Superpoderes? De baixo a tenor? Onde é belting? Onde é falsete? Onde é cabeça?

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    renatoff
    Veterano
    # out/15 · Editado por: renatoff


    Esse cara parece ciclar entre 3 timbres semelhantes, porém diferentes, com três extensões distintas.



    De 0:00 à 1:30 :
    Ele tem uma extensão de baixo barítono, indo de E1 à Eb3

    De 1:30 à 2:09 :
    Ele tem uma extensão de barítono, bem alto, de A2 à A3

    A partir de 2:09 :
    Alcança um C4, de tenor. E depois varia o resto da música com as 3 extensões citadas.


    Outro exemplo é este vídeo, com basicamente a mesma extensão vocal:



    Porém ele faz algo parecido com falsete a partir de 2:02 . Esse mesmo registro é identificado no vídeo anterior, mas não com tanta sustentação das notas. É falsete mesmo?

    Gente alguém me explica? Ele tem super poderes? Ou só uma técnica muito ampla que permite que a voz dele alcance todas essas notas? Qualquer um é capaz disso? O que que ele faz velho?

    Cheguei a pensar por um tempo que fosse edição, ou até mesmo mais de um cantor no vídeo. Mas checando outros vídeos dele você percebe que os timbre são parecidos e que transitam muito fluentemente entre si. Realmente parece se tratar de uma única voz, um único cantor.

    GersonM
    Membro
    # out/15 · Editado por: GersonM
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    Não é nada disso. Ele não tem extensão de um e depois de outro. É uma coisa simples na verdade. Emitir graves que são praticamente sussurros não tem nada a ver com ter os graves com o peso de um baixo.
    Depois ele vai para a região aguda de brilho, normal dele e quando vai além disso, faz em voz mista, coisa bem comum também.
    A diferença onde está? Ele sabe usar esses recursos, tem consciência de como fazer e o que parece assombroso para uns é simples para outros. O que ele faz não tem nada de fantástico, a gente vê isso direto faz tempo nos cantores de rock/metal.

    Qualquer um é capaz? Não, por conta de que muitos não vão alcançar esses agudos de jeito nenhum, nem estudando 30 anos, simplesmente porque não os tem. Isso é característica de cada um. E não quer dizer muita coisa. Mais importante é estar no repertório certo, no estilo certo para a voz e dizendo algo relevante quando canta, senão é apenas circo. Não no caso desse cara, que canta bem (ao vivo nem tanto).

    Não sei se dá pra chamar ter uma extensão grande de mérito, mas a inteligência ao usar sim e antes disso, saber como interpretar.

    renatoff
    Veterano
    # out/15
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    GersonM
    Obrigado cara. Foi bem esclarecedor.
    Só pra confirmar: aquilo que ele faz em 2:02 do segundo vídeo é falsete ou voz mista?

    Gansinho
    Veterano
    # out/15
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    Caleb Hyles canta demais, sou fã do cara. Mas realmente não vejo nada de tão absurdo nele não, apenas um cara que foi abençoado pela natureza e nasceu com uma extensão vocal bem acima da média.

    GersonM
    Membro
    # out/15
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    renatoff

    Alterna. Ora falsete, ora mista. Ele joga muito bem com isto.

    renatoff
    Veterano
    # out/15 · Editado por: renatoff
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    GersonM
    Entendi. Mostrei esse cara à minha professora de canto e ela ta trabalhando comigo pra cantar utilizando vários pontos da minha voz também.

    Consigo cantar a Chandelier usando 3 regiões da minha voz também, porém tenho q abaixar a música em 2 tons. E achei estranho isso, pois se eu abaixar a Let It Go em 2 tons eu não alcançaria os graves. Então pensei que talvez a voz natural dele fosse a grave e os agudos fossem alguma técnica diferenciada. Mas não é, pelo que você falou, a voz dele é a intermediária, indo até A3.

    Mas agora com sua resposta vc ajudou a desmistificar um pouco as coisas e me ajudou a perceber que conhecendo a minha voz também conseguirei efeitos parecidos, porém não com uma extensão como a dele.

