O lado negro dos handmakers brasileiros (espionagem, panelas, lives, Facebook, escalões, etc)

Autor Mensagem
MMI
Veterano
# abr/18
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Del-Rei

Perfeito. Só acho que a guitarra brasileira, ao contrário, é pequena. Tem uma meia dúzia com carreira internacional de destaque, talvez ele na liderança. Não que será destruída, concordo que essa treta não vai destruir. Mas foi perfeito, só um detalhe e ponto de vista diferente.

Del-Rei
Veterano
# abr/18 · Editado por: Del-Rei
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MMI
O cara foi o gentleman.
Tirando a parte que você discorda, e eu concordo com você, vou ousar discordar de outro ponto, em que ele diz que não existe concorrências. No caso, acho que ele focou nos músicos, mas quanto aos fabricantes, não há dúvidas que há concorrências. Diversos fabricantes com produtos apresentando mesmas propostas. Não vou dar uma de puritano, mas acho que o foco deveria ser cada fabricante tentar entregar o melhor produto, e fim de papo. Evitar ao máximo esculhambar a concorrência. Mas sabemos que é difícil porque junta a necessidade de pagar as contas com o ego, aí complica.

No geral, ele foi bem superficial, sem se aprofundar muito nessa “treta” (odeio esse nome) e possivelmente é o que eu faria no lugar dele. Ele está num patamar diferenciado, seria vergonhoso fazer um vídeo tipo o Gustavo Guerra.

Um aceno de longe!!!

Ismah
Veterano
# abr/18
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MMI
Tem uma meia dúzia com carreira internacional de destaque, talvez ele na liderança.

Talvez ele não queira segurar essa espada. Eu não iria querer... Até porque ele tá bem na contra-mão, de como um típico BR é...

Del-Rei

Note o que ele falou: estou num hotel em Tijuana, com fulano e fulano, todo mundo com mais bolas, do que ele mesmo se imaginou algum dia...
Não sei se ele quis se gabar ao dizer isso, não me pareceu ao menos, mas certamente mostra que essa fofoca de comadre não afeta ele...
O que reforça: Ele está num patamar diferenciado, seria vergonhoso...

E cá para nós, um depoimento desses, demonstra um ABSURDO profissionalismo... Ainda que o "tio" Dave colocasse ele pra fora nesse caso, acho que não se chega aí, se fosse o caso...

Não vou dar uma de puritano, mas acho que o foco deveria ser cada fabricante tentar entregar o melhor produto, e fim de papo.

Regra da indústria: fazer mais rápido, mais barato, e em maior quantidade... Ninguém vai focar em fazer nada melhor, pois isso implica em mais custos, tanto no que toca mão-de-obra, quanto componentes...

Eu acho nobre essa ideia, mas todos que vi tentarem fugir a regra, ou foram engolidos pela concorrência, ou tiveram de achar uma outra coisa para ganhar dinheiro...

Del-Rei
Veterano
# abr/18
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Ismah
Regra da indústria: fazer mais rápido, mais barato, e em maior quantidade... Ninguém vai focar em fazer nada melhor, pois isso implica em mais custos, tanto no que toca mão-de-obra, quanto componentes...

Eu acho nobre essa ideia, mas todos que vi tentarem fugir a regra, ou foram engolidos pela concorrência, ou tiveram de achar uma outra coisa para ganhar dinheiro...


Então.... Pra produtos produzidos em larga escala até concordo. Mas esses handmades feitos sob demanada, acho que o raciocínio é diferenciado. O comprador faz a encomenda e aguarda ficar pronto. Raramente há algo em estoque.

Produto handmade deveria ser diferenciado, mais caro em relação aos produzidos em série de larga escala, logo, para público também diferenciado. Na gringa o original sai mais barato que o handmade, em geral. Mas como vivemos na contramão do mundo, os originais aqui chegam a preços proibitivos pra população em geral e nossos handmades são formas alternativas de acessibilidade.

Um aceno de longe!!!

Felipe Stathopoulos
Membro Novato
# abr/18
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Ele é tôsco mas é engraçado pra caramba kkkkkkk



Delson
Veterano
# abr/18
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Esse menino do Facebook deve estar num peso agora, kkkkkk

renatocaster
Moderador
# abr/18
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Del-Rei

Produto handmade deveria ser diferenciado, mais caro em relação aos produzidos em série de larga escala, logo, para público também diferenciado.

Eu posso estar bastante enganado e cometendo um grande equívoco em falar isso, mas a impressão que tenho é que não tem quase nada de diferenciado nesses handmades daqui. Basicamente o que vejo são cópias de modelos consagrados, com uma modificação ou outra. Talvez fazem isso até mesmo para não sofrerem algum tipo de sanção ou processo por estarem copiando 100% um produto que pertence a uma marca registrada. Sei lá, estou apenas confabulando.

Daí, podemos indagar: Será que os amps handmades daqui não são mais baratos justamente por isso? Por terem esse conceito de ser uma "cópia" mais em conta de um modelo consagrado? Eu gostaria de ter um Marshall Plexi, mas ele custa uma grana preta. Daí vem um handmade e oferece uma opção bem similar e bem mais em conta. É apenas um exemplo que estou dando.

