Dicas para saber escalas e intervalos automaticamente - para iniciantes

    Autor Mensagem
    Iwar
    Veterano
    # jan/13


    Olá galera, vim aqui passar algumas dicas sobre os assuntos mais famosos da teoria musical e que todo músico que quer se aprofundar nos estudos devem saber:Intervalos e Escalas Maiores

    OBS:Não achei no cifraclub algo sobre essas dicas e se estiver por ai, está nas profundezas de algum tópico que provavelmente fala sobre outro assunto :D

    Enfim, vamos ao assunto:

    Você nunca se perguntou ou perguntou ao seu professor logo após que aprendeu intervalos: "Professor, mas eu vou ter que saber todos os intervalos de todas as notas???" ou "Professor, mas como eu vou saber todas as notas que cada escala tem?"

    Se perguntou, provalvemente as respostas foram: "Com o tempo você aprende todos eles" e "Usa o ciclo das quartas e das quintas ué"

    Porém, como são 12 notas musicais e 12 intervalos simples (a partir dos simples sabem-se os compostos) são ao total exatamente 144 intervalos que você deve memorizar, muita coisa não é?

    E para escalas, você sempre demorava em torno de 2 minutos para achar quantos acidentes existiam naquela escala maior

    Bom, primeiramente, eu vou explicar os acidentes das escalas maiores e logo em seguida explicar sobre os intervalos, então vamos lá!:

    1ª PARTE: ACIDENTES DE ESCALAS

    Antes de começar repita as seguintes frases até memorizar as duas:
    "Fá dó sol ré lá mi si!!"
    "Si, mi lá ré sol dó fá!!"

    Memorizou?

    Essas frases vão ser um macete de extrema importância para saber exatamente, qual escala vai ter quais acidentes. E cada uma funciona para saber rápidamente o ciclo das quartas e o ciclo das quinta.

    Mas como usá-las? Vou explicar já já.

    Como muitos aprenderam e reconheceram, provavelmente, F, C, G, D, A, E, B (vou passar a utilizar letras para denominar as notas) é a ordem das notas que levam acidente no ciclo das quintas, porém a maioria só decora isso e não aproveita esse recurso da maneira que pode ser aproveitado.

    As escalas levam acidentes da seguinte maneira
    C: nenhum acidente
    G: 1 acidente (F#)
    D: 2 acidentes (F#; C#)
    A: 3 acidentes (F#; C#; G#)
    E: 4 acidentes (F#; C#; G#; D#)
    B: 5 acidentes (F#; C#; G#; D#; A#)
    F#: 6 acidentes (F#; C#; G#; D#; A#; E#) (até agora espero não ter dito nada de novo, porém tem um certo "Obs" nessa parte que responde perguntas de iniciantes pode ajudar, quando a tônica da escala leva um sustenido as notas acrescentadas de acidentes se tornam notas naturais, porém não devem ser chamadas pela nome da nota natural e sim pela nota com acidente -> E# é diferente de F na notação das escalas)
    C#: 7 acidentes (F#; C#; G#; D#; A#; E#; B#)

    Assim terminamos o ciclo das quintas. E vocês me perguntam "o que tem de novo nisso?". Mostrarei agora:

    Note que na frase F, C, G, D, A, E, B, a partir do G, as notas que você falar começarão a ser a tônica das escalas que vão sendo atribuídas notas acidentadas e ao terminar em B(5 acidentes), voltamos ao começo que seria F, porém é só adicionar o # nas próximas que encontrarmos: F#(6 acidentes), C#(7 acidentes), G#..*

    Então ficaria assim, por exemplo, B:

    "Fá, dó, sol(1 acidente), ré(2 acidentes), lá(3 acidentes), mi(4 acidentes), si(5 acidentes)..." Pare aí! Agora você sabe que B possui cinco acidentes, como saber eles direi logo após falar sobre o ciclo das quartas.**

    *note que em G# há 8 acidentes, que seriam todas as notas acidentadas em sustenido mais o acidente da escala maior de G natural (F##). O mesmo padrão se repete ao longo, porém é apenas uma curiosidade.

