais, se punissem quem usa software pirata você acha que 99% dos usuários de windows usariam ele?? Tem um monte de sistema de graça por ai. Por isso a própria Microsoft faz vista grossa pra isso também. Mas, diga se de passagem, a vigilância e punição são exemplares pro "público alvo" deles. Já vi empresa fechar por causa de software pirata.

Pois é. Não punem. Voltamos àquela discussão da impunidade que falei, ué.
Como eu disse também, a microsoft não tem mais interesse em correr atrás de usuário pirata, só empresas mesmo.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# abr/13
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Leomju
Sim, antigamente, hoje em dia não são mais.
Basta ver no headstock das stratos que não são Fender.

Cara, uma patente de design, uma vez expirado o prazo de propriedade exclusiva, e "caindo" em "domínio público", não retorna mais.
Abç

renatocaster
Moderador
# abr/13 · Editado por: renatocaster
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MMI

Por mais que tenha uma baita sonoridade, seja bonita visualmente por ele usar tampos figurados, é extremamente bem feita, neguinho olha e acha ruim, acha "feia", acha que o bom mesmo é uma de série e com qualidade inferior... Coisas da vida...

É, chega a ser meio "deprimente" isso. Um instrumento customizado por um bom luthier é um baita instrumento. Só quem já teve essa experiência é quem sabe.

Alessandro Camargo

Esse é o ponto, a réplica de algum produto só tem sentido se ele é fora de série, não tem sentido em se fazer replica de algum produto que é comercializado normalmente.
Um réplica, normalmente, custa caro. A réplica deve ser utilizada para reproduzir fielmente (tanto no processo como no resultado final) algo que não é mais produzido


Esse é um ponto interessante. Se o conceito de réplica é esse, então uma "reprodução" de um modelo comercializado normalmente nos dias de hoje seria uma "cópia". E uma cópia, com o logotipo da original, configuraria em falsificação pura e simples. Podemos dizer isso?

Alessandro Camargo
Membro
# abr/13
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renatocaster
Esse é um ponto interessante. Se o conceito de réplica é esse, então uma "reprodução" de um modelo comercializado normalmente nos dias de hoje seria uma "cópia". E uma cópia, com o logotipo da original, configuraria em falsificação pura e simples. Podemos dizer isso?
No meu entendimento: SIM. Uma réplica de um produto existente é cópia ilegal e descarada. Vamos sair do mundo das guitarra e aplicar em Carros por exemplo, a "réplica" de um Ford Fiesta 2013 seria pirataria. A réplica de um Shelby Cobra 427 seria uma réplica. Existem até empresas especializadas em réplicas. Vejam por exemplo esta reportagem: http://quatrorodas.abril.com.br/classicos/faixa/conteudo_212979.shtml
A questão é, a réplica tem que ser algo diferenciado e vendido como réplica. Não é para você entrar numa "casas bahia" da vida e encontrar Gibsons réplicas. E ninguém deveria vender como uma Gibson.
A réplica deveria ser algo assim: "queria ter uma fender identica a que Hendrix queimou naquele show". É mais quase que um quadro do que um instrumento.
Claro, isso ao meu ver... independente disso tudo eu não compraria

Leomju
Veterano
# abr/13
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Lelo Mig
Esclarecido.
Não estava muito a par da Legislação, você vê que os produtos enganam a gente no que tange a isso, não fica claro.
Nem sabia sobre essa de expirar a patente. Interessante.
As grandes empresas devem ficar de olho nos prazos, deve ser uma briga ferrenha nos tribunais e nas decisões!

Mauricio Luiz Bertola
Cara, uma patente de design, uma vez expirado o prazo de propriedade exclusiva, e "caindo" em "domínio público", não retorna mais.
Interessante, outra que não sabia.
Quer dizer que esse direito da Fender sobre o Headstock, pode um dia se tornar público?

Leomju
Veterano
# abr/13 · Editado por: Leomju
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Ufa................

Voltou as sessões "últimas Respostas", "recados", etc, do fórum...
Já tava cansativo de navegar nessas águas!

elciosouza
Veterano
# abr/13
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Concordo com o Alessandro. as pessoas se prendem muito ao mundo da guitarra e se esquecem que existe o mercado de RÉPLICAS. isso mesmo! Espadas, carros, motos...e ninguém é processado...por que na grande maioria, são réplicas de produtos fora de linha...o que pra nós músicos seria o "vintage". se vc quiser uma Gibson vintage e não puder pagar por uma, não vejo problema em comprar uma réplica...isso nos EUA é MUITO comum. existe uma enorme diferença entre RÉPLICA e FALSIFICAÇÃO...

