HEITOR VILLA-LOBOS: O COMPOSITOR DAS AMÉRICAS

    Autor Mensagem
    Matheus_Strad
    Veterano
    # nov/04


    HEITOR VILLA-LOBOS
    (1887-1959)


    Biografia

    Heitor Villa-Lobos nasceu no dia 5 de março de 1887, no Rio de Janeiro. Era filho de Noêmia e Raul Villa-Lobos. O pai, músico amador e funcionário da Biblioteca Nacional, organizava na casa da família animados encontros musicais, onde celebridades da época tocavam até altas horas da noite. E foi Raul que iniciou o filho em teoria musical e, principalmente, no violoncelo - adaptou uma viola para que Heitor, com seis anos, pudesse praticar, já que violoncelos são grandes para crianças.

    A família mudava constantemente, e partiu do Rio de Janeiro para cidades do interior do estado e Minas Gerais. Lá, o pequeno conheceu uma música diferente que influenciaria mais tarde sua obra: a música do sertão, com suas modas de violas, e a música folclórica.
    Mas Heitor (ou "Tuhú", como os familiares o chamavam) haveria de tornar-se órfão de pai em 1899, quando já voltara ao Rio de Janeiro, aos doze anos. Interrompeu seus estudos formais de música e começou a tocar violoncelo em cafés e teatros, além de se aproximar dos choros, música instrumental típica da cidade. Reflexo disso, começou a estudar violão.

    Em 1905, resolveu viajar e conhecer o Brasil. Passou pelo Espírito Santo, Pernambuco e Bahia, onde recolhia temas folclóricos e tomava contato com a cultura popular. Nos anos seguintes, mais viagens: para o sul, para o centro-oeste e - especula-se - para a Amazônia, que teria o impressionado vivamente. Oficializou a vida de andarilho em 1910, quando foi contratado por uma companhia itinerante de operetas, como violoncelista. A companhia se dissolveu em Recife, mas Villa-Lobos aproveitou para conhecer Fortaleza, Belém e até a ilha de Barbados, nas Antilhas.

    Enquanto fazia sua imersão na cultura popular, Villa-Lobos não deixou de estudar: não largava o Cours de Composition Musicale do compositor francês Vincent d'Indy, que acabou por tornar-se a maior influência sobre o compositor no início de carreira, juntamente com Wagner e Puccini.

    Sua estréia pública como compositor ocorreu em 1915, no Rio de Janeiro, em uma série de concertos de sua obra. Começou a tornar-se conhecido - e também criticado pela imprensa. Foi apresentado ao compositor francês Darius Milhaud e ao célebre pianista Arthur Rubinstein, que passou a executar a Prole do Bebê em suas excursões pelo mundo.

    Villa-Lobos foi se tornando uma figura pública. Em 1922, convidado por Graça Aranha, participou da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, e apresentou algumas de suas obras. Foi, como os demais modernistas, vaiado pelo público, tão conservador quanto os críticos que o atacavam nos jornais.

    Em 1923, talvez o maior acontecimento de sua vida. Apoiado por um grupo de amigos, Villa-Lobos obteve da Câmara dos Deputados financiamento para viajar para Paris, tanto para se apresentar como para tomar contato com as vanguardas européias. Villa ficou um ano na capital francesa, onde deu concertos e conheceu compositores como Ravel e Varèse, que se tornaram seus amigos. Também conseguiu - por intermédio do amigo Arthur Rubinstein - um editor, Max Eschig.

    Quando retornou ao Rio de Janeiro, em 24, Manuel Bandeira - que colaborou algumas vezes com o compositor - escreveu um famoso artigo na revista Ariel que é bastante revelador:

    “Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos. Todavia uma coisa o abalou perigosamente: a Sagração da Primavera de Stravinsky. Foi, confessou-me ele, a maior emoção musical da sua vida.”

    Ele voltaria à Paris em 1927, para ficar mais três anos. Foi uma passagem ainda mais gloriosa. Fez turnês pela Europa e conquistava admiradores. Planejava permanecer lá. Em 30, retornou para o Brasil, para realizar um concerto em São Paulo. Era um regresso temporário, mas acabou entregando um projeto de educação musical à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que foi aprovado, e ficou em definitivo.

    Villa ficou dois anos em São Paulo, organizando o ensino musical e, principalmente, promovendo o canto orfeônico (coral). Chegou a reger doze mil vozes em uma cerimônia na capital paulista. O êxito o levou a ser convidado pelo secretário de educação do Rio de Janeiro, para coordenar a criação da SEMA - Superintendência de Educação Musical e Artística, que seria responsável pela introdução do ensino musical e do canto coral nas escolas.

    Obteve o apoio de Getúlio Vargas, que havia tomado o poder no Golpe de 1930, que o designou supervisou da educação musical em todo o Brasil. Nesse período, criou diversos cursos, elaborou o Guia Prático (uma série de peças de caráter pedagógico), regia a primeira apresentação da Missa em Si Menor de Bach no Rio de Janeiro, compunha (as suítes Descobrimento do Brasil e algumas Bachianas Brasileiras, entre outras obras), enfim, não parava. E ainda tinha tempo de promover o canto orfeônico, inclusive com apresentações corais de proporções gigantescas: em 1940, regeu uma massa impressionante de quarenta mil estudantes, no estádio de São Januário, Rio.

