Câmara aprova 10% do PIB para a Educação

    Autor Mensagem
    -Dan
    Veterano
    # jun/12


    Ansejo de muitos, mais verba para a educação parece estar mais possível.


    Comissão especial concluiu a votação do Plano Nacional de Educação (PNE). Se não houver recurso, texto seguirá diretamente para o Senado. Mercadante declara que meta será difícil de ser executada.
    Em uma sala lotada de estudantes e de representantes de movimentos sociais, a comissão especial do Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10) aprovou a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em políticas do setor em até dez anos. O índice vinha sendo reivindicado por deputados da oposição e parte da base aliada do governo, além de representantes de entidades da sociedade civil.

    Hoje, União, estados e municípios aplicam juntos cerca de 5% do PIB na área. Na proposta original do Executivo, a previsão era de investimento de 7% do PIB em educação. O índice foi sendo ampliado gradualmente pelo relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que chegou a sugerir a aplicação de 8% em seu último relatório.

    Um acordo feito nesta terça-feira (26) entre governo e oposição garantiu o apoio do relator aos 10%. Pelo texto aprovado, o governo se compromete a investir pelo menos 7% do PIB na área nos primeiros cinco anos de vigência do plano e 10% ao final de dez anos. A proposta segue agora para o Senado.

    Flexibilidade - Oito destaques apresentados ao relatório de Vanhoni sugeriam mudanças na meta de investimento em educação. Pelo acordo, apenas a meta de 7% em cinco anos e 10% em dez anos foi colocada em votação. Autor do destaque aprovado, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) acredita que essa alternativa teve apoio do governo porque oferece flexibilidade na gestão orçamentária. Isso porque outras propostas previam metas intermediárias ano a ano.

    Para o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a aprovação dos 10% é resultado da pressão de entidades ligadas ao setor: "São dois fatores primordiais que garantiram que esse acordo fosse consagrado: o trabalho técnico de diversas instituições, que mostraram a necessidade dos 10%, e a mobilização popular".

    Apesar de ter votado pelos 10%, Vanhoni voltou a afirmar que os 8% seriam suficientes para uma "melhoria significativa da educação no País". "Esse valor já daria conta dos grandes desafios da educação hoje, que são a incorporação das pessoas que estão fora do sistema e a melhoria da qualidade do ensino. Contudo, não compete ao relator ir de encontro a 99% da comissão especial", avaliou.

    Difícil - O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota informando que irá estudar as repercussões da proposta. De acordo com o texto, o ministro Aloizio Mercadante avaliou que o aumento do investimento será uma "tarefa política difícil de ser executada".

    A pasta informou que vai estudar as implicações financeiras da proposta aprovada ontem e que aguarda a tramitação no Senado. De acordo com o MEC, ampliar os investimentos para 10% do PIB "equivale, na prática, ao longo da década, a dobrar em termos reais os recursos para a Educação nos orçamentos das prefeituras, dos governos estaduais e do governo federal".

    "Em termos de governo federal equivale a colocar um MEC dentro do MEC, ou seja, tirar R$ 85 bilhões de outros ministérios para a Educação", disse Mercadante, segundo o texto divulgado pelo ministério.

    Sanção - A proposta do PNE não prevê sanção no caso de descumprimento da meta estabelecida. Para o presidente da comissão especial, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), "não há razão para se desconfiar, em princípio, da não efetivação das metas". "Um instrumento legal que cria uma referência de valores deve ser acompanhado e nós, aqui no Congresso, vamos fiscalizar a sua execução periodicamente."

    O deputado Paulo Rubem Santiago afirmou que o cumprimento dos 10% ainda depende, além da aprovação no Senado, da pressão de movimentos sociais. "É preciso ter em vista que o Orçamento no Brasil é autorizativo. A efetivação dessas verbas ainda depende de mobilização ao longo dos próximos dez anos", alertou o deputado.

    Destaques - Outro destaque aprovado nesta terça-feira foi a antecipação da meta de equiparação do salário dos professores ao rendimento dos profissionais de escolaridade equivalente. O relatório de Vanhoni previa o cumprimento dessa meta até o final da vigência do plano. O destaque aprovado, por sua vez, estabelece a equiparação até o final do sexto ano do PNE.

    "Temos de evitar o abandono das salas de aulas por profissionais competentes. Uma remuneração justa para o magistério é condição básica para a melhoria do ensino", justificou o deputado Biffi (PT-MS), um dos autores do destaque. "É notório como os salários da rede pública de educação estão defasados. Os professores têm hoje a profissão mais desvalorizada do País", disse a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), que também sugeriu a mudança.

    A comissão especial aprovou ainda o prazo de um ano após a sanção do PNE para a aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional. O projeto, que já está em tramitação na Câmara (7420/06), estabelece responsabilidades de gestores públicos na melhoria da qualidade do ensino. Ambos os destaques aprovados receberam o apoio de Vanhoni.