    **note que só começo a contar o número de acidentes a partir de G, nunca de F.

    Agora escalas do ciclo das quartas:

    C: sem acidentes
    F: Bb
    Bb: Bb; Eb
    Eb: Bb; Eb; Ab
    Ab: Bb; Eb; Ab; Db
    Db: Bb; Eb; Ab; Db; Gb (note que esta é a escala de C#)
    Gb: Bb; Eb; Ab; Db; Gb; Cb ( note que esta é a escala de F# também e que os princípios da primeira Obs do ciclo das quintas também se aplicam aqui)
    Cb: Bb; Eb; Ab; Db; Gb; Cb; Fb

    Agora o ciclo das quartas necessita um pouco mais de paciência, a ordem das notas acrescentadas de acidentes bemóis seria justamente o contrário da ordem das notas acrescentada de acidentes sustenidos no ciclo das quintas, por isso o F, C, G, D, A, E, B ao contrário (2ª frase), agora para saber exatamente quantos acidentes tem aquela escala, de por exemplo Ab:
    F possui 1 acidente e é Bb, então na ordem inversa, quando você começar em B, acrescente o bemol em todas as que você falar e lembre-se que o número de acidentes aumenta ao longo da frase.
    Si(2 acidentes), mi(3 acidentes), lá(4 acidentes).. Pare aí!! Você descobriu que lá bemol possui quatro acidentes, agora como descobrir quais acidentes são esses?:

    Ciclo das quintas: após descobrir o número de acidentes de uma escala maior, fale a 1ª frase e pegue as *números de acidentes da escala maior* primeiras notas que falar, elas são as notas que possuem # em sua escala

    Ciclo das quartas: após descobrir o número de acidentes bemóis da escala maior dentro do ciclo das quartas, fale a 2ª frase e pegue as *números de acidentes da determinada escala do ciclo das quartas* primeiras notas que você falou, elas serão suas notas bemolizadas da escala maior. Note que o último acidente de uma escala dentro do ciclo das quartas será a tônica para a próxima escala dentro do ciclo, que também possuirá como última nota bemolizada a próxima tônica.

    Nota IMPORTANTÍSSIMA:
    As notas bemolizadas do ciclo das quartas nunca devem ser ditas em suas formas sustenidas para que o próximo macete de intervalos funcione. Exemplo:
    Quero saber a 6 menor de G#. NÃO DIGA G#, diga Ab.

    Farei a lista das notas sustenidas que devem ser transformadas para bemol

    G#->Ab
    A#->Bb
    D#->E

    A nota C# pode ser tanto C# quanto Db, em ambas o macete de intervalos funcionará, explicarei o porque no final da 2ª parte.

    2ª PARTE: INTERVALOS

    Como estou dando macetes, tomarei como referência que o leitor já conhece o nome de todos os intervalos.

    Dica: aprenda a parte 1 primeiro para aprender o macete de intervalos, será necessário. Admitirei que você leu a parte 1 com atenção e sabe identificar os acidentes de cada escala rapidamente.

    Modo 1 para saber intervalos (modo aconselhado apenas a pessoas com um tempo de guitarra):

    Não direi muita coisa, pois é um modo intuitivo após um tempo e que já foi abordado muitas vezes aqui no FCC.

    Este seria identificar intervalos por meio do shape no braço da guitarra. Exemplo:
    Quero saber a 6m de F#, sei que o F# está localizado na 5ª corda na 9ª casa e sei que duas cordas abaixo (3ª corda) na mesma casa se localiza a 7b da nota, então para achar a 6m anda-se duas casas para trás e localiza-se o intervalo desejado que seria na 3ª corda na 7ª casa que seria um D.