    Era uma celebridade, ao mesmo tempo oficial e popular. No exterior sua fama também crescia - em 43 foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Nova York, e no ano seguinte partiu para uma grande turnê pelos Estados Unidos, onde seria aclamado como o "maior compositor das Américas".

    Em 1948 o ritmo frenético foi interrompido por uma cirurgia - a retirada de um tumor maligno, feita nos Estados Unidos. Mas não parou por muito mais tempo. Voltou para Paris, onde passou a reger freqüentemente a Orquestra da Radiodifusão Francesa, com quem fez inúmeras gravações. Esses registros, feitos entre 1954 e 58, foram lançados em disco pela EMI e tornaram-se fundamentais para o entendimento da obra de Villa-Lobos.

    No final dos anos 50, Villa vivia entre o Rio de Janeiro e Paris. Em setembro de 1959, estava no Rio, quando o câncer agravou-se. Após uma breve recuperação, no dia 17 de novembro de 1959 Heitor Villa-Lobos viria a falecer em seu apartamento. Tinha 72 anos.



    Infância.

    A 5 de março de 1887, nascia Heitor Villa-Lobos, na Rua Ipiranga, bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro. Sua mãe, Noêmia Villa-Lobos, cuidava dos filhos e da casa. Seu pai, Raul Villa-Lobos, era funcionário da Biblioteca Nacional e dedicava-se à música, como amador.

    Na casa dos Villa-Lobos, todos os sábados, nomes respeitados da época reuniam-se para tocar até altas horas da madrugada. Esse hábito, que durou anos, influiu decisivamente na formação musical de Villa-Lobos que, logo cedo, iniciou-se na música. Aos seis anos de idade, aprendeu a tocar violoncelo com o pai, em uma viola especialmente adaptada.
    Foi também nessa época - e graças à sua tia Fifinha que lhe apresentou os Prelúdios e Fugas do "Cravo Bem Temperado" - que "Tuhú" (seu apelido de infância) fascinou-se pela obra de Johann Sebastian Bach, compositor que acabou por lhe servir de fonte de inspiração para a criação de um de seus mais importantes ciclos, o das nove "Bachianas Brasileiras".

    Além da cidade do Rio de Janeiro, Villa-Lobos residiu com a família em cidades do interior do Estado e também de Minas Gerais. Nessas viagens, entrou em contato com uma música diferente da que estava acostumado a ouvir: modas caipiras, tocadores de viola, enfim, uma parte do folclore musical brasileiro que, mais tarde, viria a universalizar-se através de suas obras.


    O contato com os chorões.

    Ao voltar ao Rio de Janeiro, a música praticada nas ruas e praças da cidade também passou a exercer-lhe um atrativo especial. Era o "choro", composto e executado pelos "chorões", músicos que se reuniam regularmente para tocar por prazer e, ainda, em festas e durante o carnaval. Tal interesse levou-o a estudar violão escondido de seus pais, que não aprovavam sua aproximação com os autores daquele gênero, pois eram considerados marginais.

    Com a morte de Raul Villa-Lobos, em 1899, D. Noêmia não conseguiu mais conter o filho. No início dos anos 20, como conseqüência desse envolvimento com o choro, começaria a compor um ciclo de quatorze obras, para as mais diversas formações, intitulado "Choros"; nascia aí uma nova forma musical, onde aquela música urbana se mesclava a modernas técnicas de composição.


    As viagens pelo Brasil.

    Em l905, Villa-Lobos partiu em viagens pelo Brasil. Visitou os estados do Espírito Santo, Bahia e Pernambuco, passando temporadas em engenhos e fazendas do interior, em busca do folclore local. Tempos depois, seguia para outra viagem - uma excursão pelo interior dos estados do Norte e Nordeste - que se estenderia por mais de três anos. Foi nesse momento que teria conhecido a Amazônia - fato ainda não comprovado - o que teria marcado profundamente sua obra.

    Por onde passava, Villa-Lobos ia recolhendo temas folclóricos que utilizaria em suas composições, como no "Uirapuru", e em seu futuro trabalho de educação musical, através da coleção "Guia Prático".


    A maioridade artística.

    O ano de 1915 marca o início da apresentação oficial de Villa-Lobos como compositor, com uma série de concertos no Rio de Janeiro. Na época, casado com a pianista Lucília Guimarães, ganhava a vida tocando violoncelo nas orquestras dos teatros e cinemas cariocas, ao mesmo tempo que escrevia suas obras. Os jornais publicavam críticas contra a modernidade de sua música. Anos mais tarde, o compositor fez questão de explicar:

    "Não escrevo dissonante para ser moderno. De maneira nenhuma. O que escrevo é conseqüência cósmica dos estudos que fiz, da síntese a que cheguei para espelhar uma natureza como a do Brasil. Quando procurei formar a minha cultura, guiado pelo meu próprio instinto e tirocínio, verifiquei que só poderia chegar a uma conclusão de saber consciente, pesquisando, estudando obras que, à primeira vista, nada tinham de musicais. Assim, o meu primeiro livro foi o mapa do Brasil, o Brasil que eu palmilhei, cidade por cidade, estado por estado, floresta por floresta, perscrutando a alma de uma terra. Depois, o caráter dos homens dessa terra. Depois, as maravilhas naturais dessa terra. Prossegui, confrontando esses meus estudos com obras estrangeiras, e procurei um ponto de apoio para firmar o personalismo e a inalterabilidade das minhas idéias".