Ismah
Veterano
# abr/18
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Del-Rei

O fato é: na gringa, praticamente tudo que se precisa, se produz lá... O resto se importa do oriente...
Fender sempre " é mais caro " (para quem vende) na europa, que nos EUA... E ao contrário para Marshall...

Mas... Nós, produzimos o que mesmo ? rsrs
Claro que o handmade deveria ser diferenciado...! A ideia de produção em larga escala de Fender e Marshall, é exatamente o que eu falei... Produzir maior quantia, no menor tempo, com um mínimo de qualidade que ainda permita vender o equipamento...
Handmade, é uma arte... Trabalho entre ourives e relojoeiro... Tipo os caras que fazem miniatura de máquina a vapor, que funciona mesmo...
Por aqui, virou sinônimo de equipamento que praticamente, só empata com os comerciais em qualidade, por um preço menor... E não estou sendo ofensivo, não é viável dedicar mais tempo para produzir um amp, o custo disso torna-o inviável...
" Por esse preço eu compro (insira aqui sua marca gringa preferida) "

Quando o Lisciel falou isso, todos queriam a cabeça dele, se é que entenderam o que ele disse...
Negaiada compra guitarra de luthier, amp e pedal de handmade, mas queria aquele, o original... Queria a guitarra Gibson, e o amp Vox...
Aí como não poderia bancar, mente todos os dias pra si, que a dele dá pau em não sei quem...
Na análise fria, sim, pode ter elevado o Tonante ao rei dos violões de fato, mas nunca será um Taylor... E a nostalgia de tocar no instrumento, não existe...
De verdade, quem consegue ultrapassar essa paixão pela coisa toda, é mais feliz musicalmente, e plenamente capaz de construir SUA identidade sonora... Mas a maioria absurda, nunca vai conseguir...

Ismah
Veterano
# abr/18 · Editado por: Ismah
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renatocaster
Será que os amps handmades daqui não são mais baratos justamente por isso? Por terem esse conceito de ser uma "cópia" mais em conta de um modelo consagrado?

Falando em amps, não tem muito pra onde correr... Apenas adicionar ou retirar recursos, estágios, atenuações, quais válvulas... E pra ajudar, quase ninguém quer um amp diferente, quer o modelo consagrado - em parte, porque se apertar a coisa, pode vender... Na gringa, é melhor deixar apodrecer, porque usado não tem quase valor...

Lelo Mig
Membro
# abr/18 · Editado por: Lelo Mig
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renatocaster
Del-Rei
Ismah

"Handmade é uma exclusividade uma obra à parte..."

Existe um puta de um equívoco aqui, quando se fala em produto nacional.

Na gringa, existem muitos produtos handmade... Projetos próprios ou exclusivo, modificações para melhor de projetos clássicos, design diferenciado, peças especiais e etc... Feitos por engenheiros, a maioria com curriculos brilhantes, anos de experiência trabalhando nos grandes fabricantes e etc.

Aqui, existem exceções, mas a grande maioria (e sei que vou ser linchado por isso), são técnicos em eletronica fuçadores repetindo na base do "faça você mesmo" circuitos "icônicos" e consagrados como Fender Twin, Marshall JCM 800, Mesa Dual Rectifier e etc. Circuitos estes que você acha na Internet.


Ou seja, na real, não recorremos ao handmade para ter um ampli exclusivo, sob medida e maravilhoso. Recorremos ao handmade para ter uma copia barata do ampli que não podemos ter original.

Me desculpem, sei que esta colocação parece até ofensiva e não é "culpa" do handmade, é a exigência do guitarrista brasileiro que não possui nem desenvolve identidade própria.

Pepeu Gomes é a exceção, pois apesar de ter uma coleção incrível de guitarras, não usa "grifes" nem "vintages", só usa as PGs, desenvolvidas e feitas com exclusividade para ele e projetadas por ele e pelo Roger Mayer (sim, ele mesmo, o lendário engenheiro do Jimi Hendrix).

renatocaster
Moderador
# abr/18 · Editado por: renatocaster
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Ismah

Falando em amps, não tem muito pra onde correr... Apenas adicionar ou retirar recursos, estágios, atenuações, quais válvulas...

Sei que vc fala isso com propriedade pois é do ramo, mas será mesmo que já se esgotaram todas as possibilidades desses handmades brasileiros fazerem algo totalmente novo? Para mim soa meio brochante isso, saber que a tecnologia de amps chegou a um limite e tudo que vem agora se resume em réplicas e/ou "mutações" de modelos conhecidos.

E pra ajudar, quase ninguém quer um amp diferente, quer o modelo consagrado

Isso é verdade. É uma tendência do mercado que, para quem quer sobreviver no ramo, acaba tendo que se submeter a isso.

Lelo Mig

Na gringa, existem muitos produtos handmade... Projetos próprios ou exclusivo, modificações para melhor de projetos clássicos, design diferenciado, peças especiais e etc... Feitos por engenheiros, a maioria com curriculos brilhantes, anos de experiência trabalhando nos grandes fabricantes e etc.

