Entrevista Felipe Andreoli(Angra,Karma) ao site de marca de cordas ELIXIR

    Autor Mensagem
    kapetanovic
    Veterano
    # jun/06


    Felipe Andreoli - “Baixos para todas ocasiões”

    Por Demma K.

    Proprietário de uma pegada pesada no baixo, o roqueiro Felipe Andreoli é um versátil músico que tem participado com destaque de importantes trabalhos no segmento de rock e fusion nacional.
    Desde o inicio de 2001 ele é o baixista do já bem conhecido Angra. Atualmente ele toca em outros grupos como o Karma, um trabalho de rock progressivo, e no Reax que é instrumental e mais voltado ao fusion e com espaço para improvisos com influencias jazzísticas.
    Tendo apoio musical pela família, em especial de sua mãe que ensinou a gostar de boa música, Felipe teve seus contatos iniciais tocando violão em 1992 numa praia paulista. A oportunidade de mudar e tocar baixo surgiu quando um grupo de sua escola precisava de um candidato disposto a esse posto musical.
    A partir daí ele não parou mais pois foram muitos grupos, ele chegou a participar da banda com o ex-vocalista do Iron Maiden, Paul Di Anno, com quem em 2000 gravou o disco Nomad, e fez sete shows pelo Brasil, essa foi a primeira grande turnê de Felipe.
    Dono de um set infernal de baixos e amplificadores e efeitos, Felipe que só usa cordas Elixir® nos conta alguns segredos de seus instrumentos e como faz para obter um super som de baixo de seus dedos.

    Sua coleção de baixos é invejável, como você concluiu que eram os modelos ideais ao seu som?

    Se você reparar bem, vai ver que todos eles atêm algumas características em comum, como a presença de captadores Humbucking, espaçamento pequeno entre as cordas e braço mais fino. Essa é geralmente a combinação que melhor se adapta ao meu estilo de tocar, que envolve muitas frases, two-hands, e demanda muito peso e ao mesmo tempo definição do som do instrumento.

    Podemos reparar apenas que não existem os modelos mais tradicionais que estariam no set de qualquer baixista tipo Fender Jazz Bass e Precision, Rickenbacker, Yamaha, etc... você não se identifica com o som convencional destes instrumentos?
    Dentre os instrumentos que você citou, os únicos que eu realmente quero ter um dia são o Yamaha BB-5000 e o Fender Jazz Bass. Esse último é realmente fantástico, e eu estou à procura de um fabricado por volta de 1977, que para mim é a melhor fase. Os demais são baixos que não combinam muito comigo. No geral eu prefiro instrumentos mais modernos.

    E qual é o baixo que ainda deseja ter?
    São muitos! Eu gostaria de ter um Warrior, um F-Bass, um Fodera, um Modulus...poderia passar dias citando todos...(risos). Por mim eu teria uns 50 baixos.

    Existem 3 modelos de baixos artesanais D'Alegria Dart FA, A Dart FA e Defender JB, quais as características e diferenças de som entre eles?
    O Dart FA, que é meu instrumento principal, foi completamente moldado à minha maneira, na sonoridade, na pegada e no visual. O braço dele foi inspirado no meu Ibanez SR-1306, que é um baixo que eu estou bem acostumado, então a pegada do Dart é prefeita pra mim. O A-Dart FA nada mais é do que um Dart FA que foi pintado de sunburst vinho/amarelo, teve os trastes retirados e recebeu uma ponte de madeira (roxinho) com piezo. O som dele é fantástico! Tem um grave super definido e pesado, e "canta" muito, como um fretless deve ser. O Defender JB é mais estilo Fender, e é um baixo que foi amor à primeira vista! Quando o Rodrigo e o Daniel (da D'Alegria) me mostraram esse baixo, imediatamente eu falei "esse é meu e ninguém tasca!". Todos os 3 baixos têm uma chave pra defasar os captadores, transformando-os em single coil.

    Como foram desenvolvidos os seus modelos personalizados?
    O modelo básico foi o Dart normal que a D'Alegria já fazia. Eu fiquei um tempo com um Dart de 6 cordas pra que pudesse sentir quais mudanças gostaria que fossem feitas. Eles ouviram cada sugestão minha, e executaram tudo com perfeição absoluta. São instrumentos que realmente tem tudo o que sempre quis num baixo. Não falta nada! Além disso, a cada dia que passa, e com o uso pesado que esses instrumentos têm, vamos descobrindo novas maneiras de aperfeiçoá-los. De vez em quando eles voltam pra oficina pra receber um upgrade.