    A Semana de Arte Moderna.

    No Brasil do início do século, a influência européia e a permanência do espírito conservador do fim de século incomodavam a juventude, que começava a reagir a tudo isso. Surgiu, então, um movimento chamado Modernista que, em fevereiro de l922, foi oficializado em São Paulo, através da Semana de Arte Moderna. Atividades de vários campos da arte foram apresentadas no Teatro Municipal daquela cidade.
    Convidado por Graça Aranha, Villa-Lobos aceitou participar dos três espetáculos da "Semana", apresentando, dentre outras obras, as "Danças Características Africanas".


    As primeiras viagens a Europa.

    Já bastante conhecido no meio musical brasileiro, alguns de seus amigos começaram a incentivá-lo a ir à Europa, e apresentaram à Câmara dos Deputados um projeto para financiar sua ida a Paris. A proposta foi aprovada e Villa-Lobos partiu, em l923, para o que seria sua primeira viagem ao Velho Continente. Chegou com mentalidade própria e se impôs em menos de um ano. Um grupo de amigos ajudou-o nas despesas e apresentou-o aos editores Max-Eschig, enquanto o pianista Arthur Rubinstein - que já o conhecia do Brasil - e a soprano Vera Janacópulus divulgavam suas obras em recitais por vários países.

    De volta ao Rio de Janeiro, em 1924, Villa-Lobos foi assim saudado pelo poeta Manuel Bandeira:

    "Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos. Todavia uma coisa o abalou perigosamente: a "Sagração da Primavera", de Stravinsky. Foi, confessou-me ele, a maior emoção musical da sua vida.(...)".

    Em l927, o compositor retornou a Paris para organizar concertos e publicar várias obras. Fez amigos, e muitos artistas de renome freqüentavam sua casa e participavam das feijoadas dos domingos. A partir dessa segunda temporada na capital francesa, ganhou prestígio internacional, apresentando suas composições em recitais e regendo orquestras nas principais capitais européias, causando forte impressão, ao mesmo tempo em que provocava reações por suas ousadias musicais.

    No segundo semestre de 1930, Villa-Lobos - a convite - retornava provisoriamente ao Brasil para a realização de um concerto em São Paulo. Contudo, não previa que, neste seu retorno, estaria inaugurando um novo capítulo em sua biografia.


    Villa-Lobos, o educador.

    Villa-Lobos preocupava-se com o descaso com que a música era tratada nas escolas brasileiras e acabou por apresentar um revolucionário plano de Educação Musical à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. A aprovação do seu projeto levou-o a mudar-se definitivamente para o Brasil.

    Em 1931, reunindo representações de todas as classes sociais paulistas, organizou uma Concentração Orfeônica chamada "Exortação Cívica ", com a participação de cerca de 12 mil vozes.

    Após dois anos de trabalho em São Paulo, Villa-Lobos foi convidado oficialmente pelo Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro - Anísio Teixeira - para organizar e dirigir a Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA), que introduzia o ensino da Música e o Canto Coral nas escolas.

    Como conseqüência do seu trabalho educativo, viajou de Zeppelin, em 1936, para a Europa, representando o Brasil no Congresso de Educação Musical em Praga.
    Com o apoio do então Presidente da República, Getúlio Vargas, organizou Concentrações Orfeônicas grandiosas que chegaram a reunir, sob sua regência, até 40 mil escolares e, em 1942, terminou por criar o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, cujo objetivo era formar candidatos ao magistério orfeônico nas escolas primárias e secundárias, estudar e elaborar diretrizes para o ensino do Canto Orfeônico no Brasil, promover trabalhos de musicologia brasileira, realizar gravações de discos, etc.


    O compositor das Américas chega aos Estados Unidos.

    "Irei aos Estados Unidos somente quando os americanos quiserem me receber como eles recebem a um artista europeu, isto é, em razão das minhas próprias qualidades e não por considerações políticas..."

    Apesar dessa resistência inicial (era o momento da chamada "política da boa vizinhança" praticada pelos EUA com aliados na 2ª Guerra Mundial), Villa-Lobos, convencido pelo Maestro Leopold Stokowski, seu amigo desde Paris, aceitou o convite do Maestro norte-americano Werner Janssen para uma turnê pelos EUA, em 1944.

    A partir daí, retornou àquele país várias vezes, onde regeu e gravou suas obras, recebeu homenagens e encomendas de novas partituras, além de ter travado contato com grandes nomes da música norte-americana, fechando, assim, o ciclo de sua consagração internacional.


