JABÁ: Dias Contados

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Mummy
Veterano
# dez/06
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Carlos Henrique 2

Mas...péra aí...jabá com angu...cara, tu é um cabra macho merrrrmo !!

Pardal
Veterano
# dez/06
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jabá

Apelido de colega meu, de nome Marcelo...

maggie
Veterana
# dez/06
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Daniela Mercury critica lei "antijabá" e compara download a assalto


Folha Online - Há um projeto de lei que quer transformar o "jabá" em crime. O que você acha?

Daniela - (risos) Quer mesmo que eu responda sobre isso?

Folha Online - Quero.

Daniela - Acho que o capitalismo está em tudo. Tudo é negócio. A cultura não pode se afastar do que ela gera em termos econômicos. Precisa ver o que é preciso ser feito para não deixar as rádios e televisões sem sobreviver, mas ao mesmo tempo achar algum formato que seja respeitoso com o cidadão brasileiro.

É uma questão muito complexa. Não vou entrar no detalhamento porque vamos ficar aqui horas. Acredito que é preciso se pensar no assunto, mas não acho que vá se resolver essa questão com lei. É uma questão do comportamento do mercado. Quando um deixa de fazer, outro faz. E se as rádios precisam dessa verba para sobreviver --que eu não sei nem como chamar --, é ideal que isso esteja claro, transparente.

Folha Online - Você é contra ou a favor um projeto de lei que puna o "jabá"?

Daniela - (silêncio)...acho utópico, não adianta. É uma questão muito mais ampla, que não se limita ao jabá. Há várias formas de troca. Não vai conseguir se resolver com uma lei isso. Não vejo sentido numa lei como essa, não vai resolver nada, não vai ajudar em nada. Talvez o que ajudasse fosse uma forma de se controlar a quantidade de discos vendidos no Brasil.

Folha Online - O "jabá" é um problema para o artista?

Daniela - Olha, o jabá pode ser muito bom para uns, e muito ruim para outros. É um caminho muito fácil para muita gente, e um caminho difícil para outras. Porque o "jabá", pelo que me conste, ele não determina nem que o artista vai tocar na rádio. É uma questão muito mais ampla que uma lei.

Folha Online - O que você acha do MP3 e da possibilidade de baixarem suas músicas gratuitamente na internet?

Daniela - Gosto da liberdade da internet, e acho que temos que pensá-la como instrumento de divulgação, gosto dessa possibilidade da democratização da música, da arte. Mas como essas pessoas que fazem download e compram disco pirata se sentiriam se tivessem um grupo de cem pessoas envolvidas no trabalho, dependendo daquilo, e não fossem contemplados? Mais uma questão ética para o mundo.

Aí falam: "pela liberdade, pela democracia, temos direito de tudo". Por que então a gente não está roubando os carros, assaltando supermercados? Se é para todo mundo ter direito a tudo, então vamos quebrar tudo. É preciso encontrar alguma maneira de as pessoas receberem pelo que fazem. Se elas fizessem um carro e botassem no meio da rua para cada um pegar e levar, como ia pagar o ferro, os empregados? Alguma coisa tem que ser recolhida para se viabilizar uma indústria cultural que é importantíssima para o mundo. A desonestidade, o download, a pirataria feitos deste jeito sucatearam todo o mercado de disco do Brasil.

maggie
Veterana
# abr/08
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mega-up

Deputado canta dentro da gaiola na Câmara

Ato marca o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Música

O deputado Edigar Mão Branca (PV-BA) tocou violão e cantou com o músico Xangai, dentro de uma gaiola, na Câmara dos Deputados. O ato marca o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Música, dos Compositores e Músicos Brasileiros.

O objetivo da Frente é defender o aperfeiçoamento da legislação do setor e discutir questões como a arrecadação de direitos autorais e o pagamento de "jabás" pelas gravadoras para que as emissoras de rádio toquem determinadas músicas. Edigar Mão Branca é músico, e presidirá a Frente.

Mais de 300 parlamentares já aderiram à frente, que será coordenada pelo deputado Chico Lopes (PCdoB-CE).

TWT ICE
Veterano
# abr/08
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mas isso ja foi votado ou nem sera?
eu duvido mto q as radios deixem de fazer isso...
mas enfim, continuo sonhando o dia q eu ligar o radio do carro e nao estiver tocando sean kingston

Jio-kun
Veterano
# abr/08
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maggie

Uhuuuw! \õ/

Private Pyle
Veterano
# abr/08
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Não vejo porque deveria ser crime.

Ronin
Veterano
# abr/08 · Editado por: Ronin
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maggie
A desonestidade, o download, a pirataria feitos deste jeito sucatearam todo o mercado de disco do Brasil.


