fase de muda vocal...cuidados especiais???

    Autor Mensagem
    Alexandre Bruno do Prado Silva
    Veterano
    # nov/05


    olha..na fase de muda vocal...(principalmente)...a pessoa tem q evitar os extremos...???tem q procurar cantar num registro medio???olha...eu tenho 17 anos..e um minino me disse q eu nao posso ir grave nem agudo de forma mais ...vamos dizer assim...extrema...nao estou falando forçada...e sim...perto do limite...mas eu fiquei preocupado...pq eu tenho uma exetnsao vocal ateh q legal...e se eu soh cantar mais numa regiao media...e ai???vou perder minha extensao???um minino disse q eh pra eu fazer sempre exercicios diafragamaticos...pra nao perder minha extensao...mas olha...eh tao perigoso assim ficar cantando bem agudo e bem grave...????eu tenho q procurar sempre cantar numa altura de voz q eu falo???procurar cantar numa altura de voz confortabilissima senao pode ocorrer um "desturbio" na formação da minha voz???fala ai povo...

    RainMaker
    Veterano
    # nov/05
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    Alexandre Bruno do Prado Silva
    eu acho que se você não tiver forçando naum tem problema... eh verdade q durante a muda vocal, as pregas vocais ficam mais sensíveis, o que vc deve ter eh um cuidado a mais e naum exagerar

    Alexandre Bruno do Prado Silva
    Veterano
    # nov/05
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    mas o povo faz o maior enchame...sei lah...eu fui entrar num coral a mulher(maestra) disse q tem medo de me colocar no tenor ou no baixo...pq ela disse q nao pode explorar muito de mim..tenho q cantar totalmente numa regiao confortavel...sei lah...quando a pessoa tah nessa fase(pelo q ela tava falando)...parecia q tem ateh q evitar de falar pra nao causar "dano nenhum"...heheheheheh

    RainMaker
    Veterano
    # nov/05
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    Alexandre Bruno do Prado Silva
    na minha opinião eh exagero

    p4ulin90
    Veterano
    # nov/05
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    ...seilah

    tp se o kra ñ nasceu com o DOM de canta pode fika 30 ano em aulinha de coral q ñ vai da em nada


    ZEZE DI CAMARGO eita moleke guerrero

    Dark Cross
    Veterano
    # nov/05
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    Tpo, eu tenho 16 anos canto do Grave ao Agudo sem problemas ... Só arranho a garganta qnd tomo algo gelado (cerva quente eh foda)...
    Mas enfim canto de Helloween à Type o Negative, (tecitura: A1 a G4)...

    Nunca deu nada ... fui no Otorrino faz umas 2 semanas e ele falou que eu tava de boua =)...

    Então sei lá velho isso ai vai de cada um... se vc ver que ta arranhando vai com mais calma... mas n precisa ficar griladao com isso n =P

    Diva Gothic
    Veterano
    # jun/06
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    Faz dois dias que sinto um pouco de dor nas pregas vocais quando não estou cantando, o que eu devo fazer a respeito disso, será que eu preciso descançar minha voz por algumas semanas...o que vocês sugerem?

    Brennon
    Veterano
    # jan/10
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    Eu tenho 17 anos e ocorreu comigo ontém de faltar água no estúdio e meus vocais gutural, rasgado e scream começaram a falhar quse n saindo, era quse um clean que sai.

    Era como se a intensificação que eu faço da minha voz com meu disfragma e a explosão de ar q eu solto junto a voz n existisse o.o

    Alguém sabe explicar se isso realmente é só falta de água, falta de aquecimento, garganta maxucada ou algo do tipo?

    BZ-3
    Veterano
    # nov/10
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    Desculpa ressucitar o tópico, mas também tou meio curiosos com isso.
    Alguém tem informações detalhadas ou o jeito é ir
    no otorrino mesmo?

    Tem dias que a voz ta aguda, tem dias que está grave, tem dias que sai fácil tem dias que exige um esforço do capeta pra sair afinada.

    E aí?

    Dualitty
    Veterano
    # nov/10
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    Aki tbm acontece isso,eu tenho uma voz aguda pra falar....tem dia que a voz ta grave,tem dia que ta aguda...tem dia que da pra cantar Iron,tem dia que nao da....; /

    Queria minha voz estavel pow....

