RedStrato
Veterano |
# nov/12 · Editado por: RedStrato
Um amigo próximo e guitarrista da minha banda voltou dos EUA com essa monstruosidade. Tive oportunidade de usá-la por diversas vezes e já me sinto apto pra fazer um review dela. Vale pra quem se interessa e pensa em comprar, ou até mesmo só pela curiosidade. Vale ressaltar que não curto muito essas guitarras cheias de novidade, tanto que a minha atual é uma Gibson LP Studio Faded. Mas essa merece um review, por ter me surpreendido em todos os sentidos. Foram experiências diferentes do que imaginei.
Specs:
Corpo e Braço em mogno, construção Neck-Through.
Escala em ébano
Marcação em Madrepérola verdadeira
24 Trastes XJ (A superfície deles é plana, e torna confortáveis os vibratos)
Braço C shaped até a casa doze, virando um D à medida que avança até o joint com o corpo (É interessante).
Floyd Rose 1000 series
Invader SH8 Passivo do Synyster Gates, junto a um Sustainiac Stealth Pro no braço. Tenho um bocado a falar sobre ele.
Acabamento em verniz brilhante PU, acabamento Preto com Listras Prateadas.
Perdoem-me se esqueci algo nesta parte.
A construção é interessante, sendo o braço feito em três peças pra maior estabilidade, essas três que o compõem sendo também o meio do corpo, cujas "Asas" laterais são coladas no braço (Espero ter conseguido explicar). Ela é confortável de se tocar em pé, apesar de ser um pouco pesada. Ela veio com Strap Locks da Schaller, pretos, de excelente qualidade e que até hoje não foram apertados nem recolocados.
A pintura é bem-feita, e mesmo depois de passar um bom tempo procurando falhas, tive que aceitar que não havia nenhuma. A junção do Ébano da escala com o Verniz do corpo estava perfeita, sem borrões, sem falhas. A madeira da escala é bonita, e a marcação em cruzes com o "S Y N" e o DeathBat é bem-feita e aplicada com qualidade, de maneira que não há desnível entre ela e a madeira. Trastes bem colocados, não necessitaram rebatimento e/ou limagem. O Ébano é tão escuro que parece pintado de preto, mas olhando mais de perto vê-se que não é. A configuração de fábrica era bem aceitável, mas as cordas estavam um pouco altas.
Vou falar do braço separadamente, porque achei bem interessante o que a Schecter fez com ele. O braço parte do Headstock em um C Shape Gordo, confortável pra tocar acordes abertos e Power Chords. À medida que se aproxima do corpo, o braço vai se assemelhando cada vez mais a um D shape meio ''quadrado'', que torna ele bem confortável pra os licks, arpejos e sweeps constantes do Gates. O Acesso às últimas casas é bem confortável, até por conta da construção inteiriça. Vou me aproveitar do comentário do Magrinho123:
dizem que o braço é "largo" por causa dos sweeps a lá wicked end que o synyster faz, pra ele é mais confortável. Eu não gosto, mas não to dando certeza, é o que dizem.
Pura verdade, ele é bastante largo, mas termina mais confortável e eficiente pra os Fritadores e Sweepers.
Os potenciômetros são de boa qualidade, assim como as mini-chaves que controlam o Sustainiac, mas a Chave seletora de três posições deu problema no terceiro mês com a guitarra, mau contato. Um ponto de solda resolveu, mas não esperava isso de uma Schecter Custom.
