Documentário - Jimmy Foster - Making an Archtop Guitar

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axleWs
Veterano
# mar/10
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Sensacionais os vídeos, dentre várias coisas que me chamaram atenção, o brilho na escala foi a maior delas.

nichendrix
Veterano
# mar/10
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axleWs

É feita de ébano e dá pra ver que é bem tratado. Ele dá o polimento mesmo nessas partes que não levam verniz.

axleWs
Veterano
# mar/10
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nichendrix
Pois é, fica interessante.
Essas grandes archtops não me chamam atenção, sou mais tendencioso pro lado das mais finas (não sei o nome).

E parabéns pelo tópico novamente.

nichendrix
Veterano
# mar/10 · Editado por: nichendrix
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axleWs

Aí depende, se for semi-acustica mesmo é thinbody, mas se for com bloco central (como as ES-335 e 135) é semi-sólida.

Thin Body é legal pra quem toca só elétrico, mas quem gosta de tirar um som acustico full body é o que há.

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Achei por bem retirar das trevas este tópico. Não tinha local melhor para dividir minha alegria...

Hoje tive o prazer de passar algumas horas com o Sr. Jimmy Foster, um senhor muito amável e agradável, além de ser excelente luthier e guitarrista jazz. Pena, ele tem um problema em sua coluna, foi submetido a cirurgia e passou por maus bocados, mas está na ativa.

Fui recebido nos fundos de sua casa, onde tem as máquinas onde faz manutenção, reparos e construção de guitarras. Na manutenção tinha uma Gibson Custom (nem demos bola para "guitarrinha") e uma Foster full body que tinha quebrado o braço. Conheci o único ajudante dele, outro senhor já com alguma idade e algumas guitarras em processo de construção, archtops e solidbodies. Ele me mostrou detalhes de construção, de como faz a "escavação" (carved) do corpos e tampos. Inclusive a técnica por ele criada e atualmente adotada pelo Sr. Paul Reed Smith. Ele tem madeiras maravilhosas ali.

Por fim, fui até seu escritório/estúdio, onde ele tem seus próprios instrumentos construídos por ele mesmo, 2 archtops (thin e full), 3 violões (nylon, aço e 12 cordas) e uma solid que estava de saída para o comprador, todas de 7 cordas. Ele plugou as guitarras da maneira que gosta de fazer, direto numa mesa de som ligada ao computador e de lá para monitores ativos. O amplificador ele não costuma tocar. Já com a guitarra desplugada, o som acústico (mesmo da thin, a primeira que toquei) é impressionante, alto, articulado, com volume que eu jamais esperaria (deixa as Gibson L-4 e L-7, que toquei recentemente e tenho memória recente para comparar, no chinelo). Me impressionei com o som acústico, coisa que o Sr Foster achou graça e disse que para isso elas eram feitas. O braço é bastante fino e confortável, com ação baixa, bem mais fácil de tocar que a maioria das archtops que já toquei. O Sr Foster me disse que ele acha que instrumento elétrico é para ser confortável, não cansar, não é para descer a mão num instrumento desses, nada de força, ele opta pela suavidade. De fato, regulagem e ação de cordas feitas por um verdadeiro mestre, ícone da luthiearia. O som plugado, saindo pelos monitores, eram de cair da cadeira. Suave, aveludado, com graves surpreendentes, especialmente da sétima corda. Som espetacular. Pena que não tenho traquejo em 7 cordas, tenho pouca experiência, especialmente em jazz com essas máquinas. Vendo minha dificuldade na sétima corda, recebi uma verdadeira aula dele para tocar uma 7 cordas jazz.

Foram horas que passaram muito rapidamente, muito agradável. Ao fim, ele me convidou a jantar em sua companhia na sexta feira em um restaurante onde um cliente seu vai tocar jazz, onde poderei ver uma de suas guitarras em ação, com música bem tocada (ele garante!).

É isso aí, amigo nic. Quando você for pegar a sua, é outro luthier que recomendo sem nenhuma dúvida. E pelo jeito, ele só tem saúde para mais alguns anos no ramo. Vai logo... rsrsrsrsrs

Abç

ogner
Veterano
# set/10 · Editado por: ogner
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MMI

Sensacional!!!

Deixou alguma encomendada?? Hehehe

nichendrix
Veterano
# set/10
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MMI

Estou escrevendo a resposta, mais tarde eu posto... mas tava que nem pré-adolescente que recebeu cartinha da menina mais bonita da escola, eu até fiquei imaginando aqui a experiência toda.

