Dicas rápidas para usuários do REAPER.

Autor Mensagem
salton
Veterano
# jan/13 · Editado por: salton


Bem amigos, embora um pouco do que vou apresentar aqui não seja novidade para o usuário intermediário/avançado do REAPER, trago aqui alguns macetes que uso com frequência nos meus "projetos", e agilizam e desmistificam algumas tarefas simples.

O tópico serve também como um adendo à "guias introdutórios" disponíveis aqui no forum. Então, vamos lá.

GRAVAÇÃO

É comum que, devido à síndrome do REC, nós, músicos amadores, cometamos alguns deslizes ao longo da execução. Porém, é possível fazer reparos de maneira ágil. Dê um clique no botão de gravação com o botão direito do mouse, e selecione a opção Record mode: time selection auto-punch.

Figura 1

Assim, você seleciona com os cursores de seleção de tempo o trecho defeituoso, e na hora de gravar apenas esse trecho será subscrito. Assim, você pode acionar a gravação alguns segundos antes e tocar ou cantar normalmente, quando chegar a hora ele faz o serviço.

Figura 2

BUS TRACKS

Trata-se de uma track que recebe sinal direcionado de outras tracks. Uma das utilidades disso, é tratar o sinal de várias tracks com apenas um plugin de efeito.

Exemplo: O seu projeto tem canais de piano, guitarra e voz. Ao invés de colocar VST's de reverb em cada uma das tracks, você envia (send) a saída destes canais para um "bus de reverb". Vantagens:
- Facilita a calibragem dos níveis de efeito
- Alivia a CPU, afinal, são menos plugins rodando.
- Os sinais que entram interagem entre si antes de serem processados, provocando um efeito "diferente" (no exemplo do reverb, seria um método mais realista de simular uma sala).

Na prática:
Na figura abaixo, direcionei o som do canal synth para o canal reverb bus, clicando no botão I / O do canal synth, depois clico em Add new send e seleciono o canal destinatário. Tenho controles de volume e pan para "dosar" essa entrada.

Repare também na caixinha Master/parent send, ali em cima. Essa chavinha habilita a saída do som desse canal para a master, ativada por padrão. Desabilitando ela, neste caso, o som vai ter que passar pelo bus e ser tratado pelos seus efeitos antes de ser ouvido. Esse recurso é definitivo quando se tem por exemplo, canais para caixa, bumbo, overheads et cetera; e queremos reunir tudo em um canal "bus bateria".

Figura 3

"Mas não é mais fácil lascar um reverb direto na master?"

Talvez, porém, invariavelmente, todo o som do projeto será tratado, te tirando a opção de possuir canais 'livres de efeito', por exemplo, baixo e bateria, que, seguindo o exemplo do reverb, são fontes naturais de 'embolação'.

COMPONDO EM MIDI

Essa é bem simples e útil na hora de compor em MIDI ao vivo, seja com um controlador ou com o tecladinho embutido do REAPER (Alt+B). O clique direito do mouse no botão de REC do canal abre as opções de entrada de sinal. Assim, selecionamos a opção MIDI overdub.

O motivo dessa opção está na hora de gravar trechos MIDI em várias etapas (mão esquerda e direita no piano, harmonias em geral). Assim, novos takes adicionam notas, ao invés de substituir trechos pré-existentes.

Figura 4

AUTOMAÇÃO

Esse é um tipo de recurso que, a meu ver, é sub-utilizado nos DAW's pelo pessoal, porém, trata-se de um diferencial na qualidade de uma mixagem.

A automação permite a programação de mudanças de valor em qualquer parâmetro ao longo da música, tanto em efeitos (o wah-wah do Guitar Rig, o filtro de um synth, o dry/wet de um chorus) quanto em controles do Mixer (volume, pan).

Essas alterações são registradas em envelopes. Existem duas maneiras de trabalhar com envelopes. Podemos editar os pontos ao longo do envelope ou registrar mexidas nos knobs em tempo real. A segunda opção é um método rápido e efetivo. Vejamos:

Figura 5

Um clique direito no botãozinho roxo (ele muda de cor conforme o modo) da imagem acima abre modos de automação do canal, cada um com um propósito diferente. Escolheremos a opção Latch, que registra mudanças nos parâmetros após a primeira intervenção.

