Mixando em mono em falante vagabundo

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Wade
Membro Novato
# out/15 · Editado por: Wade
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Ismah
Então deve ser problema do player do celular que tá adicionando agudo demais. Realmente, quando ouço com fones bons ou na caixa maior, não sobra.

Só que aí eu coloco uma música de referencia pra tocar nesse mesmo player e ela fica bem menos irritante, com agudos não tão proeminentes.

Daí fico meio perdido.

Eu percebi que nessas músicas de referência, os pratos são bem baixos, são só um 'detalhe' na bateria, que se concentra totalmente em bumbo e caixa. Nessa mix deixei os pratos bem altos, pode ter sido isso.

Nas próximas vou dar uma olhada nisso.

Menos compressão seria um bom começo rsrsrs

Tenho um problema com compressão. Não sei se meu ouvido já aprendeu a dosar certinho. Ainda vou muito por 'teorias'. Sempre vejo os caras (iniciantes e dinossauros do ramo) dizendo que em Rock eles metem compressão em tudo, toda hora, o tempo todo. E compressão no talo.

As vezes fico com receio, mas tenho medo de colocar de menos e nem surtir efeito.

Eu faço assim:

Abro o compressor e ponho a música pra tocar por um tempo e fico de olho no medidor de db. Digamos que o pico dessa track bateu -6dbs. Eu coloco o threshold em -10db, escolho o ratio (geralmente 20:1) e aí algo que deixo SEMPRE fixo: ataque em 1 e release no máximo que der (no C1, que é o que uso, 2000).

Faço isso basicamente nas guitarras, no baixo e no vocal. Daí mando todas as peças da bateria pra um bus e aplico isso nesse bus também.

Tá tudo bem 'errado', né?

Iversonfr
Veterano
# out/15
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Wade
Tá tudo bem 'errado', né?

Na verdade você está fazendo o compressor funcionar como Limiter, deve estar acabando com a dinâmica rs, apesar do threshold não estar muito agressivo no seu exemplo.

Wade
Membro Novato
# out/15
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Iversonfr
Já li sobre recomendações de uso de ratio entre 2:1 e 5:1 no máximo. Mas como eu disse, meu ouvido não entende bem a compressão ainda, não consigo "perceber" o efeito muito bem. Daí vou aumentando o ratio até eu perceber mudança no som.

O meu maior problema mesmo é a questão ataque/release. Ainda não saquei bem pra que eles servem e como usar em cada situação. Por isso deixo fixo em mínimo/máximo, pois é a configuração que percebo mais fácil alguma mudança no som.

Wade
Membro Novato
# out/15
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Iversonfr
threshold não estar muito agressivo no seu exemplo.

Eu meço o pico e coloco o th no próximo intervalo 'redondo'.

Por exemplo:

Pico em -6, th em -10
Pico em -17, th em -20

Geralmente qual a relação entre o pico e o threshold que se coloca? Sei que depende de cada caso, mas "no geral", como se usa essa relação?

Wade
Membro Novato
# out/15
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Desculpem o monte de dúvidas, é que tenho um problema sério com compressor hehe.

Iversonfr
Veterano
# out/15 · Editado por: Iversonfr
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Wade

Threshold controla a partir de qual ponto que o compressor começará a agir. Eu sinceramente nem olho pro valor desse knob, vou ajustando ele até conseguir uns 3 a 5 dbs de redução.

Deixar o ratio em 20:1 é muito alto. Digamos que seu tresh esteja em -10 e seu som bateu -6. Se seu compressor estiver em 2:1, quer dizer que para cada 2dbs que avançar do tresh, ele deixa passar só um, então nesse caso passaria 2db pois o compressor seguraria 2, segurando um pouco o som mas não estragando a dinâmica. No mesmo exemplo digamos se seu tresh está em -18 e ratio 3:1. Pra cada 3 dbs que passar, seu compressor deixa passar 1, ou seja, como utrapassou 12db do tresh, seu compressor vai segurar 8dbs e deixar passar 4. Sacou? Agora imagina 20:1, é muito forte, praticamente um limiter, que corta tudo que passa do treshold, esmagando o som mesmo.