Então, se existe isso lá na gringa, é porque existe uma demanda considerável de clientes que buscam por isso. Projetos totalmente novos, exclusividade, e concordam em pagar por isso. E aqui no Brasil rola justamente isso que vc e o Ismah falaram. A grande maioria quer saber é de ter uma réplica dos amps famosos.

Ismah
Veterano
# abr/18
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renatocaster

Não é a tecnologia e amps Renato, é a tecnologia vias de fato... Em áudio, desde os anos 60, não houve exatamente uma inovação... Talvez o ProTools, mas ainda não é algo exatamente novo, apenas se converteu o que já existia...

As coisas estão evoluindo, mas estão evoluindo em detalhes. Uma grande maioria, já está desenvolvida, apenas falta tecnologia para viabilizar o teórico...

A dita "TV digital", continua sendo por RF como nos rádios de galena da WWI... Mas a forma como a informação é transmitida, mudou... No entanto, a aviação, continua usando rádio amador, em AM e FM, como na WWI, e isso não é algo que deva mudar. Por que? Porque funciona... Mas mesmo que mude, não é palpável...

Os ganhos, são cada vez mais marginais. Talvez a última coisa que tenha transformado o mundo, foi a internet em smartphones... No entanto, creio que ainda estaríamos no 1G se não fossem eles. E não culpe o Jobs...
Mesmo que o artigo não esteja certo, a porcaria é antiga pra burro... pt.wikipedia.org/wiki/Smartphone

Algo totalmente novo?
Bem, talvez com os nanotubos de carbono...
Que eu saiba, não existe nada promissor, que seja revolucionário como foi a descoberta do fogo...
Começa que simplesmente não tem porque reinventar a roda...
Segundo, é que a informação está rápida e viramos consumistas dela. Parece que foi rápido da lâmpada incandescente até a válvula monstra de 500 kW, que precisa de um lago para ser refrigerada (a água)...

Os anos 50 a 90, deram um boom de tecnologia, e a internet é a cereja do bolo... Provavelmente o Jimi Marshall só ouviu falar de um tal de Léo Fender anos depois dele ter começado a causar...

Sobre fabricantes... Um amigo me brindou com essa história em outro fórum. O cara é mais tempo engenheiro, que eu tenho de vida...

"Na década de 80 eu conheci um mecânico de motos que era referência. Mecânico de 1ª linha, com serviço excelente a preço justo. O sujeito cobrava mais caro, mas resolvia de primeira.
A fama dele disparou quando ele teve uma ideia. Ele começou a comprar corrente industrial em caixote fechado, mas na mesma medida das correntes originais das motos. Era época dos primeiros motoboys e eles sempre apareciam para trocar corrente. Corrente paralela era barata e não durava nada. A corrente original da Honda, da marca DID era boa, mas era muito caro. Esse mecânico fez a festa.

Corrente industrial em caixa fechada era muito barata, e uma caixa dava para trocar a corrente de umas 40 CG's. Ele vendia a corrente por metro com lucro de 4 a 5 vezes o valor de compra da corrente, fora mão de obra. Ainda assim a corrente dele era mais barata que a corrente paralela nas lojas de moto. Só que quando ia para a rua, a corrente industrial durava de 2 a 3 vezes o que durava uma DID original. Não demorou para os motoboys sentirem a diferença e ele ter a oficina lotada.

Um dia, entrou na oficina um rapaz de terno e gravata querendo falar com ele. Era um representante da DID. Ele fez uma proposta que o mecânico não podia recusar. Virou revendedor oficial DID recebendo uma comissão muito acima da normal, incluindo reforma da oficina e colocação de banners com a marca da DID.
E porque a DID faria isso? Porque no dia que os motoboys descobrissem que dava para comprar corrente industrial muito mais barato e durando muito mais que uma corrente original, o negócio da DID naufragava.

Enquanto as pessoas acreditarem que corrente paralela de moto é barata e dura pouco, que a corrente de marca dura mais e por isso é mais cara, o fabricante da peça original coloca o preço no limite da maximização de lucros. Mais caro que aquilo, as pessoas param de comprar. Mais barato que aquilo, as vendas crescem, mas o lucro total fica menor.

Então existe todo um quadro perceptivo que junta qualidade de produto e preço na cabeça do consumidor.
As pessoas pagam mais por mais e menos por menos. No dia que as pessoas descobrirem que podem pagar menos por mais, bagunça todo mercado."

In https://www.pedal.com.br/forum/chain-line-assimetrico-deslocado-com-du as-coroas_topic93730_post1541884.html#1541884


Lelo Mig
Escrevi isso acima:

Quando o Lisciel falou isso, todos queriam a cabeça dele, se é que entenderam o que ele disse...
Negaiada compra guitarra de luthier, amp e pedal de handmade, mas queria aquele, o original... Queria a guitarra Gibson, e o amp Vox...
Aí como não poderia bancar, mente todos os dias pra si, que a dele dá pau em não sei quem..


rhoadsvsvai
Veterano
# abr/18
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A grande maioria dos amps handmade daqui que eu vejo realmente são copias
em conta, de algum amp consagrado, mas tem alguns que são bem autenticos, os alien por exemplo que até cheguei a pensar em comprar quando tava numa faze mais higain.