    Digo que este modo é mais avançado pois para saber qual nota é exatamente precisa-se conhecer o braço da guitarra, pois iniciantes saberão apenas a localização, mas não saberão de cara a nota que estão tocando, então aqui vai o segundo jeito:

    Modo 2 (caso tenha aprendido os acidentes das escalas):

    Sabemos que a escala maior os intervalos são os seguintes:

    1ª justa ou tônica - 2ª maior - 3ª maior - 4ª justa - 5ª justa - 6ª maior - 7ª maior

    Utilizando esta informação, demonstrarei o macete com exemplos:

    Um exemplo fácil -> C (provavelmente sabe todos os intervalos de C já, então será mais fácil a visualização)

    Queremos achar a 5 diminuta de C:
    Utilizaremos a escala maior de C, então seria sem nenhum acidente, isso todos sabemos. Agora conte nos dedos, falando 1, 2, 3.. blah blah, ALTO! Nos dedos, sendo a tônica o número 1 no dedo indicador, conte falando as próximas notas NA ESCALA DE DÓ SEMPRE, ou seja, SEM FALAR ACIDENTES, veremos isso no próximo exemplo. Então, o indicador da mão esquerda seria o 1 e o dó. O dedo médio seria o 2 e o ré, e assim vai, até chegar no número do intervalo desejado, queremos a 5ª diminuta não? Então paramos no 5 falando a nota sol no dedão da mão esquerda. Admitindo que cada número seria o intervalo correspondente da nota falada na escala maior, então o sol será a quinta justa na escala de dó. Como dó não possui acidentes, então será sol natural. Agora queremos achar a quinta diminuta de C, que seria meio tom atrás de G, ou seja, Gb.*

    *se fosse quarta aumentada seria um F#

    Agora um exemplo dentro do ciclo das quintas:

    Ache a 3ª menor de E
    Sabemos que a escala de E tem 4 acidentes, sendo eles, F#, C#, G# e D#. Utilizaremos essa informação mais adiante.
    Conte nos dedos, indicador 1 e E, médio 2 e F, anelar 3 e G.. paremos aí.. como queremos a terça menor, paramos no 3, agora como essa contagem é na escala maior, o 3 será uma terça maior, isso quer dizer que G é a terça maior de E? Logo a terça menor será Gb? NÃO!!!!! Agora utilizaremos a informação que eu dei lá atrás. Chegamos em 3 com G, porém na escala maior de E, o G é sustenido. Então a terça maior será G# e a terça menor que é um meio tom atrás da terça maior, a terça menor será G!

    Agora um exemplo no ciclo das quartas

    Ache a 6m de Eb, difícil? Não utilizando o macete :)
    Sabemos que Eb possui 3 acidentes: Bb, Eb e Ab
    Agora conte nos dedos... 1 E, 2 F, 3 G, 4 A, 5 B, 6 C... PARA!!! Queremos a sexta menor, agora lembre-se o seis significa a sexta MAIOR, pois é a escala maior, porém, na escala de Eb, C não possui acidente, então C será a sexta maior, agora queremos a sexta menor. Reduza meio tom. Pronto, Cb é a sexta menor de Eb. B NÃO É A SEXTA MENOR DE Eb, B É A QUINTA AUMENTADA, LEMBREM-SE DISSO!!

    Lembrem quando eu chamei a atenção para certos sustenidos que tinham que ser bemolizados? Pois bem, tratarei destes agora:

    G# por exemplo, ache a terça menor desse cara.

    "Claro, tio Iwar me ensinou, agora 1 G, 2 A, 3 B, parei!! Então como G# é a mesma coisa que Ab então vou usar esta escala, Ab possui Bb, Eb, Ab e Db como notas acidentadas, vixe! B é acidentado, então a terça maior é Bb, logo a terça menor é A, agora só achar aqui na guitarra G#, uhum... e sua terça menor, o A... WTF?? Isso é uma segunda menor"

    Claro que sim jumento, lembra do que eu tinha falado no começo? bemoliza antes para não criar complicação, ou usa a própria escala de G#(8 acidentes) olha como funciona:

    1 G, 2 A, 3 B

    Escala de G# tem Todas as notas sustenizadas e o F tem outro de brinde porque ganhou na megasena. O 3 é o B porém nesta escala, o B é sustenizado, então vira B# (não é C!). Então a terça maior é B#, agora para achar a terça menor, descresce meio tom, achamos B! A terça menor de G#!