Attack e Release é uma merda explicar em palavras rs... um dos vídeos mais didáticos que conheço é esse:
https://www.youtube.com/watch?v=Mrx2nxQYsnQ

Wade
Membro Novato
# out/15
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Iversonfr
Saquei. Vou tentar maneirar a mão na hora de comprimir daqui pra frente. Realmente eu to esmagando o som.

ou ajustando ele até conseguir uns 3 a 5 dbs de redução.

Como/onde eu monitoro isso?

E valeu pelo vídeo. Vou ver quando chegar em casa.

Iversonfr
Veterano
# out/15
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Wade
Como/onde eu monitoro isso?

Todo compressor tem algum lugar que mostra em tempo real quanto está reduzindo. Quando o compressor ataca, geralmente tem uma barrinha que mostra quanto que ele reduziu. Qual compressor você usa?

Wade
Membro Novato
# out/15
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Iversonfr
Ah sim. Acho que saquei. Uso na grande maioria das vezes o C1 da Waves.

Iversonfr
Veterano
# out/15
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Wade

Então, esse compressor mostra tanto a barrinha quanto o valor da redução. Vamos parar por aqui pra não desvirtuar mais ainda o tópico rs. Qualquer coisa manda PM se quiser continuar a conversa. Abs!

Wade
Membro Novato
# out/15
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Iversonfr
Acho que já entendi. Só vou tirar uma última dúvida por mp.

Calime
Veterano
# out/15
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Iversonfr
Wade

Interessante essa troca de idéias sobre compressor de vcs. O bom uso do compressor e da equalização, na minha opinião, é o que separa "os homens dos meninos" em se tratando de gravação. Tambem ainda não consigo usar e entender isso mto bem, por isso acredito que minhas gravinas soam amadoras....

Alguma alma caridosa que entenda dos assuntos podia abrir um tópico sobre...né Iversonfr? Zuera man....mas se tiver como seria bemmm útil.

Ismah
Veterano
# out/15 · Editado por: Ismah
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Wade
Sempre vejo os caras (iniciantes e dinossauros do ramo) dizendo que em Rock eles metem compressão em tudo, toda hora, o tempo todo. E compressão no talo.

#SQN Sultans of Swing - Brothers in arms é considerada a música mais dinâmica já produzida, tem um prêmio até pra isso. Acho que a conta que explica isso, mostra que o RMS dela é N vezes menor, que o peak to peak, e blá blá blá...

Além dela tem N outras, principalmente dos anos 50~70. Mesmo que já existisse na época o compressor, ele era pouco usado mesmo, já que os amplificadores em geral eram valvulados, o que comprimia o som.

O jeito mais fácil de vc entender o atack e realese é com um bumbo. Se colocar valores baixos, vai aumentar o kick, se colocar valores altos, o booooom.

Se recomenda para master usar ataques e realeses lentos, para dar efeito de "fade", isto é, uma transição mais suave entre altos e baixos (no vídeo ficou visível isso)

Calime
Wade

Estou querendo produzir vídeos com esse tipo de conteúdo, só quero esperar melhorar o tempo, com essas chuvas minha rinite está sempre atacada, e narrar algo fica complicado.

Já joguei vários pedais de guitarra no osciloscópio pra ver o que acontece. Achei alguns vídeos gringos, mas nada com explicação.

O MXR Phase 45:



Um fuzz classe A (veja a imagem) - perceba que a linha de -0db está totalmente "fora de centro", sendo que se tem clip forte, apenas em meia onda, característica de amps classe A.

http://forum.cifraclub.com.br/forum/10/324503/#9123795

TS808 (clip assimétrico)



MMI
Veterano
# out/15
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Wade

Tá tudo bem 'errado', né?

Bastante errado... rs

O compressor tem várias funções, como no caso de um limiter que como o nome diz, limita os picos. Obviamente um limiter tem que ser de ataque rápido. O brickwall limiter geralmente se coloca threshold em algo como 0,1 a 0,3 dB, ataque rápido e ratio alto para o que bater ali seja rapidamente reduzido e não clipar. Mas não é isso que quero falar...