Alguém avisa para a Daniela "em que mundo eu vivo?" Mercury, que o que sucateou a indústria musical no Brasil, e arrastou milhares de compradores para a pirataria, é exatamente o lucro absurdo das gravadoras e o fato do custo de jabá, absurdíssimamente alto, estar inclusivo no CD.

Enquanto os CDs originais forem fabricados a 5 centavos de material, 1 real de impressos, 3 a 5 reais de custo de gravação, e forem para a lojas custando cerca de 30 reais, o mercado de CDs no Brasil vai pro buraco, e a pirataria irá encher as burras.

Os EUA já aprenderam, com iniciativas como o iTunes e outras lojas online, que a indústria da música precisa evoluir. Músicos como o Supla e o Lobão já provaram que os CDs não precisam custar o que custam.

Me desculpe a Srta. Mercury... mas em um país aonde as gravadores lutam com unhas e dentes, a muito tempo, contra a lei de fiscalização e numeração dos CDs vendidos, para que os artistas possam saber quantos CDs já foram comercializados, ela está bancando a porta-voz da ideologia das majors.


*Edit: Esqueci de comentar que do preço de cada CD, o artista recebe entre 0,05 a 0,20 reais por cópia vendida. Dentro desta situação, dá para imaginar quem, no meio da gravadora e da mídia, é o elo fraco da corrente.

Ronin
Veterano
# abr/08
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O "jabá", uma prática corrente no mercado brasileiro que foi herdado do mercado americano no início da década de 60, consiste no pagamento de favores a programadores e proprietários de estações de rádio, geralmente via dinheiro ou bens materiais, para que determinada(s) música(s) "estourem" na programação, com o conseqüente reflexo direto nas vendas do produto.

Considerado como o grande vilão causador da atual situação do mercado brasileiro, o "jabá" é, na verdade, um elemento desaglutinador da classe artística, fecha as portas de acesso de artistas estreantes às ondas hertzianas e condena a grade cultural do segmento a baixíssimo nível cultural e artístico em um país com dimensões continentais como o Brasil e com múltiplos gêneros e tendências musicais.

Norteado pela sanha de acumulação de lucros da indústria fonográfica -- a grande estimuladora da prática do jabá através de mecanismos às vezes até ilegais oriundos de incentivos fiscais que deveriam ser empregados no desenvolvimento de novos talentos nacionais --, o mercado musical brasileiro tem primado pela falta de qualidade, pelo sucesso da hora e pela massificação da chamada "música dos milhões", aquelas que se propõe unicamente a atingir metas de venda e de receita, com notório prejuízo à qualidade artística e à manutenção da tradição cultural do país.

Nos Estados Unidos, país onde a prática nasceu nos anos 50 com o estouro do gênero "rock and roll", o "jabá" é crime federal, resultando em multas pesadas e até privação de liberdade, e mesmo assim não deixou de existir, apenas diminuiu a intensidade. Uma das propostas da classe artística para o futuro de médio prazo, seria a criminalização da prática do "jabá" no Brasil, primando pela penalização pecuniária, cumulada com a perda da concessão radiofônica e outras punições na esfera criminal. Estudos estão em andamento para a apresentação de um projeto em Brasília, destinado a ampliar o conhecimento dos parlamentares sobre o assunto para que possamos ter um embrião de trabalho dentro de menos de dois anos.

Fonte: http://conjur.estadao.com.br/static/text/26979,1
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E aí você me pergunta. Qual o problema da rádio e da TV, como mídia, visar o lucro? São empresas, não são?

A resposta é, sim e não. TV e rádio são conseções, ou seja, a partir do momento que você abre uma rádio você tem concorrência programada. Não é qualquer um que pode virar seu concorrente... apenas aqueles que possuem similar lobby político para conseguir o direito de, também, possuir uma rádio ou canal de TV.

Assim sendo, a relação formada de que só pode ter rádio quem tem lobby político, somado ao fato de que só toca na rádio aquele que paga o jabá (e o músico não tem condições de pagar estes custos, dependendo da gravadora para tal), é ofensivo ao músico.

Ronin
Veterano
# abr/08
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Mais informações. Entrevista com o Produtor André Midani.


André Midani,um dos nomes mais importantes da indústria fonográfica brasileira dos anos 60 aos 90,conta como é feita a cobrança para execuão de música nas rádios e tvs, conhecida como jabá


Da Reportagem Local


A seguir, André Midani fala sobre as formas de pagamento do jabaculê e de esquemas envolvendo Chacrinha, a gravadora Abril Music e a rádio Jovem Pan.
(PAS e LM)

Folha - Você quis resistir ao jabá?
Midani - Tive várias interferências no sentido de dizer "vamos parar com esse negócio". Em 78, na Warner, estava lançando Baby e Pepeu, que, como integrantes dos Novos Baianos, haviam sido os protegidos do Chacrinha. De repente, recebo a notícia de que, se não pagássemos, eles não iam aparecer em seu programa. Achei por bem denunciar. Disse à imprensa que Chacrinha queria cobrar jabaculê. Isso me custou caro. Rádios e outros programas de TV aderiram à causa e passaram a cobrar também.


