Mixagens pouco convencionais

    Autor Mensagem
    entamoeba
    Membro Novato
    # mar/20 · Editado por: entamoeba


    Bateria e violão sai num falante;

    Órgão, baixo e metais, no outro.

    Não é 75%, é 99%. Saca só:



    Já viram coisas assim? Comentem!

    makumbator
    Moderador
    # mar/20 · Editado por: makumbator
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    entamoeba
    Já viram coisas assim? Comentem!

    Em gravações mais antigas de apresentações ao vivo tem muito disso. Os trios de jazz do Bill Evans tem esquemas que fogem das regras atuais de baixo e solistas no centro. mas não é uma separação extrema (pois busca repetir o "quadro" natural do palco). Nos dele o baixo e bateria ficam normalmente dos lados, e o piano mais no centro (mas nem sempre no centro total).

    Claro que em música erudita é comum replicar o palco sonoro na gravação, então é comum ter os graves de uma orquestra deslocados do centro (pois na configuração mais antiga de palco o contrabaixo e cellos ficam bem à direita de quem está vendo da platéia).

    Na música popular recente é menos comum, e parece que quanto mais a gente pega lançamentos mais novos há ainda menos experimentação nesse campo. No surgimento do estéreo e depois da gravação em canais individuais por instrumento houve muita doideira também, pois queriam brincar com a novidade.

    Del-Rei
    Veterano
    # mar/20
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    Que parada doida.
    Provavelmente também nessa época muita gente ouvia som em aparelhos monos, então não fazia muita diferença também o nível da mixagem pra boa parte da galera.

    Um aceno de longe!!!

    Ismah
    Veterano
    # mar/20
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    Antes de surgir o conceito de stereo, surgiu o conceito de dois canais: um com "a banda" e outro com vocais e solistas - como se volta a fazer desde meados de 2000 e pouco, em grandes shows, onde tem um PA dentro do outro.
    Entre outras coisas, foi pela limitação técnica dos amps, que tinham muita distorção. E como os aparelhos eram armários (literalmente) não havia muito como ter L e R (até hoje em vários casos não há).
    Haviam aparelhos difônicos, mas apenas na parte dos transdutores, pois ambos compartilhavam da mesma corneta - e esse sistema ainda é usual em alguns sistemas de som e PA.
    Em todos estes casos, e até hoje, a distância das caixas de som interfere nisso. Essencialmente para percebermos duas fontes, tem que haver uma distância proporcional ao comprimento de onda em cada frequência.

    Assim, quanto mais grave, mais difícil de ter stereo. Não importa se ele está a esquerda ou a direita. Quase não conseguimos distinguir a direção que vem o som, mesmo num sistema stereo ou X.2 (com dois subs).
    Obviamente, esbarramos no limite físico, mas em geral um sistema doméstico não passa de 3m. E isso é refletido no design dos home theaters e aparelhos de som...

    Temos o acoplamento acústico, onde a energia de cada fonte pontual, se soma. E o resultado é como se fosse uma única fonte. Se colocar apenas em L ou apenas em R, se perde em volume. Por isso é bem comum sistemas de PA terem torres L e R, com o grave e o subgrave em mono.
    O que pode ser feito, é virtualizar essa distância, e isso é usado em mix de orquestra, criando um atraso para os sons graves - várias maneiras dá para chegar em algo como isso... Enfim...

    Como deduziu o Del-Rei, também muitos aparelhos eram monofônicos, o que fazia com que se somasse L+R simplesmente, tendo o que chamamos de mid. E hoje isso tem voltado. Celulares, caixas de som, sistemas de som ambiente, e até PA's mono estão sendo vistos... O motivo é que só tem ganhos em SPL, já que há (teoricamente) a soma máxima entre L e R. E com AF's pequenos, há uma interação destrutiva em uma região muitas vezes nem reproduzida pelo sistema.

    Não é nada de outro mundo, mas realmente é algo que caiu no esquecimento. A maioria das gravações da década de 40~50 em disso. É estranho para ouvir no fone, mas é ainda mais estranho ouvir um Pink Floyd num sistema mono...