    CRONOLOGIA

    1887: Nasce no Rio de Janeiro a 5 de Março.
    1897: Aprende violoncelo com o pai.
    1903: Aperfeiçoa a técnica de violoncelo com Breno Niemberg.
    1905: Começo de uma vida errante pelo Brasil de Norte a Sul, que durará 8 anos.
    1907: Curta passagem pelo Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, tendo aulas de Harmonia com Frederico Nascimento.
    1913: Fixa-se no Rio de Janeiro. Ganha a vida a tocar em teatros de revista e de opereta.
    1915: Realiza o primeiro concerto de obras suas, dando início ao modernismo brasileiro.
    1918: Acaba a ópera Izaht.
    1919: Apresenta o Quarteto Op. 15 em Buenos Aires. Compõe a suite para piano Prole do bebé.
    1922: A Semana da Arte Moderna de São Paulo consagra-o como compositor.
    1923: Viagem à Europa. Paris passa a ser a sua segunda cidade.
    1924: Consagração em Paris. O pianista Arthur Rubinstein interpreta Prole do bebé.
    1926: Realiza três festivais sinfônicos para a Associação Wagneriana de Buenos Aires.
    1927: Volta à Europa. Dirige obras suas à frente das mais prestigiadas orquestras européias. Em Lisboa dirige a Sinfônica portuguesa. É professor de composição do Conservatório Internacional de Paris e faz parte do Comité d’Honneur.
    1930: Regressa ao Brasil. Compõe os Choros. Apresenta programa educacional. Dá concertos em S. Paulo. Compõe as Bachianas Brasileiras.
    1932: É nomeado para dirigir a Superintendência da Educação Musical e Artística.
    1936: Casa com a jovem cantora Arminda Neves de Almeida.
    1937: É membro honorário da Academia de Santa Cecília de Roma.
    1942: Dirige o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico. Cria a sua própria orquestra sinfônica.
    1943: É nomeado Doutor em Música Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque e também pela Universidade de Los Angeles.
    1945: Fundador e presidente da Academia Brasileira de Música.
    1947: Ganha o prêmio do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura.
    1948: A sua ópera Malazarte é estreada nos Estados Unidos.
    1954: Visita Israel a convite do governo de Tel-Aviv de que resulta a obra A odisséia de uma raça.
    1959: Morre no Rio de Janeiro a 17 de Novembro.



    OBRAS

    Villa-Lobos, na história da música brasileira, é uma espécie de Bach, Beethoven e Stravinsky em um homem só. Como Bach, que não foi o primeiro, mas foi o "pai da música", Villa-Lobos também não foi o primeiro compositor brasileiro que colocou a cultura popular e o folclore na música de concerto, mas atingiu um nível de qualidade que o tornou o pai da música brasileira. Como Beethoven, praticou todas as formas clássicas e tornou-se um grande e venerável monumento musical, que ninguém ousa profanar. E, como Stravinsky, alinhou-se com as vanguardas de sua época e ousou, compondo músicas absolutamente modernas que fizeram a crítica conservadora chiar.

    E criava como se fosse três: Villa-Lobos nos deixou mais de 1000 obras, ainda não completamente catalogadas! Compunha sem parar - aliás, não parava em nenhum aspecto, já que dava concertos, organizava instituições, planejava o ensino musical brasileiro, tudo ao mesmo tempo...

    Daí as duas principais críticas que são feitas à sua obra: a irregularidade e a prolixidade.

    De fato, há altos e baixos na produção villa-lobiana, o que é absolutamente natural pelo tamanho de sua obra e pela rapidez com que ela foi feita. Nem tudo poderia ser obra-prima.

    Quanto à prolixidade, ela, de certa forma, faz parte do estilo do compositor, dono de uma música rica e abundante que parecia jorrar de maneira ininterrupta de sua imaginação.

    Era um Amazonas musical. Tom Jobim, que o conheceu pessoalmente, gostava de contar uma história que é bastante característica. Certa ocasião, ele foi à casa de Villa-Lobos e o encontrou, como sempre, compondo. Mas era um dia especialmente ruidoso, com grande agitação na casa e na rua, e a janela estava aberta. Tom lhe perguntou como conseguia compor com aquele barulho. A resposta:

    “O ouvido de fora não tem nada a ver com o ouvido de dentro. Além disso, minha música é algo vivo: se passar o bonde na rua, eu boto ele na minha sinfonia também.”

    Outra fonte de críticas a Villa-Lobos foi sua adesão ao Estado Novo de Vargas, ao se tornar o músico oficial da didatura e o principal organizador da educação musical brasileira. Compunha músicas para cerimônias públicas, geralmente de exaltação à pátria, e regia grandes, enormes, corais, em demonstrações grandilouqüentes de canto orfeônico. Teria o músico de vanguarda tornado-se um músico de gabinete?

    Essa mudança de rumos refletiu-se em seu estilo como compositor. Estudiosos dividem a obra em três períodos: o primeiro é o modernista, que corresponde aos primeiros anos em Paris e à Semana de Arte Moderna; o segundo é o oficial, das cerimônias públicas e das obras nacionalistas; o terceiro é o neoclássico, das Bachianas Brasileiras. Não há fronteira clara entre os dois últimos períodos, que ocorrem quase que simultaneamente.


    Vanguarda

    Como já foi citado, as primeiras influências de Villa-Lobos como composit

    Matheus_Strad
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    or foram Wagner, Puccini e, principalmente, Vincent d'Indy. Mas sua originalidade logo o aproximariam das vanguardas européias, notadamente Stravinsky. Alguns aspectos fundamentais das obras desta fase: ênfase no ritmo (o que se reflete no destaque que dava aos instrumentos de percussão) e combinação ousada de timbres.