Del-Rei
Veterano
# abr/18
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Lelo Mig
Foi exatamente o que eu falei. E já falei isso aqui no FCC várias vezes.
Aqui a gente paga o camarada pra fazer uma cópia dos nossos amps favoritos. Aí, às vezes de quebra o cara coloca um reverb, um boost, um atenuador embutido, pra tenta dar uma firulada.

renatocaster
Então, acho que falamos o mesmo, não? Aqui é “mais barato” porque são cópias e nós não temos dinheiro pro original. Lá fora o cara compra o original que é produzido em linha de produção que handmade nenhum conseguiria competir com preço e demanda. Aí o handmade vira boutique porque o fabricante faz modificações diversas. Tipo Metropoulos, Friedman, Fargen, etc. Handmade lá fora supre uma demanda específica, além do que o original faz. Aqui o handmade teve o conceito invertido.... Vende a cópia porque ninguém pode comprar o original.

Ismah
E não estou sendo ofensivo, não é viável dedicar mais tempo para produzir um amp, o custo disso torna-o inviável...
" Por esse preço eu compro (insira aqui sua marca gringa preferida) "


Então, essa parte não entendi a sua opinião, rs.
Com preço dos handmades nacionais você não compra o modelo original pretendido. Com o preço de um Micro800 tu até compra um Marshall, mas não um JCM800. Existem Marshalls e Marshalls. Acho que foi isso que você e o Lisciel quiseram dizer, não? Ou sim? Se sim, concordo. Hehe.

Um aceno de longe!!!

Ismah
Veterano
# abr/18
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Então, essa parte não entendi a sua opinião, rs.

Se o artesão dedicar 3 meses pra fazer um amp, ele precisa embutir as contas de 3 meses no preço dele... O que dá praticamente o preço do original, e não tem vendas...

Del-Rei
Veterano
# abr/18
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Ismah
Aí nesse caso seria o mesmo que dizer que a qualidade (tanto sonora quanto durabilidade, componentes, construção, etc) do handmade não é a mesma do original? Eu concordo - com experiência de quem já teve vários handmades nacionais.

Mas... de toda forma, não creio que um artesão leve 3 meses para construir apenas um amp. Se ele leva isso pra entregar é porque está construindo mais de um, certamente. Até porque, boa parte é terceirizada (placa de circuito, carcaça, etc). Eu chuto que hoje os handmades ficam basicamente na montagem.

Um aceno de longe!!!

rhoadsvsvai
Veterano
# abr/18
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Aí nesse caso seria o mesmo que dizer que a qualidade (tanto sonora quanto durabilidade, componentes, construção, etc) do handmade não é a mesma do original?

quando vocês falam isso, vocês tão comparando com jcm800 made in england, o fender super reverb americano, o mesa mark IV.... ou vocês tão falando do vox chines, do marshall vietnamita, e o bugerazinho da vida?

Ismah
Veterano
# abr/18
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Del-Rei

Não, até creio que algumas montagens PTP, sejam mais duráveis que as de PCB.
Não creio que a construção do artesanal, seja a mesma do original, e por dois pontos: o artesão, normalmente não é engenheiro, e a montagem é mais primordial, dá para ter um cuidado que a indústria não tem...

3 meses? Depende, porque pra fazer algo único, leva tempo... Indo e voltando da bancada... Faz, testa, refaz, testa de novo...

Lelo Mig
Membro
# abr/18 · Editado por: Lelo Mig
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rhoadsvsvai

Estes circuitos clássicos estão todos ai na Internet pra quem souber/quiser fazer.

Alguém pode fazer uma construção soberba com tudo que há de melhor no mercado, fazer os trafos com uma qualidade e precisão inimaginável, usar uma placa impressa com trilhas revestidas a ouro, conseguir válvulas no mercado negro da Russia... Ou fazer o mesmo circuito com tudo o que há de mais vagabundo e barato do mercado.

A diferença entre um Marshall JCM 800 state of art Handmade Boutique, o original inglês e o clone chinês seria essa.

Acontece, que para a maioria dos leigos, você teria que "crer" no Handmade. Ir certo no original. Ou arriscar o chines e foda-se porque é baratinho.

O Handmade Brazil não está no topo da cadeia. Esta, geralmente, abaixo do original e acima do chinezinho (e não boto a mão no fogo 100% dos casos).

Infelizmente, vemos todos os dias aqui na Net, no próprio FCC, muitos caras precisam vender um ampli para comprar as peças pro próximo, não cumprem prazo de entrega, não possuem um show room decente... É tudo muito pobre, tudo muito amador... Fica dificil acreditar nestes caras.

Sinceramente, eu gostaria de pensar difetente...


Outro "Mito" recorrente no meio... Achar que tudo artesanal é melhor que o industrial. Isso é uma bobagem. Algumas coisas o processo industrial é muito superior ao artesanal. Um torno CFC corta, fura e faz os encaixes com muito mais precisão que um "sujeito" com uma serra e uma furadeira. Uma bobina enrolada industrialmente é muito superior a um cabra enrolar manualmente.