    Leandro Rigon
    Veterano
    # fev/11 · Editado por: Leandro Rigon
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    Olá a todos.

    Como o tópico é Muda Vocal, fiz uma pesquisa rápida a net e achei alguns Links interessantes. Como isso pode ser retirado do ar algum dia, fiz cópia integral dos textos aqui, preservando a fonte.

    EM SÍNTESE, a muda vocal masculina ocorre entre 13-15 anos, e a feminina entre 12-14. Eis a pesquisa:

    http://www.cefac.br/library/teses/fff4ae5683af2fa6910dd1583be4de1a.pdf

    (Obs.: Esse trabalho me parece ser de especialização de uma Fonoaudióloga, portanto esqueçam aqui classificações como tenor, baritono, baixo, contralto, mezzo ou soprano: o trabalho é na área médica

    MUDA VOCAL REFLETINDO SOBRE A IMAGEM VOCAL DO ADOLESCENTE

    Autora: PATRICIA NETO PACHECO
    Monografia de conclusão do curso de Especialista em Voz
    Orientadora: Mirian Goldenberg


    DISCUSSÃO TEÓRICA
    Definição
    Pinho (1998) acredita que durante a muda vocal há um acentuado
    crescimento da laringe, principalmente nos meninos, com angulação da tireóide
    variando de 90°, nos meninos, a 120 ° nas meninas. A mucosa da laringe perde a
    transparência, a epiglote achata-se e eleva-se, havendo uma descida da laringe
    no pescoço e atrofia das amígdalas e adenóides.
    Segundo Behlau e Pontes (1993) ,o aparelho fonador sofre um
    crescimento constante, mas não homogêneo da laringe, das cavidades de
    ressonância, da traquéia e dos pulmões e a muda vocal representa um período de
    desequilíbrio com alterações de crescimento no pescoço e laringe e a capacidade
    vital aumenta devido ao desenvolvimento do tórax. Segundo Boone e Mcfarlane
    (1994), embora todas as mudanças sejam graduais, nos últimos 6 meses do
    desenvolvimento da muda vocal ocorre um crescimento laríngeo marcante.
    Segundo Boone (1996), as alterações da laringe feminina ocorrem devido
    ao aumento do hormônio estrogênio, as cartilagens e músculos da laringe
    aumentam imensamente em tamanho. Nos meninos a muda vocal inicia por volta
    de 10 anos, com o aumento do hormônio testosterona.
    Devido a estas alterações ocorre também um desequilíbrio nas pregas
    vocais, tomando-se demasiadas, com alterações vaso-motoras, e este processo
    dura de 3 a 6 meses (Veiss,1950).
    No sexo masculino a muda ocorre em torno de 13-15 anos, enquanto no
    sexo feminino em tomo de 12-14 anos; nos dias mais quentes este processo pode
    se adiantar em até 2 anos e nos dias frio pode retardar mais de 1 ano.
    Após o processo da muda, as pregas vocais do menino, aumentam em até
    1cm enquanto as da menina em até 4mm. Segundo Kaplan (1960), as pregas
    vocais atingem nos homens 17-24mm e nas mulheres 12,5-17mm.
    Fisiologicamente há uma adaptação as novas condições anatômicas, que
    tem como consequência um abaixamento médio da frequência fundamental em 1
    oitava para os meninos, ficando a voz em torno de 130hz e em 2 a 4 semitons
    para as meninas tornando a fo em torno de 195 hz Boone (1996 ).
    8
    ETIOLOGIA
    Podem ser encontradas alterações durante o processo da muda. A causa
    mais comum encontrada segundo Behlau e Pontes (1993) é o medo de assumir a
    vida adulta, além desta causa psicológica, existem causas funcionais e orgânicas.
    Causas Funcionais
    • O desejo de manter uma voz de soprano que trouxe sucesso (Seth e Guthric,
    1935);
    • Algum desvio da fonação no início da muda e depois não se normaliza
    voluntariamente (Fawcus, 1989);
    • Precocidade das alterações vocais, tornando muito consciente o processo da
    muda e por isso manter-se com uma voz mais aguda (West, Ansberry e Carr,
    1957).;
    • Wilson (1991) relata que um tom muito agudo pode ser usado para disfarçar
    falhas tonais;
    • Boone(1987) relata que a maior parte dos indivíduos podem apresentar um tom
    normal ao tossir ou rir.
    9
    Causas Orgânicas