Agora, é só apertar o Play (não precisa armar para gravar) e mexer os botões e faders conforme a necessidade. O DAW grava essa dinâmica nos envelopes. No exemplo abaixo, operei o botão effect level do meu Synth1 durante alguns segundos:

Figura 6

Quando estiver tudo ok, voltamos ao botãozinho roxo e Escolhemos o modo Read. Assim, ele apenas executa os envelopes, sem gravar nada por cima. Agora, você pode editar os envelopes, que são compostos de pontos que representam a posição do parâmetro, em relação ao seus valores mínimo e máximo.

Clicando com o botão direito na área do envelope, abre-se um menu com algumas opções relevantes:
- Reduce number of points: Esse modo de "pilotagem ao vivo de controles" cria muitos pontos no envelope. Essa opção permite que limpemos um pouco o envelope para facilitar a edição de cada ponto em particular
- Clear or remove envelope: Desfaz tudo.

Figura 7

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Era isso, se alguém descobrir aqui uma coisa nova, já fico feliz, hehe.. se pintar alguma dúvida, por favor, se manifestem.
Forte abraço!

ogner
Veterano
# jan/13
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Marcando!!!

Nem li, mas queremos mais, mais mais!!! Hehehehe!!!

Apesar de usar o Reaper a muito tempo, só dou o Rec e foi!!! Uso, 0,0001% dos recusrsos que um DAW oferece!!!

Valeu!!!!!!!!

MauricioBahia
Moderador
# jan/13 · Editado por: MauricioBahia
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salton

Boa iniciativa! Sei que há tópicos introdutórios mas acredito que a informação abaixo, apesar de básica, é complementar à sua e por isso acredito ser importante estar registrada aqui.

Minha singela e ultra rápida contribuição, se me permite. :)

1) Aqui vai minha "arte" de acesso rápido sobre o que deve ser visualizado/usado na tela principal pra começar: http://imageshack.us/a/img27/4016/telareaper4.gif


2) E vídeos, de um carinha do Youtube. Diria que neles há muita coisa essencial. Acho que tem muio mais dicas em seu canal http://www.youtube.com/user/Zenkerzinho :





3) É, tem um manual bem bacana:: http://www.reaper.fm/userguide.php

4) E um fórum também:: http://forum.cockos.com/forumdisplay.php?f=20

Abs

salton
Veterano
# jan/13
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ogner
Nem li, mas queremos mais
Que bom, porque eu fiquei umas 2h escrevendo hehehe :))
Brincadeiras à parte, fique à vontade.

MauricioBahia
Fala mestre!
Eu me lembrava bem dessa sua "arte", procurei por todo canto, obrigado pela contribuição!

kazu keyboard
Veterano
# jan/13
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muito bacana

MauricioBahia
Moderador
# jan/13 · Editado por: MauricioBahia
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salton: procurei por todo canto, obrigado pela contribuição!

Obrigado digo eu! :) O Reaper, pra mim, foi um "Oasis" no deserto! Digo isso pois é poderoso e barato. Lembro que programas tipo esse eram inacessíveis para a compra de um mero mortal, pois custavam centenas de dólares. Sendo seu código aberto, está em constante atualização e ainda conta com um site muito bem organizado.

Abs

Gilberto Juba
Veterano
# jan/13
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salton
Opa! Boa iniciativa! Valeu!

salton
Veterano
# jan/13 · Editado por: salton
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MauricioBahia
Realmente. Eu comecei no mundo das gravações através do FL Studio, fiz vários covers com ele, só que é um DAW baseado em loops, não servia mais pra mim. Aí a gente vai se adequando de acordo com a proposta, não faria sentido ter um Pro Tools completo aqui em casa, hehe..

O Reaper é um software prático, porém poderoso, e vale cada centavo. Só não comprei minha licença por falta de vergonha na cara mesmo. (O pior é que tem muita gente batendo cabeça no Audacity ainda, dá uma dor no coração... não custa nada espalhar a palavra divina hehe)

Gilberto Juba
Às ordens!

MauricioBahia
Moderador
# jan/13 · Editado por: MauricioBahia
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salton: Eu comecei no mundo das gravações através do FL Studio

Eu comecei, praticamente, nisso aqui: http://www.rmllabs.com/SAW.htm com um Yamaha QY-20 que espetava numa placa MIDI que nem lembro mais o nome mas tinha setá-la usarndo IRQs via jumpers :) Isso foi em meados da década de 90 e mais tarde usei um montão de outros softwares de áudio. Lembro que o FL tava nascendo e nem tinha o "studio" no nome quando "brincava" com ele, assim como o Cakewalk, que era o meu predileto na época que usava um HD enorme de 80 Mbytes! hehe

O pior é que tem muita gente batendo cabeça no Audacity ainda, dá uma dor no coração...