    Espero que os macetes ajudem vocês que estão começando a estudar intervalos e escala maior e que muitos possam ver isso para auxiliar nos estudos!!

    Aew galera valeu! Feliz 2013 para vocês e bons estudos!!

    Jaderson_guitar
    Membro
    # jan/13
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    Bah que porcaria, não que ficou ruim seu topico, eu me refiro as escalas....
    Esse assunto todo guitarrista tem que saber na ponta da lingua e saber usar na ponta dos dedos....
    onde se viu guitarrista que não sabe as escalas...hehehehe
    Seria a mesma coisa que um salva-vidas não saber nadar......

    nãnãnãnã......
    Bora estudar ai pessoal!!!! kkkkkk

    guitarluiz
    Veterano
    # jan/13
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    onde se viu guitarrista que não sabe as escalas...hehehehe
    o/

    guitar do hero
    Veterano
    # jan/13
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    Cara parabéns , deve ter dado muito trabalho escreve tudo isso :)

    Iwar
    Veterano
    # jan/13
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    Esse assunto todo guitarristatem que saber naponta da lingua e saber usar na ponta dos dedos...

    Eu sei auhuaha :)
    É porque eu ja vi muitos amigos meus guitarristas assustados perguntando como memorizar todas as escalas e mais ainda perguntando como memorizar os intervalos ai decidi criar o tópico pra ajudar essa gente ^^

    Iwar
    Veterano
    # jan/13
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    Up pra galera ver :)

    rcorts
    Veterano
    # jan/13 · Editado por: rcorts
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    Pra todo aluno novato que eu pego, antes de enfiar escalas e intervalos neles, passo o sistema CAGED. Depois com isso, parto para inversões de acordes e também aberturas. Mais adiante vou inciando eles em acordes reduzidos (não sei se o termo é exatamente esse), ou seja, aqueles em que se usa a metade de uma pestana completa, resultando muitas vezes em inversões, muito usados em reggae e funk rock. E sempre vou frizando a importância de entender as figuras e padrões rítmicos. Também passo muito exercício de palhetada alternada não com fins de fritação, mas sim de saber tocar no beat. Quando eu passo a escala jônia já falo logo pro moleque: "vamos treinar esta escala sobre o acorde tal, no padrão rítmico tal, depois vamos alterar o padrão rítmico de colcheias pra tercinas, depois de tercinas pra semicolcheias e por aí vai". Aí, mesmo que ainda crú tecnicamente, o aprendizado das escalas já inicia fazendo algum sentido.

    Na minha opinião, antes de partir pra qualquer conceito em música o cara deve compreender no mínimo razoavelmente harmonia (mesmo para instrumentos não harmônicos) e ritmo. Mesmo depois de ensinar, demonstrar e aplicar as noções básicas de harmonia, quando inicio as primeiras escalas diatônicas e pentatônicas com meus alunos sempre vem a mesma pergunta: "tá, mas como que eu vou saber usar isso?" quando não surge a segunda: "ah, mas eu não tenho idéias pra tocar isso" (se referindo às escalas). Aí eu digo, lembra dos padrões rítmicos? E depois vou apresentando a noção de motivos, frase e fraseado.

    Mas, meu velho, não vim aqui para criticar sua iniciativa, aliás devo lhe parabenizar, pois realmente a molecada nova tem que atentar para o fato de que teoria musical não serve só pra ficar mofando em bibliotecas.

    Só tenho como ponto de vista o fato de que o aprendizado de intervalos e escalas se torna bem mais produtivo quando já se tem uma base aplicável de rítmica e harmonia.

    Novamente, parabéns pela iniciativa e pelas explicações.

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