    Talvez daqui um tempo seja interessante pra mim desenvolver a voz mista, pra conseguir expandir um pouco esses agudos e conectar mais com o registro de falsete. Mas não sei se já é a hora.

    Enfim obrigado. Eu já tava incomodado de tanto tentar e não alcançar os agudos desse cara. Achei que era só falta de técnica. kkkk

    GersonM
    Membro
    # out/15 · Editado por: GersonM
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    renatoff

    Veja...eu por exemplo, tenho a extensão de fá/sol1 até ré4. Voz plena. Passagem de registro em fá#3.
    Tessitura de dó2 até dó#4.
    Em voz mista ou falsete não consigo ir muito agudo. Jamais cantaria as coisas que o Chris daqui do fórum canta, apesar da minha voz ser aguda e eu ter boa técnica. Eu poderia passar a vida inteira lamentando não ter essas notas, mas nada iria mudar. Então...é repertório certo para a voz certa.
    Já me preocupei muito com extensão, com alcance de notas e etc. Bobagem. As coisas mais incríveis que ouvi e cantores que me chamaram a atenção em apresentações NÃO foram em momentos de grandes agudos.
    O mais importante é que ao cantar você chegue lá no peito de quem ouve e derrube as estruturas da pessoa, e isso as vezes vc consegue fazendo um falsete simples ou uma grande variação de volume do forte ao pianissimo. E isso em qualquer estilo musical. Dinâmica, fraseado, acentuação no momento certo...isso é cantar bem.

    renatoff
    Veterano
    # out/15 · Editado por: renatoff
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    GersonM
    Concordo plenamente. Só queria entender o que o cara do vídeo fazia. Porque essa variação de vozes eu acho incrível, aí talvez pensei que não se tratasse da voz e sim de algum técnica que eu desconhecesse.

    Mas você me deixou uma dúvida: Passagem de registro em fá#3.
    Tessitura de dó2 até dó#4.


    Passagem de registro quer dizer que passado F#4 é sua voz de cabeça/falsete/registros agudos? Estou confundindo porque você disse tessitura de C2 à C#4. Até onde sei tessitura indicaria a voz de peito.

    Gansinho
    Veterano
    # out/15 · Editado por: Gansinho
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    renatoff
    Até onde sei tessitura indicaria a voz de peito.

    Pelo que eu sei tessitura é em voz plena. Então conta peito e cabeça.

    Mas lembrando que ele falou tessitura, não extensão. Tessitura é onde você consegue produzir notas com boa qualidade, com boa sonoridade, sem esforço. Creio que ele consiga emitir notas mais graves e mais agudas que essas, mas ele provavelmente não as considera na tessitura dele por não emiti-las com qualidade alta o suficiente.

    GersonM
    Membro
    # out/15 · Editado por: GersonM
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    Passagem de registro quer dizer que passado F#4 é sua voz de cabeça/falsete/registros agudos? Estou confundindo porque você disse tessitura de C2 à C#4. Até onde sei tessitura indicaria a voz de peito.

    É o que o Gansinho falou. Peito + cabeça = voz plena.

    Quer dizer que passado o Fá#3 eu entro em voz de cabeça (fazendo a cobertura), que me permite ir até ré4 no máximo sem entrar em voz mista.

    Coloco dó#4 porque apesar do ré sair, eu não gosto da sonoridade.

    O pessoal do Heavy Metal usa muito a voz mista, aplique-se ainda o drive e está criada a sonoridade do estilo.

    Os sertanejos por exemplo, seguem em voz de peito até lá em cima (não fazem a cobertura, mas tb se fizessem estariam fora de estilo) e gritam o agudo. Também era o que se fazia em Belting (hoje dizem que não é mais assim, mas só tenho visto isso). Na verdade se tem algo novo é um modo um pouco diferente de aplicar o que pescaram da técnica tradicional. Nada de novo na verdade, só nomenclatura em inglês para explicar algo (mal) adaptado do que já existia (mas vende melhor, então...).

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