    E o que você poderia comentar sobre o exclusivo circuito ativo D'Alegria DB, que entre muitas coisas pode misturar a captação magnética e piezo elétrica?
    Esse circuito faz toda a diferença, por que ele foi desenvolvido especialmente para os baixos D'Alegria, respeitando a sonoridade da madeira e podendo ser adaptado pra várias situações, como o piezo, por exemplo. Eu sugeri uma pequena modificação no circuito original, acrescentando mais médio grave no knob de médios. Ficou tão bom que eles adotaram também nos demais instrumentos. É um circuito que eu considero melhor e mais versátil do que a maioria dos importados que estão no mercado.

    E sobre os outros modelos de seu set tais como ESP, Takamine e Ibanez, em quais situações usa eles?
    Cada um dos meus baixos tem uma personalidade diferente. No estúdio, por exemplo, desde o início da minha carreira dificilmente usei outro baixo que não meus Ibanez, SR1305 e SR1306. Eu simplesmente já sei o que esperar deles. Recentemente também gravei algumas músicas com meu A-Dart FA e com o Defender JB Deluxe. Os ESP são excelentes instrumentos que eu gosto de usar ao vivo, têm um som bem poderoso e definido. Um deles tem 2 captadores Basslines tipo Music Man, e o outro tem 2 captadores Basslines Humbucking que foram desenvolvidos pela Seymour Duncan especialmente para este modelo, que se chama Halibut. O baixolão Takamine anda meio encostado, pois agora eu tenho usado mais o A-Dart FA em situações acústicas, pela versatilidade. Ultimamente tenho estudado também com meu D'Alegria Discovery, que é um baixo vertical com um som muito similar ao de um acústico, e pode ser tocado com arco. O som é maravilhoso! Em breve espero usá-lo ao vivo.

    Com tantos baixos como você faz para escolher o tipo de corda para cada um? Qual o calibre de cordas Elixir® que esta em seus baixos?
    Via de regra eu uso os encordoamentos de calibre 0.45. Nunca usei outra tensão, pois toco muito forte, e com as tensões mais leves o som fica muito estalado. Só gosto das 0.40 para fazer Slap. Já a 0.50 acho que dificultaria a execução de algumas técnicas. A configuração da Elixir Nanoweb 0.45 é perfeita, e gosto muito da corda Si com acabamento Taper-wound, pois a corda assenta melhor na ponte. Com relação ao som, dou muito valor ao brilho, ao peso e ao balanço de volume entre as cordas.

    Quem regula seus instrumentos?
    Eu mesmo gosto de fazê-lo, pois já sei exatamente o que quero. Dependendo do momento, a regulagem pode variar, com as cordas mais altas ou mais baixas em relação ao braço. Quando estou em turnê, meu roaddie faz apenas a manutenção necessária. Regularmente o pessoal da D'Alegria faz um check-up geral nos baixos, o que é fundamental. O melhor de tudo é que os baixos D'Alegria já saem de fábrica com cordas Elixir, o que facilita muito a regulagem.

    Além dos baixos seu arsenal de amplificadores é bem completo como chegou na conclusão que eram os melhores ao seu som?
    Por experimentação. Os Meteoro são amplificadores excelentes e confiáveis, perfeitos para a estrada. Atualmente estou usando o modelo B52. O GK eu comprei há uns 4 anos, com um preço muito bom, na extinta loja Music Place, na Teodoro Sampaio, em São Paulo. Foi o amplificador que eu usei na gravação do último disco do Angra. O Mesa/Boogie eu comprei meio que por acaso. Eu fui aos EUA com a intenção de comprar um SWR SM900, mas ao chegar na loja testei vários cabeçotes, como Ampeg, Aguilar, Eden, etc. Quando testei o Mesa/Boogie nem olhei mais para os outros, e desisti do SWR!

    Você poderia citar algumas diferenças e aplicações de seus amplis Mesa Boogie,Meteoro e GK?
    O Meteoro MW-1600 é um amplificador bem versátil, ele pode ser aplicado basicamente em qualquer estilo, e tem um volume absurdo! O Meteoro B-52 é completamente valvulado, e tem um som saturado perfeito para Rock e Metal. O GK 2000RB, apesar de ser transistorizado, tem um som muito potente que lembra muito um valvulado, porém é muito mais limpo e por isso mais versátil. É possível conseguir basicamente qualquer som com ele. Ele também é bi-amplificado, o que permite que você regule separadamente o volume dos falantes e do tweeter da caixa. O Mesa/Booie M-Pulse 600 é um amplificador com pré valvulado e circuito Mosfet, e tem um dos sons mais impressionantes que já ouvi. Ele consegue ser pesado e definido na medida certa. Tem um footswitch que permite controlar a equalização, compressão, o loop de efeitos e o boost de solo. Ultimamente tenho usado este cabeçote, o B-52 e a caixa Meteoro 810BS.