    Os Choros, para diversas (e insólitas) combinações instrumentais talvez sejam as obras mais importantes do período. Ficaram muito conhecidos os de no. 2, no. 4, no. 5 (Alma Brasileira), os Choros Bis e no. 7 (Setimino) - o último, para flauta, oboé, clarinete, saxofone, fagote, violino, violoncelo e tam-tam.

    Instrumentação original também econtramos no Noneto, escrito em 1923: flauta, oboé, clarinete, fagote, celesta, harpa, piano, bateria e coro misto.

    Mesmo quando escrevia para piano, pensava em uma orquestra. O exemplo célebre é o Rudepoema, finalizado em 1926 e dedicado a Arthur Rubinstein. É um verdadeira Sagração da Primavera para piano solo. A ousadia era tão grande que o pianista polonês não incluiu a peça em seu repertório - além de ficar um tanto assustado quando soube que ela era um retrato de sua alma.

    Outras obras importantes são a primeira suíte Prole do Bebê - esta sim conquistou Rubinstein - e o Momoprecoce, para piano e orquestra.


    Nacionalismo

    Na verdade, Villa-Lobos nunca deixou de usar o folclore, a cultura e os temas brasileiros em suas obras. O termo nacionalismo aqui usado refere-se a um tipo de nacionalismo de exaltação, patriota e ufanista, um tanto ingênuo, que serviu aos propósitos do Estado Novo de Getúlio Vargas.

    Não devemos crucificar o compositor por ter se ligado à ditadura. Mas as obras dessa época são, talvez, as menos representativas de sua produção. Um exemplo típico é o coro Invocação em Defesa da Pátria, composto para o embarque dos pracinhas que iriam para a Segunda Guerra Mundial, sobre poema de Manuel Bandeira.

    Muito mais interessantes são as suítes Descobrimento do Brasil, compostas em 1937. A última delas apresenta a Primeira Missa no Brasil, onde são sobrepostas melodias e danças indígenas ao canto gregoriano católico.


    Neoclassicismo

    Acompanhando alguns compositores importantes da época, como Stravinsky, e talvez cansado do esforço de se manter sempre à vanguarda, Villa-Lobos começou a escrever música mais relaxada, onde se revela forte a influência de Bach: é sua fase neoclássica, ou neobarroca, como chamada por alguns.

    O conjunto mais conhecido do período, e de toda a obra de Villa-Lobos, é o das Bachianas Brasileiras. São nove, ao todo, e foram compostas entre 1930 e 45. As mais conhecidas são justamente a que figuram no clássico disco que o autor gravou para a EMI: a primeira, para orquestra de violoncelos, a segunda, para orquestra sinfônica, a quinta, para soprano e oito violoncelos, e a nona, para orquestra de cordas.

    O famoso Trenzinho do Caipira é o quarto movimento da segunda Bachiana; a Cantilena, igualmente célebre, é o primeiro movimento da quinta Bachiana.

    Para violão, os Prelúdios, compostos em 1940, não devem nada aos de Bach. O Concerto para Violão e Orquestra, escrito em 1951 para atender um pedido do violonista Andrés Segóvia, tornou-se bastante conhecido.

    Vários dos mais importantes quartetos de cordas (no total, 17) também foram compostos nesta fase, principalmente os últimos dez. Algumas das doze sinfonias também foram escritas no período: a sexta (Sobre a linha das montanhas do Brasil), a décima (Sumé Pater Patrium) e a décima-segunda são as mais expressivas.

    Outras obras de características marcadamente neoclássicas são os cinco concertos para piano e orquestra. O quinto é o mais conhecido.



    Bibliografia

    BÉHAGUE, Gerard - "Heitor Villa-Lobos: The search for Brazil's musical soul". Austin, ILAS, 1994.
    MARIZ, Vasco - "Heitor Villa-Lobos Compositor Brasileiro". Rio de Janeiro, Zahar Editores S.A., 1983.
    RIBEIRO, João Carlos (org.) - "O Pensamento Vivo de Heitor Villa-Lobos". São Paulo, Martin Claret Editores, 1987.
    VILLA-LOBOS, Heitor - "Educação Musical". Presença de Villa-Lobos - 13º Volume. Rio de Janeiro, Museu Villa-Lobos, 1991.
    http://www.museuvillalobos.org.br/mvl1.htm#O%20compositor%20das%20Amér icas
    http://www.vidaslusofonas.pt/villa-lobos.htm
    http://www.bravissimo.hpg.ig.com.br/biografias/HVLobos.htm

    Emerson Guita
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Matheus_Strad
    Mais uma vez obrigado!

    anonimo_83
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Até q enfim!!!! Eu ia fazer isso! mas ja q fez e de forma tao bem feita para um topico! ta valendo! Parabéns!

    Matheus_Strad
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Galerinha, que aconteceu com esse tópico, que eu postei hoje a tarde e já tem 262 consultas????? Não é possível!!!!

    Acho que algum fanático por Villa-Lobos deve ter ficado saindo e entrando várias vezes só prá ter dado tanto!!!! hehehehehhehehehehehehhhehheheheh

    Valeu, galera!!!
    Abraço!

    Igor Martins
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Matheus_Strad
    Parabéns!!!!!

    Sempre bom falarem dos gênios brasileiros, ainda mais Villa-Lobos.

    anonimo_83
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Eu Sou fanatico! Mas nao fui eu nao! hehehehehehehehe!!!