PS: Já pegou a tu Benedetto? Acredito que não vai ficar decepcionado, mesmo com o som acústico. Aproveito no outro post e falo duma experiência peculiar que tive hoje.

MMI
Veterano
# set/10
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ogner

Olha, ele me ofertou a guitarra pessoal dele, com um bom desconto. Mas não vai dar desta vez, já tenho uma comprada do Bob Benedetto. Mas me deixou um gostinho de GAS por uma 7 cordas como a dele...

nichendrix

A minha vai sair da fábrica amanhã e chega no sábado. To desesperado para vê-la!!!!!

Quanto ao Foster... Po, o cara é mais simpático que eu esperava. Não imaginava ser convidado a jantar com o cara. O cara que vai tocar é professor de música na universidade daqui. O Sr Foster garantiu boa música e boa comida. Vou querer mais o que?

Como curiosidade... Ele recomenda cordas Elixir, normais. A guitarra dele que toquei (uma das) é a The Royale, a primeira que aparece no site dele. Como você diz, essa é de cair o cú da bunda. essa ele não vende, a proposta foi pela thin, mas a dele é toda de maple, linda também.

nichendrix
Veterano
# set/10
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MMI
Hoje tive o prazer de passar algumas horas com o Sr. Jimmy Foster, um senhor muito amável e agradável, além de ser excelente luthier e guitarrista jazz. Pena, ele tem um problema em sua coluna, foi submetido a cirurgia e passou por maus bocados, mas está na ativa.

É realmente uma pena e espero que ele seja que nem o Suguiyama, que também já teve problemas de saúde, mas depois continuou o trabalho e está aí até hoje.

Já com a guitarra desplugada, o som acústico (mesmo da thin, a primeira que toquei) é impressionante, alto, articulado, com volume que eu jamais esperaria (deixa as Gibson L-4 e L-7, que toquei recentemente e tenho memória recente para comparar, no chinelo). Me impressionei com o som acústico, coisa que o Sr Foster achou graça e disse que para isso elas eram feitas.

Eu te falei que fullbodies são feitas pra serem violões archtop eletrificados, as Benedetto, Foster, D'Aquistto, algumas Gibsons e Gretsches top e até mesmo as Emperror Regent da Epiphone são feitas pra tirar o maior proveito possível dessas características, é isso que dá aquele som aveludado.

Hoje eu tive uma experiência engraçada que reforça minha impressão que minha ES-135 tem algo de diferente das outras do mesmo modelo e até que muitas guitarras bem mais caras.

Ontem eu fui a uma escola de música aqui perto, pra conhecer, me entrosar, ficar mais por dentro das coisas aqui, descobrir onde tem um bom luthier, e nessa eu terminei marcando de ir lá tirar um som com um dos professores, e durante a pequena jam que nós fizemos, uma hora ele pegou um violão Takamine, desses que nem fede e nem cheiram.

Eu fiquei impressionado que o som acústico da Teresa Cristina estava tão presente quanto o som do violão, especialmente porque eu havia deixado o volume do amp lá da escola baixo. Então zerei o pot de volume e fiquei tocando só acústico. Ela tinha praticamente o mesmo volume do violão, embora os graves fossem mais suaves e com menos ataque.

Nunca tinha testado ela assim lado a lado e isso me surpreendeu, já que ela é uma semi-sólida thin body e não uma hollow body. Eu acho que tem alguma coisa especial nessa série porque o som acústico delas é muito presente, mesmo sendo fina e com bloco central, acho que é uma característica do Chromite (Balsa), que é uma madeira de baixo peso, que lembra um pouco o Buriti.

Agora tem algo diferente na Chris, as outras ES-135 que toquei tinham bem menos volume, e essa experiência me deixou bem feliz.

O braço é bastante fino e confortável, com ação baixa, bem mais fácil de tocar que a maioria das archtops que já toquei. O Sr Foster me disse que ele acha que instrumento elétrico é para ser confortável, não cansar, não é para descer a mão num instrumento desses, nada de força, ele opta pela suavidade. De fato, regulagem e ação de cordas feitas por um verdadeiro mestre, ícone da luthiearia.

Cara, é exatamente isso mesmo, eu não vejo o porque de botar força e tocar com as cordas altas feito um berinbau, especialmente que aquele som pancada de palhetada em bends nervosos a la B.B. King, vem do movimento rápido e não da força.

Ele plugou as guitarras da maneira que gosta de fazer, direto numa mesa de som ligada ao computador e de lá para monitores ativos. O amplificador ele não costuma tocar.

