Compositores que usam poucas escalas? Mudar tônica da escala muda "feeling"?

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    Niyuki
    Veterano
    # jan/13


    Olá, título auto-explicativo né. XD
    Mas boa noite, gostaria de saber então estas duas coisas.

    - Existem compositores que componham só com duas ou três escalas?
    - E por exemplo, teóricamente, se eu estiver tocando uma pentatonica em A, e depois tocar em E, o "feeling" muda? Porque meu amigo disse que escalas com base em natural maior de E ficam mais "melódicas" e tals.

    Obrigado!

    rcorts
    Veterano
    # jan/13
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    Feeling não quer dizer bem isso, se refere mais à maturidade musical de um músico que consegue transmitir idéias musicais interessantes e muita expressividade, quer seja tocando poucas ou muitas notas.

    Mas se o que você quis dizer com feeling na verdade for a "sonoridade", nuance, coloração de um fraseado, aí sim, a mudança de uma escala pode mudar isso sim.

    Por exemplo, em um Blues em A, você tanto pode permanecer o tempo todo nas pentas de A ou Am. Ou pode também utilizar a penta de E ou de D e chegar a novas nuances. Lembrando que isso não é via de regra, ou seja, em Blues não cabe apenas pentatônica (apesar de ser a escala mais características do estilo). No blues ainda tem que entender muito bem a blue note, cromatismos, notas de passagem e alguns licks característicos envolvendo as 3ªs (maior e menor). Tem que entender muito bem a função das sétimas dos acordes e conhecer os turn arounds.

    Quanto a feeling, eu te diria que as articulações (bends, slides, tremolos, trinados, hammer ons, pull offs, harmônicos artificiais, harmônicos naturais, palm mute e etc...) representam muito mais ganho em termos de feeling do que as próprias escalas. Sem falar nos fraseados.

    Além de conhecer as escalas, é necessário saber o que fazer com elas, como aplicá-las sobre a harmonia em diversos contextos, ou melhor, em diversos estilos musicais. Por exemplo, pentatônicas são usadas tanto em blues, quanto em rock ou country, até os mais variados estilos de heavy metal. Mas em cada um desses estilos as mesmas escalas adquirem sonoridades e fraseados diferentes. Pense nisso.

    Niyuki
    Veterano
    # jan/13
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    Cara, eu venho com algumas dúvidas há um tempo que sempre que eu criava um tópico ou me respondiam de modo que não dava a entender, ou simplesmente não respondiam, e agora você me explicou MUITO bem!

    Obrigado!

    rhoadsvsvai
    Veterano
    # jan/13
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    uma coisa a acrescentar . que no caso da musica popular , muitas vezes , se procura a escalas que fiquem na região de conforto do vocalista.

    em bandas de rock , por exemplo se vc reparar , grande parte das musicas do deep purple são na região do G , no ac dc é quase tudo na região da penta E ...não é regra ,mas é um recurso interessante de escolha.

    krixzy
    Veterano
    # jan/13
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    Niyuki
    - Existem compositores que componham só com duas ou três escalas?
    - E por exemplo, teóricamente, se eu estiver tocando uma pentatonica em A, e depois tocar em E, o "feeling" muda? Porque meu amigo disse que escalas com base em natural maior de E ficam mais "melódicas" e tals.


    Quando vou compor algo não penso muito numa escala especifica, escolho uma escala dependendo do som que vem na minha cabeça, depende da inspiração que aparece na hora, o feeling ou escala muda pra mim quando a minha ideia muda, posso usar só uma ou várias escalas.

    rcorts
    Veterano
    # jan/13
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    rhoadsvsvai

    Muito bem observado. Quem toca música instrumental não precisa se preocupar muito com isso, mas quem toca em banda com vocalista tem que tomar mesmo esses cuidados.

    Por exemplo, o vocalista da minha banda tem uma tessitura vocal tão grave que tocamos todas as músicas com a guitarra e o baixo afinados 1 tom abaixo. E ainda assim, muitas vezes precisamos transpor a música a ser tocada para mais 1 tom abaixo, pois só assim fica confortável pra ele.

    rcorts
    Veterano
    # jan/13
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    Niyuki

    Cara, eu venho com algumas dúvidas há um tempo que sempre que eu criava um tópico ou me respondiam de modo que não dava a entender, ou simplesmente não respondiam, e agora você me explicou MUITO bem!

    Obrigado!


    Por nada, fico grato em poder ajudar. Mas eu apenas apresentei algumas direções, o resto do estudo e do desenvolvimento fica por sua conta. Boa sorte.

    GabrielRhoads
    Veterano
    # jan/13
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    em bandas de rock , por exemplo se vc reparar , grande parte das musicas do deep purple são na região do G , no ac dc é quase tudo na região da penta E ..
    Até ai, eu entendi, mas se pegar o exemplo do Rhoads, para mim ele ele mistura as cosias, e sei lá não perde o feeling, alguem pode explicar.?

    rhoadsvsvai
    Veterano
    # jan/13
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    GabrielRhoads
    a explicação é que o ozzy não é um cantor no sentido tecnico , é um tiozinho carismatico que "canta" as letras.. então qualquer coisa serve.

    logico que tem oque eu falei ali ,isso é um recurso e não uma regra;

    GabrielRhoads
    Veterano
    # jan/13
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    E ...não é regra ,mas é um recurso interessante de escolha.
    Bom essa parte explicou, acho que li sem atenção mesmo.

    alv2707
    Veterano
    # jan/13
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    Acredito que no rock, o tom da música seja mais por influência do guitarrista do que do vocalista. Tem certas tonalidades que são mais "faceis" de explorar na guitarra e as bandas acabam usando elas com mais frequência. Na afinação padrão, são raras as músicas em Bbm.

    Igual falaram, o Blackmore tem um monte de coisa em G, mas mesmo no Rainbow com vocalistas diferentes ele continuava tocando em G. Ele não vai abrir mão das cordas soltas e nem trocar afinação só pra casar com a voz do vocalista, azar de quem canta kkkkkkkkkkkkkkkk.

    Na contramão disso está o Queen, o Mercury compunha no piano do jeito dele e o Brian May que se virasse na guitarra. Então o Queen costuma ter uns tons "exóticos" pra quem toca rock.

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