Algumas coisas são tão fantasiosas quanto deixar de ir ao médico para ir no curandeiro da floresta.

Del-Rei
Veterano
# abr/18
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Lelo Mig
Ismah
rhoadsvsvai
Curiosamente, sobre o assunto handmades (boutique) vs produção em linha, saiu uma matéria fresquinha do reverb.com que faz boas considerações pra explicar o motivo de lá fora o handmade ser mais caro. Lá fora.

https://reverb.com/news/are-expensive-amps-really-better

Um aceno de longe!!!

MMI
Veterano
# abr/18
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renatocaster

mas será mesmo que já se esgotaram todas as possibilidades desses \handmades brasileiros fazerem algo totalmente novo? Para mim soa meio brochante isso, saber que a tecnologia de amps chegou a um limite e tudo que vem agora se resume em réplicas e/ou "mutações" de modelos conhecidos.

Olha, não concordo muito com tudo que foi falado.

A tecnologia das válvulas praticamente acabou há 50 anos. Hoje praticamente não tem mais para onde correr, inventar uma válvula nova, o que tem está aí, quase nem fábrica de válvula tem mais. Se você botar um traço em 1968 (para dar 50 anos atrás), pode aproximar que 20 anos antes criaram as ideias e ali meio que morreu a tecnologia, mas estava criada a sonoridade padrão. Então nos 50 anos seguintes deram um tapa, botaram mais ganho, mexeram em detalhes, fizeram amp com um canal Fender e um Marshall (ou Vox ou sei lá o que), coisas assim. Mas 50 anos é tempo pra burro para lançar ideias. Não tem muito o que mudar hoje, não dá para cobrar algo inovador.

Sabe onde está o inovador? Na tecnologia. Hoje você toca no celular, no computador, com um monte de sonoridades. Hoje tem os Kemper, Fractal e sei lá o que mais que você tem todos esses 70 anos num só equipamento, tudo que fizeram. Não tem muito o que tirar de inovador de uma 12AX7, mas de um microchip tem, ate porque cada dia tem um microchip novo e mais poderoso. Novo neste ramo é um Kemper de 6 Kg com todos os sons de amps que você quiser e 600 W, ou um Amplitube, Bias FX...

Só que o mercado, como o Del-Rei falou, handmade teve o conceito invertido.... Vende a cópia porque ninguém pode comprar o original.

Em luthieria agora que nosso mercado começou a ter um ou outro com o foco da luthieria do primeiro mundo, algo especialíssimo. É muito novo, muito inicial, somos um mercado inconsistente e novo nisso. A verdade é que estamos ainda numa primeira geração, saindo dela, de luthiers de guitarras. Se você for ver violão de aço, começou agora. Neste caso de handmade-luthier, lá fora, o preço é um mero detalhe - 30 a 80 mil (dólares) uma guitarra ou violão é normal, sem assombros, até porque o preço é o de menos nesse caso. Tenho a impressão que não vou viver para ver luthier cobrando isso aqui, mas tem quem está iniciando a caminhada neste sentido. Em amplificador não, mas com a mais absoluta certeza, já tem aqui quem compre guitarra ou violão porque Fender, Gibson, Martin não chega perto - geralmente o cara inclusive tem estes instrumentos. Em amplificadores ainda não chegamos nisso, não temos um Friedman, Victoria, Carr, Louis Electric... (note que são também o que você chamou de réplica e mutações de modelos conhecidos, só que extremamente bem acabados e caprichados, além de não ter preço como fator tão limitante). Quem sabe um dia?

Ismah
Veterano
# abr/18
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Lelo Mig
Sinceramente, eu gostaria de pensar difetente...

Pensar tu pode Lelo, mas é que seria mentir pra ti mesmo... Eu gostaria é que FOSSE diferente...
Tempos de marketing, onde se confabula sobre os produtos. Confio cegamente no trabalho do Pedrone, do TMiranda, do Serrano, ainda que ele sejam falhos.

Um torno CFC corta, fura e faz os encaixes com muito mais precisão que um "sujeito" com uma serra e uma furadeira.

A diferença, é que no CNC, as coisas saem iguais... Não haverá nenhuma peça única.
Já sabe porque o artesanal é mais caro (deveria ser), e o benefício da dúvida quanto a qualidade, é válido. Hendrix gostava das guitarras de linha, o timbre dele é um mero detalhe, contra o que o boneco tocava. Imagina o cara com a tecnologia de hoje, o que não faria...

Um amp X, MELHOR que o clássico de marca? Talvez nunca, mas mais confiável que o oriental, que não dá manutenção, sem dúvida.
A questão do artesanal, é que assim eram feitos classicamente. Nessas, algumas escorregadas, fizeram peças únicas. Pega um bom exemplo, as Gibson 59', onde o Page tem duas... Uma soa absurdamente bem, e a outra soa apenas como uma guitarra velha...
Podemos replicar a que soa bem nos mínimos detalhes, mas é bem pouco provável, que faremos a réplica soar igual... Aqui que está o ponto!