Acho que o carinha lá do outro tópico iria dar um infarto ouvindo isso heheheheh

De fato, regulagem e ação de cordas feitas por um verdadeiro mestre, ícone da luthiearia. O som plugado, saindo pelos monitores, eram de cair da cadeira. Suave, aveludado, com graves surpreendentes, especialmente da sétima corda. Som espetacular. Pena que não tenho traquejo em 7 cordas, tenho pouca experiência, especialmente em jazz com essas máquinas. Vendo minha dificuldade na sétima corda, recebi uma verdadeira aula dele para tocar uma 7 cordas jazz.

Violão e Nylon e Archtop 7 Cordas pra mim são um sonho, quando eu tava entrei na sociedade da loja com o pai, eu quase peguei um Suguiyama de 7 cordas, do meu professor, que eu sempre usava pra treinar e que eventualmente passava umas temporadas lá em casa. Agora é muito foda pegar a técnica de polegar para tocar, mas as inversões possíveis são muito viajantes, tem muitas possibilidades, especialmente pra chord melody.

Foram horas que passaram muito rapidamente, muito agradável. Ao fim, ele me convidou a jantar em sua companhia na sexta feira em um restaurante onde um cliente seu vai tocar jazz, onde poderei ver uma de suas guitarras em ação, com música bem tocada (ele garante!).

Filme tudo, grave em um dvd-r e me mande hehehehehhehehehehe

Cara, eu tenho que economizar logo a grana pra pegar uma dessas, ou então tentar logo a bolsa de Mestrado lá ou no Canadá assim que terminar essas pós-graduações, assim fica mais fácil pegar, já que não ia ter que pagar o imposto na volta. E arriscar passar sem imposto com uma dessas, jamais.

Especialmente porque tem um programa de bolsas da McGill que é metade do curso no Canadá e a outra no Japão... dois lugares que eu sou louco pra conhecer.

É isso aí, amigo nic. Quando você for pegar a sua, é outro luthier que recomendo sem nenhuma dúvida. E pelo jeito, ele só tem saúde para mais alguns anos no ramo. Vai logo... rsrsrsrsrs

Como diria as velhinhas do interior, fales tu pela boca de um anjo hehehehhehehe

A minha vai sair da fábrica amanhã e chega no sábado. To desesperado para vê-la!!!!!

Pode botar os dedos pra trabalhar nela e no review hehehehehhe

Quanto ao Foster... Po, o cara é mais simpático que eu esperava. Não imaginava ser convidado a jantar com o cara. O cara que vai tocar é professor de música na universidade daqui. O Sr Foster garantiu boa música e boa comida. Vou querer mais o que?

Bicho, esses professores americanos são fodas, lá em Teresina, pouca gente sabe fora do curso de música, mas vez por outra vai um pessoal fazendo intercâmbio acadêmico, tipo professores americanos que vem pra dar um semestre de aulas ou cursos, e os de lá vão pros EUA também. Em geral lá é de Nebraska e Ohio e sempre tem uns caras muitos foda, foi com eles que descobri essas Archtops top notch. É uma pena muitos dele serem virtualmente desconhecidos, embora toquem pra caramba.

Como curiosidade... Ele recomenda cordas Elixir, normais. A guitarra dele que toquei (uma das) é a The Royale, a primeira que aparece no site dele. Como você diz, essa é de cair o cú da bunda. essa ele não vende, a proposta foi pela thin, mas a dele é toda de maple, linda também.

Só de ouvir ela no site já cai, imagine pegar nela. Agora eu não sei, gosto de Flatwounds... e estou pra dar o braço a torcer e comprar Elixir, só falta descobrir um lugar que venda as mais grossas (preferencialmente algum jogo hibrido 011-52) e que demore menos de 40 dias pra entregar hehehehhehehe

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Outra coisa... Uma encomenda de guitarra com ele pode demorar entre 8 e 10 meses, pelo que me disse. Mas esse tempo pode cair bastante se ele tiver, por exemplo, um corpo já começado (ele tem alguns). Mas ele tem dificuldade de atender a demanda, inclusive disse que faz guitarras para ele mesmo e acaba por vender, porque aparece um cliente que precisa da guitarra com alguma urgência.

Cara, eu estava incerto em passar lá no Foster. Mas acabou sendo muito mais legal que passear na fábrica da Gibson, porque no Foster estava junto com o cara e pude pegar nas madeiras, nas futuras guitarras, ver o cara ligar as máquinas para me mostrar como se faz, segurar nas guitarras, sentir as madeiras... Foi uma grande experiência! E agradeço ao incentivo para passar lá!

nichendrix
Veterano
# set/10
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MMI
Mas ele tem dificuldade de atender a demanda, inclusive disse que faz guitarras para ele mesmo e acaba por vender, porque aparece um cliente que precisa da guitarra com alguma urgência.

