Blue Jazz Veterano |
# mar/09 · Editado por: Blue Jazz
"A Yamaha lançou a linha Pacifica no fim dos anos 80 para entrar no mercado top de linha. Para isso, contratou o designer de guitarras Rick Lasner (o mesmo que hoje está por trás da linha Variax da Line 6) que as desenhou, com uma série de inovações como o encaixe do braço no corpo. As Pacificas "top" da época, como as 912, foram construídas com o que havia de melhor, sendo que algumas tinham até braços Warmoth. Com o sucesso, a Yamaha entrou no segmento de guitarras baratas com a Pac 112 que foi a 1a guitarra abaixo de US$ 100 a ter o corpo de madeira sólida (na época o padrão era compensado ou mdf) e as vendas foram tão boas que a Yamaha abandonou as guitarras "top". Infelizmente aqui no Brasil só chegaram as baratinhas, e mesmo essas são instrumentos muito bem construídos." (depoimento do usuário cifra club Curly)
Bem, após procurar meu som em vários modelos, eis que trombei com esta Yamaha. Pesquisei na internet, fui olhar o instrumento de perto e não tive a menor dúvida em adquiri-lo. Não é fácil encontrar a 912, porque esta série foi comercializada apenas nos Estados Unidos e Japão.
CONFIGURAÇÃO:
Corpo: Swamp Ash – muito leve! Braço: Maple – bastante largo e fino, em formato C Escala: Maple Captação: 2 singles Di Marzio HS-2 e um humbucker Di Marzio PAF PRO Ponte: Yamaha RM Pro II (estilo Floyd Rose) e nut com trava Tarraxas: Yamaha Japan Trastes: 22 estilo "jumbo" Controles de volume e tonalidade, chaveamento de 5 posições. Origem: Taiwan – início da década de 90 (possivelmente 1994).
A madeira, parte elétrica, ferragens, etc... são simplesmente inacreditáveis. O acabamento é impecável e em matéria de durabilidade nada parece ter se perdido com a idade. O instrumento é muito bonito, no caso específico da minha guitarra o corpo é do tipo sumburst transparente, revelando os veios do swamp ash, num trabalho que me pareceu muito cuidadoso, sem falhas.
SOM:
Excelente. Nunca vi nada tão articulado, limpo ou com distorção. O timbre é gordo e com bastante sustain para uma guitarra no estilo strato. Toco jazz e abandonei minha Les Paul (Epiphone Standard) por esta Yamaha. Perdi um pouco do "jazz denso e esfumaçado" mas agora consigo ouvir todas as notas dos acordes – esta guitarra tem um som super definido!
TOCABILIDADE:
É de longe o instrumento com melhor tocabilidade que já vi. Não tem pra ninguém neste quesito. O acesso até a última casa é perfeito e facílimo, a junção exclusiva do braço ao corpo é um espetáculo à parte, as cordas (0.10) são hiper macias, coladas ao braço, que apresenta uma "rapidez" inacreditável. O instrumento é ótimo para bends, e você pode alavancar à vontade, para cima e para baixo, de forma brutal até, que nada desafina. O volume está muito bem posicionado, responde muito bem e você consegue excelentes efeitos sem qualquer dificuldade. Como venho do violão, adorei o braço largo. Seu corpo extremamente fino não representa empecilho algum, ao contrario: em pé ou sentado a guitarra se encaixa perfeitamente a você. Se tiver de tocar a noite inteira, certamente a leveza do instrumento e do braço vão te deixar muito, mas muito confortável mesmo, até o final do último bis.
VERSATILIDADE:
Você vai do jazz ao metal numa boa. Excelente para blues, responde muito bem a vibratos, bends, alavancadas, qualquer tipo de interpretação do instrumentista, pegando as menores sutilezas. Os acordes soam muito articulados, e você pode deixar soar numa bossa ou "matar" o som num funk ou reggae. Penso realmente que não há estilo que você não possa tocar com esta guitarra.
CONDIÇÕES DO TESTE:
Testei esta Pacifica plugada diretamente num Marshall Park 25R (dos antigos) em casa e tocando com um quarteto (sax-baixo-bateria), assim como desplugada – excelente som! Com a banda ela soou "grande", respondendo aos menores detalhes de interpretação. Ainda tenho muito que explorar no instrumento, são muitas as variáveis que ele oferece.
Só posso dizer que, se você tiver a sorte de topar com uma dessas e puder adquirir, não hesite em leva-la para casa. Vale à pena!
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