Acho um pouco absurdo dizer que " Algumas coisas são tão fantasiosas quanto deixar de ir ao médico para ir no curandeiro da floresta. ".
Pra mim está mais entre ir na loja comprar uma calça 44, onde sempre poderiam haver 3cm a mais ali, e 2 a menos no outro lado... Contra ir no alfaiate, onde ele faz algo SOB MEDIDA, que veste idealmente na pessoa.

Aliás, é um problema recorrente, pois o molde que se usa para roupas, bate com o biotipo de outros povos... Repare como muitas vezes, a emenda da manga e do corpo, que fica nos ombros das camisetas masculinas, fica bem pra fora do corpo. É porque seguiram o design americano, que os homens tem ombros mais largos...

Não é só de camisas, e camisetas o problema

https://extra.globo.com/noticias/bizarro/africanos-desistem-de-comprar -camisinhas-chinesas-por-elas-serem-pequenas-demais-2633209.html

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/09/preservativos-sao- muito-pequenos-para-ugandenses-e-os-expoe-aids.html

Voltando aos amps... Lembra que eu disse que podemos replicar, mas não podemos garantir que essa réplica soe igual? Então!
A função do handmaker, seria ir modificando o projeto de amp X, para que chegue ao máximo onde o cliente quer.
Eu por exemplo, pediria para o boneco timbrar o amp, e faria da posição dos knobs, o flat do amp. Ou seja, partindo do " ideal ", ele poderia alterar o timbre com mais facilidade.
Meu Duovox 100B, eu uso quase flat, porque assim é a posição que melhor soa pra mim. Falta ganho por ser um amp de baixo, logo o que eu faria era por mais ganho. To por hora usando assim, mas eu quero por um eq de booster, para dar margem a um ajuste mais fino. Seria hipótese por mais um estágio, seja um pedal, ou seja um estágio interno... Isso se chama PERSONALIZAÇÃO, que é trabalho do handmaker, mas ninguém que eu conheça faz... E uma minoria, teria capacidade pra fazer !

MMI

Che, depois dessa, tu merece o Tocantins inteiro... rsrs

Del-Rei
Veterano
# abr/18
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renatocaster
mas será mesmo que já se esgotaram todas as possibilidades desses \handmades brasileiros fazerem algo totalmente novo? Para mim soa meio brochante isso, saber que a tecnologia de amps chegou a um limite e tudo que vem agora se resume em réplicas e/ou "mutações" de modelos conhecidos.
E acho que podemos até considerar outro ponto aí.

MMI
Olha, não concordo muito com tudo que foi falado.

Ismah
Isso se chama PERSONALIZAÇÃO

Eu acho até que esse ponto é complicado porque não é a proposta dos handmades, já que eu considero que eles (especificamente falando de amplificadores) simplesmente atendem a uma demanda - digo, pelo menos os brasileiros. Essa demanda é pelos amps clássicos que a galera quer e não pode ter. Aí os handmades vão lá e copiam. Eles não são desenvolvedores de novas tecnologias e design de áudio, até porque isso requer grana. As grandes empresas que entram com produtos pra disputar o mercado de amplificação e simulação digital têm setores específicos pra desenvolver novas tecnologias e explorar sonoridades. E a grana gasta nisso é violenta.

Essa é minha visão sobre handmade no Brasil mas não sei como funciona o desenvolvimento dos amps de boutique lá fora. Aqui, honestamente, acho que dificilmente um fabricante artesanal de amp conseguiria emplacar algo próprio.

Um aceno de longe!!!

Lelo Mig
Membro
# abr/18
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Ismah

A comparação que fiz do médico com o curandeiro não é no mesmo sentido da roupa de fábrica com o alfaiate.

Ainda que tenha entendido sua comparação do alfaiate (muito inteligente por sinal), a minha não foi no sentido da personalização, do sob medida. Foi no sentido da precisão que algumas coisas ganharam a partir do momento que foram produzidas por máquinas.

A comparação do médico e do curandeiro e no sentido do que se entende por ciência e o que se entende por "crença".

Acho mais possível reproduzir a Gibson 59" única" à partir de análises com Raio X, Tomografos, Microscópios, Espectofotometros e etc. do que pela análise de olho de um luthier.

Sou um homem da ciência...

O torno "CFC" (CNC)....foi erro de digitação e passou batido... Obrigado por corrigir.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# mai/18
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Lelo Mig
Também vejo uma idolatria ao que é feito manualmente. Ta certo que muitas coisas são boas, como aqueles captadores fender customshop feito pela Abigail Ybarra.
Mas nem tudo, eu mesmo nunca compraria um amplificador assim. Parece que se der uma batidinha no canto do guarda roupa o negocio explode.

Ismah
Veterano
# mai/18
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Del-Rei
não é a proposta dos handmades, já que eu considero que eles (especificamente falando de amplificadores) simplesmente atendem a uma demanda

Evidente que é a demanda quem dita as regras... Por conceito, se espera do produto artesanal algo superior ao produzido em linha, sob medida para cada necessidade / uso / aplicação...