    Laringe pequena ou voz natural de tenor (Greene, 1980);
    Insuficiência testicular (Gonzàles,1990);
    Atraso no desenvolvimento hormonal (Luchisinger e Arnbold, 1965);
    Assimetrias laríngeas (weiss, 1950)
    Deficiência auditiva profunda (Greene ,1980);
    Doença debilitadora durante a puberdade, ou doença neurológica com
    hipotonia ou incoordenação das pregas vocais ou da respiração (Aronson,
    1980);
    Diafragma laríngeo (Baker e Savetsky, 1966).
    10

    CLASSIFICAÇÕES
    Wilson (1991) cita Luchsinger(1965,p.193) que classificou os distúrbios de
    mutação em meninos de acordo com três formas clínicas:
    1. Mutação retardada- As alterações da muda só se estabelecem alguns anos
    após o período normal;
    2. Mutação prolongada - Os sinais clínicos da mudança da voz persistem por
    alguns anos, ao contrário da normalidade que são poucos meses.
    3. Mutação incompleta - A voz não evolui normalmente para uma voz adulta.
    O uso continuado do tom agudo da infância é chamado de falsete
    mutacional. Neste quadro a laringe se encontra em condições orgânicas normais e
    ha uma constrição dos músculos cricotiroídeos e uma elevação de toda a laringe (
    Arnold, 1966 ).
    Behlau e Pontes ( 1993 ) complementam a classificação da muda vocal
    com mais 2 tipos:
    • Mutação excessiva - A voz atinge um tom mais grave que o esperado,
    geralmente na tentativa do indivíduo se mostrar adulto. Nas mulheres este
    quadro pode surgir por problemas endócrinos.
    • Mutação precoce - Ocorre por fator orgânico, associado a um amadurecimento
    sexual precoce.
    11
    A característica vocal encontrada nas alterações da muda vocal são:
    rouquidão, alteração da frequência fundamental, alterações de intensidade e
    ressonância. Pinho (1998), diz que a voz possui um pitch anormalmente alto e
    sonoridade pobre.
    Se caracteriza geralmente com uma voz não compatível com a estrutura
    física do falante.
    Durante o processo da muda a voz fica discretamente rouca e instável,
    com várias flutuações, tendendo a sons graves. As quebras de altura na voz são
    um fenômeno comum que geralmente desaparecem completamente, após três ou
    quatro meses.
    As disfonias no sexo feminino durante a muda são mais raras, porém no
    sexo masculino são mais freqüentes, também chamadas de puberfonia.
    Luchinger e Arnold (1965) fazem um apelo válido de que o estudo formal
    do canto seja adiado até bem depois da puberdade.

