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Rato Veterano |
# set/07
Por Max Gehringer
Vi um anúncio de emprego. A vaga era de gestor de atendimento interno, nome que agora se dá à seção de serviços gerais. E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem hands on. Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico. Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Pelo contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido. E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico... Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade. -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório. -- In a hurry! -- Saúde. -- Não, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português? -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias? -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática. -- Não, não.. Cópias normais mesmo. -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos. -- Fabiana, desse jeito não vai Dar! -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar. -- Como assim? -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético. -- Olha, neste momento, eu só preciso das três có... -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro... -- Futuro? Que futuro? -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada. -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada! -- Sei. Mas o senhor é hands on? -- Hã? -- Hands on.. Mão na massa. -- Claro que sou! -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada. Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções: 1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas. 2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas. Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores. Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel. Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas! Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação. só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida. Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz: o que é capaz de resolver, mas não de Impressionar.
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toty Veterano |
# set/07 · Editado por: toty
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1º Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.
essa foi a melhor parte!!!!
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Luiz Rhoads Veterano |
# set/07
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sad but true
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maggie Veterana |
# set/07
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1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas. 2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderãousar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
E tem ainda os "superqualificados". Já ouvi muitos 'nossa, mas o sua ficha é muito boa, você está além do cargo que oferecemos blábláblá'. Fróids.
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luiz_sjrp Veterano |
# set/07
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- O senhor tem inglês fluente? - "Somente o básico". - E informática? - "somente o básico". - Rotinas de escritório? - "Somente o básico". - Recursos humanos, departamento pessoal? - "Somente o básico" - O que o senhor espera conseguir aqui nessa empresa de alto nível se o senhor só tem resposta "básica" pra tudo? - "Somente o básico, trabalhar, fazer o que me compete e receber o meu no final do mês".
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maggie Veterana |
# set/07
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luiz_sjrp Basicão: bom, bonito e barato... huahua
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197873 Veterano |
# set/07
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Você é Hands on?
Acho que eu tô mais pra hands off!
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maggie Veterana |
# set/07
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Você é Hands on? Se perguntar pros guitarristas, eles vão dizer que sabem até TWO HANDS.
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tamahome Veterano |
# set/07
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nem li.
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kairi Veterano |
# set/07 · Editado por: kairi
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Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções: 1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas. 2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão.
EXATAMENTE! Eu sai de um emprego porque eu não podia fazer o que minha capacidade determina, era muito limitado.
E olha que sou humilde, ein.
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baz Veterano |
# set/07
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é isso aí mesmo, eu desenvolvo minha criatividade no trampo, mas não ganho bem. Eu sou do grupo dos explorados, da mão-de-obra escrava.
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Kensei Veterano |
# set/07 · Editado por: Kensei
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Rato Belo texto rato. Bom dia.
Ganhou um SIM.
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maggie Veterana |
# set/07
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tamahome nem li. devidamente negativado hihi
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Kensei Veterano |
# set/07
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Ei, não da pra positivar o primeiro post !
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maggie Veterana |
# set/07
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Kensei Ei, não da pra positivar o primeiro post ! é..
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kairi Veterano |
# set/07
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maggie Porque isso? Reparei que os primeiros posts são brancos ao invés de pretos.
PRÉ-CONCEITO!
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maggie Veterana |
# set/07
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kairi Reparei que os primeiros posts são brancos ao invés de pretos. São azuis. Azul-escuro Azul-claro Azul-escuro Azul-claro Azul-escuro Azul-claro Azul-escuro Azul-claro Azul-escuro Azul-claro
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tamahome Veterano |
# set/07
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maggie assim num vale, moderador num tem q negativar ninguem.ok
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kairi Veterano |
# set/07
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maggie Mas o primeiro é branco. :)
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