Não é só os amps que passam por isso, tem muita gente vendendo churrasquinho de gato, picolé no palito, com algum nome fabuloso, para clientes ultra-VIP, com bolsos fundos e bem forrados - até porque pé de chinelo, não poderia pagar por isso... A dita " gourmetização "...
Pessoalmente, sei de um caso peculiar, onde o vivente nunca tinha pego num serrote pra fazer um caixonte, e do nada começou a fazer "móveis rústicos". Só que ele confundiu o que é RÚSTICO, com o que é MAL FEITO... Sabe o pior de tudo? Tá fazendo grana com isso, que só!

JJJ
Veterano
# mai/18 · Editado por: JJJ
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Ismah
Não é só os amps que passam por isso, tem muita gente vendendo churrasquinho de gato, picolé no palito, com algum nome fabuloso, para clientes ultra-VIP, com bolsos fundos e bem forrados - até porque pé de chinelo, não poderia pagar por isso... A dita " gourmetização "...
Pessoalmente, sei de um caso peculiar, onde o vivente nunca tinha pego num serrote pra fazer um caixonte, e do nada começou a fazer "móveis rústicos". Só que ele confundiu o que é RÚSTICO, com o que é MAL FEITO... Sabe o pior de tudo? Tá fazendo grana com isso, que só!


Luiz_RibeiroSP
Também vejo uma idolatria ao que é feito manualmente.

Esse é um ponto interessante.

Ontem eu gastei duas horas arredondando as bordas das capinhas de 3 captadores single-coil. A princípio, me pareceu que seria a coisa mais fácil do mundo: lixar a borda e pah.

Mas vai fazer tudo ser limado com a mesma angulação e profundidade... takipariu... me deu um trabalho DO CÃO!!! Como a coisa é pra mim mesmo e eu não tinha nada pra fazer, então, tudo bem. Fiz e ficou bonito. Mas se eu fosse cobrar por isso, putz, ia cobrar CARO.

Então, essa é a ideia: se um negócio envolve um trampo artesanal, a coisa encarece. Dependendo do que seja, pode encarecer pra caramba.

Agora, cá entre nós: vai mudar alguma coisa na guitarra? Claro que não. É só estética e provavelmente só eu mesmo vou perceber que aquilo está ali. Então, há que se pensar se o encarecimento por conta de um detalhe desses vale o preço. Pega o caso de um circuito ponto a ponto que deu um trabalho do cão pro cara soldar. Eletricamente vai fazer diferença se o cara usar uma merda de plaquinha furada, para apoiar os componentes e, talvez, automatizar parte da produção? Não, não me venham com essa... capaz até da produção robotizada ficar mais estável, sem risco de solda fria e coisas do gênero. Mas o ponto a ponto é manual, artesanal, chique, "sonoro", blá, blá, blá... e a gente tem que pagar mais mesmo, afinal... deu um trabalho do cão, né?

Lelo Mig
Sou um homem da ciência...

Pois é... é meu caso.

renatocaster
Moderador
# mai/18
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MMI

A tecnologia das válvulas praticamente acabou há 50 anos. Hoje praticamente não tem mais para onde correr, inventar uma válvula nova, o que tem está aí, quase nem fábrica de válvula tem mais. Se você botar um traço em 1968 (para dar 50 anos atrás), pode aproximar que 20 anos antes criaram as ideias e ali meio que morreu a tecnologia, mas estava criada a sonoridade padrão. Então nos 50 anos seguintes deram um tapa, botaram mais ganho, mexeram em detalhes, fizeram amp com um canal Fender e um Marshall (ou Vox ou sei lá o que), coisas assim. Mas 50 anos é tempo pra burro para lançar ideias. Não tem muito o que mudar hoje, não dá para cobrar algo inovador.

Entendi. Realmente, vc tem razão.

Ismah
Veterano
# mai/18
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JJJ
Pega o caso de um circuito ponto a ponto que deu um trabalho do cão pro cara soldar. Eletricamente vai fazer diferença se o cara usar uma merda de plaquinha furada, para apoiar os componentes e, talvez, automatizar parte da produção? Não, não me venham com essa..

Aí que está... Eu sou um dos que em coisa com amplificadores em geral (mais uma coisa ou outra), montados em PCB.
Sempre recaímos no mesmo problema: potência! Num tube amp, temos alta tensão, e num SS temos alta corrente geralmente... A alta tensão, é propensa a centelhamento entre as trilhas, e a alta corrente, é propensa a desgrudar as trilhas, e derreter pontos de solda.

Amp de qualidade, não se dá bem com placas. Elas são excelentes, mas não para essa aplicação, e não é sonoro o motivo.

Marshall e Fender fazem? Sim, mas pode apostar que eles estão é torcendo que seu JCM ou Twin, estraguem o mais cedo possível...

capaz até da produção robotizada ficar mais estável, sem risco de solda fria e coisas do gênero.