    Rejeitados - Outros destaques colocados em votação, no entanto, foram rejeitados. Uma sugestão do PSDB antecipava do terceiro para o primeiro ano do ensino fundamental o prazo para a alfabetização dos estudantes. Já um destaque do PDT estabelecia um sistema nacional de gestão democrática, com a realização periódica de conferências e a criação e conselhos para avaliação das políticas do setor.

    Outras propostas rejeitadas estabeleciam regras claras sobre as responsabilidades de cada ente federado na aplicação de verbas em educação. A autora de uma das propostas, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), argumentou que a União investe apenas 20% do total que é aplicado em educação no País. O restante fica a cargo dos estados e dos municípios. Para a deputada, a União deveria arcar com pelo menos 30% do valor global.

    A divisão prévia de responsabilidades também foi defendida pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP), que criticou a rejeição dos destaques. "Para atingir os 10% do PIB, a União tem de se comprometer mais, já que ela detém 70% da arrecadação fiscal do País", argumentou.

    (Informações da Agência Câmara e Agência Brasil)


    Acho que não resolve o problema da educação no Brasil, mas já ajuda. Esse método social de ensino, sem reprovações e um monte de eufemismos, a meu ver, é o grande responsável pelo analfabetismo funcional crescente.

    É um aumento considerável, se aprovado.

    Dissertem sobre Orçamento Público com ou sem propriedade.

    Previsões: "que inocente!, bla bla bla pão e circo""

    Shredder_De_Cavaquinho
    Veterano
    # jun/12
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    Estratégia pra esvaziar as greves das federais...

    Cavaleiro
    Veterano
    # jun/12
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    Podia usar 20% que ainda continuaria uma merda. O problema maior é a ineficiência da gestão de gastos públicos (aka lei 8.666).

    Shredder_De_Cavaquinho
    Veterano
    # jun/12
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    Cavaleiro
    Disserte sobre...

    -Dan
    Veterano
    # jun/12
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    Cavaleiro
    Podia usar 20% que ainda continuaria uma merda. O problema maior é a ineficiência da gestão de gastos públicos (aka lei 8.666).

    Considera a 8666 o problema ou a ineficiência da 8666 o problema?

    Cavaleiro
    Veterano
    # jun/12 · Editado por: Cavaleiro
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    -Dan

    Principalmente a ineficiência.

    Shredder_De_Cavaquinho

    Um aluno universitário de uma univ. pública ruim/mediana custa mais do que o de uma faculdade privada top. Tem muitas compras imbecis com a licitação, desde canetas e quadros que não funcionam porque a licitação era por preço até questões como passagens aéres para professores (normalmente é pago umas 6x mais do que o preço normal porque compra-se aquela que pode remarcar ad infinitum o voo, política pública).

    Podem contestar dizendo que você pode especificar certos padrões de qualidade dentro da licitação, mas quando isto acontece normalmente a licitação é cancelada pelos que não puderam participar sob alegação de favorecimento.

    Se for pro governo dar a educação, que o faça no sistema de vouchers, dá o valor pago hoje por aluno em um voucher educação, a única coisa que muda é que começa a ter concorrência entre escolas pra disputar esta gigantesca fatia de mercado e a qualidade acaba subindo porque para competir a gestão tem que ser eficiente.

    -Dan
    Veterano
    # jun/12
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    Cavaleiro
    Principalmente a ineficiência.

    Poderia considerar ruim com ela, pior sem ela.

    Cavaleiro
    Veterano
    # jun/12
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    -Dan

    Melhor sem ela e no cenário que postei acima.

    -Dan
    Veterano
    # jun/12
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    Cavaleiro
    Melhor sem ela e no cenário que postei acima.

    Bom, o processo não é perfeito. Perde-se em um lado (canetas compactor ao invés de BIC) para ganhar de outro (isonomia e impessoalidade).

    Nunca acompanhei admin publica na área da educação, então não sei como é, mas creio que um bom administrador consegue contornar muita coisa.

    A idéia dos vouchers que vc citou é interessante, mas envolve reforma, e nossos governantes tem pavor a essa palavra.

    The Laughing Madcap
    Veterano
    # jun/12
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    Podia usar 20% que ainda continuaria uma merda. O problema maior é a ineficiência da gestão de gastos públicos (aka lei 8.666).

    concordo com isso, embora tinha certeza que seu racioncínio culminaria nisto:

    Se for pro governo dar a educação, que o faça no sistema de vouchers, dá o valor pago hoje por aluno em um voucher educação, a única coisa que muda é que começa a ter concorrência entre escolas pra disputar esta gigantesca fatia de mercado e a qualidade acaba subindo porque para competir a gestão tem que ser eficiente.

    com o qual não concordo.

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