    Quantos amplis e caixas são necessários para fazer um bom show de rock,tipo com o Angra?
    Eu viajo com dois cabeçotes e uma caixa. Em shows maiores, uso duas caixas, mas não tanto pelo volume, e sim para que eu possa direcioná-las para posições diferentes quando o palco é muito grande. Gosto de ouvir o som vindo direto do amplificador.

    Qual a combinação que usa entre amplificadores e baixos?
    Atualmente a combinação que mais me agrada é o baixo Dart-FA com o cabeçote Mesa/Boogie e a caixa Meteoro. Uso também o pedal Meteoro MPX, que além de ter um drive fenomenal, que não "rouba" o grave do baixo, também é um pré-amplificador, e oferece mais uma opção de regulagem.

    Existe algum periférico, efeitos ou pedais em seu set up? Quais são?
    Um condicionador de potência Furman, os processadores de efeitos da Zoom, o pedal de drive Meteoro MPX, e os pedais Danelectro de delay, chorus e equalizer. Todos os pedais são acondicionados nos pedalboards da Landscape. O sinal que mando para a mesa de som, além do microfone Audio-Technica AE3000, também vem de um direct-box ativo Behringer que me foi presenteado pelo técnico de som do Angra e do Karma, Rodrigo Silveira. Ele tem um simulador de caixa, ideal para o som distorcido, que elimina aquele som "abelha".

    E os cabos que estão entre seu baixo e ampli, e entre amplificador e caixa?
    Os cabos são todos Santo Ângelo, especialmente formulados para baixo e não têm qualquer perda de freqüência. Também uso os transmissores Audio-Technica 4000, que tem um sistema duplo de transmissão (dual compander), um para freqüências graves e outro para as agudas, para perda mínima de som. Os cabos de caixa são também da Santo Ângelo, e são os melhores que já usei.

    E sobre a durabilidade das cordas Elixir em seus instrumentos?
    Com qual freqüência são trocadas?

    Isso varia de acordo com a quantidade de shows. Geralmente gosto de trocar de cordas assim que sinto que o som está perdendo brilho. Com os encordoamentos comuns isso acontecia em uma semana. Com as cordas Elixir eu perdi a referência, porque o som simplesmente não perde o brilho nunca! Então, mais por "desencargo de consciência", eu troco uma vez por mês para evitar quebras, já que eu toco muito forte.

    Recentemente você declarou que havia cordas Elixir® com aparência e sonoridade de nova em seu baixo depois de 1 ½ ano de uso, isso já tinha ocorrido antes com outras marcas?
    Jamais! Eu suo bastante, então as cordas geralmente estavam imprestáveis em menos de 1 mês. Esse episódio aconteceu na gravação do último disco do Angra. Eu coloquei as Elixir no meu Ibanez de 6 cordas, com o qual eu gravei o disco inteiro, e continuei usando o baixo em shows, workshops, em casa, gravações, etc. Depois de 1 ano e meio, com o som ainda quase como novo, a corda Ré estourou. Eu até guardei aquele jogo de cordas histórico! (risos)

    Você poderia deixar alguns conselhos aos baixonautas que visitam o site Elixir América Latina?
    Eu diria que cuidem não só da técnica, da teoria, mas também do seu som. Ter um bom timbre vai fazer você se destacar no mercado musical. Invista o máximo que puder num bom equipamento, um bom baixo, amplificadores, pedais, cabos, etc. E o principal, de onde vem o seu som: as cordas. Se você quer economizar idas ao Luthier, dinheiro e paciência, e ainda garantir um som cristalino por meses, não tem outra: Elixir na cabeça (e no baixo)!

    leomezz
    Veterano
    # jun/06
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    É, realmente a Elixir é uma corda muito boa mesmo. Se na mão dele uma comum dura em torno de 1 semana e uma Elixir 1 mês, comigo ela duraria 1 ano sem perder o brilho, já que as normais ficam com brilho por volta de 6 meses. Se bem que já usei um encordoamento GHS, o original que veio no meu Ibanez, por quase 3 anos, e ólha que ainda tinha um pouco de brilho. É claro que fervi umas três vezes.

    WormKrash
    Veterano
    # jun/06
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    essa foi a entrevista comercial paga mais escancarada que eu já li. o comentário final foi perfeito como... "comentário final". pelo menos a D'Alegria ainda deixa ele falar de Ibanez, e a Meteoro de Mesa/Boogie.

    Gabriel Simões
    Veterano
    # jun/06
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    Mas ta aê ..
    Tive a oportunidade de conhecer o felipe pessoalmente esse ano, trocando idéia sobre instrumentos e o cara me pareceu gente finíssima ...
    E quanto a propaganda, qualquer um aqui faria o mesmo rpa ter um jogo de elixir por mês...

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