Bom, tomara que quando chegar a minha hora ele tenha algumas lá... eu acho que se eu tiver que esperar quase 1 ano pra receber é capaz de botar um ovo de avestruz.... hehehheheheh

Cara, eu estava incerto em passar lá no Foster. Mas acabou sendo muito mais legal que passear na fábrica da Gibson, porque no Foster estava junto com o cara e pude pegar nas madeiras, nas futuras guitarras, ver o cara ligar as máquinas para me mostrar como se faz, segurar nas guitarras, sentir as madeiras...

Essa é a grande atração, a coisa da experiência multi-sensorial, sem saber, o que esses caras fazem é o que há de mais moderno em marketing.

Foi uma grande experiência! E agradeço ao incentivo para passar lá!

Que nada, o prazer é meu em poder ouvir o relato, ver as fotos do blog, ficar planejando fazer essa viagem de Harley Davidson hehehehhehe

Cara, mas e aí chegou a passar na Music City?

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Cara, vou te contar a verdade. Eu não tenho nenhum traquejo com jazz em 7 cordas. Aí que começou ele com a full e eu com a thin e óbvio, ele me atropelou e fiquei parecendo criança brincando com guitarra, porque estava difícil tirar algo a altura daquela guitarra, tinha corda demais para mim. hehehehehehe. Mas como sou metido, comecei a tirar uns grooves de bossa nova, pelo menos a batida saía, mas fugindo da sétima corda como o diabo foge da cruz. Aí o cara disse que adorava música brasileira e mandou uma Garota de Ipanema muito legal, com baixos alternados, usando o poder da sétima corda. Eu fiquei miudinho... Ah, depois ele tocou aquela primeira música do site dele (já tinha cansado de ouvir no site), mas ao vivo foi impressionante, sentindo o som da bichinha...

Mas o que me refiro é que há alguns dias, toquei bastante numa L-7 na loja da Gibson, que não tinha captador, era acústica mesmo. Mas não tinha metade do som de nenhuma das Foster, sem sacanagem. É o poder de uma boa guitarra carved, já tocada e amaciada, só pode ser.

O problema é que lá não rolou de tirar fotos, o tratamento foi muito pessoal e impossível de interromper para fotos. Eu sei, sacanagem... E com certeza não vão permitir eu gravar o cara lá tocando. Mas vou pedir uma foto dos caras no restaurante, sem essa eu não fico! falando em fotos, a Cindy Benedetto providenciou as fotos para mim com todos e disse que chegarão para mim, ela gostava muito dessa guitarra, assim como o Howard. Pode deixar que você saberá e ouvirá um som dela. Eu te entendo, imagino o que deve ser dar as especificações para um cara desses e esperar quase 1 ano. Eu to enlouquecido e só estou esperando 1 mês...

Ah, não rolou de passar em Nashville, ficou para outra vez. O dia extra ficou para a patroa, é vez dela se divertir nos shoppings... Mas é justo, eu me diverti à beça! Eu sei que sol e calor não te assustam, mas se for fazer essa viagem de moto, se prepare... E tem muito chão nessas estradas! É muito interessante, é muito plano, sem árvores, muito algodão, quase todos são negros, vida muito simples, pacata. Viajar de carro também é legal, ao som de Muddy Waters, BB King, Robert Johnson, Albert King, Elvis, Roy Orbinson... Eu curti muito e deu para comprar várias lembrancinhas.

nichendrix
Veterano
# set/10 · Editado por: nichendrix
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MMI
Cara, vou te contar a verdade. Eu não tenho nenhum traquejo com jazz em 7 cordas.

Nem eu, mas não me impede de um dia pensar que vou ter tempo pra aprender... hehehehhehehe

Agora eu acho muito lindo, geralmente 7S é pra quem faz chord melody, um dos meus grandes arrependimentos, nunca ter dominado a técnica do chord melody direito.

Aí o cara disse que adorava música brasileira e mandou uma Garota de Ipanema muito legal, com baixos alternados, usando o poder da sétima corda. Eu fiquei miudinho...

O que caga é sempre isso... a gente inventou a bossa nova, mas já vai pra uns 25 anos que a gente deixou de lado e eles hoje são mais fera que a maioria de nós.

Mas o que me refiro é que há alguns dias, toquei bastante numa L-7 na loja da Gibson, que não tinha captador, era acústica mesmo. Mas não tinha metade do som de nenhuma das Foster, sem sacanagem. É o poder de uma boa guitarra carved, já tocada e amaciada, só pode ser.