Folha - A geraão dos anos 80, inclusive artistas seus, contou muito com Chacrinha para fazer sucesso. Como terminou sua briga com ele?
Midani - Recebi um recado de que ele gostaria de se reconciliar. Almoçamos e ficou aquela mútua hipocrisia. Fizemos as pazes, sempre nos amamos muito. Chacrinha me convidou ao programa para receber um prêmio. O filho dele, Leleco, era quem fazia a programaão e foi uma das pessoas mais militantes [no esquema].


Folha - Os grandes nomes de sucesso pagam jabá?
Midani - Até hoje. No início do governo FHC, se nos EUA o custo de lançar uma música no rádio era de US$ 300 mil por uma canão, no rádio brasileiro era de R$ 80 mil a R$ 100 mil, na época em que um dólar era um real.


Folha - Qual era o peso do orçamento para jabá numa gravador
Midani - Quando isso começou, a verba publicitária era 5% das vendas. Na época do Chacrinha, era algo como 10%. Até o momento em que estava militando, há dois anos, os orçamentos publicitários variavam entre 12% e 16%. Dessa verba, na última vez que ouvi falar de números, a parte do jabá podia chegar a 70%.


Folha - O esquema tinha a participaão dos donos das emissoras?
Midani - No início, não. Os funcionários de rádio tinham salários modestos e encontraram um meio de ganhar mais. Os donos das rádios ficavam contentes, pois não tinham que aumentar os salários. Mas a soma de dinheiro foi ficando maior e certos donos entraram em contato com as gravadoras e disseram: "A partir de agora quem manda na programaão sou eu". Aí era uma relaão profissional. Tutinha, da Jovem Pan, gostava do disco ou não. Se ele não gostasse, não pegava acordo financeiro com a companhia, não havia jeito. Se gostava, ele se sentava para negociar. E fazia isso de uma forma profissional: "Vou tocar tantas vezes por dia, vou fazer um especial". Armava quase uma operaão de marketing.


Folha - Por que as gravadoras não se uniram para acabar com o jabá?
Midani - Isso foi tentado várias vezes, mas sempre alguém roía a corda. Quando a empresa está numa situaão de fragilidade orçamentária, a tentaão do diabo é muito grande. A concorrência é grande. Há, por exemplo, o caso recente da Abril Music. A companhia entra no mercado e paga o que tiver que pagar para poder tocar e desestabiliza as outras. O prejuízo foi de milhões. A sede de sucesso imediato fez com que a companhia fosse uma catalisadora da tormenta jabazeira.


Folha - O que acha da proposta de criminalizaão do jabá?
Midani - Acho que é indispensável. Se o nome é jabá, suborno ou campanha promocional (ri), moralmente é um suborno.



Folha - Você pagaria jabá hoje?
Midani - Tudo depende do que se faz com esse jabá. Vamos supor que nos 70 a situaão fosse como é hoje. Teria botado jabá em cima de Caetano, Gil, Chico, Raul Seixas. A coisa começa a ficar pior quando você pega um artista que não tenha nenhuma qualidade e coloca dinheiro por cima.


Folha - Além de dinheiro vivo, jabá também incluía "mercadorias"?
Midani - O que for. Dinheiro, drogas, prostitutas. Isso já não creio que exista hoje em dia.

r2s2
Veterano
# abr/08
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Ronin

Onde eu assino?

Bizet
Veterano
# abr/08 · Editado por: Bizet
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Isso seria ótimo. O jabá vai continuar existindo, independente da lei ou não, tenho quase certeza disso. Mas, pelo menos, com a proibição, vai vir a dificuldade, o que provavelmente vai diminuir a ocorrência desse lixo.

Teria botado jabá em cima de Caetano, Gil, Chico, Raul Seixas. A coisa começa a ficar pior quando você pega um artista que não tenha nenhuma qualidade e coloca dinheiro por cima.

Daqui a pouco vão vir dizer que isso não existe, que é gosto, que MC Créu tem tanta qualidade quanto Chico Buarque porque tem gente que gosta de ambos, etc...e aí vamos nós de novo.

MANFREDINI
Veterano
# abr/08
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tomara, tô louco pra ligar o radio e escutar Rolling Stones ou The Who, chega de colocar a midia como uma feira, o lance é música

Rafael Walkabout
Veterano
# abr/08
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vai continuar existindo
(2)

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