    12
    IMAGEM VOCAL
    O ser humano é dotado de várias características que o identificam como
    um ser único. Não existem dois seres idênticos fisicamente, psicologicamente e
    emocionalmente.
    O indivíduo durante o seu desenvolvimento também forma seu caráter e
    sua personalidade, e se torna um ser global com sua formação física, emocional e
    moral.
    A sociedade acompanha este desenvolvimento e identifica as pessoas
    assim, com todas as suas características.
    Dentre as características existem aquelas que são mais importantes para
    a identificação de uma pessoa, como os olhos, a impressão digital, alguns
    possuem algum sinal que chame atenção, entre outras.
    A voz do ser humano é de grande importância também para identificarmos
    um indivíduo, além disso ela traz uma carga emocional que revela alegria,
    insegurança, mentira, tristeza e tantos outros sentimentos. A voz pode ser usada
    para impor autoridade, confiança e competência.
    Neste ponto se faz necessário parar e refletir na situação de um
    adolescente. Um ser que tem crescido com todas as características e em um
    determinado momento há uma mudança global que o faz deixar de ser criança
    para se tomar um adulto.
    Suas características físicas mudam, seus valores morais se confundem e
    suas emoções estão no auge. Junto com todas estas mudanças ocorre o
    crescimento da laringe e com isso uma alteração na altura vocal. Segundo Boone
    ( 1996 ) "a altura vocal é uma das principais características da voz que estabelece
    a identidade e personalidade vocal ". Boone ( 1996 ) também diz que a altura da
    voz é a "impressão digital" da voz.
    Então pense, é altura da voz que muda no adolescente. Assim, como fica
    sua imagem vocal ? E a imagem que os outros terão dele? Esta nova imagem
    será aceita no seu meio social? Como lidar com esta mudança que o faz de uma
    criança se tornar adulto ? Será que este adolescente está preparado para
    enfrentar e aceitar todas estas modificações ?
    Estas são questões essenciais que devem ser pensadas quando um
    profissional se depara com um paciente dentro de um consultório com queixa de
    alteração da muda vocal.
    Geralmente o paciente procura ajuda com mais de 20 anos, depois de ter
    passado todos os conflitos na adolescência, agora passa por mais um, corpo de
    homem e voz de menino ou mesmo de mulher se altura vocal estiver muito
    elevada.
    13
    Esta alteração mais comum entre os homens traz muitas limitações na sua
    vida profissional, pois a imagem vocal projetada é de um homem frágil, afeminado,
    sem autoridade para liderar um grupo ou tomar decisões importantes. Na sua vida
    social também porque a imagem que transparece muitas vezes é de uma pessoa
    que não amadureceu e que não deve ser levada a sério.
    Pensando na imagem vocal, o que ela pode passar para os outros e como
    esta pessoa com alteração na muda vocal se sente, este assunto deve ser
    encarado como de extrema importância.
    14
    TRATAMENTO
    Depois de uma avaliação e identificado causas funcionais a terapia deve
    ser realizada.
    Segundo Tabith (1993) é possível que logo na 1a sessão o paciente emita
    uma voz com a frequência fundamental grave, através da manipulação da laringe.
    Wilson (1991) descreve como deve ser realizada a manipulação da
    laringe:
    1. O paciente deve levar a cabeça para trás e abrir bem a boca.
    2. O terapeuta coloca o polegar e o dedo médio entre a cartilagem tireóide e o
    osso hióide, e faz um movimento preciso para baixo com a laringe.
    3. O terapeuta mantém a laringe baixa e pede ao paciente para emitir vogais ou
    tossir com ataque vocal brusco.
    Wilson (1991) cita Aronson (1973) que descreveu três objetivos para a
    terapia da muda vocal.
    • O terapeuta deve ensinar ao paciente uma fonação com tom grave.
    • O terapeuta deve dizer que o novo tom grave deve ser utilizado e a antiga voz
    deve ser evitada.
    • O terapeuta deve perceber se a nova voz está confortável ao paciente e
    incentivá-lo a usar a nova aquisição em situações específicas.
    Wilson (1991) afirma que o tratamento deve ser realizado próximo aos 20
    anos e diz que deve ser realizado um relaxamento de toda a área cervical, ombros
    e braços.
    Nos casos das alterações da muda vocal por causas orgânicas os
    procedimentos serão realizado, quando possível, pelo o otorrinolaringologista.
    15
    CONSIDERAÇÒES FINAIS