Eu nunca toquei numa L7, mas a L5 (a elétrica), a Tal Farlow e essas outras belezuras de +10.000 da Gibson também tem um som acústico muito bom.

O grande problema que vejo hoje, é que realmente fazer uma carved é como fazer violinos, bons luthiers para essas coisas em geral são velhos, porque é uma vida de treinamento pra ter a mão firme o suficiente pra deixar um tampo com menos de 3mm antes da verga, é coisa que uma debastada a mais ou a menos no lugar errado faz o tampo e o fundo quebrarem na hora que vai envergar ela.

E com certeza não vão permitir eu gravar o cara lá tocando.

Dá uma de Missão Impossivel e grava com o celular hehehehhehe

Brincadeiras a parte... é o tipo de programa que eu gosto. Embora Rolling Stones, U2 e afins fiquem ótimos em estádio, jazz e blues fica melhor quanto menor e menos formal é o lugar. Pra mim é um dos grandes baratos de ir assistir shows em clubes de cidades menores como Fort Lauderdale, Omaha, Lincoln, Boston, muitas vezes dá até pra encostar e jogar uma conversa fora depois do show.

Eu te entendo, imagino o que deve ser dar as especificações para um cara desses e esperar quase 1 ano. Eu to enlouquecido e só estou esperando 1 mês...

Rapaz, tá doido... é de tirar o sono... ainda mais quando o luthier é velhinho. Um amigo meu uma vez encomendou um Suguiyama, na época que ele andava meio mal de saúde... rapaz todo dia ele falava algo do tipo, e se o velho morrer antes de terminar meu violão???

Agora tem um Luthier em Teresina que pra mim é uma coisa interessante, ele é técnico administrativo da UFPI, e hoje faz violões só pra exportação, especialmente Portugal e Espanha, o cara só trabalha depois do trabalho normal na Universidade, então é estourando 6 violões por ano. E são muito bons por sinal, a negada que toca fado, flamenco e essas coisas gosta do som do violão dele. As vezes até eu fico ansioso vendo ele fazer a coisa toda... parece interminável o processo.

O dia extra ficou para a patroa, é vez dela se divertir nos shoppings...

Sábia decisão... ninguém pode satisfazer 100% uma mulher, só um shopping hehehehehe

E no fim, se a sua senhora seguir o padrão que venho constatando na minha vida... depois do shopping elas nunca estão com dor de cabeça.

Eu sei que sol e calor não te assustam, mas se for fazer essa viagem de moto, se prepare... E tem muito chão nessas estradas! É muito interessante, é muito plano, sem árvores, muito algodão, quase todos são negros, vida muito simples, pacata. Viajar de carro também é legal, ao som de Muddy Waters, BB King, Robert Johnson, Albert King, Elvis, Roy Orbinson... Eu curti muito e deu para comprar várias lembrancinhas.

De carro só se for num Cadillac 1960, um Chevrolet Impala, Chrisler Imperial, ou pelo menos uma Corvettezinha antiga.

Quando tava em Teresina meu avô apareceu com um Cadillac Eldorado do final dos anos 60, que ele ajudou um amigo dele a restaurar, nossa, é incrível como eram macios, mesmo comparando com muito carro de hoje. Foda que é 4km com 1L.

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Nem eu, mas não me impede de um dia pensar que vou ter tempo pra aprender... hehehehhehehe

Penso assim também. Sou novo e posso aprender! hehehehehehe

Eu nunca toquei numa L7, mas a L5 (a elétrica), a Tal Farlow e essas outras belezuras de +10.000 da Gibson também tem um som acústico muito bom.

Sim, inclusive tinha uma Tal Farlow na Gibson, mas só pude dar uma batida nas cordas. A L5 que toquei está nas profundezas da memória, difícil fazer uma comparação. Mas o que me refiro é que aquelas guitarras me assustaram com o som acústico, coisa que, por exemplo, a L7 não fez.

Vou tentar fazer um video dos caras, pode deixar...

Aqui a gasolina não é cara, pode gastar um pouco mais.

Abç

nichendrix
Veterano
# set/10
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MMI
Sim, inclusive tinha uma Tal Farlow na Gibson, mas só pude dar uma batida nas cordas. A L5 que toquei está nas profundezas da memória, difícil fazer uma comparação. Mas o que me refiro é que aquelas guitarras me assustaram com o som acústico, coisa que, por exemplo, a L7 não fez.