    Salve Villa-Lobos!

    O BACH; BETHOVEN; E MOZART, da nossa musica! E tudo isso em um so!!! heheheheheheheheh!!!!!

    Matheus_Strad
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Balbino:

    Sei o porquê dessa sua idolatria, vc como violonista deve adorar os Prelúdios compostos por Villa-Lobos prá violão, que parecem não dever nada aos de Bach. Sem contar o Concerto para Violão e Orquestra, escrito em 1951.

    hehehheheheh

    Abraço.

    anonimo_83
    Veterano
    # nov/04
    · votar


    Matheus_Strad
    Cara! A obra de violao do Villa-Lobos, sem exagero é a mais estudada, uma das mais belas, (pra nao desmerecer outras obras lindissimas), uma das mais geniosas, a mais tocada, e com certeza a mais importante de todo o repertorio violonistico! E nao é so os preludios e o concerto nao! Ouça os Estudos!? Muita complexidade para se atingir uma técnica q na epoca ninguém tinha, e olha q o cara nem era um eximio violonista, mas tinha a musica dentro de SI!!! ERA UM GENIO!

    nothing else matters
    Veterano
    # dez/04
    · votar


    Valeu,mó bom o "resumo"...

    wallace_harm
    Veterano
    # dez/04
    · votar


    Legal da nossa parte nos lembrar-mos de que aqui no Brasil ainda existe musica de qualidade! E que temos uma otima referencia musical no Brasil em relaçao a musica classica. Gosto muito das musicas de Villa-Lobos. Um dia fiz uma exposiçao dele no colegio, e todo mundo gostou. Percebi que é so da um emporransinho que o brasileiro commeça a sim entereçar por algo melhor!
    VALEU!

    FDG
    Veterano
    # dez/04
    · votar


    Villa-Lobos é o cara!!!

    The Root Of All Evil
    Veterano
    # mar/10 · Editado por: The Root Of All Evil
    · votar


    Feliz aniversário, Villa!

    makumbator
    Moderador
    # mar/10 · Editado por: makumbator
    · votar


    The Root Of All Evil

    O maestro aqui da orquestra de Juiz de Fora(Nélson Nilo Hack), tocou com o Villa(aliás ele tocou e/ou regeu TODOS os caras cobras no Brasil, e ainda uns estrangeiros, trabalhou na Europa, etc..). Ele já tem quase 90 anos, mas continua firme e forte!

    Pois bem, o maestro adora contar histórias da convivência dele com esses caras, tem umas do Villa ótimas:

    Villa-Lobos estava na Alemanha, no fim dos anos 30, mas ainda antes do início da segunda guerra. Ele estava no local de embarque do Zeppelin, pois iria seguir viagem para a França.

    Muito bem, antes do embarque, chega uma comitiva enorme de Hitler, com soldados, políticos, assessores e tudo mais. A comitiva diz que o Füher é que irá embarcar juntamente com seu pessoal, e os demais passageiros terão que esperar outro Zeppelin.

    Os funcionários da estação começam a avisar que a comitiva de Hitler vai furar a fila. Nesse momento o Villa fica nervoso, arranja uma confusão e diz que ele também vai viajar naquele Zeppelin. A confusão é tanta que atrai a atenção da comitiva. Villa diz aos gritos que não está nem aí para a comitiva, e que ele se o Hitler é o Füher, ele é o Villa-Lobos e VAI embarcar.

    O próprio Hitler teria se aproximado do Villa, e surpreendentemente dado uma risada da situação, e ao ver alguém enfrentar o poderoso partido nazista, o Füher teria simpatizado com o Villa e dito que ele poderia embarcar juntamente com a comitiva...hehehe

    MAS, como o próprio maestro lembra, o Villa-Lobos era um cara, digamos que "lendário", e podia muito bem ter inventado a anedota(mas que ainda é boa....heheh)

    Duas outras histórinhas legais com o Villa(a primeiro o maestro presenciou, pois tocava na orquestra e a segunda quem contou foi a violinista do quarteto):

    Villa regia uma peça sua com a orquestra do teatro municipal no Rio, sua mulher (Mindinha) estava na platéia assistindo ao ensaio. Ao notar que o primeiro trombonista não estava tocando nada(apesar de haver pausa para ele no momento), Villa gritou que ele tocasse(e com a música rolando, não parou o ensaio), berrou: Toca rapaz! Toca esse trombone!!!.

    Esse trombonista, que era um gozador, sacou o trombone e mandou uma marchinha de carnaval daquelas bem engraçadas, em fortíssimo no meio da peça(que estava em piano). O Villa deu risada, virou para a Mindinha e disse: Olha Mindinha, agora sim está perfeito! Ouça que maravilha! Virou para o trombonista e disse: É isso meu filho, é isso que eu queria!

    Hashsahsah!!

    O quarteto Radamés Gnatalli(não o atual, mas uma formação dos anos 50), ensaiou criteriosamente um novo quarteto de cordas do Villa, e tiveram atenção extrema á dinâmica e aos mínimos detalhes da partitura.