Concordo.

:)

alv2707
Veterano
# jan/13
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Marcando.
Esse tópico vale ouro!

kiki
Moderador
# jan/13
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salton
excelente tópico!

tudo o que voce falou aí pra mim é novidade!
as coisas são mais avançadas do que eu sei usar hoje, vou lendo e relendo conforme for necessário.

o lance do rec, eu fazia isso na mão mesmo, gravo com alguma sobreposição de depois corto. gasta mais memória, vou testar seu método.

tem um macete que eu acabei de descobrir pra humanizar o midi, é bem simples, dá um efeito legal. vou tentar postar aqui depois.

caiqueml
Veterano
# jan/13
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Ótimo tópico! Parabéns!!

Jube
Veterano
# jan/13
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salton
Muito bom mestre, dicas muito boas, principalmente os bus tracks.

fla3d
Veterano
# jan/13
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Legal a dicas, só não conhecia as bus tracks. E também adoro o reaper!

Uma coisa que eu costumo fazer pra amenizar a sindrome do rec na gravação de solos é usar takes, marcando a região musica onde vai ser o solo e gravar com o loop ligado, assim da pra tocar umas 3 ou 4 vezes e depois escolher com qual vai ficar ou expandir o take para tracks e fazer um recorte das melhores partes.

Rick Rock
Veterano
# jan/13
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Muito bom, parabéns pelo tutorial. Estou começando agora com minhas gravações caseiras e este tópico me será muito útil.

Abraço

Ken Himura
Veterano
# jan/13
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Bom tutorial, cara!

Comecei a mexer com Reaper em 2011 quando procurava um novo daw que coubesse no meu equip hehehe (tenho o Cubase jacksparrow tbm, mas zilhões de vezes mais pesado). Agora, em 2012, tive uma relação quase visceral com ele pelo fato de fazer um curso sobre trilha pra cinema e tv, toda semana era música nova sequenciada. Tive que desenvolver alguns macetes, e outros ainda estou criando/estudando - como, por exemplo, a criação de scripts e plugins programados.

Um dos macetes que mais salvou a minha vida pela otimização do tempo gasto foi o uso de templates. Eu templatizei praticamente tudo o que eu pensei que fosse usar - quartetos de corda, piano + cordas, piano solo, orquestra média etc etc. Dependendo do projeto, eu salvava sim como um template mesmo o número de canais já programados pelo pan e nomeados e muitas das vezes também salvava o FX Chain de cada instrumento. Isto possibilitava mais tarde, mesmo que abrisse uma track nova, eu já escolhia e tinha pronto um som de um instrumento que eu previamente construí, inclusive com os efeitos próprios dele.

Isso ajudou a poupar um bom tempo - por exemplo, montei variações de timbres de violino (mais "meloso", mais estridente, mais sustain... cada um com seu próprio reverb e eq) e já sabia o que esperar de cada um, então gastava este tempo "extra" na composição - lembrem-se, o curso era pauleira em questão de tempo. Atrasei 1 semana e isso desencadeou um efeito dominó que me deixou uma caralhada de peças atrasadas, tô devendo música até agora hehehe. Os professores diziam que cobravam assim pra aproximar o aluno das cobranças que acontecem no mercado de trabalho corriqueiramente.

Pra mixar, a automação era onipresente - não tem como fugir disso. Como nas aulas "práticas" do curso mexi com o ProTools, tô pensando em pegar futuramente um Mac pra só usar o PT nele na mixagem final e masterização.

---
Quanto aos scripts, vou ficar devendo agora porque ainda não parei pra olhar isso com calma. Mais pro meio do ano já devo ter algumas coisas boas.

salton
Veterano
# jan/13
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Obrigado aos amigos pelos comentários, fico feliz que tenha sido útil para os srs; tamos aí pra isso.