Sim, eu falo é do som acústico mesmo. Essa projeção que você encontra nas top notch vem mesmo do fato de serem basicamente violões archtop com captação elétrica. Pra dar o volume e a presença do som acústico o tampo tem que ser muito fino e escavado em madeira maciça.

É o grande problema que aconteceu com as Gibsons depois que ela comprou a EPiphone em 48, porque a partir daí a maioria das Gibsons elétricas e boa parte das archtop acústicas foram feitas no sistema de 3ply da Epiphone, que é bem mais barato.

Nesse sistema ao invés de pegar um tampo, escavar e arquear o tampo, você pega 3 folhas finas de madeira levemente maior que a forma e ao por a primeira na forma e fechar, ela irá arquear, então cola-se a segunda e depois a terceira, fazendo um laminado arqueado no formado do tampo e do fundo da guitarra.

Isso deixa o tampo consideravelmente mais grosso e duro, então ele vibra menos e isso prejudica o som acústico, da mesa forma que tampo laminado em violão (até porque uma archtop é basicamente um violão com captador).

É aí que os velhinhos ganham das Gibsons da vida, porque querendo ou não, são anos pra ter a mão treinada para fazer um tampo nas medidas ideais (em geral menos de 2,5mm de espessura), as Benedettos, Foster e D'Aquisto que eu vi, tinham tampos que se muito tinham 2mm de espessura, não eram muito mais espeços que o tampo de um violão flat top de alta qualidade, o que me surpreendeu bastante, mas é o que dá essa projeção absurda a eles.

Hoje a Gibson só consegue manter isso em algumas séries de Archtops da fábrica de Montana, e só deus sabe por quanto tempo.

Aqui a gasolina não é cara, pode gastar um pouco mais.

É, da ultima vez que eu fui se não me engano que o galão tava $1,80. Eu falei da quilometragem por litro foi porque andar no Brasil com esses carrões americanos antigos é foda. É tudo V8, V6, V10, V12 e com um consumo absurdo e uma eficiência energética terrível. Meu avô coleciona Jipes e como trabalha no ramo está sempre restaurando carros com alguns amigos que ou colecionam ou trabalha com restauração.

Tem um amigo dele lá em Teresina que é considerado um dos melhores restauradores do Brasil, vem carros de toda a américa do sul para ele restaurar e em geral quem faz a retífica e restauro do motor é meu avô, eventualmente ele até fabrica alguma peça que eles não consigam encontrar. O foda que os dois são bem velhinhos, então depois que os dois se forem é uma arte praticamente perdida.

O vô pelo menos tem tentado passar tudo pro meu tio que chefia a linha de produção da retífica junto com ele, mas como ele diz, meu tio pensa muito como engenheiro e no caso desses carros antigos que não foram feitos por engenheiros formados, foram feitos por engenheiros práticos, então tem muita coisa nesses carros antigos que se tu olhar pra engenharia mecânica de hoje, é considerado até errado, mas que os caras faziam funcionar... hehehehe

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

É o grande problema que aconteceu com as Gibsons depois que ela comprou a EPiphone em 48, porque a partir daí a maioria das Gibsons elétricas e boa parte das archtop acústicas foram feitas no sistema de 3ply da Epiphone, que é bem mais barato.

Nesse sistema ao invés de pegar um tampo, escavar e arquear o tampo, você pega 3 folhas finas de madeira levemente maior que a forma e ao por a primeira na forma e fechar, ela irá arquear, então cola-se a segunda e depois a terceira, fazendo um laminado arqueado no formado do tampo e do fundo da guitarra.


Aprendo coisas bem interessantes a este respeito nos últimos dias. Uma coisa foi ver pessoalmente fazerem esse laminado na Gibson, as madeiras, as máquinas e como fazem. Confesso que não sabia, mas todas essas guitarras laminadas da Gibson são 2 folhas de maple e uma no meio de poplar, segundo explicaram e mostraram na fábrica. Logo no início, quando mostraram a secagem das madeiras, falaram que ali tinha maple, mahogany, rosewood, ébano (até aí, nada demais) e poplar. Já interrompi o cara para saber o que faziam com poplar ali. Então mostraram o processo e vários tampos e fundos com o laminado de 3 peças.

Já o processo para fazer uma "carved" que o Foster me mostrou, do jeito que ele mostrou e falou pareceu bastante simples. Sei que não é, mas ele mostrou a maneira inventada por ele para isso e depois adotada na PRS, só eles fazem assim. Mas uma coisa ficou bem clara. apesar da simplicidade e simpatia, os dois velhinhos que tocam aquilo tudo de bobos não tem nada, dominam uma arte cheia de segredos e macetes. Percebi uma hora que o ajudante veio conversar sobre uma dúvida dele na montagem de uma full body e ficou claro que algumas manhas só o Foster tem.