    Pois bem, após acharem que a execução estava ótima, ligaram para o Villa(eles o conheciam), e pediram para tocar para ele em sua casa. Ele aceitou. No dia combinado eles chegaram, começaram a tocar, o Villa foi ficando nervoso com a execução e após alguns minutos, explodiu em raiva. Ele simplesmente tocou o quarteto para fora da casa quase aos pontapés, e aos berros bradava: vcs não entenderam nada! Villa-Lobos não é Mozart!! Villa-Lobos não é Mozart!Fora daqui!!!

    Hsahsahsa!!! Era uma figura...

    pp para ele não era pianíssimo, dizia brincando que era paulada no prato!

    The Root Of All Evil
    Veterano
    # mar/10
    · votar


    makumbator

    CARALHO uahuahuahua muito foda essa história ai do Hitler!!!


    E a do trombone muito engraçada auhgauhauhahua

    Agora a do Quarteto! Caramba, que situação a dos caras da banda, hein!! Devem ter sido mó decepcionante pra eles!

    asuihasuihaushasui paulada no prato é boa :P

    Mas o que ele queria afinal com as dinâmicas? Que sentassem o cacete onde estivesse grifado pp?

    makumbator
    Moderador
    # mar/10 · Editado por: makumbator
    · votar


    The Root Of All Evil


    Mas o que ele queria afinal com as dinâmicas? Que sentassem o cacete onde estivesse grifado pp?


    Não necessariamente, mas ele era doido. Escrevia as dinâmicas, aí se vc seguisse rigorosamente as anotações, ele mesmo odiava e dizia que vc não captou o espírito. O maestro dizia que o Villa valorizava mesmo era a criatividade do executante em cima da música dele, ser vc mesmo na música do Villa-Lobos, é que era tocar Villa-Lobos. É uma noção interessante, se a gente parar para pensar.

    Ele chutou o quarteto em um dia, mas logo depois já estava de bem com todo mundo. Em suma, muito doido!!!! Eu cheguei a tocar acompanhando a tal violinista (Mariuccia Iaccovino, já falecida), e foi nessa ocasião que o maestro lembrou dessa história, e eles riram muito ao comentar. Ela mesmo disse que ninguém no quarteto ficou bravo com o Villa(pois conheciam o gênio dele), só se assustaram com a reação louca dele!!!

    The Root Of All Evil
    Veterano
    # mar/10
    · votar


    makumbator
    Não necessariamente, mas ele era doido. Escrevia as dinâmicas, aí se vc seguisse rigorosamente as anotações, ele mesmo odiava e dizia que vc não captou o espírito. O maestro dizia que o Villa valorizava mesmo era a criatividade do executante em cima da música dele, ser vc mesmo na música do Villa-Lobos, é que era tocar Villa-Lobos. É uma noção interessante, se a gente parar para pensar.


    Imaginei que fosse algo do tipo!

    Interessante isso! Agora que eu sei disso, ninguém então vai poder me criticar quando eu fizer uma versão pra guitarra elétrica da Mazurka ehehehehe

    Eu cheguei a tocar acompanhando a tal violinista (Mariuccia Iaccovino, já falecida), e foi nessa ocasião que o maestro lembrou dessa história, e eles riram muito ao comentar. Ela mesmo disse que ninguém no quarteto ficou bravo com o Villa(pois conheciam o gênio dele), só se assustaram com a reação louca dele!!!

    Amo seu trabalho! Tu é um cara de muita sorte!

    O que tocou com ela nesta ocasião?

    makumbator
    Moderador
    # mar/10 · Editado por: makumbator
    · votar


    The Root Of All Evil



    Interessante isso! Agora que eu sei disso, ninguém então vai poder me criticar quando eu fizer uma versão pra guitarra elétrica da Mazurka ehehehehe

    Até porque o Mozart nem vai ficar sabendo!!! Hheheh!!! tem gente que acha que música é igual aqueles antigos questionários de escola sobre romances na aula de literatura, ou vc entende a obra exatamente como o cara que analisou o texto pensou, ou está errado e é burro...não aguento isso!

    Tem até uma cena hilária do Woody Allen(não lembro o filme, é da fase antiga dele), em que um cara na fila da bilheteria de um cinema começa a conversar com um amigo sobre a obra do Marshall McLuhan(importante teórico da comunicação de massa).

    Aí o personagem do Woody Allen fica nervoso e se intromete na conversa, dizendo que não é nada disso, e que ele não concorda com nada do que o cara disse. O cara olha com desdém e diz que a opnião dele é que está certa, afinal, ele é PHD em comunicação na universidade de Columbia(ou outra das grandes universidades americanas, naõ lembro).

    Aí o WoodyAllen puxa o próprio Marshall McLuhan de trás de um cartaz, o McLuhan olha para o tal PHD, e diz: cara, vc não entendeu NADA da minha obra, vc não sabe absolutamente nada do que está falando!!
    A cara de vitória do Allen é impagável, ele ainda olha para a câmera e diz algo como: "seria tão bom se fosse sempre assim na vida real, não?"

    Hsahashsa!!! Adoro essa cena
    Ilustra um pouco essa situação, que também acontece na música com a "autoridade intelectual", que pretensamente se coloca no lugar do compositor


    Amo seu trabalho! Tu é um cara de muita sorte!
    O que tocou com ela nesta ocasião?