Sim, mas a solda já é automatizada. Geralmente se espeta os componentes PTH, e a PCB passa por uma cadinho de solda derretida... Não sei se existe alguma CNC pra isso, mas o fato é simples: preciso um braço de 3 eixos para cada componente diferente com PTH, já com SMD basta um braço de 3 eixos, que é abastecido com uma peça diferente a cada "rodada", reduzindo o custo da máquina, o tempo de produção... Logo a margem de lucro vai para as alturas!

Sacas porque SMD em tudo?

Para montagens PTP ou wired, não tem nada disso, e ainda depende do artesão não fazer cagada, seja com a solda, ou nos pontos de soldagem...

Mas o ponto a ponto é manual, artesanal, chique, "sonoro", blá, blá, blá... e a gente tem que pagar mais mesmo, afinal... deu um trabalho do cão, né?

Aqui que está o fato... O artesanal não é isso porque é artesanal, mas porque saem das fábricas peças assim em milhares por dia.
A peça artesanal tende a ser bastante única, e como digo anteriormente, existem situações bem específicas pro amp ser melhor, que vão além do refino do meio de produção...

No caso de instrumentos Jojo, o que tu fez é um detalhe bem pequeno... Certamente um ferramenteiro faria com o mínimo do pé esquerdo - [url=www.youtube.com/channel/UCWy-sWjUB4W2HYHEbwTOjmA]uma referência boa[/url], e o cara É um artesão ainda, a nível industrial é bem diferente... Outro exemplo, é nosso colega LeandroP...

Pra esse serviço único, certamente se usaria uma fresa ou tupia de bancada, ou mesmo uma lixadeira com gabarito...
A nível industrial, uma fresa CNC... Obviamente, estou falando de fazer esse serviço a qualquer custo, pois é mais fácil mudar o molde, que fazer as peças uma a uma...

Guitarra é um pau com cordas, que não dá trabalho nenhum pra fazer, bicho... E quem discorda, realmente ou é ignorante, ou não sabe nada do assunto... Veja bem, tu achou absurdamente complicado a lixadinha nos caps, agora imagina fazer isso aqui A MÃO, e me conte quanto iria custar sua hora...

https://www.youtube.com/watch?v=fZQprUXwFs8

E o conceito de refino do artesanal, não vem da guitarra, vem de outros instrumentos... Certamente, o cara vai perder MESES pra fazer um igual ao de cima, e vai ter uma precisão de relojoeiro...
EU CREIO, que até o artesanal seja menos preciso que o industrial - esse via de regra, é pra ser o mais barato possível SEMPRE - mas isso tira a identidade sonora do instrumento...
É algo BEM subjetivo e nostálgico? Sim, mas estamos falando de arte - a construção, quanto a execução.

Penso eu que, apesar da fotografia e o vídeo também já, estarem se tornando coisas banais, não será jamais algo banal pintar Monalisa...
Tal como melhor que seja o teclado, construir manualmente um órgão, um acordeon, uma flauta, uma guitarra... Na CNC, todos fazem, mas na mão... Não será banal, e tarefa para bem poucos... rsrs

Um pouco mais objetivo, não dá para fazer uma guitarra que case bem com os objetivos de cada cliente, pois eles são absurdamente díspares. Isso é um serviço manual, demorado, complexo, que exige sempre muitos erros para o primeiro acerto...
Bicho, ninguém quer isso dos artesãos BR, nego quer uma Fender American Deluxe, pelo preço de uma Memphis...
Nessas, muito " luthier " comprou sua CNC, e o projeto talvez até da OEM da Memphis na China...

Por isso, sou defensor que não se precisa de uma Fender CS, para ter um instrumento decente... O mínimo é um corpo de uma madeira só, sem emendas, de preferência de lei*, e com as partes encaixando direitinho... FIM...

O que se faz em CNC, possivelmente é até melhor do que o que o Leo Fender entregava nos anos 50. Ele pode contratar luthiers experientes pra trabalhar nas guitarras, mas o que se tinha até os anos 90/00 no BR... Tu sabe melhor do que eu!
Era ruim, porque na melhor hipótese, os caras eram marceneiros (estou sendo otimista), com a alta demanda e a industrialização, começaram a precisar automatizar processos... Pra reduzir custos e aumentar as vendas - ou seja, ganância, capitalismo**, etc - fez com que eles abatessem no material, já que na mão-de-obra não dava...

* muita gente não sabe o que REALMENTE significa isso
pt.wikipedia.org/wiki/Madeira_de_lei

** não é uma crítica ao capitalismo, nem eu sou comunista, socialista, ou algo do tipo... É apenas uma CONSTATAÇÃO sobre o capitalismo.

Ismah
Veterano
# mai/18
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renatocaster
MMI

E até NÃO DANDO pra cobrar, o NuTube é algo relacionado, e que dá pra chamar de novidade... O que aconteceu? Cobram todos os órgãos de uma pessoa saudável, pois sabem que há apaixonados cegos, que pagarão...
E sem essa que eles investiram em grande pesquisa, certamente isso é uma adaptação de algo que saiu de outro lugar... Aliás, pesquisa de base, praticamente todos os governos financiam. Ali, meio que só se descobre as coisas, as aplicações se vê depois - e sim, uma parte é inútil ao menos pro momento...

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