ALF is back
Veterano
# abr/13
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elciosouza
não acho q haja uma enorme diferença entre replica e falsificação...se não, não geraria tanta polemica, né?
Vejo essa linha bem tênue, na realidade...até pq se nos atermos aos luthiers brasileiros que vem fazendo esse trabalho, vemos que é tudo na base da palavra...o cara que fez fala q é uma réplica...nao há algo q documente isso, como uma autorização da marca "replicada".
Como funciona isso nos eua? Os caras saem fazendo replica a torto e a direito, sem nenhum respaldo judicial?

guizimm
Veterano
# abr/13
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edalko
Não me venham com a história da carochinha de que é para uso particular... que é apenas por diversão... isso é papo furado. É crime e acho o fim da picada qualquer membro do fórum fazer isso
O logo das marcas é um desenho, se eu gostar dele eu posso querer tê-lo na minha guitarra, fica bonito, portanto, vou usar, simplesmente como um enfeite, não é papo furado.

Deiab
Veterano
# abr/13
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edalko
Curto e grosso:

Pode usar o argumento que for, mas se vc coloca num produto uma marca que não é a original VC ESTÁ FALSIFICANDO, e como tal comete CRIME.

Não me venham com a história da carochinha de que é para uso particular... que é apenas por diversão... isso é papo furado. É crime e acho o fim da picada qualquer membro do fórum fazer isso.


"Allah Akbar" , "Allah Akbar", "Allah Akbar"!!!

edalko
Veterano
# abr/13
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guizimm
Se o cara põe no headstock de uma guita de luthier o nome e/ou logo de uma marca famosa é falsificação. Não tem outro nome para isso.

renatocaster
Moderador
# abr/13
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elciosouza

existe uma enorme diferença entre RÉPLICA e FALSIFICAÇÃO...

Também acho que existe diferença. Essa foi a grande pergunta do tópico. Estamos chegando lá, hehehe!

tchedovollosky
Veterano
# abr/13 · Editado por: tchedovollosky
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pelo que entendi com o tópico foi o seguinte:


Uma réplica só poder ser feita se o instrumento que será usado como base não for mais fabricado.

As empresas usam uma patente de seus produtos justamente para evitar a falsificação ou cópia dos mesmos que são comercializados naquele momento.

Depois que a patente desses produtos expirarem outras empresas podem usar o direito de "domínio público" (acho que é isso, vc's entenderam) se a patente não for renovada, pelo dono original (empresa) da patente.

O luthier que faz instrumentos idênticos e usam a logomarca da empresa da qual ele faz copia pode ser caracterizado como falsificador, desde que ainda sejam fabricados em série ou custom shop por empresas donas das patentes e dos direitos de fabricação.

Me corrijam se eu estiver errado.

Lelo Mig
Membro
# abr/13 · Editado por: Lelo Mig
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renatocaster

A galera tá fazendo uma certa confusão com o tema e eu não estou em minhas respostas "discutindo certo ou errado, nem emitindo opinião pessoal à respeito" apenas, tratando o assunto, conforme a Lei.... se ela é certa ou errada, se fulano acha isso ou aquilo, é questão pessoal, mas independente de posições pessoais, corre-se o risco de transgredir regras e agir em desconformidade legal.

Réplica não é falsificação.... nem é "inspiração ou releitura".

Réplica é cópia EXATAMENTE igual, em todos os aspectos, a um determinado original, contudo, uma Réplica de verdade é AUTORIZADA.

Uma Réplica de fato, possui certificado de autenticidade, de procedência, número de registro e autorização (em forma de direitos de propriedade do original) pagos ao autor original ou os atuais donos do direito, portanto, é documentada como tal.

Se não atende esses requisitos é Cópia ou Falsificação, e como tal, concorde ou não alguns aqui, é produto ILEGAL, e quem o possui, ou ostenta marca não "autorizada" corre o risco à sanções legais se estas forem reclamadas.

Quem fabrica ou ostenta uma "marca falsa" em seu instrumento ou qualquer objeto, que induz o sujeito a acreditar que se trata de um produto "original", não sendo réplica autorizada, comete crime de falsificação, entre outros.

Nada mais a falar sobre o assunto.......valeu, abç!!

MMI
Veterano
# abr/13 · Editado por: MMI
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renatocaster

RÉPLICA e FALSIFICAÇÃO...
Também acho que existe diferença. Essa foi a grande pergunta do tópico. Estamos chegando lá, hehehe!


Mas não chega não... rs

No fim isso chega no ponto de discutir o que é legal e o que não é. O problema é que nas leis sempre cabem diferentes interpretações, pior ainda quando se discute leis de países diferentes, a coisa vai virando uma salada.