    Que nada, eu era só mais um na orquestra...hehehe

    Ela tocou com a gente os dois concertos para violino e cordas do Bach. O em mi maior, e o em lá menor(aquele que eu gravei na guitarra). E antes da orquestra entrar, ela tocou a chocana para violino solo, também do Bach.
    Apesar de já estar na época com mais de 80 anos, ainda tocava bem, e tinha bastante vitalidade. Ela morreu não muito tempo depois.


    Cara, o que o maestro já contou de história dele no mundo da música, vc não acredita. Tem cada coisa hilária!!!

    The Root Of All Evil
    Veterano
    # mar/10
    · votar


    makumbator
    Hsahashsa!!! Adoro essa cena
    Ilustra um pouco essa situação, que também acontece na música com a "autoridade intelectual", que pretensamente se coloca no lugar do compositor


    Excelente mesmo auhauhauahauhua nunca vi o filme, mas a idéia é muito boa =DDDDD

    Que nada, eu era só mais um na orquestra...hehehe

    Para de modéstia!!

    Ela tocou com a gente os dois concertos para violino e cordas do Bach. O em mi maior, e o em lá menor(aquele que eu gravei na guitarra). E antes da orquestra entrar, ela tocou a chocana para violino solo, também do Bach.
    Apesar de já estar na época com mais de 80 anos, ainda tocava bem, e tinha bastante vitalidade. Ela morreu não muito tempo depois.


    Fodas!! Adoro estes concertos do Bach!! \o\
    Você gravou antes ou depois desta apresentação? =]


    Cara, o que o maestro já contou de história dele no mundo da música, vc não acredita. Tem cada coisa hilária!!!

    Po, abre um tópico ae "Histórias de Maestros" ou escreve um livro!!!!
    Tenho mó interesse em ouvir estas histórias!! Sério mesmo, abre ae o tópico, ou conta mais algumas =D

    makumbator
    Moderador
    # mar/10
    · votar


    The Root Of All Evil

    Fodas!! Adoro estes concertos do Bach!! \o\
    Você gravou antes ou depois desta apresentação? =]


    Não lembro o intervalo de tempo, mas foi depois com certeza.

    Po, abre um tópico ae "Histórias de Maestros" ou escreve um livro!!!!
    Tenho mó interesse em ouvir estas histórias!! Sério mesmo, abre ae o tópico, ou conta mais algumas =D


    Boa idéia, amanhã eu lembro de mais umas histórinhas que o maestro contou(tem trocentas, algumas até censuradas e que não posso contar porque envolve gente viva e atuando) e abro um tópico aqui na música erudita! Pode deixar. Aí até copio e colo essas que contei aqui nesse tópico!

    The Root Of All Evil
    Veterano
    # mar/10
    · votar


    makumbator
    Boa idéia, amanhã eu lembro de mais umas histórinhas que o maestro contou(tem trocentas, algumas até censuradas e que não posso contar porque envolve gente viva e atuando) e abro um tópico aqui na música erudita! Pode deixar. Aí até copio e colo essas que contei aqui nesse tópico!

    Uhul!!!
    É bom que isso motiva os outros que tiverem histórias a compartilha-las também!

    Vou cobrar, hein =D

    Die Kunst der Fuge
    Veterano
    # dez/12
    · votar


    makumbator
    Toca rapaz! Toca esse trombone!!!.

    Aleatoriamente agora lembrei disso e comecei a rir auhauah

    makumbator
    Moderador
    # dez/12
    · votar


    Die Kunst der Fuge

    Hashsah! História muito boa!

    Achei no youtube a cena do Marshall McLuhan com o Woody Allen:

    http://www.youtube.com/watch?v=lkxRFmXITag



    cellolover
    Veterano
    # dez/12
    · votar


    Olá makumbator!
    Essa idéia do livro é mesmo ótima....se vc. escrever, quero um. Abraços!

    cellolover
    Veterano
    # dez/12 · Editado por: cellolover
    · votar


    Uma gravação histórica - Villa Lobos regendo a ária das Bachianas Brasileiras n 5, com a fantástica soprano brasileira Bidú Sayão e o grande cellista Leonard Rose no primeiro cello. Gravação de 1938.


    Dr Nick
    Veterano
    # dez/12
    · votar


    cellolover
    que legal a gravação, tenho aquela caixinha da EMI, Villa-lobos conducts Villa-lobos, com 6 cds, naquela ele rege a bachiana n°5 com a orquestra nacional da radio da frança, mas não gostei muito da victoria de los angeles como soprano, a coleção toda é incrivel, comprei na sala são paulo quando tinha ido visitar a cidade.

    cellolover
    Veterano
    # dez/12
    · votar


    Oi Dr Nick
    Também tenho a coleção e ela é legal mesmo. Eu também não gosto tanto da versão da victoria de los angeles como dessa que postei. Como vc. é estudante de cello, acho que vale a pena procurar tb. gravações de Leonard Rose. Ele foi um violoncelista excepcional. Abraços!

    Alvaro Henrique
    Veterano
    # jan/16
    · votar


    Aproveitando...

    Já conhece as musicas para violão solo de Heitor Villa-Lobos? Tem tudo aqui, ao vivo.
    http://youtu.be/4wVfkYD89KM



      Enviar sua resposta para este assunto
              Tablatura   
      Responder tópico na versão original
       

      Tópicos relacionados a HEITOR VILLA-LOBOS: O COMPOSITOR DAS AMÉRICAS