Sobre a guerra no presídio na terra de coronel Sarney

    Autor Mensagem
    CindyFerrari
    Veterano
    # jan/14 · Editado por: CindyFerrari


    Presos filmam decapitados em penitenciária no Maranhão;

    "Tem que ajeitar o foco", diz um preso a um colega que acabara de ligar a câmera do celular em meio a um grupo de detentos rebelados.

    Vencida a discussão técnica, o que se segue é um documento explícito do horror praticado no complexo de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, onde 62 presos foram mortos desde o ano passado.

    São dois minutos e 32 segundos em que os próprios amotinados filmam em detalhes três rivais decapitados. E se divertem exibindo os corpos –ou que restam deles.

    O vídeo, gravado no dia 17 de dezembro, começa com os presos caminhando por dez segundos dentro da penitenciária. Para preservar suas identidades, tomam o cuidado de exibir apenas os pés.

    No foco principal, um homem de chinelos pretos e bermuda branca dá passos apertados, até que no oitavo segundo da caminhada o chão verde molhado de água se transforma num piso ensopado de sangue.

    Dois segundos adiante, a câmera se levanta abruptamente e mostra o saldo do motim no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pedrinhas, um bairro da zona rural da capital maranhense.

    Estão lá, diante da câmera e de comentários em tom de comemoração, os corpos de Diego Michael Mendes Coelho, 21, Manoel Laércio Santos Ribeiro, 46, e Irismar Pereira, 34.

    A gestão Roseana Sarney (PMDB) não quis comentar o vídeo, enviado ao governo pela Folha. Disse apenas que imagens supostamente registradas em Pedrinhas estão sendo divulgadas e poderão ser alvo de inquérito para investigar a sua veracidade.

    CABEÇAS

    As imagens, encaminhadas à Folha pelo Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão, são chocantes.

    Nas costas de um desses corpos, de bruços, estão duas cabeças, lado a lado. Elas são exibidas como troféus.

    Ao lado, o terceiro decapitado ainda tem a cabeça encostada ao pescoço.

    Um dos presos grita: "Bota [o corpo] de frente pra filmar direito". Outro pede: "Não puxa a cabeça dele".

    Em vão. Um outro colega, também de chinelos, enfia os pés na poça de sangue, se aproxima e, com a ponta dos dedos, ergue a cabeça, puxada pelos cabelos.

    A cabeça escapa, cai no chão, mas é erguida novamente e colocada ao lado das outras duas. Os presos mantêm o clima de comemoração.

    A câmera se aproxima e foca as cabeças bem de perto. Os três parecem ter sido torturados antes de terem as cabeças cortadas. Há marcas de cortes no rosto e por todo o corpo, que parecem ter sido feitas com facas e estiletes.

    A câmera segue filmando. Gira e mostra corpos e cabeças de diferentes ângulos. Um dos presos, já descalço, coloca o pé sobre um dos corpos, em sinal de domínio sobre os inimigos.

    Neste momento, o vídeo, que traz à tona o cenário de caos no sistema penitenciário do Maranhão, chega ao segundo minuto.

    Um dos presos se abaixa, pega uma das cabeças e a gira em direção à câmera.

    "Filma aí esse maldito, desgraçado", diz um deles sobre um dos decapitados, com aparelhos nos dentes e o rosto todo riscado. "Vira de lado, vira de lado", pede outro.

    Nenhum rosto aparece no vídeo. Mas o chão molhado, de água e de sangue, permite visualizar, no reflexo, uma meia dúzia de presos.

    Segundo o governo do Maranhão, que não quis comentar as imagens, as três mortes foram resultado de uma briga entre membros da mesma facção criminosa.

    A maior rivalidade no complexo, porém, é de presos da capital versus presos do interior do Estado. Eles formam duas facções diferentes.

    Essa rivalidade é citada em relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que conclui que o governo tem sido incapaz de coibir a violência.

    Foi de dentro do complexo que saíram as ordens para os atentados ocorridos no último final de semana.

    O relatório cita a superlotação de Pedrinhas (com 1.700 vagas, abriga 2.500) e relata casos de estupros de mulheres que entram no presídio para visitas íntimas.

    Nesse link tem o vídeo pra que tiver coragem: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1394160-presos-filmam-d ecapitados-em-penitenciaria-no-maranhao-veja-video.shtml

    Simonhead
    Veterano
    # jan/14
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    Caracas. Lance bizarro.

    A maior rivalidade no complexo, porém, é de presos da capital versus presos do interior do Estado. Eles formam duas facções diferentes. Essa rivalidade é citada em relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que conclui que o governo tem sido incapaz de coibir a violência.

    Isso ai é desde sempre.

    GuitarHouse
    Veterano
    # jan/14
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    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2014/01/1394673-em-meio-a- caos-nos-presidios-roseana-sarney-licita-80-kg-de-lagosta.shtml

    Simonhead
    Veterano
    # jan/14
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    Em silêncio Com tradição de enfrentar governos para defender os direitos humanos, a OAB não tem dado um pio sobre a barbárie nas prisões do Maranhão. O presidente da entidade, Marcos Vinicius Coelho, foi advogado de Roseana no TSE.

    Que podre.

    JJJ
    Veterano
    # jan/14
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    Deprimente.

    One More Red Nightmare
    Veterano
    # jan/14
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    passei 15 dias das minhas férias lá

    belo lugar

    Simonhead
    Veterano
    # jan/14
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    Tudo bem que não tem como se estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas a Força Nacional estava no MA e o Governo agora renova a permanência da mesma por lá. Véi ... nem parece que a FN esteve por lá.

    sallqantay
    Veterano
    # jan/14
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    deus é brasileiro, nada mais explica esse país nao degenerar na barbárie

    giant_steps
    Membro Novato
    # jan/14 · Editado por: giant_steps
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    Como diz um amigo meu... "Imagina na Copa!".

    Essa frase se encaixa depois de qualquer notícia dessas...

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