Ficando na Gibson, em 1977 a Gibson processou a Hoshino/Elger por copiar o desenho da Les Paul. Em 2000, processaram a Fernandes Guitars no Japão por copiar desenhos. A Gibson perdeu. A Gibson também processou a PRS nos EUA pelo desenho da Les Paul, ganhou em primeira instância com a sentença que era uma cópia clara, mas a Suprema Corte em 2005 sentenciou que " only `an idiot` would ever confuse a PRS Singlecut and a Gibson Les Paul". Desde então existe este "antecedente" (jurisprudência) para que outras empresas produzam desenhos semelhantes, mas não que está liberado e livre de discussão. A Fender autoriza algumas empresas a reproduzir seus desenhos, como a Warmoth (peças) e a Nash Guitar (fazerem guitarras relic). Ou seja, poder até pode, mas não é livre de discussão.

Por outro lado, fazer uma cópia no sentido de colocar até os mesmos logotipos também não pode. Mas só não pode para valer a partir do momento que incomodar de fato, abrirem um processo e a Justiça reconhecer o fato. Até lá fica esse papo "nebuloso"...

Obs.: a Gibson faz réplicas de guitarras famosas, como a do Jimmy Page, a do Billy Gibbons e outros, mesmo de modelos famosos como a 1959. Isso porque sempre existiu roubo de equipamento e os artistas começaram a se preocupar muito com a intensa valorização desses instrumentos. O mesmo vale para a Fender. Mas aproveitam e alavancam as vendas usando esses produtos. Ainda assim, tem quem reclame e diga que não são tão réplicas...

Lelo Mig
Membro
# abr/13
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MMI

"Ainda assim, tem quem reclame e diga que não são tão réplicas..."

Concordo com sua colocação amigo, mas a galera tá fazendo confusão, e eu estou partindo prá questões legais:

Se eu compro uma Réplica da Fender Tele 62, feita pela Fender ou algum "autorizado", pode não ser igual, mas é produto legal.

Se eu compro uma Réplica da Fender Tele 62, feita pelo Luthier Japa Raguayo, com logo Fender no Headstock, que induz o sujeito a acreditar ser uma Fender..é FALSIFICAÇÃO, portanto ILEGAL.

alfacorrea
Veterano
# abr/13
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Acho que um dos pontos interessantes que cabem ser tocados, para diferenciar RÉPLICA e FALSIFICAÇÃO é a questão da conduta do criador/vendedor do produto.

Considerando que estamos tratando de produto classificado como NÃO ORIGINAL e considerando todo o blá blá blá que envolve a produção e o consumo de um produto não original (aspectos criminais, morais, etc) eu consigo distinguir 3 grupos diferentes de produtos.

Eu vejo assim:

1) vender uma guitarra EXATAMENTE IGUAL a uma Gibson Les Paul Standard 1959, informando que se trata de uma réplica, SEM A MARCA GIBSON NO HEADSTOCK e por um preço razoável diante do custo da produção.

2) vender uma guitarra EXATAMENTE IGUAL a uma Gibson Les Paul Standard 1959, informando que se trata de uma réplica, COLOCANDO A MARCA "GIBSON" NO HEADSTOCK e por um preço razoável diante do custo da produção.

3) vender uma guitarra EXATAMENTE IGUAL a uma Gibson Les Paul Standard 1959, informando que se trata de uma GUITARRA ORIGINAL E PELO PREÇO DA ORIGINAL.

Minha opinião (preparem as pedras para jogar...)

1) Sem a marca no headstock não vejo problema nenhum. Não vejo crime na fabricação, nem na receptação. Eu até faria isso.

2) Com a marca no headstock, desde que o lucro envolvido não seja obtido através da enganação do consumidor, entendo que há crime cometido, mas não puniria o fabricante nem o consumidor. Esse eu não faria.

3) Vender enganosamente uma cópia como sendo original, obtendo lucro exorbitante diante da enganação do consumidor. Esse eu acho infinitamente pior que os outros 2.

Na minha análise, a Gibson ou a Fender não estão preocupadas com o carinha que juntou R$2.000,00 e foi no seu luthier de confiança para fazer uma Gibson LP. Esse sofrido trabalhador talvez nunca terá grana para comprar uma LP original mesmo. A Gibson não está perdendo mercado neste caso, pois estamos tratando de um consumidor que ela nunca teria mesmo.

Minha humilde análise, não balizada na Lei, apenas no que eu acredito ser certo.

MMI
Veterano
# abr/13
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Lelo Mig

Não sejamos tão radicais, caro amigo... Como eu disse, depende. Tem interpretações e muita discussão sobre isso, não sejamos tão simplistas.