    Casper
    Veterano
    # mar/20
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    Eu particularmente gosto de panning extremo.

    Os Beatles abusavam do conceito:





    Toda inovação (no caso o som estéreo) sofre um uso exagerado no início.
    Nos anos 80 foi o exagero de efeitos digitais, especialmente o gated reverb.
    Mais recentemente, o exagero no autotune virou estética vigente.

    É a história se repetindo.

    Ningen
    Veterano
    # mar/20
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    Ismah

    Massa.

    Casper

    Pensei em Beatles também.

    Minha contribuição (engraçado que só fui perceber o pan extremo lá pela quinta vez que ouvi, vai entender rs):



    JJJ
    Veterano
    # mar/20 · Editado por: JJJ
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    Lembrei de Beatles...

    Batera de um lado, baixo do outro... genial, mas... uma merda... kkkkkkkkkkk

    Na verdade, eram limitações técnicas e a novidade do estéreo, que ninguém sabia "usar" direito ainda.

    Teve um outro momento histórico, lá pelos 80, 90, onde tudo era dobrado: voz, guitarras, baixos... tudo dobrado, 100% de cada lado.

    A mixagem foi evoluindo, até o auge, pouco antes da loudness war, onde fudeu tudo de novo... Eu situo o pico ideal ali pela virada do milênio.

    Depois a música morreu mesmo, então... foda-se...

    Ismah
    Veterano
    # mar/20 · Editado por: Ismah
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    tudo dobrado, 100% de cada lado

    Não Jojo, é bem anterior... Muitas bandas dos anos 60 ainda, usavam dobras de TUDO. É algo que marca muito o rock sulista americano. Chegaram a usar dois bateristas, e algumas como o Allman Bro's Band mantiveram isso.
    O lado experimental e progressivo, usou isso mais em estúdio. Só lembro do Phill Collins com duas baterias.

    Outro caso é o Bruce Springsteen. A banda dele, é uma turma gigantesca. E a única utilidade é fazer ao vivo as dobras que estão nos discos. Literalmente são duas bandas, uma que soa em L e outra em R do palco. Não é prático, mas isso trás muito mais pressão pra mix.

    Pessoal do cenário pop adotou essa ideia, mas usando tecnologia com partes gravadas... Isso aconteceu no fim dos anos 90, pois é dessa época que tenho o relato do Nightwish na bio, provavelmente alguém fez isso antes.

    O sertanejo universitário, é quem mais usa.
    Metallica também usa algumas coisas, Rammstein usa várias coisas... E não tem o que discutir, é o melhor resultado possível pra ter uma boa PERFORMANCE. Não é música ao vivo, o que talvez decepcione os mais puristas, mas é uma experiência muito maior e melhor pro espectador - o que IMHO é o objetivo de um show...

    Algo que marcou os 80's, foi o uso de instrumentos digitais, com timbres sintéticos somados ao som original... Era comum usar um trigger na caixa, e fazer um tom soar junto, apenas pra dar aquele peso que marca a época - é bem nítido o som em alguns discos... Ou usar uma bateria digital inteira, e apenas pratos reais...

    JJJ
    Veterano
    # mar/20 · Editado por: JJJ
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    Ismah

    Não duvido que seja anterior, mas virou moda por aí, 80/90.

    Ismah
    Veterano
    # mar/20
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    Pode ser! Também não sei o que tu escuta, então podemos estar apenas tendo pontos de vistas diferentes...
    Agora, dobra é a coisa mais afuder que tem, pra criar stereo sem perder pressão... Geralmente pensam em stereo só com pan, mas não é... Essa é uma das formas mais básicas...
    Um violão num lado, e um piano no outro... Abre espaço no meio pra voz e solistas, mas trás harmonia junto...

    Esqueci de falar, e talvez ali que entra o que tu falou...
    As dobras, principalmente de voz, são uma malandragem de estúdio. Um naipe, nunca é perfeitamente afinado, e nem uma voz... Então se faz a dobra, e uma tá dentro, a outra tá fora, e vice-versa... Acaba que as duas estão dentro... Foi mesmo nos 80/90 que começou isso, pra chegar na "perfeição", e acompanhar os instrumentos digitais...

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