    A muda vocal é de suma importância nos estudos da voz, pois é um
    processo complexo, em que há mudança na estrutura laríngea, transformando
    uma voz infantil em uma voz adulta, e esta se torna completamente diferente da
    anterior, principalmente nos meninos.
    A adolescência é um período do desenvolvimento em que o indivíduo
    passa por muitos conflitos e a voz transparece toda esta carga emocional, por isso
    é necessário que haja uma sincronia do desenvolvimento orgânico e psicológico
    para que no fim desta etapa a voz possa ser instalada sem nenhuma alteração e
    rejeição.
    Este tema levanta algumas questões que precisam ser refletidas : os
    fatores orgânicos e emocionais que levam a uma alteração da muda vocal e
    também a imagem vocal deste indivíduo para si e para a sociedade.
    Não há como tratarmos desta alteração sem levarmos em conta cada
    aspecto citado. É preciso que vejamos o indivíduo como um ser global e não
    somente a sua queixa, mas como gente que sente e necessita de ajuda,
    encorajamento e a segurança de nós profissionais.
    Devemos estar sempre atentos a este processo, sabendo identificar
    qualquer alteração, pois faz parte de um desenvolvimento normal de todo
    adolescente.
    16
    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
    BEHLAU, M. , M. & PONTES, P. Avaliação e tratamento das disfonias. São
    Paulo, Lovise, 1995.
    BOONE, D.R. Sua voz está traindo você? Como encontrar e usar sua voz
    natural. Porto Alegre, Artes Médicas, 1996.
    BOONE, D.R. & MCFARLANE, S.C. La voz y el tratamiento de sus
    altetaciones. Buenos Aires, Panamericana, 1987.
    BOQNE,D.R. & MACFARLANE . A voz e a terapia vocal. São Paulo, Manole,
    1994.
    COOPER, M. Vencendo com a sua voz. São Paulo, Manole, 1991.
    GARCIA, L.C.- Muda vocal e desenvolvimento puberal: A comparação de dois
    Grupos de adolescentes Im BEHLAU, M. Laringologia e voz hoje. São
    Paulo, Revinter,1998.309p.
    GIL, D., LOURENÇO, L., MIRANDA, A. R. & PEREIRA, A. J.- A memória da muda
    vocal. Acta Awho,13: 74-80, 1994.
    GONZÁLEZ, J. Fonaciòn y alteraciones de la laringe. Buenos Aires,
    Panamericana, 1990.
    GREENE, M.C.L. Distúrbios da voz. São Paulo, Manole,1989.
    PINHO, S.M.R. Fundamentos em fonoaudiologia, tratando os distúrbios da
    voz. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998.
    PINHO, S.M.R. - As disfonias psicogênicas da muda vocal Im FERREIRA, L.P.
    Um pouco de nós sobre voz . São Paulo, Pró- Fono, 1993.
    TABITH, A.J. Foniatria, disfonias fissuras lábio paltinas paralisia cerebral.
    São Paulo, Cortez,1993.
    WILSON, D.K. Problemas de voz em crianças. São Paulo, Manole, 1991.

    Leandro Rigon
    Veterano
    # fev/11
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    O segundo texto abaixo foi extraído do seguinte link:
    http://www.medicina.ufmg.br/destaque/CongressodeSaude/anacristina.pdf



    1º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG
    12 a 15 de novembro de 2008.

    DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE: VOZ
    (Mesa: Distúrbios da Comunicação Humana na Criança e no Adolescentes)
    Adolescentes)