Vou postar uma foto no blog, de hoje, acho que você vai curtir.

Abç

nichendrix
Veterano
# set/10
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MMI

Confesso que não sabia, mas todas essas guitarras laminadas da Gibson são 2 folhas de maple e uma no meio de poplar, segundo explicaram e mostraram na fábrica. Logo no início, quando mostraram a secagem das madeiras, falaram que ali tinha maple, mahogany, rosewood, ébano (até aí, nada demais) e poplar. Já interrompi o cara para saber o que faziam com poplar ali. Então mostraram o processo e vários tampos e fundos com o laminado de 3 peças.

Poplar é uma madeira muito foda, eu já tive uma Strato nessa madeira e é outro mundo em termos de timbre numa Strato, fica muito mais sofisticado. Ela é uma madeira muito usada pra fazer tampos de violinos, porque tem tem características que não se encontra em outras madeiras, é algo entre um meio termo entre o Alder, o Maple e o Ash. E é um dos segredos das Stratocaster até 1957, onde muitos corpos eram feitos de Poplar e segundo o pessoal da Fender, eram os que soavam melhor.

A Gibson usa muito ela e a Balsa (como o nome de Chromite) como madeiras para o bloco central de semi-sólidas e para enriquecer o som dos laminados, já que o Poplar tem veios mais próximos que o Maple, portanto vibra mais, diminuindo a perda de vibração causada pela colagem.


Já o processo para fazer uma "carved" que o Foster me mostrou, do jeito que ele mostrou e falou pareceu bastante simples.

Esse é o grande lance, o processo em sí é muito simples, mas da mesma forma é usar um torno mecânico pra retificar um motor. Só que nas duas situações, pentelhonésimo de milímetro é distância entre a porcaria e a perfeição.

Eu vejo isso muito na oficina com meu avô, ele consegue fazer retifica de bloco de motor com uma precisão absurda, no olho ele sabe se está certo ou não, no fim a medida é só pra confirmar, mesmo que já há muito tempo ele raramente pare pra fazer o trabalho operacional em sí.

Os funcionários dele que trabalham com isso, tem que ficar toda hora usando um micrômetro pra medir e saber se está na medida certa.

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Tive uma Music man Steve Morse, feita com poplar. A guitarra realmente era bem interessante, mas o que sempre me chamou atenção nela era o braço para lá de confortável e bonito, em maple birdseyes e figurado ao mesmo tempo.

nichendrix
Veterano
# set/10
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MMI

Que viagem, engraçado que esses figurados do maple, teoricamente são problemas na madeira, mas a gente adora hehehehhe

ogner
Veterano
# set/10
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Cara!!! Se tivesse uma cervejinha pra lubrificar, nao sei onde vcs iriam parar não viu!!!! Hehehehe!! To só aqui de butuca lendo!!!!

hehehe!!

ogner
Veterano
# set/10
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MMI

Quem são e quem é aquela guitarra? É a sua?

"Quem" é o tratamento correto algumas para guitarras.
Hehehe

nichendrix
Veterano
# set/10 · Editado por: nichendrix
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ogner
Cara!!! Se tivesse uma cervejinha pra lubrificar, nao sei onde vcs iriam parar não viu!!!! Hehehehe!! To só aqui de butuca lendo!!!!

hehehe!!


Rapaz, ia ser bom ó... ia parecer domingo na casa da vó, que começa 10h e quando se espanta é 5 da tarde só com a conversa troando... hehehhehehehe

Quem são e quem é aquela guitarra? É a sua?

"Quem" é o tratamento correto algumas para guitarras.
Hehehe


Bom, os dois eu posso dizer quem é, a tetéia eu deixo pro MMI explicar.

Alí são o Howard Paul e o Bob Benedetto, sócios da Benedetto Guitars.

E realmente essa guitarra é um quem, totalmente one of a kind.

MMI

Caralho, to apaixonado não só pelo instrumento, mas aquele escudo e o cordal dela são uma obra de arte a parte. Sem contar que nunca vi ébano preto.

Quero o Review... heheheheh

PS: a Cindy até que é lindinha hehehehehhe

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Birdseyes sim, esses são problemas... Eu acho bem legal

ogner

Com cerveja não teria fim isso aqui! Se tem gente que encara até mulher feia com umas doses, uma boa conversa não tem fim...