Aqui em nossas terras, matar é crime? Roubar é crime? Um desavisado diria que sim e fim de papo. Mas quem lê notícias e se informa, diria que depende. Se seu nome for Zé Ruela, sim, é crime, você vai ser espancado pela polícia, estuprado em celas superlotadas e apodrecer na cadeia. Se for Zé com outro sobrenome, pode até ser herói...

renatocaster
Moderador
# abr/13 · Editado por: renatocaster
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Lelo Mig

A galera tá fazendo uma certa confusão com o tema e eu não estou em minhas respostas "discutindo certo ou errado, nem emitindo opinião pessoal à respeito" apenas, tratando o assunto, conforme a Lei.... se ela é certa ou errada, se fulano acha isso ou aquilo, é questão pessoal, mas independente de posições pessoais, corre-se o risco de transgredir regras e agir em desconformidade legal.

Então, a idéia do tópico quando criei era realmente "separar" o que é réplica do que é falsificação. O cerne da questão é que no meu entendimento (e de vários outros) essas falsificações estão sendo tratadas e comercializadas como réplicas, e sabemos que não é bem assim.

renatocaster
Moderador
# abr/13
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Punir o fabricante e muito menos o consumidor acho difícil. Mas eu acho que o cara que compra uma guitarra dessa tem que ter mente que ele tá comprando uma guitarra falsificada (segundo a lei). Então não é uma réplica. E o luthier que anuncia e comercializa um instrumento desse como réplica também está errado.

Há um tempo atras uma pessoa me ofereceu uma "guitarra stratocaster custom com logotipo Fender". Quer dizer, ela fez questão de me dizer que o logotipo Fender era uma "coisa a parte" na guitarra. Não me disse que era uma réplica, nem cópia e muito menos que era um Fender original.

Na minha opinião ela agiu honestamente, e sinceramente eu compraria essa guitarra, desde que a mesma atendesse às minhas exigências como guitarrista (timbre, pegada, conforto, materiais, etc.). Poderia simplesmente remover o logo da Fender do headstock, já que eu não faço a mínima questão de ter um logo da Fender numa guitarra que não é Fender.

Agora esta semana um cara me ofereceu uma strat Fender "MIC". Isso mesmo, uma daquelas falsificações chinesas. Ele não disse que era uma Fender original, mas estava vendendo como "Fender Chinesa", e sabemos que isso não existe. Claro, tem os modelos Modern Player e algum outro que seja da Fender que são fabricados na China, mas não era esse o caso. Essa guitarra era uma "American STD", inclusive com o "Made in USA" no headstock e com aquele adesivo no escudo.

Quer dizer, são casos similares, mas diferentes, hehehe. Depende da intenção de quem está querendo passar aquele instrumento pra frente. Uma coisa é certa: Ninguém nunca vai admitir que está vendendo uma guitarra falsificada. Vai ponderar, vai enrolar, mas jamais usará esse termo.

tchedovollosky
Veterano
# abr/13
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Acho que a questão aqui é saber se a lei é justa ou não, eu compraria uma guitarra feita por luthier sendo uma cópia de qualquer guita que me desse na telha, esse moralismo muitas vezes nos prejudica. Muitos aqui vem a lei como uma coisa absoluta e se esquecem de avaliar friamente as coisas...

Na minha análise, a Gibson ou a Fender não estão preocupadas com o carinha que juntou R$2.000,00 e foi no seu luthier de confiança para fazer uma Gibson LP. Esse sofrido trabalhador talvez nunca terá grana para comprar uma LP original mesmo. A Gibson não está perdendo mercado neste caso, pois estamos tratando de um consumidor que ela nunca teria mesmo.

Minha humilde análise, não balizada na Lei, apenas no que eu acredito ser certo.


alfacorrea
concordo com cada virgula do seu texto, e assino embaixo

renatocaster
Moderador
# abr/13
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alfacorrea

Na minha análise, a Gibson ou a Fender não estão preocupadas com o carinha que juntou R$2.000,00 e foi no seu luthier de confiança para fazer uma Gibson LP. Esse sofrido trabalhador talvez nunca terá grana para comprar uma LP original mesmo. A Gibson não está perdendo mercado neste caso, pois estamos tratando de um consumidor que ela nunca teria mesmo.

Mais ou menos. Além disso ser muito hipotético, vale lembrar que a Gibson não fabrica guitarras pra vender no varejo. Ela pode não se preocupar diretamente com esse "carinha", mas e os revendedores? Eles podem perder mercado para os modelos da Epiphone nessa faixa de preço, por exemplo.

E digo mais, aqui no Brasil se isso não for uma realidade, futuramente será. Com certeza vai ter gente preferindo pagar 2k numa Gibson LP falsa do que pagar 2k numa Epiphone LP original.

Aí vai uma pergunta, pegando o seu gancho: As grandes fabricantes podem não ter muito interesse em intervir judicialmente nesses luthiers que fazem as falsificadas, mas e os revendedores autorizados? Eles seriam os principais prejudicados, nesse caso. Ou não tem nada a ver?

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