    Ana Cristina Côrtes Gama – Faculdade de Medicina da UFMG


    A voz é uma função neurofisiológica inata, de sofisticado processamento muscular, com
    manifestações psicológicas. Através da sua flexibilidade, a voz funciona como um sensível indicador de
    emoções, atitudes, condição física e papel sociocultural do falante (Maia et al, 2006).
    Apesar do aparelho fonador não existir como uma unidade anatômica, este se comporta como
    uma unidade funcional e, o desenvolvimento da voz acompanha o desenvolvimento físico e emocional
    do indivíduo.
    A laringe surge, embriologicamente, na terceira semana de vida intra-uterina, a partir de um
    prolongamento da faringe, como uma dobra do endoderma. No terceiro mês intra-útero, a laringe já
    apresenta as mesmas características encontradas ao nascimento (Aronson, 1990).
    Após o nascimento ocorrerá uma série de alterações na configuração geométrica da laringe, além
    do crescimento do trato vocal. A disposição do aparelho fonador infantil possibilita a constatação de que
    ele é um excelente instrumento de respiração, deglutição e proteção de vias aéreas inferiores, porém, não
    é um bom instrumento para a fonação devido à sua dimensão vertical encurtada, reduzida capacidade de
    ressonância e uma laringe com a possibilidade apenas de movimentos amplos e grosseiros. (Behlau et al,
    2001).
    Até a idade de 6 a 7 anos, as vozes de meninos e meninas são muito próximas em termos de
    qualidade e freqüência fundamental, não havendo diferenciação entre os sexos (Aronson, 1990). A
    partir desta fase até o início da puberdade a voz sofrerá grandes mudanças em decorrência das
    modificações estruturais ocorridas no aparelho fonador.
    A muda vocal representa o período em que a laringe infantil se transforma em laringe adulta pela
    ação dos novos níveis hormonais. Este período ocorre nos meninos entre os 13 e 15 anos e nas meninas
    entre os 12 e 14 anos de idade. Tais mudanças vocais são mais evidentes nos homens e, a partir deste
    período, a voz passa a ser um marcador de diferenciação de sexo.
    Quando a voz não consegue cumprir o seu papel básico de transmissão da mensagem verbal e
    emocional, estamos diante de uma disfonia. Uma disfonia representa toda e qualquer dificuldade ou
    alteração na emissão vocal que impede a produção natural da voz (Behlau e Pontes, 1995).
    Este é um sintoma comum na infância e a maior parte dos estudos epidemiológicos sugere que
    entre 6% a 9% das crianças de escola primária apresentam distúrbios de voz (Wilson,1979; Melo et al,
    2001).
    A etiologia da disfonia infantil pode variar desde afecções autolimitadas, como as laringites
    agudas virais, até lesões incapacitantes e com risco de vida, como os tumores e estenose laríngea em grau
    variado (Freitas et al, 2000).
    Atualmente estudos descrevem que as lesões mais comuns encontradas em crianças disfônicas
    são os nódulos de pregas vocais seguidos do cisto vocal (Pela et al, 2002; Melo et al, 2001).
    O comportamento vocal na infância, que leva a uma disfonia, pode ser o resultado da interação
    de fatores anatômicos, fisiológicos, sociais, emocionais ou ambientais que formam um contexto, o qual
    deve ser sempre considerado na avaliação e no tratamento vocal destas crianças (Maia et al, 2006).
    Na adolescência, problemas na muda vocal, também denominados disfonia da muda são raros,
    principalmente no sexo feminino.
    Os fatores etiológicos encontram-se, normalmente, na esfera
    emocional, sendo os de base orgânica pouco descritos na literatura. A etiologia mais comum é o medo
    de assumir as responsabilidades da vida adulta (Behlau et al, 2001).
    Tanto na abordagem da disfonia infantil quanto da disfonia da muda, o tratamento
    fonoaudiológico deve focalizar o estabelecimento de uma comunicação efetiva, principalmente no que
    diz respeito ao comportamento vocal infantil e à psicodinâmica do processo comunicativo.
    ARONSON, A. Clinical Voice Disorders. Thieme Inc., New York, 1990.
    BEHLAU M, PONTES P. Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo: Lovise; 1995.
    BEHLAU M, AZEVEDO, R.; PONTES, P. Desenvolvimento da laringe In: Behlau M, organizador.
    Voz: o livro do especialista. Rio de Janeiro: Revinter; 2001.v.1, p.53-6.
    BEHLAU M, AZEVEDO, R.; PONTES, P, BRASIL O. Disfonias funcionais In: Behlau M,
    organizador. Voz: o livro do especialista. Rio de Janeiro: Revinter; 2001.v.1, p.247-87.
    FREITAS, M.R.; WECKX, L.L.M.; PONTES, P.A. . Disfonia na Infância. Revista Brasileira de
    Otorrinolaringologia, 66(3):257-64, 2000.
    MAIA, A. A.; GAMA, A.C.C.; MICHALICK-TRIGINELLI, M. F. Relação entre transtorno do déficit
    de atenção/hiperatividade, dinâmica familiar, disfonia e nódulo vocal em crianças. Rev. ciênc. méd.,
    (Campinas);15(5):379-389, set.-out. 2006.
    MELO M, MATTIOLI FM, BRASIL OCO, BEHLAU M, PITALUGA ACA, MELO DM. Disfonia
    infantil: aspectos epidemiológicos. Rev Bras Otorrinolaringol. 2001; 67(6):804-7.
    PELA, S. M. ; BEHLAU, Mara ; PONTES, Paulo A L . Disfonia infantil: aspectos diagnósticos. In: X
    Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, 2002, Belo Horizonte. Anais do X Congresso Brasileiro de
    Fonoaudiologia. Belo Horizonte, 2002.
    WILSON DK. Voice problems of children. 2nd ed.Baltimore (MD): Willians & Wilkins; 1979.

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