Jube
Veterano
# fev/13
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Eu vi uma opção interessante para dar uma boa dinâmica nos midis, a opção "volume", da para usar para efeitos de crescendo por exemplo.
Fica lá no piano roll conforme a imagem abaixo. Fiz uma comparação usando violinos e é bem gritante a diferença, mesmo que o humanize já tenha sido aplicado.
imagem

guygo
Veterano
# fev/13
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olha eu so novo no assunto e queria sabe como consigo esse programa o Reaper que tao me recomendando
tem como baixar se alguem puder me ajudar me manda o link sei la.
a e muito bom o topico vai se muito util quando eu adquiri o meu ok?
valeu

salton
Veterano
# fev/13 · Editado por: salton
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Jube
Boa dica, meu caro. Essa é uma opção interessante pois não altera a 'dinâmica' da nota, como o Velocity.
Mas, apesar de ser uma instrução MIDI básica, não sei se é qualquer VSTi que interpreta essas informações.

guygo
Aí vai.
http://reaper.fm/files/4.x/reaper432-install.exe

Jube
Veterano
# fev/13
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salton
Eu testei vários vsts e a maioria funcionou certinho, até os mais simples, porém, tem várias opções ali e muitas delas não são todos os vsts que aceitam, tentei usar expression no miroslav philharmonik e nada, que vergonha IK Multimedia.

Adler3x3
Veterano
# fev/13 · Editado por: Adler3x3
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Jube
Eu tenho o Reaper instalado mais uso muito pouco mais no linux.

No Mixcraft eu uso o controle de expressão (11) e consigo aplicar este controle no Miroslav.
Outro ponto importante em qualquer humanização é usar a automação por track.
A palavra automação parece indicar robotização, mas não é.
Pois a automação pode ser feita track por track, nota por nota, dosando os controles e efeitos, variando na linha do tempo.
E assim não é robótica, muito pelo contrário.
Desta forma se pode aplicar na linha do tempo os vários controles do instrumento, assim como a aplicação dos mais variados tipos efeitos.
O que torna a execução diferente.
No Mixcfraft além de se poder variar os controles do piano roll, pode-se criar uma espécie de sub-track de automação, logo embaixo da track, e ir aplicando nas notas ou compassos o que se quiser, e o que o Vst possibilitar, e aí existem centenas de variações.
No Reaper isto também existe.

gizvanni
Veterano
# fev/13
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salton

Uso o Reaper ha mais de um ano e não sabia de algumas coisas. Tenho uma duvida, estou gravando uma musica mas meu pc não aguenta abrir todos os intrumentos da bateria em tracks separadas, então usei o bus deixando as tracks dos intrumentos mandando o sinal para a track em que esta com o EzDummer, porém não estou conseguindo colocar plugins separados por faixa, como por exemplo compressor individual para cada instrumento. Deu pra entender ?

salton
Veterano
# fev/13 · Editado por: salton
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gizvanni
Acho que entendi. Só não captei a parte onde diz:

deixando as tracks dos intrumentos mandando o sinal para a track em que esta com o EzDummer

Cada track tem trilhas MIDI pra cada peça? Mais fácil escrever a trilha completa direto no canal do EzDrummer.

Agora, para colocar plugins individuais (ex. compressão na caixa ou no bumbo) tem que configurar as saídas individuais do Ez. Normalmente, quando você adiciona esse tipo de VST ele pergunta se você quer múltiplas saídas. Então ele vai criar novas tracks pra onde vão ser direcionadas cada uma das saídas do Ez, Assim você pode processar o som de cada peça.
http://www.youtube.com/watch?v=ISZs4mW-b6Y

gizvanni
Veterano
# fev/13
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Valeu, vou tentar aqui. Só mais uma duvida, esqueci de colocar no outro post, minhas faixas estão cheias de cortes de ficar gravando em varios takes. Tem alguma forma de juntar tudo isso ?

salton
Veterano
# fev/13
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gizvanni
Selecione todos os itens em questão, clique com o botão direito em qualquer um deles e selecione 'Glue items'.

Jube
Veterano
# fev/13
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Adler3x3
Puxa, vou dar uma olhada no mixcraft, uns dias atrás me ofereceram ele na faixa, deveria ter ido nele hehe.

FBlues_rock
Veterano
# ago/13
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marcando! :)

salton
Veterano
# ago/13
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FBlues_rock
Disponha!

ALF is back
Veterano
# ago/13
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salton
mesmo dps de aprender mto com seu topico, ainda nao consegui usar o RAIO da automação de plugins! uahSAUASHhu
tipo, entendo q seja possivel eu usar um simulador de amps com drive e girar o knob de gain do amp pra limpar o som usando automação, certo?

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