Como consequência do uso de um compressor, você vai manipular os transientes (ataques) e o sustain. Vamos pegar o caso de um strateiro do FCC que quer um som bem estaladão mas na sua gravação ficou marromeno, já que aqui está cheio de guitarristas tentando gravar uns sons. Um compressor com ataque lento vai ser a solução. Quando aparece o transiente, o primeiro ataque das cordas, o compressor vai deixar o pico subir livre, aquele som estaladão. Como ele está lento, ele deixa passar este transiente e depois entra em ação, reduzindo o volume logo em seguida. Ou seja, depois ao ajustar os níveis, o transiente vai ficar mais definido e alto, ou seja, o som da strato vai estalar pra caraleo! Mas tem que regular, se ficar lento demais aparece um aumento de volume e as vezes um ruído estranho parecendo uma "desafinada" no meio da nota. Mas é o caso de um ataque lento no compressor. :)

O contrário vale para quando o transiente ficou pronunciado demais, põe um ataque rápido e mata o transiente.

O release... O release vai refletir diretamente na sustentação da nota. O motivo é bem óbvio, vai deixar a impressão que a nota soa mais. Trabalha em conjunto com o controle de knee que alguns compressores tem. Os dois controles também tem que ser dosados porque mudanças abruptas no meio da nota soa estranho - igual ao ataque.

Compressor geralmente vale uma regra ás avessas. Muitas vezes 2 ou 3 é melhor que 1 só. Mas sempre (ou quase sempre) bem mais leves que 20:1, a princípio tente não passar muito de 5 ou 6:1. Depois aumenta se for o caso, que geralmente não é.

Eu já ia propor ao pessoal na página anterior um treinamento... Não tem jeito, mixar e masterizar é como tocar um instrumento, tem que estudar e praticar, não é somente ler um manual e ver uns vídeo no Youtube. Esqueçam os plugins, os gráficos bonitinhos, as barras que pulam, as linhas que dançam, as luzinhas coloridinhas, os VUs saltando. Então a sugestão é tirar a mix do computador, peguem a mix "seca", sem nenhuma ou quase nenhuma manipulação (pode ser uma track isolada). Põe no celular, no som do carro, sei lá onde, não pode olhar a música, tem que ouvir só. Anota num papel: eq em 1kHz, -6 dB; compressor X (sei lá, o C1 da Waves que o colega falou) com threshold em -12 dB, ataque lento e release rápido; compressor Y com ataque médio e release lento; reverb com tal regulagem (pense no seu reverb, com uma regulagem). Isso é mais ou menos à moda antiga, no analógico (Ismah, tinha muitos compressores antigos!). Depois vão lá e passa o papel para a mix e checar se funciona. Se erraram a regulagem, se questionem por que erraram. Logo de cara, saber ouvir um som e saber que frequência é aquilo é importantíssimo, especialmente quando se usa um eq. Da mesma forma, com o compressor. Fazendo isso vocês vão entender muito os equalizadores e compressores, saber o que fazer com eles, as diferenças entre cada um, descobrir qual compressor adiciona alguma coisa ao som (saturação, por exemplo), como manipular. A galera fica discutindo números e nem é bem o caso, o que conta primordialmente é o som, não o número. precisa estudar o que muda cada controle, o que procurar em determinado knob (virtual ou não), onde corrigir o som na mix. É no ouvido, não é no olho nem na matemática, pelo menos não de forma primordial. Quem aprende no som pode ter auxílio no visual e nos números, mas o contrário NÃO é válido.

Abs

Wade
Membro Novato
# out/15
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Ismah
MMI

Entendi. Reabri o projeto e estou remixando, dessa vez tendo um cuidado maior com a compressão (dessa vez nada passou de 5:1) e com equalização (tentando reduzir os agudos hiper irritantes que tavam nos pratos e na guitarra, que também tava alta demais).

Valeu pelas dicas!

Ismah
Veterano
# out/15
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Eu nunca escondi que sigo os passos do Lisciel Franco, e ele tem um vídeo que mostra como menos é mais, simplesmente ele dá volume na mix, e faz o insert de um compressor valvulado na master. Fim.

Uma regra que ele tem é ouvir primeiro. Isso é muito importante.

MMI

Não saquei bem o porque me citou, mas ok rs

precisa estudar o que muda cada controle, o que procurar em determinado knob (virtual ou não), onde corrigir o som na mix.

Isso é primordial!

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