Eu desconfiava que só o nichendrix seria maluco mesmo para reconhecer aquelas pessoas... Segurando a guitarra é Bob Benedetto e ao lado seu sócio, Howard Paul. Bob Benedetto é talvez o maior luthier atualmente e Howard Paul é seu sócio na fábrica, um guitarrista de jazz de mão cheia. Essa foto, mais uma outra que depois eu posto, é um presente de lembrança da minha guitarra que estou esperando há alguns meses (na mão de Bob), essa é a jóia da coroa, é uma legítima carved feita por Benedetto. Cindy Benedetto faz fotografias e ficou famosa por registrar as verdadeiras obras de arte de Bob Benedetto. Atualmente essa guitarra era a melhor e mais bonita de lá, na opinião de Howard e Cindy, por isso fizeram questão de fotografar para os arquivos da fábrica. Um produtor musical de Nova Iorque, George Petit (conheceu minha guitarra), esteve no Brasil para gravar um disco de Anthony Wilson, guitarrista de Diana Krall. Ele disse que esta guitarra era sem dúvida a melhor que conheceu, meu irmão foi me representar e conversar sobre guitarras porque eu estava viajando...

A outra foto é com os três com minha guitarra, essa eu posto depois.

ogner
Veterano
# set/10
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MMI

Hhahehaueha!! Acho que eu nem imagino como vc deve estar se sentindo!!!

Demais!!!

Bom, vc pode nem tocar tão bem guitarra, mas fama no meio guitarristico tenho certeza que vc já tem!!!! Hehehehehe!!!!

nichendrix
Veterano
# set/10 · Editado por: nichendrix
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MMI
Birdseyes sim, esses são problemas... Eu acho bem legal

Mas o flame do maple também é "problema" de corte? já que o corteem quartil "ideal" não teria os desenhos, seria como uma plain top, ou estou confundindo as bolas?

Cara birds eye é um ponto onde tinha uma gema apical.

MMI
Veterano
# set/10
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ogner

To parecendo criança esperando o natal para abrir os presentes...
Eu não toco bem não, to aprendendo. hehehehehehehe
O pior é que ficou combinado que retribuiria com uma foto minha com a guitarra e com um som gravado. Não vai ser fácil mandar uma gravina para esses caras!

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Agora não sei dizer. Já me falaram que o flame não é questão de corte não, é uma característica da árvore. Também li em algum lugar que os birdseyes eram fruto de um ataque (viral, não estou certo), formando "cicatrizes". A questão da gema apical também ouvi falar, não sei. Ao certo não sei nem de um nem de outro. O que sei é que um plain não vira um flamed e dizem que as flamed são as melhores em termos de som.

nichendrix
Veterano
# set/10 · Editado por: nichendrix
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MMI

Que onda, pra mim essa é novidade. Porque quando a gente estuda madeira (para movelaria), aprende que os diferentes cortes proporcionam efeitos visuais diferentes o corte em quartil, usado em tampos de violões, em geral não tem nenhum tipo de desenho, só veios paralelos por conta do corte, que a madeira na posição em que os veios são mais paralelos, os centrais dão as chamadas catedrais que são as figurações mais extremas, e os pedules dão figurações intermediárias.

Birds eye eu conheço como pontos onde durante o crescimento da madeira haviam galhos que foram arrancados ainda verdes e em períodos de inverno, então a seiva preenche e sela o lugar e que ao congelar escurece.

Existem outras figurações muito bonitas como o Marezatto, Damatto, Maglie, Frizé, Pomelê.

Mas eu vi isso já tem uns anos e já está naquela parte nebulosa da memória então posso estar confundindo um tipo com o outro.

EDIT: tu já parou pra pensar que naquela parede atrás dos dois tem uma Ferrari em forma de guitarras?

MMI
Veterano
# set/10
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nichendrix

Olha, não garanto porque nem tudo que se lê, se escreve. Mas eu me lembro disso, mas não garanto.
Quanto a parede, olhei, pensei, não acreditei e achei melhor não levar muito a sério aquilo... O Howard não conta (ele disse que era a preferida dele neste momento), mas de pensar que o George Petit esteve ali (passou uns dias) e tocou em todas e achou a minha a melhor, me deixa alucinado. O cara queria a minha...

ogner
Veterano
# set/10
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MMI

Se eu fosse vc aproveitava que já esta aí pelas bandas yankes, mandava a patroa de volta, arrumava um estagiario lá pro consultorio e fazia um curso de 6 meses lá em Berklee!!!!!!!

Hehehehe!! Boa ideia, né não!!?? hehehe

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