A Floyd 1000 series é excelente e segura a afinação tão bem quanto uma Edge Lo-Pro, me surpreendendo ao não perder afinação depois de submetida a brutalidades inimagináveis inspiradas pelo Sustainiac Stealth Pro. Só o que me desapontou nela foi uma leve folga na rosca da alavanca, que tornava meio chata a execução dos Dive Bombs, sempre com aqueles estalos chatos da haste da alavanca subindo e descendo por causa da folga. Eu e o dono dela fomos até uma loja e compramos uma alavanca que tinha uma borrachinha que tira a folga da rosca, coisa que até a minha infame Art Pro JEM 7V tinha. O problema foi resolvido com a alavanca nova e com um pouco de veda-rosca, mas não esperava precisar dessas "gambiarras" numa guitarra como esta, dita ser de tão alto nível, e ainda mais de uma Floyd Rose original, e não Coreana, com Bloco em bronze. Felizmente, o preto da alavanca Condor nova é parecidíssimo com o Cosmo Black da Floyd, e não alterou em nada esteticamente.
A Captação é interessante, também. Não que eu goste dessas frescuras, mas brincar com o Sustainiac é legal, e me desperta o interesse ver tantas coisas diferentes. Tomei um susto ao abrir a Tampa traseira dos Pots e ver que o circuito do Sustainiac e os Potenciômetros eram montados em cima de uma placa de Silício, como um brinquedo eletrônico. O circuito do Stealth Pro é complicado, e não é qualquer Luthier que vai acertar instalar um daqueles. Vou tentar explicar.
O Sustainiac é muito interessante. Apesar de só ter uma bobina, ele cancela ruído, timbra como um humbucker, é do tamanho de um humbucker. Possui duas chaves de controle. Uma liga e desliga o gerador de sustain, e a outra controla entre Nota normal, Nota + Hamônico da Terceira ou Harmônico da quinta (Dive Bomb infinito e artificial, como em Critical Acclaim, do Avenged Sevenfold), mas que soa bem natural. Sempre me perguntei como ele fazia aquilo, e agora descobri. Quando o gerador não está ligado, se torna um excelente captador, com o limpo tão definido e cristalino quanto o de uma Melody Maker com Single Coil. Quando sujo, apesar de tudo nos levar a esperar o contrário, ele não embola NADA, e o dono dela prefere usar ele nos solos em lugar do Invader. O Invader é como diz a propaganda, "Passive but Massive". Segura muito ganho, mas os agudos excessivos vão irritar se você não souber regular seus pedais e Amp pra diminuí-los. Os pólos cromados gigantes até assustam, mas a gente acaba se acostumando. Muito bom pra bases sujas, bem definido e ruído zero. O timbre não é bonito, mas é o preço a se pagar por tanta saída e ganho, acredito eu. Apesar da controvérsia, o clean dele é bem usável, e não é embolado ou abafado. O som é bem aberto e cheio de médios e agudos. Um fato interessante é que, na Custom-S, o Invader não é totalmente passivo e, se a bateria acaba, o Sustainiac para de funcionar, e o Invader perde um pouco da força/saída. A Bateria vai embora rápido em nossas horas de brincadeiras com os Harmônicos Infinitos do Stealth Pro, mas esse problema foi resolvido por duas baterías recarregáveis de 600MAh, de Lytium, compradas no DealExtreme.
Os timbres que obtive com ela são excelentes pra Metal em geral, com um ganho absurdo, nenhum ruído e,claro, a ferocidade que ela aparenta ter: Muito Bite e muito Punch. Os dedos voam pelo braço com facilidade, mesmo os meus, que estão acostumados à escala curta e ao braço arredondado da Les Paul. Além do esperado, obtive limpos muito bons, e Sultans Of Swing com o Sustainiac superou qualquer expectativa que eu tivesse para com aquela captação. Sou obrigado a dizer (não me matem) que ela é, apesar de tudo, uma guitarra versátil, com uma infinidade de possibilidades para o timbre. O limpo teve ajuda de um velho Fender Blues Junior, mas ainda assim, foi uma grande surpresa.
Espero ter ajudado quem quer que tenha se interessado por essa guitarra, que superou minhas expectativas em todos os sentidos. Vou pensar duas vezes antes de chegar cheio dos preconceitos pra mais uma guitarra. Espero também não ter feito errado em ter criado um novo tópico, mas o fiz, já que só achei um review dessa guitarra no Fórum, e bem pouco detalhado.
Abraço!
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